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I – INTRODUÇAO
Hoje em dia, ainda que a vida seja fisicamente mais fácil, pode-se observar um esgotamento
maior das pessoas. Essa inatividade física vem contribuir para o desgaste do indivíduo, sendo
que ela passa mais da metade de sua vida trabalhando.
Considerando que o ser humano passa a maior parte do seu tempo de vida no trabalho, e que
durante esse tempo não lhe é oferecido condições que lhe permitam desenvolver-se física e
nem psicologicamente, é simples notar efeitos prejudiciais que lhe ocorrem e que afetam o seu
desempenho.
Muitos postos de trabalho exigem a permanência do trabalhador numa atitude estática, seja
sentado ou de pé, e também funções que exigem trabalho dinâmico de certos grupamentos
musculares, ocasionando dores e câimbras.
Para reforçar a idéia pode-se citar LAPORTE (1970), onde ele relata que na Suécia, dois
milhões de jornadas de trabalho são perdidas anualmente devido às dores lombares atribuídas
a uma insuficiência de movimentos durante a execução do trabalho.
Tanto dores lombares como traumas articulares e outras lesões, são disfunções que se
ocorridas devido ao trabalho são denominadas de DORT, (Doenças Osteomusculares
Relacionadas ao Trabalho), que é causa de afastamento do trabalho.
Para uma pessoa atingir seus objetivos é necessário que esteja motivada. Cabe então aos
principais interessados no aumento da produtividade de uma empresa, despertar essa
motivação.
Corroborando com o assunto, COSTA & KARAM (1998) definem stress como uma resposta do
organismo às influências externas por ele recebidas.
1. JUSTIFICATIVA
Observa-se atualmente, com o avanço tecnológico, a busca dos proprietários de grandes
indústrias pelo rendimento máximo de produção, sendo que com este intuito acabam por
desrespeitar física afetiva e emocionalmente os principais responsáveis por esse rendimento, o
trabalhador.
Como define SERRÃO & BALEEIRO (1999) o bem estar do grupo abrange aspectos físicos,
afetivos e emocionais.
Analisando por este prisma pode-se conciliar com o que é sabido a muito: É impossível de se
alcançar o máximo de rendimento se o grupo não for homogêneo e não se encontrar em um
estado de bem estar.
Procura-se então através desse trabalho explicar a necessidade de utilizar a GL como fator
apropriado para aquisição de bem estar.
Buscou-se também uma visão do que seria GL, para poder-se justificar o trabalho.
Sabe-se a muito que um indivíduo fisiologicamente preparado para o trabalho, mantém níveis
motivacionais mais elevados, o que provavelmente venha a interferir na produtividade.
O que se pretende com esse trabalho é explicar a influência que a Ginástica Laboral exerce em
determinados fatores que proporcionam aumento final de produção, tendo benefício tanto para
a empresa quanto para os funcionários.
Buscou-se também com este estudo, demonstrar que a Ginástica Laboral é importante não só
na prevenção a LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e na melhoria da capacidade física do
trabalhador, mas principalmente como aspecto motivador, através da integração dos
funcionários.
Para dar sustentação à idéia, pode-se ter como base o relato de SERRÃO & BALEEIRO
(1999), que conceitua o ser humano como um ser de relações que necessita amar, ser amado,
interagir com pessoas, construindo uma auto imagem positiva que lhe permita potencializar sua
capacidade de rendimento.
2. OBJETIVOS
2.3. Metodologia
Utilizar como estratégia da Ginástica Laboral, o rádio com o Cd – "Enia", antes do expediente,
para que os funcionários façam exercícios de alongamento e relaxamento.
II – DESENVOLVIMENTO
1. GINÁSTICA LABORAL
A Ginástica Laboral tem suas raízes na Polônia, por volta do ano de 1925, onde foi chamada
também Ginástica de Pausa.
Foi encontrada uma definição proposta por KIKO (2001) que afirma que a GL trata-se de um
conjunto de matérias elaboradas a partir da atividade profissional exercida procurando
compensar as estruturas do corpo mais utilizadas durante o trabalho e ativar as que não são
requeridas, relaxando-as e tonificando-as.
