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construo da figura pblica e de uma embalagem artstica, e com essa a figura e marca do prprio artista. O mrito de se ter imposto e ganho notoriedade fora dos circuitos institudos de consagrao (pese ainda o Prmio EDP/Novos Artistas em 2000), com uma aguda conscincia pessoal e profissional do que pretendia fazer e de como o fazer, esbateu-se na lgica perversa de, hoje, Joana Vasconcelos, prisioneira da sua prpria imagem, produzir o que o pblico espera de uma Joana Vasconcelos. Joana Vasconcelos foi, , um dos rostos, o nico de um artista, da malfadadamente famosa campanha promocional de Portugal Europes West Coast Nada de mas certo. Ela combina a possibilidade de difuso internacional com o typical, very typical. E mais: essa campanha do Ministrio da Economia visa promover uma marca Portugal e marca expresso que j entrou tanto nos discursos, no que inclusive toca arte e cultura, que o ministro da Cultura, Jos Antnio Pinto Ribeiro, j se viu mesmo forado a negar ter falado em marca (Fernando) Pessoa. Por via dos gostos e aco o ministro da Economia e Inovao, Manuel Pinho, a cultura, ou mais exactamente a arte, passaram a ser entendidas tambm como referentes de marca e objecto de estratgia promocional e foroso reconhecer que nenhum outro artista se afigura inscrevvel em tal lgica como Joana Vasconcelos. A possibilidade de, contra as regras institudas que supem uma mediao - nomeao de um comissrio primeiro, que num segundo momento escolhe um artista como representante do pas Joana Vasconcelos vir a ser directamente escolhida pela Direo-Geral das Artes como artista portuguesa na prxima Bienal de Veneza no pois assim uma simples questo de rumor se non vero, ben trovato, ou seja uma hiptese admissvel, a hiptese de oficializao de uma situao na prtica j existente, de ornamento e ostentao assimilveis na, e por a, esfera oficial. No questo de gosto mas de poder.