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1996 - 1999

UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL – CAMPUS SANTA MARIA

TÉCNICAS RETROSPECTIVAS – ORIENTADOR EDUARDO ROCHA


CAROLINE MACHADO - MURIEL MEDINA RODRIGUES
UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL – CAMPUS SANTA MARIA

Carta Patrimonial 1996 – Declaração de São Paulo

Recomendações Brasileiras à XI Assembléia Geral do ICOMOS (Conselho Internacional de Monumentos e Sítios).

O simpósio internacional “Mudanças Sociais e Patrimônio Cultural”, realizado em assembléia geral do ICOMOS, em Sófia –
Bulgária – Os Membros do Icomos e participantes do Seminário “Caminhos da Preservação”, considerando a situação
crescente do conflito entre a acelerada expansão urbana e a preservação do Patrimônio Cultural em países como o Brasil,
recomendam:

• A utilização do ICOMOS dos meios de comunicação impressa e audiovisual para denuncias dos atos lesivos ao Patrimônio
Cultural, em todo o mundo;

• Discussão sobre as questões da preservação nos grandes centros urbanos dos países em desenvolvimento;

• A organização de diversas ações culturais pela defesa dos bens naturais e paisagens notáveis, exigindo a
institucionalização das reservas da biodiversidade, cuja salvaguarda depende a garantia de sobrevivência das gerações
vindouras;

• A divulgação dos mecanismos jurídicos existentes no país, que possibilitam embargar e impedir a destruição dos
testemunhos do patrimônio natural e cultural, com ações judiciais especificas e eficientes;

• Fazer do ICOMOS uma instancia de defesa dos bens culturais, entendidos como símbolos das coletividades, em face das
ameaças de sua destruição por ação privada ou mesmo publica.
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Carta Patrimonial 1997 – Carta de Fortaleza

O IPHAN promoveu em Fortaleza, o seminário “Patrimônio Imaterial: Estratégias e Formas de Proteção”. O objetivo do seminário foi
recolher subsídios que permitissem a elaboração de diretrizes visando identificar, proteger, promover e fomentar os processos e bens
“portadores de referencia à identidade, à ação e a memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira”.

O Plenário, considerando:
• Cabe ao IPHAN identificar, documentar, proteger, fiscalizar, preservar e promover o patrimônio cultural brasileiro;
• O patrimônio cultural brasileiro é constituído por bens de natureza material e imaterial, conforme determina a constituição federal;
• Que os bens de natureza imaterial devem ser objeto de proteção especifica;

Propõe e Recomenda:
• Que o IPHAN promova o aprofundamento da reflexão sobre o conceito de bem cultural de natureza imaterial, realização do
inventário desses bens culturais em ambito nacional;
• Que seja criado um grupo de trabalho no Ministério da cultura, com o objetivo de desenvolver estudos, dispondo sobre a criação do
instituto jurídico, voltado para a preservação dos bens culturais de natureza imaterial;
• Que a preservação do patrimônio cultural seja abordada de maneira global, buscando valorizar as formas de produção simbólica e
cognitiva;
• Que seja constituído um banco de dados acerca das manifestações culturais passiveis de proteção, tornando o intercambio das
informações ágil e acessível;
• Que seja desenvolvido um programa Nacional de Educação Patrimonial, a partir da experiência do IPHAN, considerando sua
importância no processo de preservação do patrimônio cultural brasileiro;
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Carta Patrimonial 1997 – Carta de Fortaleza

O Plenário encaminhou as seguintes moções:

1. Moção de defesa da legislação de preservação.


Em defesa do reconhecimento, eficácia, atualidade e excelência jurídica, que organiza proteção do patrimônio histórico e artístico
nacional, cujas disposições foram recepcionadas pela constituição federal de 1988.

2. Moção de apoio ao IPHAN


Pela garantia da sobrevivência do IPHAN e de todas as suas conquistas nas áreas de identificação, documentação, proteção e
promoção do patrimônio cultural brasileiro.

3. Moção de apoio ao Ministério da Cultura


Pelo repudio a qualquer medida que venha reduzir a capacidade operacional do Ministério da Cultura de modo a não comprometer
suas atribuições institucionais.

4. Moção de defesa à lei de incentivo à cultura


Pela manutenção dos benefícios previstos na lei de incentivo à cultura, que estimulam a parceria entre Estado e sociedade na tarefa
de preservar e promover o patrimônio cultural brasileiro.
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Carta Patrimonial 1997


Carta de Mar Del Plata sobre Patrimônio Intangível

Esta carta trata sobre documentos do MERCOSUL das primeiras jornadas do MERCOSUL sobre
Patrimônio Intangível, realizada na cidade de Mar Del Plata em Junho de 1997.

