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CURSO RETA FINAL DE AGENTE E ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL

DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL


PROF.: EDEM NÁPOLI
DATA: 14.08.2009
AULA N. 01
COLABORADORA: SAMANTHA MOREIRA

MATERIAL DE APOIO – MONITORIA


DIREITOS POLÍTICOS

ÍNDICE:
1. Artigos Correlatos
1.1 Perda e suspensão dos Direitos Políticos
2. Jurisprudência

2.1 MC 14170 / RS MEDIDA CAUTELAR 2008/0095694-0


2.2 HC 69960 / MG HABEAS CORPUS 2006/0246208-5

3. Assista!
3.1 O português na condição de quase nacional pode exercer direitos políticos? –
Pedro Taques.
4. Simulados.
________________________________________________________________
1. ARTIGOS CORRELATOS.

1.1 Perda e suspensão dos Direitos Políticos – I

Examina os casos de suspensão e perda dos direitos políticos por condenação criminal.
Escrito em 08/abr/2004, atualizado e adaptado.

Augusto Sampaio Angelim - hildinho@ig.com.br -Juiz de Direito, ex Diretor Regional da


Escola da Magistratura em Caruaru e lecionou na Faculdade de Direito de Caruaru na
Cadeira de Direito Constitucional. Foi, também, Promotor de Justiça.
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL estabelece:
“Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará
nos casos de:
I – cancelamento da naturalização por sentença judicial transitada em julgado;

II – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;


III – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do
art. 5.º., VIII;
IV – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4.º.”

Portanto, são esses os motivos que ensejam a perda ou suspensão dos direitos políticos,
porém, limitar-me-ei a examinar, neste artigo os casos de condenação criminal e de
improbidade administrativa.
Ressalto que, apesar de não constar do texto acima, entende-se que perde seus direitos
políticos, o brasileiro que adquirir outra nacionalidade por naturalização voluntária, posto
que, em perdendo sua nacionalidade original, perderá, por conseguinte, seus direitos de
cidadania.
As causas de perda de suspensão dos direitos políticos decorrem apenas da perda ou
cancelamento da nacionalidade brasileira, sendo os demais casos contidos na CF,
relativo à suspensão dos direitos políticos.
A perda ou suspensão dos direitos políticos implica na perda ou suspensão do gozo
desses direitos e encontra-se no gozo dos direitos políticos quem está habilitado a alistar-
se eleitoralmente, podendo habilitar-se a candidaturas para cargos eletivos ou a
nomeações para certos cargos públicos não eletivos (CF, art. 87; 89, VII; 101; 131, § 1°),
participar de sufrágios, votar em eleições, plebiscitos e referendos, apresentar projetos de
lei pela via da iniciativa popular (CF, arts. 61, § 2° e 29, XI) e propor ação popular (CF, art.
5°, inc. LXXIII).
Este tema esta sendo examinado exatamente quando o GOLPE MILITAR DE 64 está
completando 40 anos e este período de exceção se notabilizou por total desrespeito aos
princípios democráticos, tendo os militares promovido toda sorte de diabruras (arte ou
maquinação do diabo) e arbitrariedade contra os direitos políticos de seus opositores,
agredindo abertamente o Congresso Nacional e seus membros, bem assim como as
representações políticas dos Estados e dos Municípios, daí a obrigação de registramos e
repudiar a memória da ditadura, especialmente para que se alerte as gerações de hoje e
do futuro, como forma de prevenir golpes e quarteladas.

Em 64, lembra ELIO GASPARI em sua trilogia sobre a DITADURA, começava-se no


Brasil um período negro e supressão das liberdades públicas, precisamente quando o
mundo vivia um de seus mais fascinantes períodos e divertidos da humanidade. Aqui,
uma das mais idiotas políticas de rejeição ao comunismo já vistas na História, que pode
até ser vista sob episódios picarescos, tamanha foi a desenvoltura dos militares no poder,
com os generais nos papéis bem acabados dessas comédias e pastelões que nos fazem
rir, porém, infelizmente, o saldo de todo esse período foi um atraso enorme e uma das
páginas negras de nosso País, com as violações dos direitos políticos, torturas e
execuções, além de corrupção.

