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I PROCESSO TC 06240/08 I!BI I


Administração direta municipal. PRESTAÇÃO DE
CONTAS ANUAIS do EXERCíCIO de 2006, da MESA DA
CÂMARA MUNICIPAL DE SERRA DA RAIZ, da
responsabilidade do Senhor ANTÓNIO MARCULlNO DA
SILVA - NÃO RETENÇÃO DE CONTRIBUlÇÓES
PREVIDENCIÁRIAS DOS AGENTES poLíTICOS AO
INSS - IRREGULARIDADE - APLICAÇÃO DE MULTA,
dentre outras medidas, neste considerando o
atendimento INTEGRAL das exigências da Lei de
Responsabilidade Fiscal.

ACÓRDÃO APL TC ;[J; 12.009

o Senhor ANTÔNIO MARCULlNO DA SILVA apresentou, dentro do prazo


legalmente estabelecido, a Prestação de Contas Anual da Mesa da Câmara Municipal de
SERRA DA RAIZ, relativa ao exercício de 2006, sob a sua responsabilidade, cuja
documentação foi encaminhada e analisada pela DIAFIIDIAGM 11, que emitiu Relatório,
com as seguintes observações, que a seguir se fez resumir:
1. No orçamento estimou-se a receita e previu-se a despesa em igual valor de
R$ 254.300,00, sendo efetivamente transferidos 100,00% da receita prevista e a
despesa realizada foi de 101,99% da fixada;
2. A remuneração de cada Vereador durante o exercício foi de R$ 8.520,00, e a do
Presidente da Câmara foi de R$ 17.040,00, estando dentro do limite
estabelecido na legislação local específica;
3. A despesa com pessoal correspondeu a 4,51% da Receita Corrente Líquida do
exercício de 2006, cumprindo o art. 20 da LRF;
4. A folha de pagamento do Legislativo atingiu 70,04% das transferências
recebidas, não cumprindo o artigo 29-A, parágrafo primeiro da Constituição
Federal;
5. A despesa total do Poder Legislativo Municipal foi de 7,95% da receita tributária
e transferências realizadas no exercício anterior, cumprindo o art. 29-A da
Constituição Federal;
6. Quanto à gestão fiscal, consignou-se o atendimento às disposições da LRF,
exceto no tocante à insuficiência financeira para saldar os compromissos de
curto prazo, no valor de R$ 5.051,86;
7. Referentemente às disposições constitucionais, legais e demais aspectos
examinados, constataram-se as seguintes irregularidades:
7.1. deficit na execução orçamentária, no valor de R$ 5.051,86, violando o art.
1°, §1° da LRF;
7.2. despesas sem o devido processo licitatório num montante de R$ 21.900,00;
7.3. não retenção previdenciária dos agentes políticos ao órgão competente
(INSS), incidentes sobre os subsídios pagos;
7.4. não empenhamento das obrigações patronais dos agentes políticos e
servidores da Câmara;
/
7.5. falta de registros no Balanço Patrimonial. /
Regularmente intimado, o Chefe do Poder Legislativo, Sen r ntônio
Marculino da Silva, apresentou a defesa de fls. 1071150,que Audit nalisou e
concluiu por manter todas as irregularidades antes apontadas.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO TC 06240/08 ~J
Não foi solicitada a prévia oitiva ministerial, esperando-se o seu pronunciamento
nesta oportunidade.
Foram feitas as comunicações de estilo.
É o Relatório.