• Princípios:

• A integração cultural deve ser definida como prioridade do MERCOSUL, para a qual irá requerer meios adequados a seus
objetivos;
• O fato de que o patrimônio cultural da região seja constituído por grande quantidade de contribuições, define uma
fisionomia peculiar que devemos assumir positivamente como fator de fortalecimento de nosso patrimônio comum.

2. Recomendações:

• Promover, em caráter urgente, o registro documental e a catalogação das expressões do patrimônio cultural intangível;
• Criar um banco de dados com todas as publicações da região que se refiram ao patrimônio intangível;
• Apoiar pesquisas sobre o patrimônio intangível das culturas indígenas da região;
• Elaborar um modelo de cartilha sobre patrimônio cultural intangível como meio para informar a população com o objetivo de
empregá-la no sistema de educação formal e informal;
• Organizar uma rede de informações entre especialistas que possibilite o intercambio de conhecimento e de experiências
em programas de ação nos diferentes países;
• Estimular os governos a incorporarem os conteúdos de patrimônio cultural intangível nos currículos escolares;
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Carta Patrimonial 1999 – Cartagenas de Índias - Colômbia

Sobre a proteção de bens culturais do patrimônio arqueológico, histórico, etnológico, paleontológico e artístico da
Comunidade Andina.

Levando em conta as disposições da convenção da UNESCO de 1970 sobre as medidas que se devem adotar para proibir e
impedir a importação, exportação e transferência ilícita de propriedade de bens culturais; o convenio de UNDROIT sobre os
bens culturais roubados ou exportados ilicitamente, de 1995; e a convenção de São Salvador sobre a defesa do patrimônio
arqueológico, histórico e artístico das nações americanas, de 1976.

Decide:
A presente decisão tem por objetivo promover políticas e normas comuns para a identificação, registro,proteção,
conservação, vigilância e restituição dos bens que integram o patrimônio cultural dos países da comunidade Andina e
também para conceber e por em pratica ações que impeçam sua importação, exportação e transferência ilícita entre os
países – membros e a terceiros.

De acordo com a convenção da UNESCO, aprovada pela Assembléia Geral de 1970, em Paris, entende-se por bens culturais
algumas categorias que tenham importância para a arqueologia, pré-história, historia, literatura, arte ou ciência.

• Bens relacionados à história, inclusive à história das ciências, técnicas, militar, social, assim como a vida dos dirigentes,
pensadores, sábios, e artistas nacionais e a acontecimentos de importância nacional.
• Os elementos procedentes de desmembramento de monumentos artísticos ou históricos e de sítios de interesse
arqueológico;
• Objetos culturais tais como inscrições, moedas, selos, gravuras, artefatos, ferramentas, instrumentos musicais antigos;
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Carta Patrimonial 1999 – Cartagenas de Índias - Colômbia

• Bens de interesse artístico como: quadros, pinturas e desenhos realizados sobre qualquer suporte e de qualquer material;
• Arquivos históricos, manuscritos raros, livros, documentos e publicações antigas, fonografias, cinematografias;
• Os bens culturais a que se referem anteriormente são reconhecidos a partir de sua propriedade, mesmo que sejam privados
estão incluídos, sempre que os Estados-membros assim os considerem, registrem e ataloguem.

Os países-membros se obrigam a estabelecer em seu território os serviços adequados de proteção do patrimônio cultural,
dotados de pessoal competente para garantir eficazmente as seguintes funções:

• Elaboração de leis e regulamentos que permitam a proteção do patrimônio cultural e especialmente reprimir o trafico ilícito de
bens culturais;
• Organizar e manter atualizada uma listagem dos principais bens culturais públicos e privados;
• Exercer programas educativos para estimular e desenvolver o respeito ao patrimônio cultural de todos os países.

Os países membros se comprometem a:

• Trocar informações destinadas a identificar quem, haja participado de roubo, importação, exportação ou transferência ilícita
de bens culturais e documentais;
• Trocar informações técnicas e legais relativas aos bens culturais objetos de roubo e trafico ilícito.

Os pedidos de recuperação e devolução de bens culturais e documentais de um dos países-membros, com previa
autenticação de origem, autenticidade e de denuncia das autoridades competentes, deverão ser formalizados por via
diplomática e transmitidos para fins de registro a secretaria da Comunidade Andina.

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