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1ª Horário
Competência (continuação)
Foro Privilegiado
Competência Funcional
Competência Absoluta
Competência Relativa
Conexão
Continência
Foro Prevalente
2º Horário
Competência (continuação)
1º HORÁRIO
Obs.: – Extensão temporal do foro privilegiado: o at.84 do CPP foi alterado pela lei 10.628/2002,
conferindo foro privilegiado para as ações de improbidade e ainda nos crime comuns, estendendo
o privilégio no tempo, para aquelas infrações praticadas durante o exercício funcional. Os §1 e §2
do art. 84 do CPP foram declarados inconstitucionais e atualmente encerrados o cargo ou
mandato, encerra-se o privilegio. E as ações de improbidade não gozam do mesmo em nenhum
momento, salvo se o réu for Ministro do STF.
Competência Funcional
Conceito
É aquela que se estabelece por divisão de tarefa. Ela está tripartida em:
1. Objeto do Juízo
2. Fases do Processo
3. Graus de Jurisdição
1. Objeto do juízo: é a
possibilidade do nosso
legislador estabelecer no
mesmo processo atribuições distintas a órgãos diversos na apreciação da causa como ocorre no
Júri, onde jurados julgam os fatos e o juiz – presidente aprecia o direito. Divisão de tarefas.
Segundo o entendimento do STJ, no âmbito das execuções penais, o juiz de execuções penais
estadual é responsável por todos os presos que estão no estabelecimento prisional estadual,
pouco importa se o preso foi julgado pela justiça federal ou militar.
3. Graus de Jurisdição: quando acionamos o sistema recursal. Também existe nas hipóteses de
ações originárias (aquelas deflagradas perante os tribunais: HC, MS, Revisão Criminal.
A competência absoluta é fixada em prol do interesse público, não admite violação, sob pena de
nulidade. Já a competência relativa é fixada em favor das partes, e havendo violação, argüição só
é possível até a defesa prévia (art. 396-A), sob pena de preclusão, ou seja, se não houver
argüição vai ocorrer prorrogação da competência.
Prorrogação da competência: é a possibilidade de juiz que não era competente passar a ser,
porque não foi afastado oportunamente, só pode ocorrer na competência relativa.
Deve-se fazer uma leitura crítica da súmula 33 do STJ: a incompetência relativa pode ser
conhecida “ex-offício” pelo juiz até a defesa preliminar (art. 396-A).
Conexão e Continência
São institutos que permitem reunir em um só processo infrações ou infratores que poderiam ser
julgados separadamente. Se ganha celeridade e evitam-se decisões contraditórias. Esses
institutos são critérios de modificação da competência, pois vão reunir, perante um só juiz, crime
ou criminosos que poderiam ser julgados perante juizes diferentes.
Conexão
Interligação entre duas ou mais infrações. Só existe conexão se ocorrer pelo menos duas
infrações que se interligam. Não existe conexão em crime isolado. Pode ser:
1. Intersubjetiva:
dois ou mais
crimes praticados por duas ou mais pessoas. Está é tripartida em:
Obs.: Rixa é crime único, não serve como exemplo de conexão intersubjetiva por reciprocidade.
2. Lógica / Teológica/ Finalista: conexão por aproveitamento. Um crime é praticado para obter
vantagem, ou obter impunidade, ou ocultar outro crime.
3. Probatória / Instrumental: nela a prova da existência de um crime é fundamental para
demonstrar a existência de outra infração. Ex.: Lei 9.613/98 (lavagem de dinheiro). O crime
de lavagem de dinheiro nasce conexo com aquele que deu origem ao dinheiro é ilícito.
- Continência por cumulação subjetiva: um crime praticado por duas ou mais pessoas.
- Continência cumulação objetiva (art. 70, 73, 74 do CP): em razão de uma conduta duas ou
mais infrações foram praticadas (concurso formal).
Foro Prevalente
É aquele que chama para si a responsabilidade de julgar todos os crimes ou todos os criminosos
nas hipóteses de conexão e de continência.
Regras:
Obs. A regra em estudo não é aplicada a Justiça Militar, pois está só julga crimes militares (não se
mistura).
Obs. Súmula 122 do STJ, se o crime federal é conexo com um crime estadual prevalece à
competência da justiça federal para julgar.
2º HORÁRIO
Obs.: Por esta regra, pessoas comuns que praticam crime em conjunto com autoridades, serão
atraídas ao respectivo Tribunal. E segundo o STF, a súmula 704, não viola nenhum princípio
constitucional. Ex.: Deputado Federal e seu secretário praticam crime, ambos serão julgados pelo
STF.
Obs.: A luz do art. 60 da lei 9.099/95, se a infração conexa é de menor potencial ofensivo, ela vai
a júri, assegurando-se composição civil e transação penal.
Obs.: Na Justiça Especial separa sempre (tribunal do júri não julga crime eleitoral, mesmo que
conexo).
Separação de processo
Perpetuação da Jurisdição
O juiz prevalente mesmo que absolva o réu, pelo crime que o tornou prevalente, ou desclassifique
a infração, ainda assim continuará competente para julgar os conexos.
Obs.: Surgimento de nova vara: a inauguração de uma nova vara na comarca não implica em
remessa dos processos que tramitavam perante outros órgãos jurisdicionais, pois, neste caso
operou-se a perpetuação da jurisdição.
Prisões
1. Considerações
Prisão sem pena / Cautelar / Prisão Processual: é aquela que tem cabimento antes de
transitado em julgado. Podem ser:
- Flagrante;
- Preventiva;
- Temporária;
- Revogadas com a reforma processual: prisão decorrente de pronuncia, prisão decorrente
de sentença condenatória recorrível.
Prisão em Flagrante
Conceito puro: é a medida cautelar que tem cabimento como ferramenta de autopreservação
social, viabilizando o encarceramento daquele que é surpreendido delinqüindo, constatando-se de
pronto o fumus conissi delicti (indícios de autoria e de materialidade) e também periculum libertatis
(perigo da liberdade daquele individuo). Modalidades:
b) Impróprio / Quase flagrante: o agente é perseguido logo após ter praticado o delito.
Obs.: O conceito de perseguição nos é dado pelo art. 250 e 290 do CPP, e ela se caracteriza
quando a polícia vai ao encalce de alguém por informações próprias ou de terceiros.
Obs.: Prazo da perseguição: não há prazo, vai durar enquanto houver necessidade, mas não é
admitido que seja interrompida (solução de continuidade).
c) Presumido: o agente é encontrado logo depois de ter praticado o delito com objetos, armas
ou papéis que levem a crer ser ele o infrator. A expressão logo depois comporta um lapso de
tempo maior que a expressão logo após (flagrante impróprio).
O art. 302 do CPP trata das espécies de prisão em flagrante, trabalha com as três hipóteses de
flagrante ordinário. Existem duas outras formas:
Flagrante Facultativo
É aquele inerente a qualquer pessoa, é uma atitude discricionária, qualquer pessoa pode efetuar.
Flagrante esperado
Idealizado doutrinariamente, ele justifica a atividade da polícia que se antecipa ao crime, fazendo
campana (tocaia) e realiza a prisão assim que os atos executórios se iniciam. Quando a prisão se
realiza o flagrante esperado converte-se em verdadeiro flagrante próprio.
Flagrante forjado7
É aquele realizado para incriminar a pessoa que é inocente. Ele caracteriza modalidade de prisão
ilegal e o agente forjado incorre em denunciação caluniosa (art.339 do CP), e se sendo
funcionário público também em abuso de autoridade.