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1º Horário
Procedimento Comum Ordinário (continuação)
Seqüencia de atos
2º Horário
Princípio da Correlação
Tribunal do Júri: Considerações; Princípios; Características
1º HORÁRIO
- Ambiente Reservado → a vítima ficará em ambiente reservado para que não tenha contato
com o réu e com as pessoas vinculadas a ele.
- Temor justificado → havendo temor justificado da vítima quanto à presença do réu, cabe ao
juiz determinar que este acompanhe o julgamento por vídeo-conferência. Não havendo
aparato tecnológico, o réu é retirado da sala e o ato será acompanhado pelo seu advogado.
Obs.: não se pode usar a vídeo-conferência para fazer interrogatório do réu. O STF declarou
inconstitucional o interrogatório por vídeo-conferência.
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2. Oitiva das testemunhas
Primeiro serão ouvidas as testemunhas de acusação e depois as da defesa. A acusação pode
arrolar até oito testemunhas, e a defesa também. Serão oito testemunhas para cada réu e para
cada crime.
Observações
- O sistema presidencialista foi abandonado e passamos adotar o sistema de interpelação direta
(direct examination), sendo que, após as perguntas do juiz, as partes farão as suas e, ao final,
o magistrado ainda poderá realizar alguma pergunta complementares.
3. Interpelações
De peritos (que agora poderão ser ouvidos em audiência); assistente técnico (perito de confiança
da parte que elabora parecer técnico); acareações, reconhecimento de pessoas ou coisas.
Debates Orais
Primeiramente fala a acusação que terá 20 minutos prorrogáveis por + 10. Obs.: assistente de
acusação tem 10 minutos improrrogáveis. A defesa terá igualmente 20 minutos + 10 minutos (terá
30 minutos se o MP + assistente falar).
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2º HORÁRIO
PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO
Conceito: por esse princípio, cabe ao juiz, no momento em que vai proferir sentença
condenatória, elaborá-la como reflexo da inicial acusatória, já que ele não pode julgar extra, citra
ou ultra petita.
1. Emendatio Libelli
Por esse instituto, cabe ao juiz, no momento da sentença, corrigir os equívocos de
enquadramento típicos existentes na inicial acusatória, aplicando aos fatos narrados e provados, o
artigo de lei adequado, afinal é o juiz que conhece o direito.
Conseqüências processuais:
- ex officio “sem nenhuma formalidade pretérita”;
- cabida nos crimes de ação pública ou privada;
- pode ser aplicada na fase recursal, salvo se imprimir refomatio in pejus (só a defesa recorre);
- se o juiz, ao aplicar a ementatio, verificar que é incompetente, remeterá para juiz competente;
- ao se aplicar a ementatio e se verificar que o crime tem pena mínima até um ano, cabe ao MP
oferecer a suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei 9.099/95).
2. Mutatio Libelli:
É o instituto que permite ao juiz oportunizar ao titular da ação o devido enquadramento da
imputação (fatos) atribuída ao réu, já que a instrução revela que o que realmente ocorreu é
distinto daquilo que foi narrado na denúncia.
Procedimento da Mutatio:
Juiz → abre vista ao MP para que esse faça Aditamento da Denúncia em 5 dias, podendo arrolar
até 3 testemunhas → abre vista para a Defesa se manifestar em 5 dias e indicar até 3
testemunhas. Cabe ao Juiz retomar a audiência para: oitiva das testemunhas; interrogatório,
debates orais e sentença.
Conclusões processuais:
- recusa ao aditamento pelo MP → art. 28 do CPP;
- só cabe nos crimes de ação pública e ação privada subsidiaria da pública;
- não cabe na fase recursal, pois ocorreria supressão de instâncias;
- se houve o aditamento, o juiz está adstrito a ele, de sorte que não é mais possível a imputação
alternativa, que era a possibilidade de o juiz também condenar por fato que anteriormente
tinha sido narrado na denúncia;
- se houve a mutatio e o juiz percebeu que é incompetente, os autos serão remetidos ao juízo
competente;
- se foi aplicado a mutatio e o crime tiver pena mínima menor de 1 ano, terá cabimento a
suspensão condicional do processo.
JÚRI
1. Considerações
A base estrutural do júri é constitucional; está positivado no art. 5º, XXXVII, da CR. Segundo Nucci
o júri não é só um direito, mas também uma garantia fundamental. O júri está no patamar de
cláusula pétrea, portanto não pode ser suprimido do ordenamento nem mesmo por emenda.
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2. Princípios
- Princípio da plenitude de defesa, que é a possibilidade de se utilizar de argumentos técnicos e
extrajurídicos (argumentos sentimentais, econômicos etc.).
- Princípio do sigilo das votações: ele é reconhecido como a utilização da sala secreta na
expectativa de que não se saiba o teor da votação de cada jurado (com a reforma não é mais
possível a unanimidade na votação, preservando-se, assim, o teor da deliberação do corpo de
jurados).
- Princípio da soberania dos veredictos. Obs.: é possível que a soberania dos veredictos seja
flexibilizada no âmbito da ação de revisão criminal, a partir da qual o tribunal pode de pronto
absolver réu injustamente condenado pelo júri.
- Princípio da competência mínima para crimes dolosos contra vida: o legislador ordinário pode
ampliar a competência do júri; ele não pode é reduzir. O júri julga os crimes dolosos contra a
vida e todos que sejam conexos.
3. Características
a) Composição → o tribunal do Júri é composto por um juiz-presidente e 25 jurados, portanto é
um órgão heterogêneo na sua composição.
- Decisões subjetivamente simples são aquelas proferidas por órgão monocrático (juiz
singular).
- Decisão subjetivamente plúrima é aquela proferida por órgão colegiado homogêneo
(decisão do pleno).
- Decisão subjetivamente complexa é aquela proferida por um órgão colegiado heterogêneo
(júri).
b) órgão Horizontal → não existe subordinação entre jurados e juiz-presidente, cada um tem sua
função.
c) Temporariedade → funciona por alguns períodos determinados do ano, determinados pela lei
de Organização Judiciária, chamado período de reunião do júri. Sessão do júri é o dia do
trabalho do tribunal do júri.
d) voto por maioria → o tribunal do júri vota por maioria, mas está vedada a unanimidade: quatro
votos são suficientes.