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Processo Te n?

02481/07

Prefeitura Municipal de Massaranduba.


Prestação de Contas do exercício de 2006,
de responsabilidade do Senhor Antônio
Mendonça Coutinho Filho. Emissão de
Parecer Contrário. Imputação de débito.
Aplicação de multa. Recomendações.

ACÓRDÃO APL - TC ,'14'92008


I,

Vistos, relatados e discutidos, os presentes autos do Processo TC N° 02481/07, referente à


Prestação de Contas Senhor Antônio Mendonça Coutinho Filho, Prefeito do Município de
Massaranduba, relativa ao exercício de 2006, ACORDAM os integrantes do Tribunal de Contas do
Estado da Paraíba, por unanimidade, com o impedimento declarado dos Conselheiros Antônio
Nominando Diniz Filho e Fábio Túlio Filgueiras Nogueira, em sessão plenária realizada hoje, em:
a) imputar débito ao gestor, no valor de R$ 6.533,89, sendo R$ 5.643,64 em decorrência de
pagamento de combustível acima do licitado e R$ 890,25 em virtude das taxas sobre a emissão de
cheques sem fundos; b) conceder o prazo de 60 dias para o recolhimento aos cofres do Município,
devendo-se dar a intervenção do Ministério Público, na hipótese de omissão, nos termos do § 4° do
art. 71 da Constituição Estadual; d) aplique ao mesmo a multa de R$2.805,1O, nos termos do que
dispõem os incisos I e 11do art. 56 da LOTCE; c) aplicar ao mesmo a multa de R$2.805,10, nos
termos do que dispõem os incisos I e 11do art. 56 da LOTCE; d) assinar ao mesmo o prazo de 60
(sessenta) dias para efetuar o recolhimento da multa, ao Tesouro Estadual, à conta do Fundo de
Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal, cabendo ação a ser impetrada pela Procuradoria
Geral do Estado, em caso do não recolhimento voluntário, devendo-se dar a intervenção do
Ministério Público, na hipótese de omissão da PGE, nos termos do § 4° do art. 71 da Constituição
Estadual; e) determinar a devolução à conta do FUNDEB da quantia de R$ 189.898,59, com
recursos do próprio Município, indevidamente aplicada com recursos do FUNDEF; f) declarar o
atendimento às exigências da LRF, por parte do Poder Executivo do Município de Massaranduba,
com exceção ao recolhimento de obrigações patronais, aplicação em MDE e licitação de despesas;
g) recomendar ao gestor a observância das normas legais, adotando medidas com vistas a não
cometer as falhas verificadas no presente processo, guardando a estrita observância aos preceitos
constitucionais, legais e normativos, em especial, a legislação referente à Previdência Social, o
parecer PN- TC-52/2004 e a Lei 4,320/64, com vistas à não repetição das falhas cometidas
Assim decidem, tendo em vista a ocorrência de irregularidades não sanadas pelo interessado
no decorrer da instrução do processo.
Excluindo-se as despesas com obrigações patronais, como é o entendimento desta Corte, os
gastos com pessoal situaram-se dentro dos limites constitucionais.
O não envio de demonstrativo na LDO não prejudicou a análise da Prestação de Contas,
podendo a falha ser relevada.
Deve retornar à conta do FUNDEF o valor referente à diferença verificada entre o saldo
apurado e o constante nos extratos conciliados no total de R$ 41.928,15.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo TC n" 02481/07

