Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Estudo o I Ching desde 1993, mas só ultimamente pude obter o real entendimento e poder
deste oráculo. Assim como no filme Matrix, onde Neo, o escolhido, atua no mundo das
máquinas, um mundo paralelo, travando suas lutas nesse mundo com conseqüências no
mundo real, vivemos numa dimensão terrena, o mundo dos homens, mas energeticamente
estamos conectados ao mundo espiritual, uma outra dimensão, que pode ser entendida por
alguns como energia, por outros como espíritos, ainda como Deus, santos, anjos, e assim
por diante. Cada pessoa tem sua crença e isso não interfere no resultado. No filme, Neo
(Keanu Reeves) consulta o oráculo, uma pessoa que só existe no mundo paralelo para
orientar suas ações. E com o desenrolar da saga, ele passa a ouvir mais a si mesmo e passa
a ter ele mesmo as respostas. Ou seja, acaba se tornando sábio e desperta seus poderes.
Temos o Sr Smith, que nada mais é do que o subconsciente de Neo, sua parte contrária,
com a qual Neo tem que lutar para livrar o mundo dos homens da dominação das máquinas.
O homem criou as máquinas e acaba sendo vítima de sua criação, ou seja, vítima de seu
subconsciente. No filme, enquanto na Matrix, tudo é possível e isso é uma alusão às esferas
espirituais, onde não há limitações de ação, pois já não estamos no plano físico.
O I Ching é um oráculo que foi desenvolvido há mais de 3000 anos pelos chineses. Por
meio da utilização do acaso, acessa-se o Tao da Terra, do Homem e do Céu e por meio
dele, o homem superior pode entender os fenômenos, equilibrando suas ações em
conformidade com o céu, que é a verdadeira sabedoria. O Tao significa a lei suprema que
rege as ações do Universo. Essa matéria, isto é, energia, tem sido estudada pelo astrofísico
Stephen Hawkin, que relaciona com a existência de buracos negros no Universo com a
existência do princípio criador, Deus.
O I Ching, ou livro das mutações, trata dos fenômenos e suas mudanças no tempo e espaço.
Sua complexidade aborda todas as coisas existentes na Terra e no Céu, e no fundo, oculta
uma simplicidade e facilidade, que é o caminho duradouro e espontâneo do sábio, que não
luta contra seu destino, mas age de acordo com as leis superiores e em seguida espera a
ação da divindade. Assim como a água, que não tem forma e segue pelo caminho de menor
impedimento, o sábio não tem forma, vai se adaptando e encontrando as vias de menor
resistência em sua vida cotidiana. Tudo parece simples e fácil, mas isso é resultado de anos
de dedicação e esforço. No final, nenhum esforço é mais necessário e cessam as
preocupações e gastos de energia desnecessários. Por isso sábios jejuam.
O texto do I Ching é útil e precioso, mas como diz o Tao, não se deve apegar-se a eles. O I
Ching não é só um oráculo. É também um oráculo. Ele apresenta a sabedoria milenar
chinesa caso se leia do início ao fim. Mas quando questionado, suas respostas são claras e
precisas. O problema é que o homem que pergunta ao oráculo nem sempre está com sua
cabeça vazia e livre de preconceitos, preocupações e medos. Isso faz com que seu
subconsciente atrapalhe sua interpretação. Deve-se, portanto, livrar-se das preocupações,
medos, preconceitos e fraquezas, antes de efetuar uma pergunta ao oráculo. O oráculo
aconselha apenas ao homem superior apresentando as situações na qual ele se encontra, seu
caminho de ação e o resultado de sua ação. Ao homem inferior, despreparado, suas
respostas parecerão sem nexo e fora de contexto e poderão gerar medo. Sendo um
instrumento do Tao, que vê os homens como “cães de palha, destinados ao sacrifício”,
como diz o Tao-Te King (de Lao Tzu), suas respostas são duras e o homem que faz uso do
mesmo deve estar com o coração aberto e preparado para ouvir a realidade, que muitas
vezes pode parecer cruel.
