Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Uti 04
Uti 04
MÓDULO IV
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.
MÓDULO IV
4.1 O Paciente com Problemas Neurológicos
106
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
4.1.2 AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA
A observação cuidadosa, a comparação com exames prévios, as
intervenções de enfermagem podem ajudar a evitar danos neurológicos e seqüelas
graves ao paciente.
A avaliação neurológica deve constar do exame periódico de:
1. Nível de consciência (Glasgow)
2. Pupilas
3. Atividade Motora
4. Ritmo respiratório
Objetivos:
- Padronizar a linguagem da equipe em relação à avaliação do nível de
consciência
- Facilitar a comunicação oral e escrita das informações
- Estabelecer um sistema sólido para acompanhar a evolução do nível de
consciência do paciente.
A Escala de Glasgow engloba três tipos de reposta de comportamento que são
utilizadas para avaliar o nível de consciência do indivíduo
- abertura ocular
- resposta verbal
- resposta motora
• Escore máximo de 15 pontos- indica indivíduo neurofisiologicamente normal
• Escore mínimo de 03 pontos- pode indicar morte cerebral
107
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Reatividade: Reagentes
Não reagentes
Simetria: Isocóricas
Anisocóricas
PUPILAS REATIVIDADE À LUZ NÍVEL DE LESÃO
Midriáticas Ausente Morte cerebral
Nervo óculo – motor
Mióticas Presente Diencéfalo
Intoxicação por atropina
Puntiformes Difícil avaliação Distúrbio metabólico
Médio – fixas Ausente Mesencéfalo
Midríase unilateral Ausente lado - midríase Hematoma cerebral
2. Atividade Motora
Detectar déficits motores e posturas anormais. O local e tipo de déficit motor
permitem o diagnóstico topográfico da lesão. Os termos paresia e plegia referem –
se respectivamente a déficits motores parciais e totais.
3. Ritmo respiratório
A característica da respiração deve ser observada, uma vez que diferentes
níveis de lesão nervosa causam rítmos respiratórios diversos.
Nível de lesão Ritmo respiratório
Diencéfalo, meningite, TU cerebral Cheyne – Stokes
Mesencéfalo Hiperpnéia neurogênica
Cerebelar Apneustica ou Kusmaul
Bulbar Atáxia ou tipo Biot
108
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
4.1.3 HIPERTENSÃO INTRACRANIANA (HIC)
109
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
- COMA : troca respiratória inadequada
reflexos ausentes
pupilas dilatadas
coma depassé
Métodos Diagnósticos:
1. Reconhecimento do quadro clínico
2. Rx crânio
3. TC
4. EEG
5. Ressonância magnética
Tratamento da HI:
* Solução Hiperosmolar
Manitol à 20% : ↓ volume cerebral → absorção de líquido do interstício para o
intravascular.
Controlar rigorosamente o volume urinário.
• Ventilação Adequada
- Hipoxemia: lesões irreversíveis do parênquima cerebral
- Hipercapnia: dilatação vascular → ↑ edema → ↑ HIC
- Oxigenação: entubação → assistência ventilatória → pCO2 (25 a 35 mmHg)
* Glicocorticóides
Decadron – Solumedrol: reservado para casos mais graves (↑ inf. pulm)
110
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
* Descompressão Cirúrgica
Tipos:
1. Couro cabeludo: escoriações, lacerações, hematomas
2. Osso: fratura linear, com afundamento, base de crânio
3. Espaço extradural: hematoma, calota óssea e dura máter
4. Espaço subdural: hematoma agudo ou crônico
5. Espaço subaracnóide: hemorragia
6. Encéfalo: laceração, contusão, lesão axonial difusa, edema, Swelling
Sintomas:
* Alteração do nível de consciência:
- agitação psicomotora
- letargia
- confusão
- torpor mental
- coma
111
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
* início súbito de déficit neurológico
* convulsões
Métodos diagnósticos
1. O exame físico, anamnese, avaliação neurológica constituem a base
2. RX de crânio, cervical, torácico
3. TC é útil na avaliação dos tecidos moles
4. Angiografia cerebral
5. Ressonância magnética
Tratamento
A terapia inicial é dirigida para a manutenção da homeostasia cerebral e
prevenção da lesão secundária.
1. Consiste na estabilização das funções cardiovasculares e respiratória, para
manter a perfusão cerebral adequada
2. A hemorragia deve ser estancada
3. A hipotermia corrigida
4. A gasometria mantida em níveis normais
À medida que ocorre edema cerebral ou se forma uma coleção sanguínea
(hematoma) levando à HIC, o tratamento deve ser mais agressivo.
1. monitorização da pressão intracraniana
2. manutenção adequada da oxigenação
3. administração de solução hiperosmolar (Manitol)
4. assistência ventilatória (hiperventilação) - ↓pCO para 20 a 30 mmHg
5. controlar balanço hidroeletrolítico e exames laboratoriais
6. intervenção neuro – cirúrgica (drenagem de hematoma, desbridamento, correção
de afundamentos)
112
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
7. prevenção de convulsões (Hidantal)
Cuidados de Enfermagem
1. Manter repouso no leito com cabeceira elevada (30 e 45º) e pescoço reto.(Facilitar
o retorno venoso; melhorar a expansão pulmonar e melhorar a permeabilidade das
vias aéreas,↓ congestão pulmonar, contribuindo para a ↓ da HIC.
2. Manter vias aéreas livres e oxigenação adequada para propiciar boa oferta de O2
para os tecidos cerebrais, evitando a hipóxia e hipercapnia (vasodilatação –
contribuindo para o↑ da PIC), piora do quadro neurológico.
3. Avaliar quadro neurológico constantemente através da Escala de Glasgow,
pupilas, atividade motora, rítmo respiratório- para controlar o nível de consciência, a
evolução do quadro para detectar o agravamento em tempo hábil para que sejam
tomadas as providências necessárias.