Também deve retornar à conta do FUNDEF a diferença constatada pela Auditoria entre as
transferências da conta do FUNDEF para a conta do FPM e vice-versa no montante de R$
147.970,44, porém, este valor não deveria ter sido excluído do cálculo de gastos em MDE, como
fez a Auditoria, pois, há informações no SAGRES que os gastos considerados pelo órgão técnico
com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino, foram financiados com recursos de impostos mais
transferências (fontes 1, 2 e 3). Assim, adicionando-se o valor ao aceito pelo órgão técnico, os
gastos em MDE atingem o montante de R$ 1.100.264,95, correspondendo a 22,94% do total de
receitas de impostos, ainda abaixo do exigido constitucionalmente. Com relação aos gastos de
recursos do FUNDEF no magistério os cálculos do órgão técnico comprovam que também não foi
aplicado o mínimo estabelecido em Lei.
O órgão técnico considerou como não licitadas despesas no valor de R$ 727.655,75, tendo
em vista que o número de licitações contidas no SAGRES diferem daquele constante de certidão
fornecida pela Prefeitura quando da inspeção in loco. Os dados constantes no SAGRES devem ser
considerados, pois, consta a numeração dos processos em ordem cronológica, enquanto os
constantes na certidão foram apresentados de forma salteada, demonstrando que alguns processos
existentes não foram ali informados. Vale salientar que as informações prestadas na certidão
referentes aos processos que também constam no SAGRES estão em absoluta conformidade com os
contidos no sistema.
Das despesas sobre as quais não existe efetivamente nenhuma informação sobre a realização
de processos licitatórios, R$ 15.229,97 tratam de pequenas aquisições de material de pronta
necessidade ocorridas durante todo o exercício, cujos valores individuais não superam o limite de
dispensa. As demais, no montante de R$ 125.500,79, se referem a aquisições de medicamentos para
as unidades municipais de saúde de possível previsão para realização de licitação.
Ainda no que tange às licitações, o órgão de instrução, examinando os processos existentes,
detectou indícios de fraude em algumas delas com relação as datas de certidões negativas das
empresas participantes posteriores a abertura das propostas e ainda envio de convocação de um só
licitante no que tange à aquisição de combustíveis adquiridos a uma empresa de Campina Grande.
O município realizou despesas com combustíveis com preços acima do que foi licitado sem
qualquer justificativa para o fato, devendo a quantia de R$ 5.643,64 ser imputada ao gestor.
A Auditoria considerou excessivo o valor de R$ 23.882,05 por gastos com locação e
combustíveis referentes ao veículo locado à disposição da Secretária da Assistência Social, por
considerar ser privilégio único da mesma. Não questiona o órgão auditor que o carro não estaria à
disposição do município ou eventual sobre-preço na locação ou aquisições de gasolina. A questão
de ordem administrativa interna do Município, não cabendo ao Tribunal se manifestar sobre a
matéria. No que tange a referida Secretária ser esposa do Prefeito, não há nenhum impedimento no
fato conforme recente decisão do STF.
Não há nenhum parâmetro para se considerar excessivo os gastos com postagens. A
Auditoria não fez nenhuma alusão a desvio de finalidade pública das postagens ou sobre-preço
eventualmente aplicado. A comparação feita entre os Gastos do Município de Massaranduba com
outros do mesmo porte não pode prevalece por falta de embasamento científico. Pode um
Município, por exemplo, encaminhar documentos a este Tribunal e outros órgãos através dos
correios e outros preferirem trazer em mãos tais documentos.
Foge à competência deste Tribunal a questão do não atendimento à requisição do legislativo
, tendo em vista que não cabe a esta Corte adentrar em assunto de natureza político-administrativa
como demonstra ser o presente caso.
A cobrança de taxas sobre devolução de cheques emiti s está devidamente demonstrada,
devendo a quantia de R$ 890,25 ser imputada ao gestor.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo TC n? 02481/07

Todos os valores retidos dos funcionários a título de contribuições previdenciárias, durante o


exercício, foram repassados ao INSS. Também foram recolhidas as contribuições previdenciárias do
empregador e empregados, incidentes sobre a folha de pagamento dos servidores efetivos e
comissionados. Todavia, não foram retidas nem recolhidas as contribuições sobre a folha do pessoal
contratado por tempo determinado tanto dos servidores como da Prefeitura, com exceção de parte
das folhas relativas aos meses de outubro e novembro. No caso da parte patronal, o valor não
recolhido foi de R$ 125.793,00.

Publique-se, registre-se e cumpra-se.


Te - PLENÁRIO JOÃO AGRIPINO, e de 2008.

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! Ana Terêsa Nóbrega O
Procuradora Geral

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