Sob um fundo fixo, do Tao, os fenômenos acontecem e com eles sua evolução,
representada pelas mutações. As estações do ano permanecem sempre as mesmas, a noite
sucede o dia. Ou seja, o Tao do céu é fixo e segue leis imutáveis. Caso o homem se oponha
a essas leis, poderá encontrar dificuldades em sua vida, pois suas ações não estarão de
acordo com o tempo. Para se entender o real curso da divindade, devemos seguir a
natureza. Se nos desviarmos da ação natural das coisas, a não ser que sejam épocas
excepcionais, encontraremos o infortúnio (perda), o arrependimento ou a humilhação
(tristeza). Por outro lado, se estivermos de acordo com as leis do céu, encontraremos a boa
fortuna.
Para que se possa questionar o I Ching, que passa portanto a ser um ser vivo e não
simplesmente um livro, segundo as palavras de Richard Wilhelm, tradutor do mesmo, deve-
se proceder a um ritual. O objetivo do ritual não é simplesmente superficial, mas tem
profunda importância para que o questionador, no caso, o homem superior, entenda as
respostas. Com o ritual, o homem superior integra-se à Ordem cósmica superior, entrando
em contato com a divindade, o que facilita a sua interpretação da resposta.
Para se efetuar a pergunta, deve-se ter em mente apenas um significado e a pergunta deve
ter poucas palavras. Neste momento devemos ser sinceros conosco, pois a resposta será
dada ao que mais preocupa nosso subconsciente. Logo, se efetuarmos uma pergunta que
seja desprovida de um mínimo de entendimento, se formos movidos pela paixão ou por
prazeres terrenos, a resposta será direcionada ao que realmente preocupa nosso
subconsciente e não a entenderemos. Logo, devemos nos purificar e acessar nossa parte
mais íntima, antes de perguntar algo ao oráculo. Para tanto, devemos acender três incensos,
para purificar o ambiente das más energias.
O oráculo deve ser guardado numa caixa de madeira, forrada com seda virgem e nuca deve
ser guardado numa altura superior ao do homem, para que não se faça reverência ao
mesmo, não deve existir idolatria.
As linhas relacionam-se entre si. A linha na posição 6 representa o sábio, afastado dos
assuntos do mundo. As linhas 2 e 4 representam os filhos, mulheres ou funcionários.
Normalmente a segunda e a quinta linha se relacionam (marido e mulher, pai e filho), por
serem centrais. A primeira e a quarta também, assim como a terceira e a sexta (o
governante e o sábio):
O I Ching é composto de hexagramas, que são compostos por dois trigramas, sendo que
cada trigrama é composto por três linhas, que podem ser luminosas ou obscuras, como se
vê abaixo:
As linhas fixas são linhas estáveis, que não estão em mudança. As linhas móveis tratam das
mutações existentes em determinada situação. Sobre um pano de fundo fixo, ocorrem as
mutações. Então por exemplo, temos abaixo o hexagrama 35, progresso, com linhas móveis
nas posições 1, 2, 3 e 6, enumeradas de baixo para cima:
x
x
x
Para que possamos interpretá-lo, devemos saber quais os trigramas que o compõem. Esses
trigramas podem ser os trigramas normais ou os trigramas nucleares. Os trigramas normais
são o Receptivo abaixo (linhas 1, 2 e 3), composto de 3 linhas obscuras e o Aderir acima
(linhas 4, 5 e 6), composto de duas linhas luminosas com uma linha obscura entre elas.
Quanto aos trigramas nucleares, são compostos pelas linhas 2, 3 e 4, a Quietude e linhas 3,
4 e 5, o Abismal.
Segundo o psicanalista Carl Jung, autor do prefácio do livro, o I Ching põe em dúvida
nossa maneira usual de proceder, onde se considera causa e efeito. Em nosso mundo
terreno, supomos que para cada ação teremos uma reação. No plano da Física, isso
realmente ocorre, pois se esquentamos a água ela ferverá com certeza. Mas no plano
humano, nem sempre isso é real. Não se trata de A+B=AB. Trata-se de A+B=ABC. Vou
explicar.