O mundo relembra GASPARI tinha acabado de tomar conhecimento da decisão da


Suprema Corte Americana que acabava com a segregação racial nos ônibus, com um
jovem negro, de apenas 25 anos de idade liderando um movimento que levou os negros a
andarem à pé ou em ônibus contratados por eles mesmos, provocando um prejuízo, em
apenas dois meses, de mais de um milhão de dólares. O jovem negro a que me refiro era
MARTIM LUTHER KING. Aqui, infelizmente, CASTELLO BRANCO se instalava no
PALÁCIO DO PLANALTO e iria promover uma segregação política enorme entre os
brasileiros, passando as Forças Armadas, com Exército sempre à frente, a ser única
instituição que existia plenamente de fato e de direito, razão pela qual, justamente, o
então Deputado Federal pelo Estado da Guanabara, MÁRCIO MOREIRA ALVES, ocupou
a tribuna da Câmara para convocar o povo a boicotar o desfile militar de 07 de setembro
de 1968, o que ensejou COSTA E SILVA, o sucessor de CASTELLO a exigir sua
cassação e, como não obteve tal subserviência do Congresso Nacional, editou o AI-5 e,
definitiva mergulhou-nos na escuridão. Lá fora, os BEATLES faziam os jovens do mundo
inteiro cantar. Aqui, o pau começava a cantar nas costas dos que se rebelavam contra os
militares.
Condenação criminal
Suspendem-se os direitos políticos por "condenação criminal transitada em julgado,
enquanto durarem seus efeitos", diz o inc. III do art. 15 da CF. A Constituição anterior
tinha dispositivo semelhante no § 2°, alínea "c", do art. 149, cuja aplicabilidade a
jurisprudência e a doutrina condicionaram à edição da Lei Complementar referida no § 3°
daquele artigo, a saber: "Lei Complementar disporá sobre a especificação dos
direitos políticos, o gozo, o exercício, a perda ou suspensão de todos ou de
qualquer deles e os casos e as condições de sua reaquisição". Essa Lei nunca foi
editada, a CF atual, entretanto, não fez nenhuma referência à legislação infra-
constitucional, pelo que é plena a eficácia desse dispositivo (inc. III, art. 15, CF).
A suspensão dos direitos políticos, nos casos de condenação criminal, não se enquadra
como pena acessória, sendo unicamente conseqüência da condenação,
independentemente de referência expressa.
O texto constitucional não faz qualquer exceção, daí prevalecer o entendimento que,
mesmo nos casos de condenação por crime culposo, delitos de menor potencial ofensivo
e, inclusive contravenção penal, persiste a regra da inelegibilidade.

Em virtude disso é que se deve exercer rigoroso controle nos pedidos de registro de
candidaturas, quanto aos antecedentes criminais dos requerentes.
Tribunais A suspensão dos direitos políticos perdura enquanto perdurarem os efeitos da
condenação.
Embora alguns Regionais adotem a tese de que a inelegibilidade deve acompanhar os
efeitos secundários da condenação, o TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL adota
entendimento mais limitado, limitando inelegibilidade ao cumprimento da pena, ainda que
perdurem seus efeitos secundários.
A reaquisição dos direitos políticos opera-se automaticamente, com o cumprimento da
pena, independendo de processo formal ou de reabilitação criminal.

