Você está na página 1de 1

Toda criana gostaria de ter um tio como o tio Agostinho.

Desde criana, quando tio Agostinho nos visitava nossa casa transformava-se numa grande festa, tamanho era o carinho que tnhamos por ele. Alegre, brincalho, sempre de bem com a vida, participativo e adorava todas as crianas, ns amvamos tio Agostinho, principalmente quando ele nos protegia das surras de vara de marmelo que mame sempre aplicava na gente. Mame pedia para ele sair da frente e ele no saia e levava vrias varadas de marmelo por ns e ria alto, zombando com tudo e com todos. Que maravilha aquele momento! Ns crianas adorvamos aquele momento que sempre terminava com um comentrio de mame dizendo: Voc acaba estragando meu castigo e ele sempre respondia: Ah, Thereza! deixa pra l eles ainda so crianas! Quando eu for embora voc pode aplicar a surra, agora no. Faz um cafezinho pra gente comemorar a surra frustrada! Mame caia na gargalhada e ia preparar o tal do cafezinho. Ns olhvamos com tanta admirao para tio Agostinho e gostaramos que ele ficasse morando conosco eternamente, mas tio Agostinho era caminhoneiro e aps vrias brincadeiras, contar vrias piadas e risos ecoados pela casa beijava-nos e dirigia-se a boleia do caminho para pegar a estrada sem destino, levando apenas a solido e nossos gritos e risadas na sua mente pela longa estrada. Ns fomos crescendo e nossa admirao por tio Agostinho acompanhava nosso crescimento, passamos da fase de criana para adolescente e alguns momentos na minha vida so inesquecveis e os levarei comigo e contarei a todos onde estiver com um orgulho danado. Nunca tinha ido ao cinema e quando completei doze anos tio Agostinho prometeu que iria levar-me ao cinema, fiquei eufrico e l fomos ns assistir meu primeiro filme chamado De canio e Sambur com Jerry Lewis no cine Jpiter no bairro da Penha, em So Paulo. Sa do cinema encantado, vocs no imaginam quanta alegria invadiu minha alma naquele dia. Minha primeira bicicleta foi um presente por ter passado de ano na escola, lembro-me perfeitamente que eu estava jogando bolinha de gude com alguns moleques na rua, no bairro Cidade A.E. Carvalho, em So Paulo e l aparece tio Agostinho com uma linda bicicleta preta, aro 28. No me contive de felicidade, joguei todas as bolinhas pro alto, dei um apertado abrao no tio e sa pedalando por baixo do quadro, pois eu no conseguia atravessar as raquticas pernas por cima do quadro. Pedi para fazer uma viagem para qualquer lugar em um imponente caminho ao qual ele estava dirigindo e samos de So Paulo Belo Horizonte, comemos um frango assado por l, fizemos algumas paradas e nos divertimos muitssimo, com a paisagem, a estrada e o clima da viagem. Foram vrias passagens e histrias ao lado do tio Agostinho, pois se fosse cont-las ficaria muitas horas descrevendo tanto carinho e alegria em estar ao seu lado. Valeu a pena passar por esta vida, ser criana, adolescente e ter um tio to maravilhoso como tio Agostinho. Obrigado tio Agostinho. De corao!

Você também pode gostar