Na ação humana, o resultado não depende apenas da ação, mas depende do nosso
subconsciente, do subconsciente do receptor da ação e da espiritualidade de ambos. Logo,
C significa a espiritualidade que está presente nos relacionamentos sociais. Em lutas
marciais diz-se que “quem teme perder já está vencido”. É a mesma coisa do filme “O
Segredo”. Nossos pensamentos criam nossa realidade, pois a energia que foi lançada no
Universo preparará os eventos de acordo com sua força, intensidade e carga.
Sendo assim, o princípio de cause e efeito, um dogma na Física, parece perder força nos
relacionamentos entre seres humanos. A causa e efeito parece ser substituída pela
sincronicidade, que é a coincidência de eventos no tempo e espaço. Isso é mais do que o
mero acaso, pois obedece às leis do Tao. Sempre científico, Carl Jung tentou provar a
cientificidade do I Ching. Como ele mesmo disse, já tinha 80 anos na época da elaboração
do prefácio e para ele, “os pensamentos dos velhos mestres são mais valiosos para mim que
os preconceitos filosóficos da mente ocidental”.
Para que se entenda o futuro, deve-se recorrer à Seqüência do Céu Anterior ou Seqüência
Primordial. O que acontecerá depende do padrão ocorrido passado. Aliás, toda a vida
ocorre em padrões, que podem ser identificados pelo homem superior. Assim como a
natureza possui padrões de ação, o homem também possui padrões de ação, razoavelmente
previsíveis. O sábio, contudo, não tem forma e age conforme o momento. Por isso, muitas
vezes não é entendido pela sociedade comum, e muitas vezes seus atos são mal
compreendidos, podendo ser considerados até cruéis.
Na criação do futuro, as forças da Natureza atuam. Inicialmente o trovão, com sua força
eletricamente carregada desperta as sementes. Essa afirmação, feita há 3000 anos, está de
acordo com a atual teoria evolucionária de geração da vida, encontrada na Biologia, onde se
fala que as descargas elétricas ativaram as moléculas e originaram os seres vivos. Em
seguida, o vento dissolve a rigidez do inverno. A chuva provê alimento às sementes e as faz
germinar ao passo que o Sol provê o calor necessário.
Sun
Tui
7
6 2
Primavera Outono
Leste Oeste
Li 3 K’an
4
1
5
Chên Kên
8
Inverno
Norte
K’un
2,5
1,5
0,5
0
Tempo
Autômatos celulares (AC) foram inicialmente concebidos na década de 1940 por Stanislaw
Ulam e John von Neumann. São máquinas de estado finito que evoluem pela execução
simultânea de regras locais com as quais surge um padrão emergente global
(HEGSELMANN; FLACHE, 1998; WOLFRAM, 2002). ACs possuem três características
notáveis: paralelismo maciço, interações locais e simplicidade dos componentes básicos
(SIPPER, 2004). Devido à sua simplicidade e enorme potencial em modelar sistemas
complexos, são largamente utilizados em simulações de trânsito, disseminação de doenças,
conflitos populacionais, estudos de colônias de insetos e até mesmo propaganda boca-a-
boca. ACs podem ser vistos como um modelo simples de um sistema espacialmente
descentralizado constituído de componentes individuais, as células. Não há, portanto, uma
entidade centralizadora que orienta os indivíduos componentes do sistema, mas cada um
atua conforme sua própria racionalidade, a regra.
A evolução dos ACs se dá segunda regras de comportamento individuais, como foi dito.
Essas regras podem ser agrupadas em classes, de regras que convergem para a estabilidade
(um ponto fixo), para uma estabilidade dinâmica (um atrator cíclico, ou seja, o estado da
célula fica preso entre dois estados e uma hora apresenta um estado e no momento seguinte
outro estado), ou até mesmo regras complexas, sem padrão reconhecível.
Os ACs são o mais simples dos sistemas e podem explicar uma variedade de fenômenos.