Perda e suspensão dos Direitos Políticos – II


Comenta os casos de perda ou suspensão dos direitos políticos de dententores de
mandatos eletivos (Deputados Federais, Senadores, Vereadores, Prefeitos,
Governadores e Presidente da República), em decorrência de condenação criminal.
13/abr/2004

Continuando nossos comentários a respeito da suspensão dos DIREITOS POLÍTICOS,


tenho por bem recapitular que o cidadão pode ser privado, definitiva ou temporariamente,
desses direitos, porém somente nos casos expressamente previstos na Constituição
Federal.
Acontecendo algumas das hipóteses constitucionais, tais como cancelamento da
naturalização, incapacidade civil absoluta, condenação criminal, recusa de cumprimento
de obrigação a todos impostas ou improbidade administrativa, o fato deve ser comunicado
ao juízo da zona eleitoral em que o agente esteja inscrito com vistas a se processar, no
sistema eletrônico, o registro da perda ou suspensão dos direitos políticos.
Merece ressalva especial os casos de perda ou suspensão de direitos políticos
envolvendo parlamentares, cujo efeito deve ser imediato, exceto em se tratando de
Deputado Federal ou Senador, já que a CF exige que a Mesa Diretora da casa legislativa
respectiva, DECLARE a perda ou suspensão dos direitos políticos.

Como se vê, nesse caso, não basta a sentença judicial, havendo necessidade de
processo administrativo próprio instaurado na Câmara dos Deputados ou no Senado
Federal.

Por extensão permitida pela interpretação dos arts. 27, § 1.º e 32, § 3.º, da CF, essa
mesma regra aplicam-se aos DEPUTADOS ESTADUAIS e DISTRITAIS.
Como se disse, além da condenação criminal transitada em julgada, o parlamentar será
submetido a julgamento por seus pares, num processo de natureza de política, onde se
julgará a conveniência, ou não, da perda do mandato.
Esse processo legislativo será decidido pelo voto secreto dos membros das respectivas
casas políticas e o parlamentar somente perderá o mandato acaso a maioria absoluta
acolha o pedido, mas, antes da votação, é assegurada – como em todos os processos – a
ampla defesa do parlamentar condenado criminalmente.

A exigência desse outro processo complementar para se declarar a perda ou suspensão


dos direitos políticos dos parlamentares dificulta, sem dúvida nenhuma, a efetividade da
decisão judicial, daí ser muito mais comum a cassação dos direitos dos parlamentares
através de processos originados dentro das próprias casas legislativas, vez que não
necessitam, obrigatoriamente, de processo judicial, como, são, por exemplo, os casos de
quebra do chamado decoro parlamentar.
Os VEREADORES, PREFEITOS, GOVERNADORES e o PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
em caso de condenação criminal transitada em julgado perderão imediatamente o cargo,
através de simples ofício da Justiça Eleitoral, à Câmara de Vereadores, nos casos de
Vereadores ou Prefeitos, não cabendo o legislativo municipal deliberar sobre a
conveniência da perda do mandato, vez que se trata de ato vinculado do Presidente da
Câmara de Vereadores ou de quem faça as suas vezes. Essa mesma regra se aplica aos
GOVERNADORES, inclusive os vice-governadores e ao PRESIDENTE e ao VICE-
PRESIDENTE DA REPÚBLICA, comunicando-se a decisão, no âmbito dos Estados, ao
Presidente da ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA e, quando se tratar do PRESIDENTE e/ou do
VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, à MESA DIRETORA DO CONGRESSO
NACIONAL.
Perda e suspensão dos Direitos Políticos – III
Comentários sobre a matéria, focado sobre casos de improbidade administrativa. Neste
capítulo examinaremos os casos de suspensão dos direitos políticos em decorrência de
atos de improbidade administrativa.

A CF, estabelecido no § 4° do art. 37,, que "os atos de improbidade administrativa


importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade de bens e o ressarcimento ao erário, na forma e na gradação
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível".
Constitui ato de improbidade administrativa, de modo geral, qualquer ato que implique em
desonestidade e imoralidade com a coisa pública, isso da maneira mais ampla possível.

