Anos 80 e seguintes: aumento

do cepticismo face ao Estado

ECONOMIA POLÍTICA „ B) À medida que os Governos tomam em consideração situações

específicas dos agentes económicos e os tratam de forma diferenciada (por
ex. concedendo benefícios) aumenta o número de agentes que procura
favorecimentos especiais.
‡ Teoria da procura de rendas - “rent seeking” (Tullock, 1967)
Mestrado em Economia, Mercados
e Políticas Públicas ‡ Grupos de interesse (Olson, 1982)

Universidade do Minho 1 Universidade do Minho 2

Anos 80 e seguintes: aumento Anos 80 e seguintes: aumento

do cepticismo face ao Estado
„ C) O governo tem menos informação sobre a eficácia da utilização dos
recursos públicos do que a administração que supostamente controla =>
desperdício.
‡ Teoria da burocracia (Niskanen, 1971)
„ D) Aumento da economia informal
‡ É economia informal na medida em que as pessoas nela envolvidas procuram
esconder do Estado as actividades que desenvolvem fazendo com que as
mesmas não surjam nas estatísticas oficias.
‡ Os impostos e a regulamentação estatal influenciam a escolha entre conduzir
uma actividade na economia regular ou conduzi-la na economia paralela.
Universidade do Minho
do cepticismo face ao Estado
„ D) Aumento da economia informal
‡ A economia informal afecta negativamente a eficiência económica:
„ Aumenta as distorções na economia. O bem-estar diminui na medida que
aumenta o risco envolvido na actividade.
„ O Estado perde os impostos e as receitas das licenças que poderia cobrar.
„ Na medida em que a dimensão da economia informal é difícil de
determinar, os responsáveis pela política económica podem tomar
decisões erradas baseados nas estatísticas da economia formal.
„ As pessoas envolvidas na economia paralela estão a infringir a lei ou
regulamentações, caso sejam bem sucedidas podem ser tentadas a violar
outras.
3 Universidade do Minho 4

Mestrado em Economia, Mercados e Políticas

Públicas - Universidade do Minho
 Dimensão da Economia Anos 80 e seguintes: aumento
Informal nos países da OCDE do cepticismo face ao Estado
em % do Produto Nacional Bruto
Países da Média Média Países da Média Média
OCDE 1989/90 2001/2002 OCDE 1989/90 2001/2002
„ E) Corrupção
Austrália 10,1 14,1 Japão 8,8 11,1
Bélgica 19,3 22,0 Holanda 11,9 9,2 ‡ A economia subterrânea está associada a actividades desenvolvidas pelos
Canada 12,8 15,8 Nova Zelândia 13,0 12,6 cidadãos. A corrupção consiste em actividades ilegais praticadas pelos
Dinamarca 10,8 17,9 Noruega 14,8 19,0 trabalhadores do Estado.
Alemanha 11,8 16,3 Áustria 6.9 10,6 ‡ A corrupção é uma consequência inevitável da existência de Estado e do
Finlândia 13,4 18,0 Portugal 15,9 22,5
problema do principal - agente que a ele está associado.
França 9,0 15,0 Suécia 15,8 19,1
Grécia 22,6 28,5 Suiça 6,7 9,4 ‡ Para diminuir a probabilidade dos funcionários públicos sacrificarem o interesse
Reino Unido 9,6 12,5 Espanha 16,1 22,5 público para obterem benefícios próprios será necessário oferecer-lhes salários
Irlanda 11,0 15,7 EUA 6,7 8,7 acima dos seus custos de oportunidade no sector privado e aplicar punições
Itália 22,8 27,0 severas aos corruptos.
† Fonte: OCDE - Cálculos de Schneider e Giles
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Anos 80 e seguintes: aumento Anos 80 e seguintes: aumento

do cepticismo face ao Estado do cepticismo face ao Estado
† O facto de haver fracassos de mercado não significa que o Estado seja † Surgiram vários estudos a investigar a relação entre a dimensão do
capaz de superar esses fracassos. Estado e a produtividade/crescimento económico.
„ Há que estudar os fracassos do Governo e compará-los com os do
„ Relação em U invertido;
mercado.
„ Depende das componentes de despesa;
† Com o aumento do défice e da dívida pública, muitos economistas
„ Depende da forma de financiamento do Estado;
consideram que o Estado cresceu muito para além do necessário.
‡ Um excessivo peso da tributação desencoraja a actividade económica (Easton e
„ Pressiona as taxas de juro para a alta diminuindo o investimento privado.
Rebelo, 1993).
„ Hipoteca o rendimento das gerações futuras.
„ Diminui a percepção do custo da intervenção estatal aumentando a procura
pela mesma.

