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“ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa total com
pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da
legislatura”.
Sujeito ativo é o funcionário público que tem competência ou atribuição para ordenar,
autorizar ou executar qualquer ato administrativo que importe em aumento de despesa
com pessoal. O Presidente da República, Governador de Estado, Prefeito Municipal,
Ministro de Estado, Secretário de Estado ou de Município, Chefe de Poder, Judiciário e
Legislativo, do Ministério Público, da União e dos Estados, Presidente de Tribunal de
Contas, de empresa pública, de autarquia, enfim, todo aquele agente público que tenha o
poder de ordenar, autorizar e executar ato que aumente a despesa com pessoal.
146.2 TIPICIDADE
As condutas dizem respeito à prática de qualquer ato administrativo que tenha como
conseqüência o aumento de despesa relativa a pessoal, ou seja, que acarrete o aumento do
valor total dos gastos realizados pelo ente público com seu pessoal.
“entende-se como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente da
Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos
eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros do Poder,
com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens,
fixas ou variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões,
inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de
qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo
ente às entidades de previdência”.
O tipo contém um elemento temporal: nos cento e oitenta dias anteriores ao final
do mandato ou legislatura. É nesse período de seis meses, portanto, que incide a norma
proibitiva. Durante esse tempo, o agente não poderá praticar qualquer ato que dê causa ao
aumento da despesa total com pessoal.
Não pode o agente praticar ato que importe em aumento da despesa total, de modo
que poderá nomear funcionário, conceder gratificação ou reajustar vencimentos, desde
que, em contrapartida, promova cortes de despesas de pessoal de maneira que não haja o
aumento de seu valor total. Não há, portanto, vedação da prática de atos que importem em
aumento de despesa, desde que não haja aumento de seu valor global.
Exige-se o dolo, que abrange a consciência de que, com o ato, exsurgirá o aumento
total da despesa com pessoal e a vontade livre de ordená-lo, autorizá-lo ou executá-lo, sem
qualquer outro fim especial. Se o agente não tem conhecimento de que, com a conduta,
provocará o aumento, será reconhecido o erro de tipo, excludente do dolo e da tipicidade.