A Lei 8.429/92 define os atos de improbidade administrativa e esta ocorre, com a prática
de atos que ensejam enriquecimento ilícito, causam prejuízo ao erário ou atentam contra
os princípios da administração, definidos no artigo 37, entre os quais está incluída a
moralidade, ao lado da legalidade, da impessoalidade e da publicidade, além de outros
que, distribuídos por toda a Constituição, também se aplicam à condução dos negócios
públicos.
Dividiram-se os atos de improbidade administrativa em três grupos:
que importam em enriquecimento ilícito (art. 9°); que causam prejuízos ao erário (art. 10);
e que atentam contra os princípios da administração pública (art. 11 ).
São sujeitos ativos quaisquer agentes públicos (art. .2.º.), inclusive os que exercem
atividade transitória na administração, mesmo sem remuneração, que estejam ocupando
cargo ou função pública, independentemente da forma de provimento ou investidura.

Administração Pública, para esses efeitos, também, deve ser entendida da maneira mais
ampla possível, pelo que, evidentemente contempla a Administração Pública
propriamente dita – pessoas jurídicas de direito público interno: União, Estados, DF e
Municípios -, além da administração indireta e, inclusive se estendendo às empresas
privadas para quais as entidades públicas tenham concorrido ou concorram com mais de
5% do patrimônio ou da receita anual. A este rol, agregam-se, também, as entidades,
inclusive de natureza filantrópicas, que recebam subvenção, benefício, incentivo fiscal ou
creditício de órgãos públicos.
Não compete à JUSTIÇA ELEITORAL, entretanto, julgar os casos de improbidade
administrativa, conforme se verifica do acórdão a seguir transcrito:
1. Representação. Conduta vedada. Lei n o 9.504/97, art. 73, I, § 7.º. Improbidade
administrativa. Lei n o 8.429/92. Incompetência da Justiça Eleitoral. Supressão de
instância. Não-ocorrência. 1. A Lei n o 9.504/97,art. 73, I, § 7 o , sujeita as condutas ali
vedadas ao agente público às cominações da Lei n o 8.429/92, por ato de improbidade
administrativa. 2. Todavia, não é possível a aplicação dessas sanções pela Justiça
Eleitoral, quanto menos através do rito sumário da representação. 3. A designação de
juízes auxiliares, que exercem a mesma competência do Tribunal Eleitoral, trata-se de
uma faculdade conferida pela Lei n o 9.504/97, art. 96, II, § 3 o. 4. Recurso especial
parcialmente provido.ln NE: A representação foi intentada por não-cumprimento da Lei
das Eleições, em razão da prática de conduta vedada aos agentes públicos em campanha
eleitoral Œ utilização de ônibus da Polícia Militar do estado na locomoção de cabos
eleitorais Πtendo a Corte Regional determinado o processamento da causa, nos termos
da Lei n o 9.504/97, art. 96. A sanção prevista nessa lei é a suspensão da conduta
vedada e pagamento de multa. A competência para apreciar os fatos sob a ótica da
improbidade, com a aplicação das sanções previstas na Lei n o 8.429/92, é da
Justiça Comum.(Ac. n o 15.840, de 17.6.99, rel. Min. Edson Vidigal; no mesmo sentido o
Acórdão n o 56, de 12.8.98, rel. Min. Fernando Neves.) Sem grifos no original.
Por disposição legal e como regra de bom senso, a sentença de condenação por
improbidade administrativa somente produzirá efeitos quando transitada em julgado, o
que implica em dizer que todos os recursos têm e devem ser recebidos no chamado efeito
suspensivo, o que acarreta, muitas vezes, frustração dos eleitores, pois a cada notícia de
condenação de um político, parcela da população exulta com a condenação e, ao mesmo
tempo, se mostra decepcionada quando verifica que, mesmo condenado, tal pessoa
concorre às eleições.
É de 5 anos após o término do exercício de mandato, cargo em comissão ou função de
confiança o prazo para ajuizamento de ação por ato de improbidade administrativa.

