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ILMO. SR.

PRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO DO SPORT CLUB DO


RECIFE,

Nós, que subscrevemos o presente documento, sócios efetivos deste clube,


quites com nossas obrigações sociais e em pleno gozo dos direitos de associados, vimos,
perante V.Sª., com fundamento no artigo 45, IX, c/c o artigo 72, III, do Estatuto Social do
Sport Club do Recife, requisitar a esse Conselho a convocação de uma Assembleia Geral
Extraordinária do quadro social, visando a deliberar sobre a destituição do Ilmo. Sr.
Presidente Executivo, o Sr. Sílvio Alexandre Guimarães, nos termos do artigo 70, I,
estatutário, pelas razões que ora passamos a expor.

Em dezembro próximo passado, o clube passou por eleições gerais para o


Conselho Deliberativo, ao cabo das quais se sagrou vitoriosa a chapa “Continuação e
Trabalho”, encabeçada pelo Sr. Sílvio Guimarães, com o sufrágio de 75% do eleitorado. A
expressiva votação, denotando a disposição do torcedor em apoiar a nova gestão,
somada à vitoriosa temporada que se encerrava – coroada pelos títulos pernambucano e
da Copa do Brasil, no futebol profissional, e pelos vice-campeonatos nacionais da equipe
masculina sub-20 e do plantel feminino – auguravam perspectivas de um 2009
promissor, batizado, a priori, de “ano de ouro” do Sport, simbolizado pelo uniforme
dourado que ornou a Ilha do Retiro de orgulho, sentimento reforçado pelo entusiasmo
devido ao nosso retorno ao mais importante torneio de futebol do continente.

Contra todos os prognósticos possíveis, porém, nós, sócios, e os torcedores, em


geral, assistimos, amargamente, a uma derrocada impensada, sequer, pelo mais
pessimista de nós. Vencemos um campeonato estadual, resultado nada surpreendente,
considerando a superioridade do plantel, cuja base já se encontrava montada desde
temporadas passadas, e a envergadura do clube, muito superior à dos nossos oponentes
locais; participamos da Libertadores com uma equipe repleta de carências – como a
emblemática falta de lateral-direito, posição ocupada, na competição, por um atleta
improvisado –, justamente, por mau planejamento para uma temporada rodeada de tão
ambiciosas expectativas. Falta de arrojo em contratações e pobreza de prospecção do
mercado de atletas foram deficiências que se fizeram sentir na gestão do futebol.

O desfecho desse enredo não poderia ser mais sôfrego, nem mais irônico,
justamente, num ano em que nada poderia dar errado: uma trágica desclassificação na
Taça Libertadores da América, na qual nos projetamos mais pela superação individual do
que pelas qualificações do plantel; a saída de um dos treinadores mais vitoriosos de
nossa história, frustrado com a pequenez da mentalidade administrativa vigente e, para
finalizar, um medíocre desempenho na mais importante competição nacional, o
Campeonato Brasileiro da Série A, no qual, ocupando a última posição, somos
achincalhados por todos os nossos adversários, inclusive, em nosso próprio estádio,
onde, até um passado bem recente, éramos um oponente temido por qualquer equipe.

Muito embora se possa argumentar que o Sport não se restringe a uma


agremiação futebolística, é inegável a proeminência do futebol frente às demais
modalidades aqui praticadas. Ademais, é do futebol que provêm o maior destaque e
entrada de capitais indispensáveis ao crescimento da instituição.

Além disso, este movimento não se limita a um desabafo pela pífia situação de
nossa equipe profissional, mas representa uma manifestação sincera e tão legítima e
democrática quanto a que sufragou o nome de nosso Presidente Executivo; uma
manifestação de repúdio à postura indigna de cargo de tão alta nomeada quanto a de
mandatário máximo do Sport Club do Recife, quer no relacionamento com o torcedor
(ora restabelecendo a ultrapassada prática da cobrança de “joias”, desestimulando a
adesão de novos associados, ora provocando evasão de público, na Ilha do Retiro, por
conta dos preços de ingressos praticados, ou, pior ainda, ameaçando potenciais autores
de protestos, nos meios de comunicação, com promessas de revide físico); com os sócios
(fazendo pouco caso do poder representativo que exerce e tripudiando do quadro social,
com alusões desrespeitosas, como a de que, no clube, é ele, o Presidente, quem possui o
“chicote”, sugerindo que todos os membros estaríamos sob seu jugo intransigente), com
os profissionais a serviço do clube – conduzindo-se de forma desrespeitosa para com os
treinadores Nelson Baptista e Emerson Leão, e expondo, de maneira antiética, conversas
de bastidores, nas preleções, entre treinador e atletas – e com os poderes instituídos, a
exemplo da Comissão de Arbitragem, resultando na punição de suspensão, atualmente,
em andamento, por 180 (cento e oitenta) dias, imposta pelo Superior Tribunal de Justiça
Desportiva, corroborando o comportamento impróprio do nosso mandatário.

Todas as condutas acima, além da repulsa moral que proporcionam, incorrem,


ainda, em diversas faltas disciplinares, previstas no Estatuto Social, como, apenas a
título ilustrativo, as previstas no artigo 53, V (“desrespeitar, na sede e dependências do
Club, membros da administração, sócio ou funcionário que os represente ou que esteja
no exercício de função regulamentar”); 54, VI, a (“faltar com o decoro social no recinto
do Club ou estádio”), sem contar as infrações ao Código Brasileiro de Justiça Desportiva,
resultando em duas suspensões disciplinares, impostas ao Ilmo. Sr. Presidente, que ora
se encontra a cumpri-las.

Diante do exposto, os subscritores, na qualidade de sócios do Sport Club do


Recife, com a legitimidade conferida pelo Estatuto Social, vem, a V.Sª., atendidos os
requisitos do artigo 45, IX, c/c o artigo 72, III, estatutários, requisitar, a esse egrégio
Conselho Deliberativo, a convocação de ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA, a fim de
democraticamente, deliberarmos, nessa instância máxima da política do clube, sobre a
permanência ou destituição do Sr. Sílvio Alexandre Guimarães da Presidência Executiva
do Sport Club do Recife.
NOME RG INSCRIÇÃO DE SÓCIO ASSINATURA

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