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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO


PROCESSO TC-01922/0S
iJubHcado no D. O. E. Poder Legislativo. Prestação de Contas Anual do Município de Campo
de Santana, exercício de 2005. Irregularidade - Recurso de Revisão.
Em, 31? I o b I () 7' APL-TC-078/2008. Não conhecimento do recurso dado ao disposto no
art. 35 da LOTCE.

do Tribunal Pleno

RELATÓRIO
O Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, em sessão plenária do dia 24/10/2007, apreciou a
Prestação de Contas Anual do então Chefe do Poder Legislativo do Município de Campo de Santana,
Senhor Orisvaldo Barbosa de Miranda, exercício de 2005, emitindo o Acórdão APL-TC-825/2007,
publicado em 14/11/2007, com o seguinte teor: .
I. JULGAR IRREGULAR a Prestação de Contas Anual, relativa ao exercício de 2005, da Câmara
Municipal de Campo de Santana, sob a responsabilidade do Senhor Orisvaldo Barbosa de
Miranda, atuando como gestor do Poder Legislativo, dado o não cumprimento do que dispõe o
Parecer Normativo PN-TC-52/2004;

11. CONSIDERAR o atendimento integral às exigências essenciais da LRF;


111. APLICAR MULTA ao Sr. Orisvaldo Barbosa de Miranda, no valor de R$ 1.402,55 (um mil,
quatrocentos e dois reais, cinqüenta e cinco centavos), com supedâneo no art. 56, inciso 111, da
LOTCE/PB, por infração grave à norma legal, assinando-lhe o prazo de SO (sessenta) dias
para recolhimento voluntário ao Fundo de Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal -
mediante a quitação de Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais (DAE) com código
"4007" - Multas do Tribunal de Contas do Estado, sob pena de cobrança executiva, desde logo
recomendada, inclusive com assistência do Ministério Público, de acordo com os Parágrafos 3°
e 4° do artigo 71 da Constituição do Estado;
IV. RECOMENDAR ao atual Presidente da Câmara Municipal de Campo de Santana, no sentido de
evitar qualquer ação administrativa que, em similitude com as ora debatidas, venham macular
as contas do Poder Legislativo Municipal;

V. REPRESENTAR o INSS acerca da não retenção e do não recolhimento das contribuições


previdenciárias devidas aos agentes políticos.

Não resignado com a decisão, em 28/11/2007, o Senhor Orisvaldo Barbosa de Miranda interpôs,
tempestivamente, Recurso de Reconsideração.
O Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, em sessão plenária do dia 27/02/2008, apreciou o
Recurso de Reconsideração referente à Prestação de Contas Anual do Senhor Orisvaldo Barbosa de
Miranda, então Presidente da Câmara Municipal de Campo de Santana, exercício de 2005, emitindo o
Acórdão APL-TC-078/2008, publicado em 15/03/2008, decidindo por tomar conhecimento do Recurso
de Reconsideração e, no mérito, pelo seu não provimento, tendo em vista que o recorrente não
apresentou documentos ou fatos novos que pudessem modificar a decisão inicialmente prolatada.
Ainda inconformado com a decisão, em 25/04/2008, o Senhor Orisvaldo Barbosa de Miranda, através
do seu representante legal, interpôs, tempestivamente, Recurso de Revisão (fls. 346/377), tendo o
Relator recebido nos autos e encaminhado ao Órgão de Instrução, o qual após sua análise manteve
seu posicionamento anterior, tendo em vista a não apresentação de argumentos e fatos que
pudessem modificar a decisão atacada.
O Ministério Público junto ao Tribunal manifestou-se através da ilustre Procuradora Elvira Sâmara
Pereira de Oliveira (fls. 382/384), opinando pelo não conhecimento do presente recurso de revisão,
posto que não vislumbrada hipótese legal de cabimento do rol taxativo do artigo 35' da Lei
Complementar nO 18/93 (LOTCE/PB), e, no mérito, pelo seu não provimento, ratificando-se, pois,
inteiramente o teor da decisão vergastada.

Foram emitidas as notificações de praxe para a presente sessão.


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1 Art. 56, 11- infração grave a norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária. operacional e patrimonial; \/
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PROCESSO-TC-01922/06

VOTO DO RELATOR
O Recurso de Revisão configura-se na última instância pela qual o interessado pode pleitear, junto a
esta Corte, a revisão dos julgados como forma de garantir a amplitude que se reportam os direitos
constitucionais da ampla defesa e do contraditório.
O recurso aqui debatido preserva os requisitos da tempestividade e da legitimidade do impetrante no
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entanto, não pode ser conhecido, ante sua atipicidade tendo em vista os condicionantes do art. 35 da
Lei Orgânica desta Corte de Contas que estabelece, de maneira taxativa, os casos em que será
admitido o recurso de revisão. Porquanto, não há insurgência contra a correção dos cálculos ou a
veracidade e insuficiência de documentos, bem como inexiste documento novo com eficácia sobre a
prova produzida que possa modificar a decisão recorrida.
Ante o exposto e em harmonia com parecer ministerial, voto pelo não conhecimento do presente
recurso impetrado, tendo em vista a inadequação da peça recursal aos pressupostos da Lei
Complementar Estadual n° 18/93, mantendo-se, integralmente as decisões consubstanciadas no
Acórdão APL-TC nO825/2007 e no Acórdão APL-TC nO078/2008.

DECISÃO DO TRIBUNAL PLENO


Vistos, relatados e discutidos os autos do PROCESSO-TC-01922/06, ACORDAM os Membros do
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAfBA, à unanimidade, na sessão plenária realizada
nesta data, em não conhecer o RECURSO DE REVISAo impetrado, ante a inadequação aos
pressupostos do art. 35' da LC 18/93, mantendo integralmente as decisões consubstanciadas no
Acórdão APL-TC nO 825/2007 e Acórdão APL-TC nO 078/2008.

Publique-se, registre-se e cumpra-se.


TCE-Plenário Ministro João Agripino
//
o Pessoa, 03 de junho de 2009.

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Ana Terêsa Nóbrega
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Procuradora Geral do Ministério Público junto ao TCE-Pb

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Art. 35 - De decisão definitiva caberá recurso de revisão ao Plenário, sem efeito suspensivo, interposto por escrito, uma só vez, peio responsável, seus sucessores,
ou peio Ministério Público junto ao Tribunal, dentro do prazo de cinco anos, contados na forma prevista no inciso 11do art. 30 desta iei, e fundar-se-á:

I - em erro de cálculo nas contas;


11- em falsidade ou insuficiência de documentos em que se tenha fundamentado a decisão recorrida;
IJ/ - na superveniência de documentos novos com eficácia sobre a prova produzida.

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