Para ilustrar esses comentários e até mesmo em virtude de freqüentemente ouvir


perguntas a respeito de condutas passíveis de ser consideradas como caracterizadoras
de atos de improbidade administrativa, transcrevo alguns acórdãos relacionados às
perguntas mais comuns:
Rejeição de contas.
Rejeição de contas. Improbidade administrativa. Art. 15, inciso V, da Carta Magna.
Suspensão de direitos políticos. Art. 20 da Lei n o 8.429/92. Fraude. 1. A rejeição de
contas não implica, por si só, improbidade administrativa, sendo necessária decisão
judicial que assente responsabilidade por danos ao Erário. 2. A suspensão dos direitos
políticos só se efetiva com o trânsito em julgado da sentença condenatória, nos termos do
art. 20 da Lei n.º 8.429/92. (...) (Ac. n o 3.009, de 9.10.2001, rel. Min. Fernando Neves; no
mesmo sentido os acórdãos n os 18.302, de 22.2.2001, rel. Min. Maurício Corrêa e
17.658, de 14.12.2000, rel. Min. Maurício Corrêa.)
Neste particular, cabe destacar que o STF entende que não cabe aos Tribunais de Contas
rejeitar as contas dos Prefeitos, posto que tal competência é das Câmaras de Vereadores,
CPI.
Comissão parlamentar de inquérito. Conclusões. Improbidade administrativa. Lei n o
8.429/92. Decretação em procedimento de registro de candidatura. Impossibilidade. (...) 1.
Não compete à Justiça Eleitoral, em procedimento de registro de candidatura, valendo-se
de relatório conclusivo de comissão parlamentar de inquérito, declarar a prática de ato de
improbidade administrativa, tipificado no art. 11 da Lei n o 8.429/92. Necessidade de
decisão judicial que responsabilize o candidato pelos danos causados ao Erário, conditio
sine qua non para a declaração de inelegibilidade. (...) 3. Os requisitos necessários ao
registro de candidatura deverão ser aferidos na data do ingresso do pedido na Justiça
Eleitoral. (...) (Ac. n o 18.313, de 5.12.2000, rel. Min. Maurício Corrêa.)(...) Inocorrência.
Inelegibilidade. Direitos políticos. (...) III Œ A perda ou suspensão dos direitos políticos
prevista no art. 15, V, da Constituição, em razão de improbidade administrativa, nos
termos do art. 37,§ 4 o , da mesma Carta, somente poderá ocorrer num due process of
law, mesmo porque os direitos políticos são direitos fundamentais do indivíduo e ninguém
pode ter direito seu atingido a não ser num devido processo legal (CF, art. 5 o , LIV, LV).
(...) (Ac. n o 12.371, de 27.8.92, rel. Min. Carlos Velloso.)
Perda e suspensão dos Direitos Políticos – IV
Os conscritos têm seus direitos políticos suspensos enquanto recrutados para o serviço
militar. Será examinada, neste artigo, a situação dos conscritos.

São denominados de conscritos, os brasileiros alistados e convocados para o serviço


militar obrigatório e a este é vedado o alistamento eleitoral e, portanto, uma das condições
de elegibilidade.

A Lei Máxima registra expressamente essa restrição:

“Art. 14 ........................................................................................................................

§ 2.º. Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço
militar obrigatório, os conscritos.”

No regime constitucional anterior, após a EC 01/69 somente era permitida o alistamento


eleitoral dos militares integrantes do oficialato, aspirantes a oficial, guarda-marinhas,
subtenentes ou suboficiais, sargentos ou alunos das escolas de formação de oficiais, o
que era considerada uma discriminação odiosa, porém, atualmente, os praças têm
garantido o direito ao alistamento eleitoral.
Os alistáveis para o serviço militar são os jovens de 18 anos de idade e, como a CF
faculta o alistamento às pessoas de 16 anos de idade, a jurisprudência admite a
possibilidade da manutenção do alistamento militar daquele que, mesmo convocado, já
tenha se alistado como eleitor, ficando, suspenso, entretanto, tal alistamento.