4. Controlar os SSVV
5. Controlar o balanço hidroeletrolítico e exames laboratoriais
6. Manter cuidados com SNG e SVD
7. Observar presença de convulsões (intensidade, freqüência)
8. Evitar a sedação do paciente, pois o sedativo dificulta a avaliação neurológica.
Tipos:
- gliomas (neoplasias malígnas)
- adenoma pituitário
- angioma: massa composta de vasos anormais
- neuroma: turmo de nervo craniano VII
Sintomas:
Mesmos da HIC: cefaléia, vômito, náuseas, irritabilidade, edema de papila,
alteração na personalidade, déficit motor, alterações visuais, convulsões.
113
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Diagnósticos:
-RX crânio
-TC
-Angiografia cerebral
Tratamento:
-Cirúrgico
-Radioterapia
-Quimioterapia
-Corticosteróides
Sintomas:
-cefaléia intensa, perda da consciência, rigidez cervical, distúrbios visuais, déficit
motor, coma, morte súbita.
Métodos Diagnósticos:
-TC: tamanho e local
-Punção lombar: líquor (LCR) hemorrágico
-Angiografia cerebral: local, tamanho e vasos contíguos
Tratamento:
-Repouso absoluto no leito, com sedação para evitar stress
-Controle rigoroso da PA
-Administrar analgésicos (cefaléia)
-Emolientes fecais (diminuir esforços para evacuar)
114
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
-Correção cirúrgica
Cuidados:
Antes da Cirurgia
-Orientar ou manter repouso absoluto no leito com grades laterais
-Manter monitorização neurológica
-Controlar SSVV (principalmente ↑ PA)
-Administrar analgésicos e sedativos e laxantes c.p.m.
-Observar crise convulsiva, queixas de cefaléia, náuseas, vômitos
-Oferecer dieta laxante e observar frequencia e aspecto das evacuações
-Orientar inspirações profundas
-Manter ambiente calmo e orientar os familiares quanto a preocupações externas.
Pós – Operatório
- Manter repouso no leito com cabeceira elevada a 30 ou 45º- pescoço reto
- Manter vias aéreas livres e oxigenação adequada
- Fazer avaliação neurológica constante
- Observar sangramento e manter cuidados com a ferida operatória
- Controlar SSVV
- Manter monitorização cardíaca
- Fazer balanço hidroeletrolítico
- Avaliar resultados de exames laboratoriais
- Aplicar compressa gelada sobre os olhos para evitar edema periorbital
- Manter cuidados com SVD e controlar volume urinário
- Manter cuidados com SNG
- Observar presença de convulsão/agitação psicomotora
- Mudar decúbito frequentemente, sentar fora do leito assim que for possível
- Manter posicionamento correto dos membros para evitar deformidades
- Fazer exercícios ativos e passivos nos membros
115
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
4.1.7 AVC (Acidente Vascular Cerebral)
AVCI: - embolos
- trombos
- crise hipertensiva
- distúrbio de coagulação
Métodos Diagnósticos:
116
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Tratamento:
AVCI:
- controle da PA
- corrigir causas
AVCH
- controle da PA
Exame Físico
O exame físico inicial, na fase aguda, deve ser rápido e objetivo. É importante
lembrar que pacientes com TCE são politraumatizados, sendo freqüente a
associação com traumatismos torácicos, abdominais e fraturas. Hipóxia, hipotensão,
hipo ou hiperglicemia, efeito de drogas narcóticas, e lesões instáveis da coluna
vertebral devem ser procurados e convenientemente tratados.
O exame da pele da cabeça deve ser feito com cuidado. Fraturas no crânio
devem ser procuradas. Fraturas da base do crânio podem ser suspeitadas pela
presença de sangue no tímpano e pela drenagem de líquido cefalorraquideano pelo
ouvido ou nariz.
117
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
O propósito do exame neurológico inicial é determinar as funções dos
hemisférios cerebrais e do tronco encefálico. Os exames subseqüentes são
importantes para verificar a evolução do paciente, se está havendo melhora ou
deterioração do seu quadro clínico. Escalas neurológicas foram desenhadas para
permitir quantificar o exame neurológico. A escala de coma de Glasgow é uma
medida semiquantitativa do grau de envolvimento cerebral, que também orienta o
prognóstico. Entretanto, não é válida para pacientes em choque ou intoxicados. A
presença de traumatismo dos olhos e da medula espinhal dificulta a avaliação. A
escala consiste em pontuar os achados do exame neurológico, avaliando a resposta
verbal, a abertura dos olhos, e a resposta motora.
O exame neurológico deve incluir, ainda, avaliação dos nervos cranianos e
exame de fundo de olho (para verificar a presença de edema de papila presente no
edema cerebral ou na hipertensão intracraniana). Os reflexos pupilares e os
movimentos oculares devem, também, ser avaliados.
Exames Complementares
118
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
e para aqueles com alguma anormalidade neurológica focal. Se estes testes não
estiverem disponíveis, deve-se encaminhar o paciente para um hospital mais
equipado. Mapeamentos radioativos e EEG são de utilidade quase nula para Dx na
situação imediata ao pós-trauma. A medida contínua da PIC é amplamente utilizada
para monitorar o progresso do paciente com trauma grave de crânio
Tratamento
119
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
SÍNDROMES NEUROLÓGICAS APÓS TCE
Após resolução das urgências clínicas e neurológicas que ocorrem nas fases
iniciais do atendimento a pessoas que sofreram TCE, inicia-se um longo processo de
recuperação que tem características peculiares e que pode esbarrar com
complicações muitas vezes inevitáveis relacionadas ao traumatismo.
Epilepsia
A epilepsia é uma das complicações mais comuns do TCE. Cerca de 5% dos
pacientes desenvolvem crises epilépticas recorrentes. Esta freqüência varia de
acordo com diversos aspectos relacionados ao tipo de lesão cerebral, costumando
ser mais alta em lesões mais graves. Elas incidem mais na primeira semana, quando
são chamadas crises precoces ou da fase aguda. Quando ocorrem após a primeira
semana, são chamadas de tardias. Dos pacientes que apresentam crises no período
tardio, 50% costumam tê-las dentro do primeiro ano após o TCE, 25% dentro de 4
anos, e o restante nos anos subseqüentes. O tratamento não difere das demais
epilepsias (drogas antiepilépticas habituais). Em alguns casos não é possível
controlar as crises com medicamentos.