Admitindo-se que a condição binária de 0 e 1, temos que dois estados podem ser facilmente
correlacionados com os opostos, como a luz e a escuridão, o bem e o mal, a virtude e o
vício, a felicidade e a tristeza, a ação e não-ação, etc. A cada indivíduo cabe a escolha de
seu estado, de acordo com a sua regra, i.e., a sua racionalidade. E como vivemos em
sociedades, cada indivíduo se relaciona com sua vizinhança e é influenciado por ela. Sendo
assim, aprendemos com o tempo a reagir a padrões de acontecimentos, tomando
conhecimento que cada modo de conduta leva a um resultado específico, o que pode até
mesmo ser confundido com clarividência.
Assim como no AC um estado tem seu início e evolui para um estado seguinte e esse
estado seguinte será o início de uma nova transformação, a vida ocorre em passos. Sendo
assim, num estado qualquer, teremos a entrada ou input e a saída, o output. Pensando
assim, nada mais somos do que filtros, dado que recebemos energia externa, a processamos
e a devolvemos ao ambiente, transformada. E o que seremos, um autômato celular ?
O nosso corpo funciona como um autômato celular, quando se fala de energia. Mas se
formos ainda mais para dentro, ao nível celular, cada substância química possui suas
propriedades. O cálcio (Ca+2) se liga ao potássio (K-1), os opostos se atraem. E de acordo
com as substâncias que existem no ambiente celular, certas reações químicas ocorrerão.
Isso ocorre também no nível macro, ao considerarmos que nas cidades, as vizinhanças se
formam a partir de indivíduos semelhantes, como bairros de latinos, de negros, etc. Ou seja,
os semelhantes se atraem, formando grupos de pessoas.
Esse processo é dependente do tempo e do espaço. Depende do tempo pois em cada tempo
existe uma configuração desta rede social. As interações ocorrem segundo a segundo e
ocupam um espaço específico. E muitas vezes, essas interações levam a resultados
inesperados. Assim como a união faz a força, essas interações em redes de pessoas fazem
com que a soma das partes seja ainda maior que a simples soma das suas partes
constituintes (AXELROD, 1984). Essa característica exponencial dos resultados de
interações faz com que muitas vezes o resultado seja imprevisível, se levarmos em
consideração as características iniciais do sistema. Ou seja, assim como é inexplicável que
as colunas do Panteão o sustentem, também é inexplicável que a partir de forças individuais
tão diminutas possa aparecer uma força coletiva tão surpreendente.
Essa quebra do pensamento lógico nos remete à força criadora, que faz possível o
impossível e é a essência da complexidade de um determinado sistema. Complexidade não
significa dificuldade, mas sim um emaranhado de causas e efeitos, numa reação em cascata,
onde tudo depende de tudo, dado que há uma interconexão das coisas. Esse fato remete ao
efeito borboleta, onde se diz que o bater de asas de uma borboleta no Brasil poderia causar
um furacão na China. Tudo está interconectado e é dependente de sua trajetória, apesar de
os resultados nem sempre serem previsíveis. Assim, o autômato celular, um mecanismo
básico, nos permite, por meio de uma abstração, entender certos processos existentes na
sociedade e na Natureza.
O profundo entendimento das leis da natureza, presente nos grandes mestres é decorrente
de anos de estudo, dedicação e meditação. O conhecimento se acumula, e ele deve ser
usado para se atingir a sabedoria. Pois tudo ocorre em ciclos. Quando se sabe pouco, pensa-
se que se sabe. Quando se sabe muito, sabe-se que não se sabe. E quando se sabe que não se
sabe, paradoxalmente as coisas se tornam simples, tudo se ilumina, pois nesse ponto à
divindade é permitido espaço em nossas vidas, que faz com que os opostos se equilibrem e
tudo passa a funcionar de maneira simples e natural, como um autômato celular.
Voltando ao I Ching, para que se possa entender o passado, deve-se recorrer à Seqüência do
Céu Posterior, ou Ordem Interna do Mundo, seguindo uma seqüência temporal.
