Você está na página 1de 2

8 Conceito de texto

O quanto esse objeto criou de problemas est demonstrado no pattico esforo dos discpulos de Saussure quando publicado o Cours de linguistique gnrale tentaram representar num diagrama a relao entre signifiant e signifi. E inventaram aquele ridculo diagrama (que depois passou a ser sempre atribudo a Saussure) no qual, aps haverem dito que "arbre" o signifiant, para indicar o signifi desenhavam uma rvore.

s y m b o l

O signo. A funo sgnica 9

reference refere nt

ARBRE (signifiant)

O que essa rvore? Um desenho? Neste caso outro signifiant. aluso ao fato de que em nossa mente se delineia, ao ouvirmos a palavra "rvore", a imagem (Peirce diria o "cone mental" de uma rvore)? possvel. Creio que em nossa mente aconteam fatos do gnero, mas advirto desde logo que a semitica, pelo menos a minha semitica, no se ocupa do que acontece em nossa mente. No porque se negue isso, mas porque disso no podemos falar seno atravs de verificaes comportamentais externas. preciso conseguir falar disso, aqui, sem falar do que ocorre em nossa mente. Essa rvore poderia ser tambm uma idia hiperurnia de tipo platnico: h uma zona, alm da rota dos skylabs, na qual existe a arboreidade, a eqinidade, etctera. Tambm disto gostaria de no falar, pois cairamos na polmica medieval dos universais e deveramos entender como essa eqinidade se realiza, seja como cavalo, seja como idia de cavalo. IM outra maneira incorreta de enfrentar o problema o c iiiaiic.iilo dc Ogden e Richards:

Primeira ambigidade: em toda a tradio anglo-saxnica o signo o que na tradio estruturalista o signifiant, porque na tradio estruturalista saussuriana o signo a unidade de duas faces, de signifiant e signifi. preciso, portanto, estarmos atentos: quando a tradio anglo-saxnica usa sign, na realidade entende aquilo que a tradio saussuriana chamaria de signifiant. A reference certamente o que mais tarde outros chamariam de significado. A maneira obtusa de entender o tringulo de Ogden e Richards que o referent seja o objeto de que se fala. Por que a maneira obtusa? Em primeiro lugar porque, admitindo que a palavra "cachorro" seja um signo, isto no significa que quando digo "cachorro" esteja querendo indicar um objeto preciso. Posso estar indicando uma classe. Em segundo lugar no significa que falamos de objetos. Podemos falar, mas no estamos falando de objetos, estamos falando metalingisticamente, falamos de relaes semiticas. Se acharmos que um signo se qualifica atravs do objeto nomeado, acabaremos no sabendo que signo seja "unicrnio" porque o objeto correspondente no existe. Este tringulo aparentemente retoma o tringulo de Frege,

Sinn Zeitung

Você também pode gostar