A Ginástica Laboral no local de trabalho tem como finalidade valorizar a prática da atividade
física como meio para a promoção da saúde, aliviando stress, reeducando o indivíduo
posturalmente, prevendo lesões e principalmente aumentando o nível motivacional do
trabalhador.
Pois se considera que um indivíduo motivado torna-se mais resistente aos problemas que
possam vir a ocorrer com ele durante seu trabalho e assim alcançar um rendimento maior.
Seguindo por este prisma observam-se pesquisas que revelam que as empresas que
promovem a realização de exercícios orientados declaram terem verificado aumento de
produtividade, e os trabalhadores garantem que terminam a jornada de trabalho menos
cansado do que antes.
A GL proporciona uma série de benefícios, tanto para a empresa quanto para o trabalhador. Foi
baseando-se nas pesquisas da BODYEALTH (2001) e SUPPORTE (2001) que relacionamos
alguns desses benefícios.
Encontrou-se então em conteúdos expostos na BODYEALTH (2001) alguns fatores que trazem
benefícios para a empresa através da aplicação da Ginástica Laboral, como: redução dos
custos de assistência médica; diminuição do absenteísmo; aumento da produtividade; melhoria
do ambiente de trabalho; diminuição dos números de acidentes; melhoria da imagem para a
empresa; melhor e maior integração entre os funcionários; reduz os afastamentos por
LER/DORT.
Considera-se ideal que a Ginástica Laboral seja aplicada diariamente, sendo que possui três
maneiras de aplicação, pois se encontrou em conteúdos sobre PROGRAMA (2001) relatos que
confirmam esta proposta, e definem estas maneiras da seguinte forma: Ginástica Laboral
preparatória, compensatória e de relaxamento.
A GL preparatória tem duração em torno de quinze minutos, sendo realizada antes do inicio da
jornada de trabalho.
Seu objetivo é durante estes quinze minutos de atividade, aquecer os grupos musculares e
articulações que serão mais utilizadas durante o trabalho, aumentando também a circulação
sangüínea o nível muscular melhorando a oxigenação dos músculos.
Para melhor entendimento sobre a Ginástica Laboral preparatória pode-se citar FARIA JUNIOR
(1990) onde ele relata que esta atividade tem como objetivo promover a melhoria da saúde e
do bem estar do trabalhador, sendo também uma medida de prevenção contra acidentes de
trabalho.
Para culminar com esta afirmação FARIA JUNIOR (1990) evidenciou que a Ginástica de Pausa
aprimora a saúde do trabalhador, compensando os efeitos negativos sofridos no trabalho.
4. LER
Considerando que a LER é uma triste realidade que atinge grande número dos funcionários
nas empresas de nosso país, é um fator importante para o presente trabalho, pois sua ligação
com a Ginástica Laboral é evidente.
Pretende-se então adentrar mais profundamente na realidade das Lesões por Esforços
Repetitivos, tornando-se mais explicita algumas abrangências, conceitos e definições e outros
fatores considerados indispensáveis para o prosseguimento do trabalho.
Na Antiguidade o homem andava de um local para o outro, apenas caçando e pescando para
se alimentar.
Mas com a evolução da espécie humana, ele passou a exercer morada fixa, onde viu a
necessidade de criar ferramentas que o auxiliasse no trabalho.
No principio era tudo artesanal, mas com a evolução da industria e tecnologia, surgiram às
máquinas, e através das investigações de CANTARINO FILHO & PINHEIRO (1974), podemos
observar que a tecnologia apresentada tem contribuído de maneira eficaz para o
desenvolvimento da produtividade.
Seguindo por este prisma é necessário ater-se ao fato de que essa transformação em busca da
produtividade tem proporcionado a ocorrência de inúmeras doenças ocupacionais decorrente
de sobrecarga osteomusculares, estáticas ou dinâmicas, atingindo principalmente os membros
superiores, ombros, pescoço e região cervical.
