TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO TC N. ° 07. 632/99

Consulta - Prefeitura Municipal de Santa Inês - E

obrigatória à aplicação de pelo menos 60% dos recursos do
FUNDEF na valorização do magistério ligado ao ensino
fundamental, especificamente em vencimentos e encargos
sociais e, excepcionalmente, em capacitação de professores
leigos, ate o final do exercício de 2001.
– O saldo financeiro positivo que restar de um exercício
poderá passar para o seguinte com a finalidade de honrar
dispêndios da mesma natureza.
– Inadmite-se o rateio do saldo entre os professores.

PARECER PN-TC-47/99

Vistos, relatados e discutidos os autos do PROCESSO TC-07.632/99, relativo a CONSULTA

encaminhada ao Excelentíssimo Senhor Conselheiro Presidente deste Tribunal, pelo Senhor JOÃO
NILDO, Prefeito Municipal de Santa Inês, acerca do procedimento a adotar em relação a saldo de
recurso financeiro do FUNDEF, especificamente do percentual de aplicação obrigatória na valorização
do magistério, porquanto chegou ao seu conhecimento que outros municípios, em circunstancias
semelhantes, simplesmente fizeram um rateio entre os professores em efetivo exercício, e

CONSIDERANDO legitima a autoridade consulente, a Diretoria de Auditoria e Fiscalização

(DIAFI) deste Tribunal, através do seu Departamento de Controle de Atos de Pessoal (DECAP), e a
Procuradoria Geral do Ministério Publico junto ao Tribunal examinaram, sucessivamente, a matéria,
emitindo o primeiro subsídios técnicos e o segundo parecer, insertos respectivamente as folhas 22/23,
e 24/28 dos autos do processo de consulta;

CONSIDERANDO que a Nota Técnica n. ° 03/98, emitida por esta Corte de Contas,
interpretando o artigo 71 c/c o 9°, ambos da Lei 9.424/96, admite a aplicação do percentual de 60% de
recursos do FUNDEV, no financiamento de dispêndios que visem à valorização do magistério,
entendidas como sendo os utilizados no pagamento de remuneração (incluídas vantagens) e encargos
sociais do pessoal do magistério ligado diretamente com o ensino fundamental e, excepcionalmente,
ate o final do exercício de 2001, também na capacitação de professores leigos;

CONSIDERANDO inexistir na legislação especifica do FUNDEV, regras tratando dos saldos

remanescentes de um exercício, aplicam-se as normas dos artigos 72 e 73 da Lei 4.320/64, segundo
as quais, os saldos de receitas vinculadas a fundos especiais, devem passar para o exercício posterior
subordinadas ao mesmo liame;

CONSIDERANDO que o atingimento dos percentuais de aplicação obrigatória em educação

devem ser antecedidos de adequado planejamento;

CONSIDERANDO as conclusões da unidade técnica de instrução e do Ministério Publico junto a

esta Corte de Contas, a proposta do Relator e o mais que dos autos consta;
 TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Os membros do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAIBA (TCEPB), a

unanimidade, na Sessão realizada nesta data, ratificaram a admissão da consulta, e, no mérito,
a respondem no sentido de que:

1. O saldo remanescente de recursos do FUNDEV, cuja aplicação é obrigatória na

valorização do magistério, poderá ser transferido para o exercício seguinte com vistas
ao financiamento de despesas de igual natureza, ou seja: remuneração e encargos
sociais de professores diretamente ligados ao ensino fundamental e,
excepcionalmente, ate o final do ano de 2001, na capacitado de professores leigos.

2. No exercício para o qual se deu a transferência do saldo, não haverá comunicação

deste com a base de calculo de fixação do percentual mínimo de limite com gastos
relativos a valorizado do magistério, isto e, haverão de ser utilizados no financiamento
de despesas dessa natureza, naquele exercício, os 60% que a ele diz respeito mais o
saldo remanescente do ano anterior, havendo de ser observado, ainda, quanto a sua
operacionalização:

2.1 Deposito do saldo em conta corrente bancaria específica;

2.2 Abertura de credito adicional especial através de autorização legislativa.

3. Não a legal nem legitimo lançar mão de artifícios, tal como a concessão de abonos
para ratear entre professores saldo de recursos do FUNDEF, apenas com a finalidade
do atingimento do percentual mínimo de gastos com a valorização do magistério,
mediante a gerado de despesas desnecessárias, quando se sabe que a solução está
na formulação e execução de um planejamento sério e adequado.