Alterações Motoras
Quando a lesão está localizada na área responsável pelo início do movimento
voluntário (trato piramidal) os músculos são espásticos (têm tônus aumentado) e os
reflexos tendinosos são exacerbados. Os pacientes com envolvimento das pernas,
dos braços, do tronco e do pescoço (envolvimento total) têm tetraplegia espástica e
são mais dependentes da ajuda de outras pessoas para alimentação, higiene e
locomoção. Havendo recuperação cerebral, mesmo pacientes com tetraplegia
espástica grave, nas semanas que se sucedem ao acidente, podem apresentar
melhora gradativa do quadro motor chegando a readquirir independência total. Na
hemiplegia espástica observa-se alterações do movimento em um lado do corpo,
como por exemplo, perna e braço à esquerda. Este tipo de envolvimento tem
prognóstico motor melhor. Na monoplegia, condição mais rara, somente um membro
120
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
está envolvido.
Quando a lesão está localizada nas áreas que modificam ou regulam o
movimento (trato extra-piramidal), surgem movimentos involuntários (fora de
controle) e os movimentos voluntários são prejudicados. A freqüência de
movimentos involuntários como seqüela de TCE não é bem conhecida.
A ataxia está relacionada com lesões cerebelares ou das vias cerebelares e
manifesta-se por déficit de equilíbrio e incoordenação. O cerebelo pode sofrer lesão
direta, e neste caso, geralmente observa-se dificuldade de coordenação localizada.
A ataxia generalizada costuma estar relacionada com anóxia cerebral ocorrida
durante os períodos iniciais após o acidente. Muitos pacientes com tetraplegia
espástica nas fases mais agudas do trauma evoluem para um quadro atáxico com o
passar do tempo.
Hidrocefalia
A hidrocefalia (aumento do volume de líquido céfalo-raquiano nas cavidades
cerebrais) manifesta-se com piora do quadro neurológico, dor de cabeça, vômitos,
confusão mental e sonolência. Mais tardiamente, observa-se dificuldade de
raciocínio, apatia e lentificação psicomotora. Em alguns casos pode ocorrer
hidrocefalia com pressão normal, decorrente de redução da capacidade de absorção
do líquido céfalo-raquiano, que é continuamente produzido. O tratamento da
hidrocefalia, quando necessário, consiste em medicações que reduzem a produção
de líquido céfalo-raquiano ou cirurgias que aumentam sua drenagem.
Disfunção Autonômica
Em pacientes com TCE grave podem ocorrer episódios súbitos de sudorese,
hipertensão arterial, taquicardia, febre e extensão dos membros. Estas crises são
ocasionadas por destruição de algumas conexões entre o córtex cerebral e o
hipotálamo e geralmente são desencadeadas por estímulos dolorosos, incluindo
distensão da bexiga ou dos intestinos. O tratamento consiste em evitar esses
estímulos. Algumas drogas podem ser úteis no alívio dessas crises.
121
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Lesão de Nervos Cranianos
O TCE pode envolver alguns dos nervos cranianos. O nervo olfatório pode ser
lesado em cerca de 5% dos pacientes, acarretando anosmia (perda do olfato).
Metade destes pacientes se recuperam totalmente. A recuperação geralmente
ocorre dentro de 2 meses, podendo haver uma fase de percepção distorcida dos
cheiros. Não há tratamento específico. O nervo óptico, que transmite a visão do olho
até o cérebro, costuma ser afetado em 1 a 2% dos pacientes, ocasionando perda
visual parcial ou total. A cegueira é reversível em menos da metade dos casos. A
lesão dos nervos responsáveis pela movimentação dos olhos (nervos 3, 4 e 6,
também chamados oculomotor, troclear e abducente), ocorre nas freqüências
respectivas de 3%, <1% e 5% dos casos. O que se observa é um desalinhamento
dos olhos (estrabismo) que ocasiona visão dupla. Estas alterações podem
desaparecer dentro de um período de 1 ano. Não se observando recuperação dentro
deste prazo, pode ser feita correção cirúrgica. O nervo trigêmio, responsável
principalmente pela sensibilidade da face, pode ser envolvido em alguns casos,
ocasionando dormência e dor facial. Os nervos 7 (facial, cuja principal função é
movimentar os músculos da face) e 8 (responsável pela audição e equilíbrio) podem
ser envolvidos quando há fratura da parte petrosa do osso temporal. Como nos
outros casos, estas alterações também podem ser reversíveis.
122
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
neuropsicológicas costumam ter recuperação significativa nos primeiros 6 a 12
meses. Após este período os sinais de melhora surgem bem mais lentamente e o
período de recuperação pode prolongar-se por meses ou anos. Em crianças, a
recuperação costuma ser mais significativa e prolonga-se por mais tempo do que no
adulto.
Alterações de Comportamento
Alterações de comportamento como apatia, desinibição, impulsividade,
agressividade, perseveração, irritabilidade, ansiedade, distúrbio do sono, psicose e
depressão podem estar presentes. Assim como nas alterações cognitivas e
neuropsicológicas, as alterações comportamentais podem se tornar mais leves e
desaparecerem com o passar do tempo. Nos casos mais graves o tratamento requer
abordagem psicológica e medicamentosa.
Outras Complicações
Após um traumatismo cranioencefálico podem acontecer complicações
neuroendócrinas decorrentes de alterações do controle hormonal do organismo, que
depende, principalmente, do cérebro. Podem ocorrer situações como diabetes
insipidus (o principal sintoma é eliminar grandes quantidades de urina), alterações
relacionadas com a regulação hipotalâmica (como por exemplo hiperfagia) e
transtornos menstruais. Outra alteração freqüentemente observada é a formação de
osso em locais indevidos como quadril, cotovelo e ombro (ossificação heterotópica).