Para confirmar esta idéia, pode-se seguir os estudos de FARIA JUNIOR (1990) que descreve
duas conseqüências principais ocasionadas pela busca do rendimento, que são: a fadiga e o
subdesenvolvimento das funções orgânicas do trabalhador. Estes são problemas com a saúde
que podem vir a ocasionar a implantação de LER (Lesão por Esforços Repetitivos).
No Brasil o termo LER foi introduzido em 1986, por Mendes Ribeiro no primeiro Congresso
Estadual de Saúde dos Profissionais de Processamento de Dados, no Rio Grande do Sul, com
o objetivo de caracterizar as lesões apresentadas pelos digitadores.
Encontrou-se então em conteúdos sobre LER (2001) uma definição proposta por BARREIRA
T.H.C. (2001) onde LER é um conjunto de disfunções músculo-esqueléticas que acometem os
membros superiores e região cervical e estão relacionadas ao trabalho.
No Brasil o conjunto destas disfunções é denominado LER, mas em outros países recebe
denominações diferenciadas.
Ambas as siglas representam as mesmas patologias que são causas de despesas com
tratamento médico nas empresas.
Hoje em dia existe uma certa ineficácia médica para o tratamento do trabalhador com LER, o
que pode ser confirmado com relatos encontrados em conteúdos expostos sobre SERVIÇOS
(2001) que relatam que o tratamento médico apenas provoca uma regressão nos sintomas, não
solucionando a causa do problema.
Durante os picos de atividade a intensidade da dor aumenta, e mesmo durante o repouso a dor
não desaparece totalmente e os sinais clínicos ainda não aparece.
O terceiro estágio é um período onde a dor é contínua e até certo ponto insuportável, tornando
os movimentos limitados.
As dores afetam o membro fazendo com que percam a força. O repouso acaba por atenuar a
intensidade da dor, não desaparecendo por completo.
Durante
esta etapa a pessoa perde a força e controle dos movimentos, o inchaço transforma-se em
deformidade e a dor migra para outras partes do corpo. Este estado físico pode levar a pessoa
a uma profunda depressão.
A LER como qualquer doença tem seus pontos principais de implantação. Na busca de saber
um pouco mais sobre esses pontos de implantação da LER, encontrou-se em conteúdos sobre
SAÚDE (2001) que as estruturas mais acometidas pela LER estão localizadas no interior das
articulações (ligamentos, cartilagens e cápsulas) ou ao seu redor (tendões, músculos, fáscias e
nervos).
Estas regiões durante a realização dos movimentos sofrem grandes cargas originadas pelos
próprios músculos, na necessidade de executar as atividades.
Durante a realização dessas atividades, algumas regiões sofrem mais carga, gerando uma
maior freqüência de quantidade de lesões.
Chegaram-se então as cinco principais regiões acometidas pela LER, sendo elas: região
cervical; ombros; mão e punho; cotovelo e região lombar.
4.4. Prevenção
Mas dentro deste ciclo vicioso o indivíduo vai sofrendo afastamentos cada vez mais freqüentes
e prolongados, até ser substituído.
Conhecendo então um pouco mais sobre a LER, pode-se observar que realmente ela é um
fator preocupante para qualquer pessoa podendo instalar-se no indivíduo, levando-o a sérios
problemas para seu futuro profissional.
A maneira adequada para lidar com este problema é proporcionar a prevenção, para que a LER
não acometa o trabalhador, causando prejuízo para ele e para a empresa.
4.6. Responsáveis
No Diário Oficial da União do dia 19 de agosto do ano de 1998 foi publicada uma nota em que
se considera que a empresa é responsável por fazer cumprir todas as condições, técnicas e
regimentares, para garantir a execução das tarefas pelos funcionários de forma a prevenirem
riscos de ocorrência de acidentes ou doenças.
Cabe aos funcionários acatar e cumprir as regras de segurança e saúde conforme qualquer
treinamento oferecido pela empresa.
5. STRESS
Observou-se que stress é um fator real que está presente no dia-a-dia de muitos trabalhadores.