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Públicas - Universidade do Minho
 Anos 80 e seguintes: aumento Anos 80 e seguintes: aumento
do cepticismo face ao Estado do cepticismo face ao Estado
† Surgiram vários estudos a investigar a relação entre a dimensão do

Estado e a produtividade/crescimento económico. † Ao nível político, nos anos 80, dominava a ideia

de que os governos deveriam ser menores.

„ Relação em U invertido;
† Desde os anos 80 que se assiste a tentativas de travar o aumento das
„ Depende das componentes de despesa;
despesas públicas.
„ Depende da forma de financiamento do Estado;
‡ Um excessivo peso da tributação desencoraja a actividade económica (Easton e † Com algumas excepções, poucos países conseguiram até agora
Rebelo, 1993). reduzir substancialmente o envolvimento estatal.
„ Os trabalhos mais recentes realçam a importância da qualidade das „ A média do peso das despesas públicas no PIB passou de 43% em 1980
instituições. para 42,7% nas projecções para 2008.
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Evolução do peso do Estado Explicações do lado da procura

na economia desde 1870 para o crescimento do Estado
%
70 Média
† Lei de Wagner I: reestruturação da sociedade:
60
Alemanha
„ A passagem de uma sociedade tradicional para uma sociedade industrializada
50
complexa deu origem à substituição de actividades privadas por intervenção
EUA
40 pública: oferta de bens públicos essenciais, regulação económica, correcção
das externalidades e administração dos monopólios naturais.
30 R. Unido
„ Wagner (1893) e Bird (1971)
20
Suécia
10 † Lei de Wagner II: procuras elásticas por bens sociais
Portugal
0 „ O crescimento do rendimento real estimula a expansão dos gastos em certos
1870 1913 1920 1937 1960 1980 1990 2000 Projecção Anos
2008
bens cuja procura é elástica em relação ao rendimento: educação, saúde e
Notas: (1) A média diz respeito aos seguintes países: Austrália, Áustria, Canadá, França, Alemanha, Itália, redistribuição, entre outros.
Irlanda, Japão, Nova Zelândia, Noruega, Suécia, Suíça, UK e EUA.
(2) A fonte para os valores de 1870 a 1980, referentes à média, Alemanha, EUA, RU e Suécia foi Tanzi e „ Wagner (1893) e Bird (1971)
Schuknecht (2000). Os valores de 1990, 2000 e as projecções para 2008 foram obtidas no Economic
Outlook da OCDE de Junho de 2007. Licenciatura em Direito 11 Universidade do Minho 12
(3) As fontes para Portugal foram Santos, J. Albano (1984) para 1960 e Economic Outlook da OCDE (Junho
de 2007) para os restantes anos.

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 Explicações do lado da procura Explicações do lado da procura
para o crescimento do Estado para o crescimento do Estado
† Efeitos deslocamento † Grupos de interesse
„ Os gastos crescem descontinuamente devido a convulsões sociais, „ Grupos de interesse organizados pressionam ao aumento de
após as quais o nível de gastos não volta ao seu nível inicial. determinadas despesas que os beneficiem e cujos custos se
„ Peacock e Wiseman (1961) distribuam por toda a população.
„ Buchanan e Tullock (1962), Becker (1983), Olson (1982)
† Extensão do direito de voto a todos os cidadãos