Essa proibição, embora considere injustificada, do ponto de vista sociológico e político, é


uma tradição de nosso ordenamento jurídico. A Carta Política do Império de 1824 em seu
art. 91, já fazia restrição ao direito de voto dos militares.

A atual Constituição manteve essa linha, determinando a suspensão dos direitos políticos
dos conscritos, ou seja, dos recrutados para o serviço militar. Em virtude dessa
determinação, as organizações militares, devem enviar, anualmente, às zonas eleitorais
dos jovens recrutados, comunicado a respeito dessa situação, para que possa ser
efetivada essa suspensão.

http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/1530/Perda-e-suspensao-dos-Direitos-Politicos-I
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2. JURISPRUDÊNCIA.

2.1 MC 14170 / RS MEDIDA CAUTELAR 2008/0095694-0

AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. CONDENAÇÃO DE SUSPENSÃO DE


DIREITOS POLÍTICOS IMPUGNADA MEDIANTE RECURSO ESPECIAL E
EXTRAORDINÁRIO IMPROVIDOS. EXECUÇÃO DA SENTENÇA. POSSIBILIDADE.
MEDIDA CAUTELAR. CONJUGAÇÃO DOS PRESSUPOSTOS. INEXISTÊNCIA.
AUSÊNCIA DA DECISÃO DE ADMISSIBILIDADE DO RECURSO ESPECIAL.
INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 634 E 635 DO STF. I - Não se encontrando presente a
decisão de admissibilidade do recurso especial, tem-se de rigor a aplicação das súmulas
634 e 635 do STF. II - Entendendo o STF que os sucessivos recursos apresentados pelo
requerente, buscando evitar a execução da sentença proferida na ação de improbidade
administrativa, tinham caráter procrastinatório, com imposição de multa, tem-se afastada
a plausibilidade do direito alegado. III - Medida cautelar improcedente. Ministro
FRANCISCO FALCÃO (1116). T1 - PRIMEIRA TURMA. Julgamento 04/11/2008. DJe
20/11/2008.

2.2 HC 69960 / MG HABEAS CORPUS 2006/0246208-5

HABEAS CORPUS – IRRESIGNAÇÃO CONTRA A SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS


DO CONDENADO – SURSIS – LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO NÃO AFETADA –
IMPROPRIEDADE DA VIA ELEITA – ORDEM NÃO-CONHECIDA. I. O remédio constitucional do
habeas corpus se presta para sanar qualquer constrangimento ilegal à liberdade de locomoção
das pessoas, ainda que de forma iminente. II. A discussão acerca do cabimento ou não da
suspensão dos direitos políticos de condenado beneficiado com o sursis em nada se relaciona
com sua liberdade de locomoção. III. Não conheceram do writ. Ministra JANE SILVA
(DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/MG) (8145). T5 - QUINTA TURMA. Julgamento
25/09/2007. DJ 15/10/2007.
3. Assista!
3.1 O português na condição de quase nacional pode exercer direitos políticos? –
Pedro Taques.
http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20090514093327377
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4. Simulados.

4.1 São obrigatórios o alistamento eleitoral e o voto de brasileiros natos emancipados com 16
anos de idade.

4.2 O maior de 16 anos e menor de 18 anos de idade que efetuar seu alistamento eleitoral, ainda
assim, não está obrigado a votar.

4.3 Os partidos políticos, pessoas jurídicas de direito privado, criados na forma da legislação civil,
devem ter seus estatutos registrados no Tribunal Superior Eleitoral.

GABARITO:

4.1 ERRADO

4.2 CERTO
4.3 CERTO

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