A incontinência urinária é, geralmente, secundária a desinibição, mas por vezes tem
como causa uma bexiga hiperreflexa (que apresenta contrações anormais). Disfagia
(dificuldade de deglutição), muitas vezes reversível, pode estar presente nos
pacientes com envolvimento mais grave.
Prognóstico
123
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
traumática, o período de tempo transcorrido até que o paciente comece a responder
a comandos verbais e o comprometimento do nível de consciência nas horas que
sucedem o acidente. O parâmetro mais usado é a aferição da gravidade e duração
do comprometimento da consciência após o TCE, que é feita através da Escala de
Coma de Glasgow. Essa escala atribui pontos ao desempenho do paciente na
abertura dos olhos, nas respostas verbais e nas respostas motoras, atingindo um
total que pode variar entre 3 pontos (nenhuma resposta) e 15 pontos (resposta
normal) (Tabela1). Baseado nessa escala, pacientes com pontuação inicial entre 3 a
8 são classificados como graves, aqueles com pontuação entre 9 a 12 como
moderados e os demais como leves. Algumas vezes pacientes com TCE leve ou
moderado apresentam lesões focais detectadas através do exame neurológico ou
radiológico, o que torna o prognóstico pior. Com base nessa classificação de
gravidade do TCE, é possível se fazer algumas considerações em termos de
prognóstico: o TCE grave geralmente cursa com mortalidade na fase inicial de mais
de 50% e dentre os sobreviventes, 30% tem uma recuperação regular ou boa após 6
meses. O TCE moderado tem mortalidade de menos de 10% e muitos pacientes
ficam apenas com seqüelas leves. O TCE leve raramente resulta em morte e o
paciente geralmente é capaz de retomar uma vida normal.
A avaliação do prognóstico não é precisa, sendo freqüente os casos de
recuperação melhor ou pior do que o previsto. Além da Escala de Coma de
Glasgow, outros fatores tem sido relacionados a um melhor prognóstico: idade <40
anos, TCE único, duração do estado de coma <2 semanas, amnésia pós-traumática
<2 semanas, ausência de lesões intracerebrais expansivas, ausência de hipertensão
intracraniana, ausência de isquemia ou hipóxia cerebral, ausência de atrofia cerebral
e reabilitação precoce.
Não há dúvida quanto à capacidade de recuperação cerebral após as lesões
sofridas em virtude de traumatismo. Os mecanismos dessa recuperação é que não
são completamente conhecidos. Existem algumas teorias a respeito. Uma vez que o
paciente tem seu quadro clínico e neurológico estabilizado após o TCE, o cérebro
passa a ter condições ‘ideais’ de funcionamento, que independe de modificações
intrínsecas. Os mecanismos através dos quais o cérebro passa a recuperar funções
podem ser, entre outros, os seguintes: áreas não lesadas podem exercer funções de
124
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
áreas lesadas, conexões perdidas podem se restabelecer e pode haver
reorganização dos neurotransmissores. Muito se tem pesquisado sobre este tema e
espera-se que haja cada vez mais recursos a oferecer às pessoas que sofreram
traumatismo cranioencefálico.
A perda da função neurológica após a lesão medular pode ser breve devido à
concussão ou mais duradoura devido à compressão da medula espinhal em
contusão ou hemorragia, bem como pode ser permanente se devido à laceração ou
transecção. Em concussão, o edematoso rápido da medula, com na pressão
intradural pode resultar em vários dias de disfunção grave; seguido por uma melhora
espontânea, mas pode permanecer disfunção residual. A hemorragia usualmente é
confinada à substância cinzenta cervical central (hematomielia). O resultado inclui
sinais de lesão de neurônio motor inferior (fraqueza muscular e atrofia,
fasciculações, (reflexos do tendão) que usualmente são permanentes. A fraqueza
motora é mais proximal que distal e acompanhada por prejuízo seletivo das
sensações de dor e temperatura. A hemorragia subaracnóide, subdural ou extradural
também pode ocorrer. Lacerações ou transecções inevitavelmente deixam
disfunções permanentes.
125
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
temperatura e tato profundo, se dos tratos espinotalâmicos. Hemisecção da medula
resulta em paralisia espástica ipsilateral e perda do senso postural e perda
contralateral das sensações de dor e temperatura (Sd. Brown-Séquard).
Prognóstico
126
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Tratamento
127
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Trauma renal:
Incidência
128
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
adiposo contido no envoltório da fáscia de Gerota. O rim está fixado em apenas dois
pontos, o ureter e o pedículo vascular. Por causa da pequena fixação, o rim pode ser
facilmente luxado por aceleração ou desaceleração súbita. A luxação do rim pode
resultar em laceração do sistema coletor na junção ureteropélvica (JUP) ou
laceração da íntima da artéria renal, resultando em oclusão vascular parcial a
completa. Tais lesões podem ocorrer com desaceleração maior, como em acidentes
frontais com veículos ou quedas de grandes alturas ou ainda por flexão-extensão
acentuada, como em casos de atropelamento. Os pacientes pediátricos são
particularmente propensos a esse mecanismo de lesão. Em geral, todas as lesões
por desaceleração rápida justificam estudos renais por imagens mesmo na ausência
de hematúria.
129
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
(independente do grau de hematúria), surge a suspeita de lesão renal significativa e,
portanto, devem ser feitos exames por imagens. Os pacientes que inicialmente não
são submetidos a imagens renais e que tenham hematúria persistente ou piorada
também devem ser submetidos aos exames imagenológicos. Embora possam
ocorrer lesões do pedículo renal sem hematúria, é provável que se associem a
politraumatismo severo que requeira, de qualquer modo, imagens abdominais. Para
suspeita de lesão renal, a tomografia computadorizada é o melhor estudo para
estadiamento de uma lesão de órgão sólido.
Problemas especiais
Fraturas da bacia
130
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
5) Raios X da bacia.