Cada trigrama corresponde a 45 dias no curso do ano ou a 3 horas no curso do dia. Assim,
tudo se inicia com o Incitar, que gera o movimento, que é quando acordamos, às 6 hs da
manhã. As coisas se completam na Suavidade, às 9 hs, que é o nosso entendimento. Logo, o
momento onde acabamos de acordar normalmente nos dá uma intuição sobre o que é o
certo e sobre o que realmente queremos. As pessoas se percebem no Aderir, que é o sol a
pino, meio-dia. Em seguida, as pessoas se ajudam no signo do Receptivo, que dá forma às
coisas, partejando-as, às 15 hs. Às 18 hs, as pessoas se tornam alegres e contentes. A luta e
ocorre às 21 hs, no signo Ch’ien, havendo o esforço à meia-noite, no signo do Abismal. E
tudo atinge a plenitude às 3hs, no signo da Quietude.
Ou seja, a seqüência do passado segue uma via circular no sentido dos ponteiros do relógio,
sentido horário.
Meio-dia
percebe
Verão
Sul
Li
15 hs
K’un
Sun Ajuda
Trabalho comunitário
6 hs 18 hs
Germina Outono
Primavera Oeste
Leste Tui
Chên
3 hs
Plenitude 21 hs
Kên Luta
Chên
Meia-noite
Esforço
Inverno
Norte
K’an
2,5
1,5
0,5
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
-0,5
Neste gráfico percebe-se que o passado também possui média igual a zero, ou seja, perfeita
harmonia entre as forças atuantes. Contudo, diferentemente da Seqüência do Céu Anterior,
o movimento parece ocorrer em duplas de picos de valores 3 e 0 (Chên e K’un) e duplas de
picos com valores 2 e 1 (outros trigramas).
Contudo, à medida que o passado uma vez foi o futuro e o futuro será passado, devemos
sobrepor as duas Ordens para saber as reais influências. Por exemplo, às 6hs da manhã, o
passado germina na Ordem Interna do Mundo e temos a clareza sobre o futuro, a Seqüência
do Céu Anterior. Às 9 hs, temos o entendimento do passado (Sun) e o contentamento com o
futuro (Tui). Ao meio-dia, temos a clareza (Li) sobre o passado e a força criativa (Ch’ien)
sobre o futuro, pois só se entendermos o passado poderemos criar um futuro adequado. Às
15 hs, ao socializarmos com outras pessoas em K’un, criamos nossa história na sociedade e
passamos a compreender o futuro (Sun). Às 18 hs, as lembranças do passado nos dão
alegria (Tui), mas essa alegria deve ser acompanhada da razão (K’na, Abismal) para que
não nos traga um entusiasmo desmedido levando-nos ao perigo da insensatez. Às 21 hs, em
nosso momento de luta sobre o passado (Ch’ien), ao considerarmos nossas ações, acertos e
erros, não devemos nos preocupar com o futuro, mas sim mantermo-nos quietos e sem
preocupações sobre o futuro. À meia-noite, quando vamos dormir, é hora de ponderarmos
sobre o passado com a razão (K’an), num momento de introspecção. É nesse momento que
o futuro é partejado e nasce. Às 3hs da manhã, quando estamos dormindo, cessam as
preocupações sobre o passado e estamos em quietude (Ken). É quando o movimento (Chên)
em direção ao futuro começa a acontecer.
21 de dezembro
Meio-dia
percebe REGRAS SOCIAIS
AMOR Verão
Sul - Li 4 de fevereiro
5 novembro 15 hs
K’un
Sun Ajuda
Trabalho comunitário
AMOR
7 REGRAS SOCIAIS
6 2
COMEÇO 6 hs 18 hs
Germina Outono
21 setembro Primavera 21 de março
PERSEVERANÇA Oeste
Leste 3 Tui
Chên 4
1 5
SABEDORIA JUSTIÇA
8
3 hs
Plenitude 21 hs
Kên Luta
Chên
5 de agosto
Meia-noite 5 de maio
SABEDORIA Esforço JUSTIÇA
Inverno
Norte - K’an
21 de junho
Logo, num mesmo momento, temos o passado e a semente do futuro que em breve também
será passado. Se considerarmos o futuro ou Seqüência do Céu Anterior como um disco e a
Seqüência do Céu Posterior (passado) como discos, vemos que o passado vai se
acumulando, como discos empilhados, saindo de duas dimensões para formar uma terceira
dimensão, com volume tridimensional. Alguns autores sugerem que há íntima relação dessa
estrutura tridimensional com as estruturas do DNA. Se lembrarmos que as linhas firmes e
maleáveis são opostos que se complementam, os aminoácidos que formam a cadeia de
DNA também criam características nos seres vivos, de acordo com sua combinação.
