O documento descreve o Plano de Metas do governo JK, que tinha como objetivo promover 50 anos de progresso em 5 anos através de 30 objetivos em diversos setores econômicos. O plano foi elaborado por uma equipe do BNDE e coordenado por um Conselho do Desenvolvimento para garantir sua execução. As metas eram ambiciosas e a maioria foi alcançada, promovendo um forte crescimento industrial e mudanças significativas no Brasil durante os anos JK.
O documento descreve o Plano de Metas do governo JK, que tinha como objetivo promover 50 anos de progresso em 5 anos através de 30 objetivos em diversos setores econômicos. O plano foi elaborado por uma equipe do BNDE e coordenado por um Conselho do Desenvolvimento para garantir sua execução. As metas eram ambiciosas e a maioria foi alcançada, promovendo um forte crescimento industrial e mudanças significativas no Brasil durante os anos JK.
O documento descreve o Plano de Metas do governo JK, que tinha como objetivo promover 50 anos de progresso em 5 anos através de 30 objetivos em diversos setores econômicos. O plano foi elaborado por uma equipe do BNDE e coordenado por um Conselho do Desenvolvimento para garantir sua execução. As metas eram ambiciosas e a maioria foi alcançada, promovendo um forte crescimento industrial e mudanças significativas no Brasil durante os anos JK.
Antes mesmo de seu incio, o governo de Juscelino Kubitschek enfrentou uma srie de dificuldades. As adversidades polticas que marcaram o perodo entre sua indicao como candidato e sua posse como presidente no deixavam dvidas quanto ferrenha oposio que teria pela frente. O novo governo, fruto da aliana PSD-PTB, certamente seria hostilizado por adversrios capitaneados pela UDN, para quem Juscelino e Jango representavam a continuao poltica do ex-presidente Getlio Vargas. Parecia no existir possibilidade de meio termo para o novo presidente, e por isso mesmo o apoio da opinio pblica seria a nica forma de garantir sua manuteno no cargo. Era preciso ousar, e JK ousou ao anunciar seu programa de governo 50 anos de progresso em 5 anos de realizaes, com pleno respeito s instituies democrticas. Esse ideal desenvolvimentista foi consolidado num conjunto de 30 objetivos a serem alcanados em diversos setores da economia, que se tornou conhecido como Programa ou Plano de Metas. Na ltima hora o plano incluiu mais uma meta, a 31 a , chamada de meta-sntese: a construo de Braslia e a transferncia da capital federal, o grande desafio de JK. No se pode dizer que essa fosse a primeira experincia de Juscelino de governar com base num plano de desenvolvimento. Guardadas as devidas propores, como governador de Minas Gerais de 1951 a 1955, JK j tinha eleito o binmio energia e transportes como metas de desenvolvimento para a sua gesto. Tanto o plano de governo mineiro quanto o Plano de Metas de Juscelino foram elaborados com base em estudos e diagnsticos realizados desde o incio da dcada de 1940 por diversas comisses e misses econmicas. O ltimo grande esforo de diagnstico dos entraves ao crescimento econmico brasileiro fora feito pela Comisso Mista Brasil-Estados Unidos entre 1951 e 1953, ainda no governo Vargas. Os estudos da Comisso Mista, assim como os do Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico (BNDE) e os da Comisso Econmica para a Amrica Latina e Caribe (CEPAL), indicavam a necessidade de eliminar os "pontos de estrangulamento" da economia brasileira. Tratava-se de setores crticos que no permitiam um adequado funcionamento da economia. A premissa do Plano de Metas, esboado pouco antes da posse de JK por uma equipe do BNDE, era, assim, a superao desses obstculos estruturais. As metas deveriam ser definidas e implementadas em estreita harmonia entre si, para que os investimentos em determinados setores pudessem refletir-se positivamente na dinmica de outros. O crescimento ocorreria em cadeia. A meta de mecanizao da agricultura, por exemplo, indicava a necessidade de fabricao de tratores, prevista na meta da indstria automobilstica. Para os analistas da poca, o Brasil vinha passando, desde a dcada de 1930, por um processo de substituio de importaes no-planejado, e a falta de planejamento seria a causa dos constantes desequilbrios no balano de pagamentos. O Plano de Metas pretendia suprir essa falta. A introduo de uma meta de consolidao da indstria automobilstica no pas tinha como objetivo, entre outras coisas, a reduo planejada e gradativa da importao de veculos. Talvez pela conscincia que tivesse das dificuldades inerentes burocracia estatal e dos obstculos permanentes e inevitveis impostos pela oposio, JK traou uma estratgia de ao que se mostraria acertada com relao administrao e operacionalizao do Plano de Metas. J na primeira reunio de seu ministrio, em 1 o de fevereiro de 1956, criou um rgo diretamente subordinado Presidncia da Repblica, o Conselho do Desenvolvimento, que iria coordenar o detalhamento e a execuo do plano. Tendo como secretrio-executivo o presidente do BNDE, e reunindo todos os ministros, os chefes dos gabinetes civil e militar e o presidente do Banco do Brasil, o conselho constituiria uma administrao paralela com autonomia de deciso suficiente para viabilizar a realizao dos projetos. O conselho foi conduzido, primeiramente, por Lucas Lopes. Quando este deixou a presidncia do BNDE para assumir o Ministrio de Fazenda, em agosto de 1958, seu lugar foi ocupado por Roberto Campos, que permaneceu at julho de 1959. Dessa data at o final do governo, Lcio Meira presidiu o BNDE e foi o secretrio-executivo do conselho. O Conselho do Desenvolvimento recorria a especialistas dos diversos setores previstos no Plano de Metas e tambm a economistas oriundos de rgos do governo, como a Superintendncia da Moeda e do Crdito (Sumoc). Atuava atravs de grupos executivos, aos quais cabia a responsabilidade pela concesso de incentivos ao setor privado para que as metas de que tratavam fossem atingidas. O mais conhecido de todos foi o Grupo Executivo da ndstria Automobilstica (GEA). A coordenao dos investimentos do setor pblico era atribuio do BNDE. O Plano de Metas mencionava cinco setores bsicos da economia, abrangendo vrias metas cada um, para os quais os investimentos pblicos e privados deveriam ser canalizados. Os setores que mais recursos receberam foram energia, transportes e indstrias de base, num total de 93% dos recursos alocados. Esse percentual demonstra por si s que os outros dois setores includos no plano, alimentao e educao, no mereceram o mesmo tratamento dos primeiros. A construo de Braslia no integrava nenhum dos cinco setores. As metas eram audaciosas e, em sua maioria, alcanaram resultados considerados positivos. O crescimento das indstrias de base, fundamentais ao processo de industrializao, foi de praticamente 100% no quinqunio 1956-1961. Ao final dos anos JK, o Brasil havia mudado. Muitos foram os avanos, e muitas foram as crticas opo de JK pelo crescimento econmico com recurso ao capital estrangeiro, em detrimento de uma poltica de estabilidade monetria. O crescimento econmico e a manuteno da estabilidade poltica, apesar do aumento da inflao e das consequncias da advindas, deram ao povo brasileiro o sentimento de que o subdesenvolvimento no deveria ser uma condio imutvel. Era possvel mudar, e o Brasil havia comeado a faz-lo. Disponvel em: http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/artigos/Economia/PlanodeMetas