Procurou-se então buscar uma fundamentação teórica para tornar mais claro o que vem a ser o
estresse, assim como fatores que ele abrange, e que influencia na vida das pessoas.
Para dar continuidade ao trabalho, buscou-se uma conceitualização para a palavra stress, que
é definida por COSTA & KARAN (1998), como uma reação espontânea, com características
emocionais e/ou físicas, que ocorre quando o indivíduo depara-se com qualquer situação que o
confunda, aborreça, amedronte ou faça-o extremamente infeliz.
Observa-se então através desta citação que o estresse pode estar presente no dia-a-dia de
qualquer pessoa, principalmente de quem passa o dia exercendo uma atividade repetitiva em
seu trabalho.
Estes estímulos externos desfavoráveis significam perigo que exigem fuga ou luta, onde o
organismo necessita preparar-se.
Pode-se então inferir que o stress nada mais é do que a reação do organismo em busca da
adaptação a estímulos internos e situações externas encontradas pelo indivíduo.
Sabe-se que a prevenção é considerada a melhor maneira para lidar com stress.
Chega-se então a observação de que para a prevenção do stress o trabalhador deve manter-se
orientado sobre estes hábitos e estimulado para a realização dos mesmos.
Observa-se então que a Ginástica Laboral só tem a contribuir no fator de prevenção do stress,
pois através dela o trabalhador pode adquirir alguns destes hábitos, fundamentais para esta
prevenção.
Após esta fundamentação teórica sobre stress, pode-se observar que este, está presente no
trabalho diário de qualquer indivíduo, e que a maneira adequada para evitar a sua instalação é
a aquisição dos hábitos diários já citados.
Entende-se por fim que um programa de Ginástica Laboral pode proporcionar a aquisição de
diversos destes hábitos, contribuindo imensamente para a prevenção e diminuição do stress,
assim como ajudando na motivação tornando o indivíduo mais motivado para enfrentar sua
jornada de trabalho.
Observa-se que existem vários fatores que levam o indivíduo a sentir falta de motivação, ou
seja, que causam nele inibição para realizar seu trabalho diário, para corroborar com o
pensamento GOBLE (1967) deixa explícito alguns desses fatores, como: falta de preparação
física; falta de preparação psicológica; falta de prazer em realizar seu trabalho; problemas
familiares.
Cabe então a Ginástica Laboral preparar o trabalhador fisicamente para o trabalho, assim como
prepará-lo psicológica e emocionalmente através de atividades motivacionais em que ele possa
sentir prazer em realizar seu trabalho.
III – CONCLUSÃO
Evidenciou-se através deste projeto que a presença de fatores que podem causar a LER é uma
realidade, e muitas empresas vêm observando que vários funcionários sofrem com dores
constantes e regulares no corpo, sintomas estes de implantação da LER, pode-se conscientizar
e comprovar que através da Ginástica Laboral ocorrerá à diminuição das dores e do cansaço,
prevenindo a LER, evitando o desânimo durante o trabalho.
Tornou-se evidente também, com base nesse projeto, os fatores que podem vir a causar a
instalação do stress, mesmo que em pequena quantidade, mas que podem ser evitados
facilmente com a aplicação de um programa de Ginástica Laboral bem elaborado, com sessões
de alongamento, que diminui os sintomas de stress apresentados, o que pode refletir em uma
melhoria no ânimo do trabalhador podendo levar a uma melhora no seu desempenho, o que
provavelmente reflete em um aumento de produção.
Chega-se então ao final deste projeto concluindo que a Ginástica Laboral trás somente
benefícios para os envolvidos, pois esta influencia direta e positivamente em fatores que
provavelmente proporcionam aumento de produção.
BIBLIOGRAFIA
FARIA JUNIOR, Alfredo Gomes de. Esporte e Lazer na Empresa. Brasília: MEC/SEED, 1990.
KARAN, Marcelo & COSTA, Hélio. Programa Para a Melhoria da Qualidade de Vida. 1998.
SERRÃO, Margarida & BALEEIRO, Maria Clarice. Aprendendo a Ser e Conviver. São Paulo:
FTD, 1999.