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
-1
-2
-3
-4
Os Julgamentos que aparecem no I Ching tratam de indicar ganho ou perda (boa fortuna
ou infortúnio) decorrente da ação a ser tomada. Ou seja, são interpretações e referem-se às
mudanças e podem ser atribuídas ao Rei Wên. Ao falar devemos nos guiar pelo conteúdo
dos julgamentos. Também indicam a tristeza (arrependimento) ou cautela (humilhação).
Mudança é a conversão de uma linha maleável em firme e significa progresso.
Transformação é a conversão de uma linha firme numa linha maleável e significa
retrocesso.
Assim, as perguntas devem ser feitas com palavras de ações, como “O que acontecerá seu
fizer A?”. Ou outra pergunta: “O que acontecerá seu fizer B?”. Não se deve perguntar
“Como será meu futuro ?”, uma pergunta vaga e sem ação. Nem deve se perguntar “O que
acontecerá seu eu fizer A ou B?”. E devemos nos contentar com a resposta e meditar sobre
ela, caso contrário podemos tirar o Hexagrama 4, que diz: “Não sou eu quem procura o
jovem insensato. É o jovem insensato quem me procura. À primeira consulta eu respondo.
Se ele pergunta duas ou três vezes, torna-se importuno. Ao que se torna importuno não dou
nenhuma resposta”.
As Imagens se referem à revelação do visível, às decisões e aos objetos feitos pelo homem.
O homem que se coloca em harmonia com o céu e a terra, entende que é um microcosmo,
que em si está contido o Universo em um espaço menor. Assim, adquire as puras
capacidades que existem no Universo, a sabedoria e ação, o intelecto e a vontade. Se o
intelecto e a vontade estão corretamente harmonizados a vida afetiva também se harmoniza.
Com isso, o homem não depende mais de sua sorte e do acaso, mas pode modificar seu
destino.
Esse conhecimento é raro nos homens. O Tao do universo é bondade e sabedoria, mas em
sua essência última, o Tao está também além da bondade e da sabedoria. É a total ausência
de julgamento, que a princípio pode parecer uma indiferença, mas se refere ao mais
profundo entendimento do mundo e dos seres que o compõe. Nesse estágio, o homem pára
de interferir nos acontecimentos do mundo, não ajuda mas também não é ajudado, ou seja,
simplesmente não age e é justamente através da não-ação que as coisas acontecem. Quando
agimos movidos por nossas paixões e desejos, visamos o lucro e o ganho. Mas quando
simplesmente agimos sem interesse, as coisas acontecem por si sós, e o céu e a divindade
podem executar seus planos. O Tao manifesta sua bondade, mas oculta suas atividades. É o
mesmo caso de se falar que a mão direita não sabe o que faz a mão esquerda. O sábio deixa
as honrarias de suas ações para outros, pois não é movido pela vaidade pessoal.
“Por meio de uma ação, o fruto de uma centena de pensamentos se realiza, logo, qual a
necessidade da natureza humana de ter pensamentos e preocupações?”. Essa passagem do I
Ching é uma alusão à teoria sobre o poder do subconsciente. O poder do subconsciente
pode ser nosso amigo ou nosso inimigo. Caso não tenhamos poder sobre ele, seremos
escravos de suas vontades. Mas para o sábio, os efeitos por ele provocados originam-se em
seu subconsciente, afetam de forma misteriosa o subconsciente dos outros e alcançam uma
tal amplitude e profundidade de influência que transcendem a esfera individual, penetrando
no âmbito dos fenômenos cósmicos. Ou seja, devemos ter a clareza de pensamento e a
ausência de medo e dúvidas para que possamos influenciar positivamente as pessoas. Isso
então ocorrerá de maneira natural e sem o esforço da vontade.
