O Popular - Organização Jaime Câmara 12/03/09 12:39

Goiânia, 2 de abril de 2006

I NICIAL
Apoio, mas com critério Sebastião Nogueira

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NOTÍCIAS
Pessoas ligadas à área cultural
dizem que qualidade deve ser o
critério para o apoio a projetos da área
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Opinião Edson Wander
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Política
Economia
Mas mesmo sendo um crítico ácido das leis O produtor teatral Marcus Fidelis:
Mundo de incentivo, o economista e músico Lucas há falta de planejamento
Esporte Faria concorda com a tese de que boa parte estratégico na área cultural
Magazine
da classe artística cai no comodismo viciado no dinheiro público. Ele acha
que esse comodismo não pode ser combatido com “voluntarismos
COLUNAS ingênuos” e sim no campo político. “Na reunião de lançamento da [lei]
Giro
Direito e Justiça
Goyazes, fui o único a contestar e saí de lá sendo olhado de lado, hoje
Coluna social todo mundo vê que a lei não atende à classe artística como deveria.”
Memorandum
Crônicas e
outras histórias O produtor teatral Marcus Fidelis vai na mesma toada e diz que os artistas
goianos precisam parar com o “imediatismo” e o “paroquialismo” no trato
SERVIÇOS com a questão cultural. Para Fidelis, não há planejamento estratégico na
E-mail área cultural “em nenhuma das esferas de governo em Goiás [Estado e
Cartas dos leitores capital]”. Marcus Fidelis argumenta que “há que se diferenciar” as propostas
Assinatura
Acontece
artísticas de cada um. “Uma proposta artística que segue a lógica de
Tempo hoje mercado, sem ousar em nada, não vejo sentido em ter apoio oficial,
Indicadores diferente do não-usual, do que busca outras perspectivas artísticas”, teoriza
Na telinha
Cinema .
Horóscopo
Guia do Assinante Critérios
Central
do Assinante Em Goiás ou qualquer parte do Brasil, estabelecer os critérios que definem
que projetos merecem receber as benesses do poder público como
CHARGE incentivo à produção cultural não é tarefa de consenso fácil. Para a gerente
de patrocínios da Petrobras Eliane Costa, o maior desafio está no
estabelecimento da transparência das escolhas.
ESPECIAIS
Mestre Rosa
Agenda de Negócios “Desde 2001, passamos a fazer uma NÚMEROS
Agenda Goiânia seleção pública através de editais e por um Confira os projetos
Rally do Batom
Goianão 2006
conselho com integrantes da empresa [4], aprovados pelas leis de
Retrospectiva 2005 do Ministério da Cultura [1], da incentivo no Estado em 2005
Prêmio Propaganda subsecretaria de Comunicação da
Agenda Goiás
Presidência de República [1] e três Lei Municipal de Incentivo
pareceristas de notório saber. Reclamações à Cultura:
de artistas e produtores sempre existem, ¤ 46 projetos aprovados na
mas quando você estabelece critérios primeira etapa, com recursos
claros desde a inscrição você diminui de R$ 862.782
bastante as chances de contestação, é o
que temos observado no programa cultural
¤44 projetos aprovados na
da Petrobrás”, afirmou Eliane.
segunda etapa, com recursos
de R$ 838.390
O programa da Petrobras, o maior do País,
vai destinar este ano R$ 62 milhões à
¤100% dos projetos
cultura (4% do faturamento da empresa).
conseguiram captar
Dessa verba, 75% é destinado à seleção
patrocínios
pública de projetos em diversas áreas,
distribuídas em duas linhas: Preservação e
¤ Em 2006 (1ª etapa), a
Memória e Produção e Difusão. Os 25%
Secult recebeu 144
restantes são destinados a projetos de
inscrições de projetos com
Escolha Direta do Conselho Petrobras
56 aprovados com previsão

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56 aprovados com previsão

Cultural, ou seja, de interesse da empresa.
de recursos de R$ 1,3 milhão
Comissões
Fonte: Secult Lei Goyazes:
Em Goiás, tanto a prefeitura quanto o
¤ Projetos protocolados: 336
governo do Estado contam com comissões
¤ Projetos aprovados: 171
e conselhos que fazem a seleção dos
¤ Projetos beneficiados
projetos inscritos nas respectivas leis. Na
(captados): 55
prefeitura, o órgão responsável pela análise
¤ Valor captado: R$ 5,3
e aprovação de projetos é a Comissão de
milhões (valor aproximado)
Projetos Culturais (CPC), formada por dez
¤ Em 2006 (março), a Lei
integrantes, sendo três da Secult, dois da
Goyazes teve 49 projetos
Secretaria de Finanças e outros cinco
inscritos, dos quais sete
indicados por entidades representantes dos
foram aprovados.
segmentos culturais da capital.
Fonte: Agepel
O presidente da comissão, Doracino Naves
(também diretor de Ação Cultural da
Sites
Secult), diz que o critério é o da “qualidade
¤ Lei Rouanet
e do impacto e dos desdobramentos” que o
(http://www.minc.gov.br/)
projeto possa ter. Segundo ele, “como
¤ Lei Goyazes
sempre tem reclamações”, a CPC reserva
(http://www.agepel.go.gov.br/)
10% do total de vagas dos projetos
¤ Lei Municipal de Incentivo à
aprovados para corrigir eventuais
Cultura de Goiânia
“injustiças” que os reclamantes podem
(http://www.goiania.gov.br/)
buscar junto ao Conselho Municipal de
Cultura, cujo presidente é o próprio secretário municipal, Kleber Adorno.

O Conselho Estadual de Cultura é formado por 12 integrantes, sendo seis

nomeados pelo governo e outros seis indicados pelas entidades culturais do
Estado. São seis as áreas representadas: literatura, música, audiovisual,
artes, teatro e memória e patrimônio. Luiz Fernando Valladares Borges,
presidente do Conselho, diz que o órgão se reúne semanalmente em
plenária e Câmaras Técnicas para apreciar os projetos inscritos na Lei
Goyazes.

Sobre a choradeira da classe, Valadares rebate com o índice de projetos

aprovados. “Se você considerar que avalizamos só 35,33% dos projetos
inscritos, na média, a grita não é tão grande porque as pessoas estão
percebendo que estamos tentando impessoalizar a apreciação dos
projetos.”

Segundo Borges, a crítica mais freqüente é com relação à rotatividade do

grupo que compõe o conselho, argumento que se esvazia, segundo ele,
com o fato de que há uma renovação de dois dos integrantes a cada dois
anos. “Neste fim de governo por exemplo, chegaremos a dez novos
conselheiros. Então não tem essa de perpetuação. Quem reclama, reclama
em nome próprio e não em nome de um segmento”, afirma.

¤ LEIA MAIS:

ENTREVISTA / Yacoff Sarkovas

‘Lei de incentivo é sistema perdulário e injusto’

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