1) Ressuscitação;
2) Transfusão;
5) Tamponamento externo.
Tópicos especiais
Trauma abdominal penetrante
Como aproximadamente 98% dos ferimentos por arma de fogo que penetram
no abdômen produzem lesão intra-abdominal significativa, todos esses ferimentos
requerem exploração abdominal. O trajeto imprevisível, tombos e efeitos explosivos
dos projéteis aumentam o potencial de ferimento na cavidade abdominal.
Exceto na ocorrência rara de ferimentos tangenciais de baixa velocidade da
parede abdominal, a conduta não-cirúrgica em ferimento abdominal por arma de
fogo é um erro.
Com mísseis de alta velocidade, mesmo ferimentos tangenciais podem
causar lesão intra-abdominal. Ferimentos cortantes têm um potencial de lesão muito
mais baixo que aqueles por arma de fogo, ficando a lesão confinada ao trajeto da
arma.
131
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
A laparotomia de rotina tem resultado em taxa de 65% a 75% de laparotomias
não-terapêuticas para tais lesões; dessa forma, justifica-se a seletividade. Tal
seletividade, contudo, não é apropriada na presença de hipotensão e taquicardia,
evisceração do intestino ou do omento, sinal de Blumberg positivo, eliminação de
sangue pelo reto, hematêmese, hematúria ou ruptura evidente da bexiga à
cistografia, massa abdominal, evidência radiológica de ar livre ou de uma ruptura do
diafragma ou de múltiplos ferimentos cortantes.
Esses pacientes devem ser submetidos à exploração cirúrgica. A presença de
um objeto empalado no ferimento cortante é indicação controversa para laparotomia.
Alguns indicam a remoção de faca empalada no pronto-socorro e usam outros sinais
e testes para determinar a necessidade de laparotomia.
A maioria dos cirurgiões considera isso um erro e acha obrigatória a remoção
durante a laparotomia, a fim de avaliar a lesão de vasos potencialmente tamponados
pela lâmina. Quando nenhuma das condições descritas estiver presente, então
deverá ser realizada a exploração local do ferimento. Se for demonstrada
penetração na fáscia, então o próximo passo deverá ser LPD, laparoscopia ou
laparotomia, na busca de penetração peritoneal.
132
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
lesão abdominal não-percebida.
A LPD pode ser realizada de maneira aberta, semiaberta ou fechada. A
técnica fechada associa-se a uma taxa de morbidade inaceitavelmente alta (até 8%),
incluindo víscera oca perfurada e lesão vascular importante. Isso excede a taxa de
complicações da laparotomia negativa. São vistas taxas de morbidade muito mais
baixas com as outras técnicas de LPD. A lavagem está contra-indicada em pacientes
que requeiram laparotomia imediatamente. Uma contagem de hemácias de
100.000/mm3 é considerada positiva em LPD, enquanto os resultados de 50.000 a
100.000 são considerados equívocos. Uma contagem de leucócitos na lavagem
acima de 500/mm3 ou os achados de fibras alimentares ou vegetais indicam
resultados positivos (a contagem de leucócitos parece não ter valor no período
imediato, com menos de quatro horas após o trauma).
Ultra-sonografia (US)
133
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
orientada por US para descobrir que tipo de líquido seja (sangue, líquido entérico,
bile). Se for descoberto líquido entérico ou bile, será obrigatória a laparotomia. Se for
descoberto sangue e se estimar que a coleção tenha menos de 250 ml, o paciente
poderá ser observado de perto (com US e controle por exame do sangue) em
unidade de alta dependência.
Laparoscopia
9 Pacientes em coma
134
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
estáveis
9 Peritonite
9 Ar extraluminal
9 Lesão do diafragma
135
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Insuficiência Renal Crônica (IRC)
1ª fase
Modesto comprometimento / paciente assintomático
2ª fase
Redução 75% função renal / ⇑ uréia plasmatica/ anemia
3ª fase
Anemia/azotemia intensa (acúmulo de produtos nitrogenados)
4ª fase
Terminal (síndrome urêmica)
FISIOPATOLOGIA (IRC)
Deterioração progressiva, irreversível da função renal, na qual a capacidade
do organismo de manter o equilíbrio metabólico e hidroeletrolítico falha, resultando
em uremia.
136
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
↓ TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR→ ACIDOSE METABÓLICA (pH baixo)
Sinais e sintomas:
¾confusão mental,
¾hipotensão,
¾choque.
137
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
- aumento da secreção de paratormônio (osteodistrofia renal ou doença óssea
urêmica):
Sinais e sintomas: dores ósseas
COMPLICAÇÕES DA IRC
SINTOMAS URÊMICOS (toxinas urêmicas)
- CARDIOVASCULARES: hipertensão, edema com cacifo, atrito pericárdico,
ingurgitamento das veias do pescoço.
- TEGUMENTARES: pele cor cinza-bronze, seca e descamativa, prurido, equimoses,
unhas finas e quebradiças, cabelo fino e áspero, gelo urêmico ou neve urêmica na
pele.
- PULMONARES: crepitações, dispnéia, respiração tipo Kussmaul, odor de amônia.
- GASTROINTESTINAIS: ulcerações na boca, sangramento do TGI, anorexia,
náuseas, vômitos, constipação ou diarréia.
- NEUROLÓGICOS: fraqueza, confusão mental,
desorientação, convulsão.
- MÚSCULOESQUELÉTICOS: cãibras musculares,
perda da força muscular, fraturas ósseas, queda plantar.
- REPRODUTORES: amenorréia, atrofia testicular.
138
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA RENAL
DIÁLISE - “... é um processo onde a composição dos solutos de uma solução A é
alterada pela exposição da solução A a uma segunda solução B, através de uma
membrana semipermeável”
MECANISMOS:
- difusão - movimento molecular aleatório
- ultrafiltração - água impulsionada por força hidrostática ou osmótica (é empurrada
através da membrana)
C.A.P.D.