Ainda em relação às palavras, O I Ching diz “As palavras daquele que planeja a revolta são
confusas. [...] As palavras dos homens de boa fortuna são poucas”, pois os últimos
atingiram o entendimento sobre a vida, e perceberam ser essa fácil e simples, o que não
exige muitos devaneios e explicações.
O Tao também está relacionado à numerologia, que pode revelar grandes segredos.
Contudo isso será assunto futuro.
A título de curiosidade, lancei as moedas com o intuito de fazer uma análise para os leitores
deste artigo. O resultado é:
Vejamos o JULGAMENTO:
Logo, o visível, a matéria, o maleável e obscuro K’un está do lado de fora (acima), indo
embora e o invisível, forte e criativo Ch’ien está do lado de dentro (abaixo). Com relação
aos trigramas nucleares, temos a Alegria (Tui) e palavras do lado de dentro e o Movimento
(Chên) externo. Ou seja, as palavras estão sendo ditas, que é o que faço aqui. Veja Tabela
2. O céu Ch’ien com seu movimento ascendente está sob a Terra K’un , com seu
movimento descendente. Logo, um vem ao encontro do outro, unindo seus poderes. Essa
união traz paz e bênçãos a todos os seres. Isso também representa harmonia social, onde os
poderosos vêm até os humildes. No homem, isso significa o espírito dos céus em seu
interior. Ou seja, força interna aliada à devoção externa. Ainda, o interior cria e é partejado
externamente.
IMAGEM
Céu e terra unem-se: a imagem da PAZ.
Assim o governante divide e completa o curso do céu e da terra,
Favorece e regula os dons do céu e da terra e desta forma ajuda ao povo.
O governante divide e completa o curso do céu e da terra, ou seja, divide o fluxo do dia e
das estações do ano, de acordo com a seqüência dos fenômenos, para ajudar a si mesmo e
aos homens. A minha decisão foi de ajudar as pessoas, realmente.
6 na quarta posição
Ele desce voando e sem se vangloriar de sua riqueza.
Junto a seu próximo, sincero e sem malícia.
Isso significou minhas reais intenções ao escrever esse artigo. De posse do conhecimento,
decidi compartilhá-lo com as pessoas, de maneira sincera. E isso equivale, segundo o texto
original do I Ching, aos sentimentos mais profundos do homem.
Essa linha está no alto do trigrama nuclear Tui, Alegria, palavras, ou seja, o máximo de
alegria e palavras ditas e no meio do trigrama nuclear superior Chên, movimento, ou seja, o
movimento não vai a excessos.
Quanto à numerologia, a soma total das linhas dá 9+9+9+8+6+6 = 47. Somando-se 4 com
7, temos 11. Somando-se 1+1, temos 2. Dois é o número do conflito, do encontro de forças
positivas e negativas, que deve ser gerenciada para que se atinja o equilíbrio. Mas essa
parte ainda não está muito clara na minha mente, deixemos para o futuro.
Abraços a todos
43 1 44 28 50
34
14 32 REGRAS SOCIAIS
AMOR 21 de dezembro 57
9
5 48
26 Meio-dia
18
5 novembro 4 de fevereiro
11 Verão - Percebe 46
10 Sul - Li
15 hs 6
58 K’un
9 hs Ajuda 47
38
Completa Trabalho
54 Sun comunitário 64
AMOR
40
61
7 REGRAS SOCIAIS
60 59
6 2 29
41
COMEÇO 6 hs 18 hs 4
19
Germina Outono
21 setembro Primavera 7 21 de março
13 PERSEVERANÇA Oeste
Leste 3 Tui
4 33
49 Chên
31
30
1 5 56
55
62 JUSTIÇA
37
8 53
SABEDORIA 63
3 hs 39
22 21 hs
Plenitude Luta 52
36 Kên Chên
15
25
12
Meia-noite
17
5 de agosto Esforço - Inverno 45
5 de maio
21
Norte - K’an 35
51
SABEDORIA 21 de junho 16 JUSTIÇA
42
3 20
27 24 2 23 8