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PROCESSO TC N° 02205/07
ACORDÃOAPL TC 14J:~/2=OO=8=========!
1. RELATÓRIO
A manifestação inicial da unidade técnica de instrução desta Corte, fls. 189/196, evidenciou os
seguintes aspectos:
1 Art. 29-A. o total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluidos os subsidios dos Vereadores e excluidos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes
percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das transferências previstas no § 5" do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercicio anterior:
I - oito por cento para Municipios com população de até cem mil habitantes;
11- sete por cento para Municípios com população entre cem mil e um e trezentos mil habitantes;
111- seis por cento para Municlpios com população entre trezentos mil e um e quinhentos mil habitantes;
IV - cinco por cento para Municipios com população acima de quinhentos mil habitantes
§ 1ºA Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha de pagamento, incluldo o gasto com o subsidio de seus Vereadores.
2 Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder os seguintes percentuais:
111 - na esfera municipal:
a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluido o Tribunal de Contas do Municipio, quando houver;
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3 Art. 29 omissis
VI • o subsidio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subseqüente, observado o que dispõe esta Constituição,
observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos: (Redacão dada pela Emenda Constitucional n° 25, de 2000)
a) em Municipios de até dez mil habitantes, o subsidio máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do subsidio dos Deputados Estaduais; (Incluído peia
Emenda Constitucional nO25, de 2000)
b) em Municipios de dez mil e um a cinqüenta mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trínta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
(lncluldo pela Emenda Constitucional n° 25, de 2000l
c) em Municipios de cinqüenta mil e um a cem mil habitantes, o subsidio máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por cento do subsidio dos Deputados
Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional n° 25, de 2000l
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsidío máximo dos
Vereadores corresponderá a cinqüenta por cento do subsidia dos Deputados Estaduais; (Incluido pela Emenda Constitucional nO25, de 2000l
e) em Municipios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o subsidio máximo dos Vereadores corresponderá a sessenta por cento do subsidio dos Deputados
Estaduais; (lncluido pela Emenda Constitucional n° 25, de 2000)
n em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsidio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados
Estaduais; (Incluido pela Emenda Constitucional nO25, de 2000)
VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município; (lncluldo pela Emenda
Constitucional n° 1, de 1992) ,
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Auditoria - Verificou-se uma série de descontroles quanto ao consumo de combustível, a exemplo dos
empenhos 219 e 449, onde se verifica o pagamento de combustível para o veículo do Presidente da
Câmara e do Advogado, incluídos na mesma nota de empenho onde se paga o combustível do veículo
oficial. A Auditoria não acata, também, a argumentação de que, durante o período de recesso -
correspondente a metade de todo ano (seis meses), não havia possibilidade de redução na quantidade
de combustível consumido. Assim, mantém a irregularidade.
DESPESAS EXCESSIVAS COM DIÁRIAS, NO VALOR DE R$ 5.580,00
Defesa - Alega o defendente acerca do motivo dessas diárias ser "para trato de assuntos junto ao
escritório de advocacia Pires e Bezerra", que tal informação consta no histórico dos empenhos, "vez
que por ocasião dos deslocamentos dos Vereadores até a Capital deste estado, mesmo que para trato
de outros interesses do município de Esperança e inerentes à atividade parlamentar, esses
aproveitavam a oportunidade para ir até aquele escritório para buscar a solução de outros problemas.
Por esse motivo os beneficiários dessas diárias solicitavam uma declaração de comparecimento
naquele escritório para acostá-Ias ao processo de empenho, sem, contudo, constar no histórico as
demais atividades relacionadas aquela viagem. Anexa as cópias das aludidas declarações do Escritório
de Advocacia Pires e Bezerra, junto com a cópia do cheque e o empenho.
Auditoria - Destaca que as despesas anuais com diárias da Câmara somaram R$ 10.260,00,
correspondendo a 72 diárias. Desse total de diárias concedidas no exercício, 36, equivalente a R$
5.580,00, tiveram como motivo o trato de assuntos junto ao Escritório de Advocacia Pires e Bezerra,
localizado em João Pessoa, vez que dito escritório presta serviço de consultoria advocatícia ao
legislativo Municipal. Sustentaram em seu favor que aproveitavam as viagens a esta Capital para tratar
de outros interesses do município de Esperança afetos à atividade parlamentar sem especificar o que
isso significa objetivamente, revelando, assim, a pouca atenção dada as informações constantes de
documentos oficiais, bem assim a própria Resolução Normativa RN TC 09/2001. Mantida, portanto, a
irregularidade.
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Tocante aos gastos com combustível, o Relator acolhe os argumentos da defesa de que o uso do
veículo não está vinculado apenas ao funcionamento das sessões plenárias da Câmara. Além do mais,
o consumo médio diário ficou em 13,6 litros por dia, dentro, portanto, de um consumo aceitável. O
percentual do gasto, em relação às transferências recebidas, ficou em 2%, bem inferior aos 5%
usualmente considerados por este Plenário como normal. Assim, o Relator entende como aceitáveis as
despesas realizadas com combustível, comungando com o entendimento do Ministério Público
Especial.
Quanto às diárias, a Auditoria, em seu relatório preliminar, considerou irregulares 36 (trinta e seis)
diárias ao ano, no montante de R$ 5.580,00, de um total de 72 (setenta e dois), que tiveram como
objeto tratar de assuntos junto ao escritório de advocacia Pires e Bezerra. Entendeu, a Unidade
Técnica, que o volume de prestação de serviço não justificaria a quantidade de diária despendida para
esse fim. Além do mais, tais despesas onerariam significativamente (em 31%) o valor do contrato de
consultoria. Entende, o Relator, que as dilações da auditoria são de ordem subjetiva, não se
demonstrando efetivamente que os deslocamentos não ocorreram. Por outro lado, a defesa
apresentou, para cada deslocamento feito pelo presidente e vereadores, declaração do Escritório, de
que houve comparecimento dos edis ao mesmo para tratar de assuntos de interesse do Poder
Legislativo. Assim, o Relator entende que não há como considerar as despesas irregulares e imputar
débito. A média mensal foi de 6 diárias. Deve-se, porém, recomendar ao gestor que os processos de
concessão de diárias sejam instruídos conforme dispõe a Resolução Normativa RN TC 09/2001.
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Publique-se e intime-se.
Sala das Sessões do TCE·PB enário Ministro João Agripino.
João Pessoa, 3 ago de 2008.
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{Ami1erêsa Nóbrega .
J_",V
Procuradora Geral do Ministério Público junto ao
rCE·PB
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