¾ catéter de Tenchoff
¾ peritônio usado como filtro
¾ 4 trocas diárias (6/6 hs)
COMPLICAÇÕES:
¾ Peritonite;
¾ Desidratação;
¾ obstrução cateter;
¾ tunilite;
¾ constipação/diarréia;
¾ náuseas/vômitos;
¾ ar na cavidade peritoneal;
¾ vazamento do dialisato.
139
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
HEMODIÁLISE
¾ punção, catéter duplo lúmen, fístula artério-venosa (FAV);
¾ sangue é filtrado (em média três vezes p/ semana).
COMPLICAÇÕES:
¾ hipotensão (choque);
¾ sangramento (hemólise).
VANTAGENS DA C.A.P.D.
¾ Maior independência;
¾ Dieta livre;
¾ Não necessita punção;
¾ Maior bem-estar;
¾ Menor estresse corporal;
¾ Controle da pressão sanguínea;
¾ Visita mensal ao centro de diálise.
VANTAGENS DA HEMODIÁLISE
140
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
ORIENTAÇÕES AO PACIENTE:
¾ NÃO USAR ROUPAS APERTADAS NO MEMBRO;
¾ NÃO SE DEITAR SOBRE O MEMBRO DA FAV.
ANATOMIA E FISIOLOGIA
141
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
• Jejuno: parte mediana;
• Íleo: parte inferior;
• Ceco junção entre o intest. delgado e grosso (porção inferior direita do abd),
onde se encontra a válvula íleocecal q/ funciona no controle da passagem
dos conteúdos intestinais no intest. grosso e previne o refluxo de bactérias
p/ o intest. delgado. É nesta área q/ o apêndice vermiforme está localizado;
• Intestino Grosso Ascendente / Transverso / Descendente / cólon sigmóide /
reto;
• Ânus esfíncter anal interno e externo.
O PROCESSO DIGESTIVO
Todas as células do organismo requerem nutrientes. Esses nutrientes
derivam da ingesta alimentar contendo: proteína, gordura, carboidratos, vitaminas e
minerais, assim como fibras de celulose e outras matérias vegetais sem valor
nutricional.
As principais funções digestivas do trato GI são especificamente para fornecer
estas necessidades do corpo:
142
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
• Reduzir as partículas alimentares à forma molecular para a digestão;
• Absorver na corrente sangüínea as pequenas moléculas;
• Eliminar restos alimentares não digeridos e não absorvidos e outros
produtos tóxicos nocivos ao corpo.
143
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
• Das glândulas intestinais (3 litros/ dia secreção das glândulas intestinais): as
secreções consistem em muco, que recobre as cs e protege a mucosa do ataque
do ácido hidroclorídrico, hormônios, eletrólitos e enzimas. Os hormônios,
neurorreguladores e reguladores locais encontrados nessas secreções intestinais
controlam a taxa de secreção intestinal e também influenciam a motilidade GI.
144
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
2. Disfagia: dificuldade de engolir, pode resultar de um problema mecânico
(neoplasia, cirurgia) ou ocorrer secundariamente a um dano neurológico (AVC);
3. Odinofagia: deglutição dolorosa (infecção ou doença);
4. Pirose: sensação de queimação na área médio esternal, causada pelo refluxo
dos conteúdos gástricos para o esôfago;
5. Dispepsia: sensação de desconforto durante o processo digestivo;
dys = mal pepsia = digestão
6. Anorexia: perda de apetite;
7. Náuseas: sensação de desconforto gástrico caracterizada por vontade de
vomitar;
8. Vômitos: expulsão dos conteúdos gástricos, em geral após uma sensação de
náuseas;
9. Câimbras abdominais: contração muscular espasmódica involuntária que causa
desconforto e dor:
10. Distensão abdominal: expansão do abdome notada por observação, percussão
ou palpação (aumento da quantidade de ar ou líquidos ou presença de massa
abdominal);
11. Má absorção: incapacidade de absorver nutrientes secundária a um distúrbio GI;
12. Dor: sensação de desconforto que varia em gravidade;
13. Diarréia: expulsão excessiva de fezes aquosas em grande vol. ou c/ freqüência
⇑.
14. Constipação: freqüência diminuída de evacuação fecal, levando à impactação
intestinal; a consistência das fezes é mais comumente seca e dura, entretanto ela
pode ser mole e formada se estiverem presentes distúrbios de motilidade;
15. Sons intestinais alterados: os sons intestinais ouvidos na ausculta indicam a
passagem de ar e líquidos no trato GI, a faixa de freqüência normal é de
aproximadamente 5 a 25 por minuto; os sons intestinais podem estar diminuídos
ou ausentes após uma cirurgia abdm., ou ser hiperativos ou de som agudo
(borborigmos) como resultado de hipermotilidade do trato GI;
16. Melena: fezes escuras indicando a presença de sangue (sangramento ou
hemorragia);
17. Perda de peso: sintoma comum geral// indicando ingestão inadequada ou má
145
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
absorção.
PROCESSOS FISIOPATOLÓGICOS
ÚLCERA PÉPTICA
146
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Etiologia: degradação da mucosa secundária a infecção, predisposição genética,
uso de tabaco, ingestão de alimentos ou drogas que alteram a mucosa gástrica
(AAS, corticosteróides, cafeína, condimentos), estresse, presença de doenças que
alteram a secreção gástrica (pancreatite, doença de Crohn).
Na maioria das pessoas a inflamação da mucosa gástrica não ocasiona
nenhum sintoma. Após vários anos, 10 a 20% delas irão desenvolver úlcera gástrica
ou duodenal (95% das úlceras duodenais e 70 a 80% das úlceras gástricas são
causadas pela bactéria).
A OMS (Organização Mundial da Saúde) classificou em 1994 o Helicobacter
pylori como um carcinógeno (desencadeador de câncer) da classe I, o mesmo nível
do fumo e dos vírus da hepatite B e C.