„ Os gastos públicos associados à redistribuição, num contexto de † Ilusão fiscal

desigualdade, tendem a aumentar devido à: „ Os custos de informação, a distribuição temporal dos impostos e a
‡ extensão do voto às camadas mais desfavorecidas da população complexidade do sistema fiscal reduzem a percepção do preço a
(diminui o rendimento do eleitor mediano), pagar pelos bens públicos.
‡ concorrência entre os partidos por votos.
„ Buchanan e Wagner (1977), Oates (1985)
„ Downs (1957), Romer e Rosenthal (1979), Meltzer e Richard (1981)
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Explicações do lado da oferta Explicações do lado da oferta

para o crescimento do Estado para o crescimento do Estado
† Preços relativos e procura inelástica
† Burocracia I: maximização do orçamento
„ O baixo crescimento da produtividade no sector público acompanhado de
aumentos salariais semelhantes aos registados no sector privado explicam o „ Os burocratas têm preferência por orçamentos elevados e tiram partido da
crescimento dos custos relativos da produção de bens públicos. assimetria de informação para imporem a sua vontade a legisladores
„ Dado que a procura por estes bens é relativamente inelástica, os gastos relativamente pouco informados.
públicos totais tendem a aumentar. „ Niskanen (1971), Romer e Rosenthal (1979)
„ Baumol (1967), Beck (1976), Peltzman (1980)
† Burocracia II: funcionários públicos como eleitores
† Ciclos político económicos
„ Os burocratas são eleitores e favorecem medidas que mantenham ou
„ Os governantes são tentado a aumentar os gastos públicos antes das
aumentem o peso do sector que os sustenta.
eleições tendo em vista um aumento da sua popularidade.
„ Frey e Schneider (1981), Rogoff e Sibert (1988) „ Cameron (1978) e Frey e Pommerehne (1982)

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 Explicações do lado da oferta Explicações do lado da oferta
para o crescimento do Estado para o crescimento do Estado
† Ideologia do partido dominante

„ Governos de ideologia de esquerda tendem a aumentar os gastos públicos † Orçamentos incrementalistas

mais que governos de ideologia de direita.
„ Com frequência os orçamentos são elaborados com base nos valores do ano
„ Cameron (1978) anterior, sendo apenas questionado o montante do aumento.

† Centralização do poder político

„ Wildavsky (1964)

„ Os efeitos da descentralização sobre os gastos públicos são ambíguos e

dependem do modelo adoptado.

„ Brennan e Buchanan (1978), Oates (1985) e Oates (1989)

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Burocracia I Burocracia I

† Ao nível da gestão existem diferenças importantes entre o sector

público e o privado:
„ Nos projectos públicos não existem objectivos tão definidos como nos
privados (maximizar o lucro).
„ Não existe, muitas vezes, uma fonte alternativa de oferta dos bens e
serviços fornecidos pelo Estado, à qual se possam comparar preços e
qualidades.
„ O gestor de uma departamento público (burocrata) não tem que se
preocupar com a possibilidade do seu departamento “falir”.
„ Ao nível dos trabalhadores há uma relação mais forte entre produtividade e
remuneração no sector privado.
Universidade do Minho
† O modelo de Niskanen:
„ Vamos admitir que o burocrata controla, só ele, a oferta de determinado
bem público (g) cujo output é função dos recursos usados (x).
„ A função produção é conhecida pelo burocrata, que organiza o processo
produtivo, mas não pelos demais indivíduos.
„ As preferências do burocrata:
‡ Como qualquer outro indivíduo o burocrata retira benefícios do bem g mas…
‡ … também retira utilidade da organização do processo produtivo.
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 Burocracia I Burocracia I
„ A comunidade não está em condições de julgar a eficiência com que o
burocrata realiza o processo produtivo.
‡ D: procura de um indivíduo considerado
R ‡ Não conhece X, nem a função de produção, apenas observa g e a restrição orçamental
representativo do resto da comunidade. apresentada pelo burocrata,
‡ Dburocrata: procura do burocrata.
„ Está a cima de D.
„ O comportamento burocrático introduz uma pressão no sentido da expansão
T V da provisão pública acima da quantidade eficiente.
S • • Cx ‡ Cx: custo de X que cabe a cada
indivíduo.
Dburocrata ‡ Xb: nível de provisão desejado pelo „ Esta expansão está limitada pela
R
•Z burocrata. possibilidade da comunidade
T V preferir abdicar da provisão do
‡ Xr: nível desejado pelos restantes S • • Cx
D membros da comunidade. bem:
•Z Dburocrata Se a área do triângulo TVZ
‡ X*: nível eficiente para a comunidade ‡

Xr X* Xburocrata Inputs como um todo, incluindo o burocrata. exceder a área do triângulo RST.
D
Xr X* Xburocrata Inputs
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