VOTO
Antes de proferir o seu voto, o Relator tem a fazer as seguintes ponderações:
1. de fato, há comprovação nos autos da não retenção das contribuições
previdenciárias dos vereadores junto ao INSS, conforme documentos de fls.
94/97, configurando situação que se enquadra no Parecer Normativo PN Te
52/04, ensejando, inclusive, a aplicação de multa;
2. cabe ser relevada a falha relativa ao não empenhamento de obrigações
patronais dos agentes políticos no quantum devido, visto que apurada com base
em estimativa de 21 % aplicada sobre a folha de pagamento de pessoal, além
do que esta competência recai sobre a Receita Federal do Brasil, a quem
merece este assunto ser representado;
3. merecem ser desconsideradas as despesas não licitadas com assessoria
jurídica, no valor de R$ 12.100,00 (fls. 86), visto que já sedimentado o
entendimento desta Corte quanto à sua inexigibilidade. Desta forma,
permaneceram como não licitadas, despesas com locação de veículo, no
montante de R$ 9.800,00 (fls. 87/88), correspondente a 3,85% das
transferências recebidas no exercício, infringindo, portanto, a legislação
aplicável, o que enseja aplicação de multa;
4. quanto à falta de registros no balanço patrimonial, o Relator discorda da
Auditoria, no tocante à falta de registro dos bens incorporados às fls. 41, no
valor de R$ 3.298,80, visto que se tratam, na verdade, de objetos de pequena
monta, merecendo ser relevado este item. Quanto ao mais, permanece a
ausência de registro da dívida flutuante, no montante de R$ 5.051,86 (fls. 30),
carecendo apenas recomendação ao Gestor, no sentido de que atenda, com
esmero, às normas e princípios de Contabilidade;
5. o deficit orçamentário, no montante de R$ 5.051,86, correspondente a apenas
1,98% das transferências recebidas, decorreu da ausência do registro da dívida
flutuante, no mesmo valor, conforme antes comentado, cabendo ser elidida a
irregularidade tendo em vista a sua pouca representatividade, além do que não
causou prejuízo ao erário e, certamente, não desequilibrou o orçamento
seguinte;
6. da mesma forma, a insuficiência financeira, no valor de R$ 5.051,86, também
decorreu da ausência de registro da referida dívida flutuante (fls. 30), sendo
suficiente a recomendação antes dirigida ao Gestor em face daquela falha;
Isto posto, vota no sentido de que os integrantes deste egrégio Tribunal Pleno:
1. JULGUEM IRREGULARES as contas da Mesa da Câmara de vereadrre
SERRA DA R!-IZ, relativas ao exercício de 2006, de responsabilid e o
Senhor ANTONIO MARCULlNO DA SILVA, neste co sider d o
ATENDIMENTO das exigências da Lei de Responsabilidade Fi c ;
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO TC 06240/08 ~I
2. APLIQUEM-LHE multa pessoal, no valor de R$ 2.805,10 (dois mil e
oitocentos e cinco reais e dez centavos), em virtude da não retenção das
contribuições previdenciárias dos vereadores junto ao INSS e existência de
despesas não licitadas, configurando, portanto, a hipótese prevista no artigo
56, inciso 11, da LOrCE (Lei Complementar 18/93);
3. ASSINEM-LHE, também, o prazo de 60 (sessenta) dias para o recolhimento
voluntário do valor da multa antes referenciado, sob pena de cobrança
executiva, desde já recomendada, inclusive com a interveniência da
Procuradoria Geral do Estado ou do Ministério Público, na inação daquela, nos
termos dos parágrafos 3° e 4°, do artigo 71 da Constituição do Estado, devendo
a cobrança executiva ser promovida nos 30 (trinta) dias seguintes ao término
do prazo para recolhimento voluntário, se este não ocorrer;
4. REPRESENTEM à Receita Federal do Brasil, acerca da não
retenção/recolhimento de contribuições previdenciárias apontadas nestes
autos, a fim de que adote as providências a seu cargo;
5. RECOMENDEM à atual Mesa da Câmara de Vereadores de SERRA DA RAIZ,
no sentido de que não mais repita as falhas apontadas nos presentes autos,
especialmente no que tange ao esmero no atendimento das normas e
princípios de Contabilidade.
É o Voto.

DECISÃO DO TRIBUNAL
Vistos, relatados e discutidos os autos do PROCESSO TC - 06240/08; e
CONSIDERANDO os fatos narrados no Relatório;
CONSIDERANDO a não retenção de contribuições previdenciárias dos
agentes políticos junto ao INSS e existência de despesas não licitadas;
CONSIDERANDO o mais que dos autos consta;

ACORDAM os Membros do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAíBA


(TCE-Pb), à unanimidade, na Sessão realizada nesta data, de acordo com o Voto do
Relator, em:
1. JULGAR IRREGULARES as contas da Mesa da Câmara de Vereadores de
SERRA DA RAIZ, relativas ao exercício de 2006, de responsabilidade do
Senhor ANTÔNIO MARCULlNO DA SILVA, neste considerando o
A TENDIMENTO das exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal;
2. APLICAR-LHE multa pessoal, no valor de R$ 2.805,10 (dois mil e oitocentos
e cinco reais e dez centavos), em virtud a não retenção das
contribuições previdenciárias dos vereadores u o ao INSS, existência de
despesas não licitadas e não registro co ábil de dívida flutuante,
configurando, portanto, a hipóte e pre ist no artigo 56, inciso 1/, da
LOTCE (Lei Complementar 18/9
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO TC 06240/08 §lI


3. ASSINAR-LHE, também, o prazo de 60 (sessenta) dias para o recolhimento
voluntário do valor da multa antes referenciado, sob pena de cobrança
executiva, desde já recomendada, inclusive com a interveniência da
Procuradoria Geral do Estado ou do Ministério Público, na inação daquela,
nos termos dos parágrafos 3° e 4°, do artigo 71 da Constituição do Estado,
devendo a cobrança executiva ser promovida nos 30 (trinta) dias seguintes
ao término do prazo para recolhimento voluntário, se este não ocorrer;
4. REPRESENTAR à Receita Federal do Brasil, acerca da não
retenção/recolhimento de contribuições previdenciárias apontadas nestes
autos, a fim de que adote as providências a seu cargo;
5. RECOMENDARà atual Mesa da Câmara de Vereadores de SERRA DA RAIZ,
no sentido de que não mais repita as falhas apontadas nos presentes
autos, especialmente no que tange ao esmero no atendimento das normas
e princípios de Contabilidade.
Publique-se, intime-se, registre- e umpra-se.
Sala das Sessões do TCE-Pb - PIe . ri Mi stro João Agripino
João Pessoa-Pb, 21 de IRO e 2.009.

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Fui presente: ..j.-4:.:.....:::=~-=#:-±:::::~_-.:.....--:.~:::..-.....::::..~ _

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