Processo Fisiopatológico:
147
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Intervenções de enfermagem:
• Instruir o paciente em relação a ingesta alimentar (evitar alimentos estimulantes
da secreção de ácido gástrico como cafeína, cola, frituras, condimentos, álcool);
• Reduzir o estresse;
• Evitar o tabagismo;
• Explicar as complicações (sangramento, ulceração, perfuração, obstrução).
Manifestações: diarréia (três a cinco vezes ao dia) em geral sem sangue, pode
ocorrer esteatorréia, dor abdominal (semelhante a da apendicite), a dor também
148
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
pode ser do tipo cólica e preceder um movimento intestinal. Além disso pode ocorrer:
fraqueza, mal-estar, alterações nutricionais, perda de peso, febre com leucocitose
(abcesso ou fístula).
Intervenções de enfermagem:
• Administrar medicamentos corticosteróides, antidiarréicos, antiespasmódicos;
• Terapia dietética (restrição alimentar, nutrição parenteral);
• Suplementação vitamínica (Vit. B12, ácido fólico);
• Observar condições hídricas e nutricionais;
• Controlar a freqüência, volume, aspecto e consistência das fezes;
• Orientar paciente;
• Controle de peso
Tratamento:
• Alimentação parenteral durante a exacerbação;
• Inibição do processo inflamatório (corticosteróides); antimicrobiano (Flagyl),
agentes antidiarréicos.
• Tratamento cirúrgico para as complicações como obstrução, fístulas, fissuras
perianais, abcessos, hemorragia, perfuração (colectomia parcial, ressecção
intestinal).
PANCREATITE
149
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
permitindo que as enzimas pancreáticas saiam para os tecidos pancreáticos. As
enzimas atuam então nos tecidos pancreáticos do mesmo modo que fazem nos
alimentos a serem digeridos, resultando em autodigestão (processo fisiopatológico
marcante na pancreatite). A autodigestão causa edema, hemorragia e
possivelmente necrose nos casos agudos. A autodigestão pode ser tão grave às
vezes que as enzimas pancreáticas passam para o peritônio e afetam a excursão
diafragmática, causando a síndrome do sofrimento respiratório no adulto (SARA). Os
cistos pancreáticos contendo sucos pancreáticos e sangue podem se formar no ou
ao redor do pâncreas.
Intervenções de enfermagem:
• Repouso pancreático: jejum absoluto (evitar a autodigestão) e repouso no leito;
• Reposição de volume parenteral;
• Tratar a hiperglicemia caso ocorra;
• Monitorar sinais vitais (hipotensão, taquicardia, taquipnéia).
150
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
AFECÇÕES HEPÁTICAS
Processo Fisiopatológico:
151
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
e alterações neuromusculares;
9. Icterícia: amarelamento da pele, branco dos olhos e membranas mucosas;
ocorre quando o valor total de bilirrubina sobe acima de 2,5 mg/dL. Os tipos
incluem:
• Icterícia hepatocelular: se desenvolve qdo o fígado é incapaz de metabolizar a
bilirrubina; isto resulta em níveis excessivos de bilirrubina circulante;
• Icterícia obstrutiva: se desenvolvem qdo os canais e dutos biliares hepáticos
ficam obstruídos e há um bloqueio do processo normal de excreção da bile e
bilirrubina (obstrução por cálculo ou tumor);
• Icterícia hemolítica: ocorre como resultado de degradação excessiva de
hemácias.
CIRROSE HEPÁTICA
Definição: doença inflamatória crônica irreversível, caracterizada por intensa
degeneração e destruição dos hepatócitos, resultando em um padrão lobular
desorganizado de regeneração.
Etiologia da Cirrose Hepática:
• Reações hepáticas tóxicas ao álcool (cirrose de Laennec);
• Como resultado de hepatite viral aguda ou hepatite química (cirrose pós-
necrótica);
• Como resultado de inflamação e destruição do duto biliar intrahepático (cirrose
biliar primária);
• Como resultado de obstrução do duto biliar comum (cirrose biliar secundária);
• Como resultado de uma grave insuficiência cardíaca congestiva do lado direito
(cirrose cardíaca).
152
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Processo Fisiopatológico da Cirrose Cardíaca : O fígado está aumentado, de cor
escura e congestionado de sangue venoso que o coração não é capaz de bombear
para a circulação. A congestão faz com q/ o fígado torne-se anóxico, o q/ resulta em
necrose e fibrose. Pode evoluir para insuficiência renal como resultado da síndrome
hepatorrenal (complicação da cirrose).
Manifestações:
Cirrose de Laennec: diminuição de absorção de Vit. K (anomalias de sangramento),
depleção dos estoques de glicogênio (hipoglicemia), diminuição de albumina sérica
com aumento da pressão hidrostática (edema e ascite), diminuição do metabolismo
de bilirrubina (hiperbilirrubinemia e icterícia), hipertensão porta (obstrução da
circulação porta), varizes esofagianas (hipertensão porta), encefalopatia, leucopenia
(aumento de infecções), distúrbios hematológicos (trombocitopenia, anemia,
esplenomegalia e coagulação intravascular disseminada), elevação do hormônio
antidiurético (ADH) no soro e urina dos pacientes cirróticos com ascite (pode resultar
em hiponatremia por retenção de água).
Complicações:
• Varizes esofagianas: as varizes esofagianas estão aumentadas e veias
tortuosas situadas no esôfago inferior. Esta condição está associada à cirrose
hepática e/ou ao câncer hepático. A causa das varizes esofagianas é a
hipertensão porta (pressão elevada dentro do sistema venoso porta causada por
aumento da resistência ou obstrução do fluxo sanguíneo / o aumento da pressão
na veia porta causa a formação de veias colaterais entre as veias porta e
sistêmica, onde a pressão é menor, possibilitando q/ o sangue contorne as áreas
obstruídas; as veias colaterais surgem no esôfago, abdome e reto, causando
varizes, ascite e hemorróidas)
• hiponatremia e retenção de água
• coagulopatias
• encefalopatia hepática
153
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Intervenções de enfermagem:
• Avaliar sinais de sangramento (evitar situações q/ provoquem sangramento);
• Monitorizar sinais vitais (congestão pulmonar, ICC, encefalopatia);
• Monitorizar exames laboratoriais (plaquetas, tempo de protrombina, enzimas
hepáticas);
• Monitorizar ingestas / excretas;
• Peso diário;
• Circunferência abdominal;
• Avaliar desequilíbrio hidroeletrolítico;
• Avaliar integridade da pele (edema, prurido);
• Manter cabeceira elevada (30o ou Fowler);
• Observar sinais de encefalopatia ( letargia, confusão mental, mudanças na
personalidade, alterações motoras, depressão, irritabilidade);
• Educação à saúde: dieta hipogordurosa, hipossódica, evitar ingesta de bebidas
alcoólicas, repouso adequado, sangramento, ascite, dispnéia, aumento ou
diminuição de peso, etc.;
• Orientação à família quanto ao prognóstico.
Tratamento:
• Correção das deficiências nutritivas;
• Tratamento da retenção hídrica (repouso, medicamentos diuréticos, paracentese
abdominal, adm. de albumina. para manter a pressão osmótica)
154
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Regulamento técnico para a nutrição enteral
• Responsabilidade do Enfermeiro:
Vias de acesso
155
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
considerando as condições clinicas do paciente. As sondas, introduzidas em geral
por via nasal, podem ser posicionadas no estômago, duodeno ou jejuno. Para
alimentação por longo prazo (mais de 6 semanas) ou em caso de alteração
mecânica do trato digestivo alto, indica-se a realização de uma estomia
(gastrostomia ou jejunostomia).
Sondagem nasoenteral
Descrição da técnica
Material:
156
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Procedimentos:
1) Lavar as mãos;
5) Calçar luvas;
6) Medir a distância do lóbulo da orelha até a ponta do nariz e deste até o apêndice
xifóide. Para o posicionamento intestinal, acrescentar, conforme a compleição
do paciente, de 15 a 25 cm e marcar;
157
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
¾ Para localização em duodeno ou jejuno, fixar a sonda mantendo uma alça
de mais ou menos 10 cm para permitir a migração da extremidade distal
da sonda; recomenda-se administrar medicação antiemética, conforme
prescrição médica, solicitando que o paciente permaneça em decúbito
lateral direito durante duas a três horas, para favorecer essa migração.
20) Anotar.
Observações:
158
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
de lavada com água e sabão, utilizando uma seringa para lavagem interna.
Verificar a integridade, desprezando a sonda caso apresente sinais como rigidez,
rachaduras, furos ou secreções aderidas.
1) Fixar a sonda com adesivo não alergênico após ter desengordurado a pele na
testa, bochecha ou nariz sem tracionar a asa do nariz (fazer alça frouxa para
prevenir tensão e deslocamento). Essa fixação deve ser trocada quando
necessário, modificando a posição da alça da sonda e da fixação em caso de
irritação ou lesão cutânea.
2) Realizar higiene das narinas com cotonetes embebidos de água, soro fisiológico
ou loção de ácidos graxos essenciais (AGE).
159
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Administração da NE
Sistema de administração
- Cada frasco deve ser administrado em 60 a 90 minutos, utilizando o equipo próprio,
de cor azul, trocado a cada 24 horas e fornecido diariamente pela DND.
Instalação
160
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
3) Lavar as mãos.
161
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Monitoração da TNE
162
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
A monitoração da NE inclui ainda:
4) Os sinais vitais;
6) Observação de:
163
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
- Distensão abdominal, empachamento, cólicas: diminuir o gotejamento da NE;
comunicar a nutricionista para adequar a fórmula;
- Sinais de sede, fome e anorexia, que podem indicar oferta de calórica e hídrica
inadequada.
• Responsabilidade do Enfermeiro
164
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
princípios de assepsia;
- Assegurar a infusão do volume prescrito, através do controle rigoroso do
gotejamento, de preferência com uso de bomba de infusão;
- Detectar, registrar e comunicar à Equipe Multiprofissional de Terapia Parenteral e
ao médico responsável pelo paciente as intercorrencias de qualquer ordem técnica
e/ou administrativa;
- Garantir o registro claro e preciso de informações relacionadas à administração e à
evolução do paciente, quanto ao: peso, sinais vitais, balanço hídrico, glicosuria e
glicemia, entre outros;
- Efetuar e/ou supervisionar a troca do curativo do catéter venoso, com base em
procedimentos preestabelecidos;
- Participar e promover atividades de treinamento operacional e de educação
continuada, garantindo a atualização de seus colaboradores;
- Elaborar, padronizar procedimentos de enfermagem relacionados a TN;
- Zelar pelo perfeito funcionamento das bombas de infusão;
- Assegurar que qualquer outra droga e /ou nutriente prescritos, não sejam
infundidos na mesma via de administração da Nutrição Parenteral, sem a
autorização formal da Equipe Multiprofissional de Terapia Parenteral.
Fórmulas Parenterais
165
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Nutrição Parenteral Periférica
Acesso venoso na NP
Cateteres centrais
166
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
- Utilização de luvas, aventais e campos estéreis;
Manutenção do cateter
167
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
5) Realizar rodízio de braços nas trocas dos acessos;
6) Observar a osmolaridade da solução, caso seja maior que 800 miliosmóis / litro,
há necessidade de infusão em via central.
Administração da NP
4) O equipo deve ser trocado a cada bolsa, o tempo máximo de uso sendo de 24
horas;
168
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
¾ A bolsa não deve permanecer em infusão por mais de 24 horas; após este
prazo, o risco de crescimento bacteriano e fúngico aumenta consideravelmente;
Monitorização do paciente
169
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Complicações da nutrição parenteral
Complicações do cateter
3) Realizar glicemia capilar a cada 6 horas nas primeiras 48 horas, espaçando este
controle para 12 horas em caso de estabilidade, ou conforme prescrição;
170
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
7) Observar sonolência, agitação, cianose, dispnéia;
171
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.