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COBRA – Colégio Brasileiro de Suplência a Distância Sociologia – Ensino Médio – Módulo 06

UNIDADE 1
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE

Desde que os mais distantes antepassados do homem surgiram na Terra, há mais de um


milhão de anos, eles vêm transformando a natureza. No início, essa transformação causava impacto irrelevante
sobre o meio ambiente, seja pelo fato de haver um pequeno número de pessoas vivendo no planeta, seja pelo
fato de o homem não dispor de técnicas que lhe permitissem fazer grandes transformações. Assim, durante
muitos séculos, o homem foi bastante submisso à natureza. Enquanto ele era caçador e coletor, período que
durou desde os primórdios da humanidade até aproximadamente 10.000 a.C., sua ação sobre o meio ambiente
restringia-se à interferência em algumas cadeias alimentares, ao caçar certos animais e colher certos vegetais
para seu consumo. A utilização do fogo foi, talvez, a primeira grande descoberta realizada pelo homem,
permitindo que ele se aquecesse nos dias mais frios e cozinhasse seus alimentos. Ainda assim, o impacto
ambiental era muito reduzido.

Gradativamente o homem foi descobrindo meios de cultivar a terra e criar animais, e o


aprimoramento da agricultura a criação das primeiras cidades, o ritmo do crescimento se acelerou. Contudo, ao
longo de séculos os avanços técnicos foram muito lentos, assim como o crescimento populacional. Os
impactos sobre o meio ambiente eram praticamente irrelevantes.

Assim, foi com a Revolução Industrial nos séculos XVIII e XIX que o homem inicia o processo
de transformação da natureza com impactos ambientais crescentes, provocando desequilíbrio em escala
global. A ação contínua do homem na degradação da natureza não permitiu, até os dias atuais, que a natureza
tivesse tempo para regenerar-se e recuperar tais impactos. E assim, a própria sobrevivência humana é posta
em risco, como resultado de profundos desequilíbrios pelo homem ocasionados. Dessa forma, há que ser
rediscutidos o modelo de desenvolvimento, o padrão de consumo, a desigual distribuição de riqueza e o padrão
tecnológico existentes no mundo contemporâneo.

Água: Elemento Vital

A água cobre três quartos da superfície total da terra, e abaixo da superfície, temos ainda uma
grande quantidade de água. Embora exista muita água no planeta, 97,5% é salgada, encontrando-se nos
oceanos, e somente 2,5% é doce e em sua maioria nas regiões polares. As plantas e os animais, incluindo o
ser humano, dependem da água para sobreviver. Mais de dois terços de nosso corpo são constituídos de água,
vem daí a necessidade de reposição diária da água que perdemos na transpiração e na urina.

Tanto a água doce quanto a água salgada do planeta tem sido objeto de atitudes
inconseqüentes, sendo a poluição, o desperdício e o desmatamento as maiores contribuições para a escassez
desse recurso natural.

Principais Impactos Ambientais

Por impacto ambiental entende-se como um desequilíbrio provocado por um choque, um


“trauma ecológico”, resultante da ação do homem sobre o meio ambiente. Sabemos que os acidentes naturais
também ocasionam impactos ambientais, contudo, devemos mais e mais estar atentos aqueles causados pela
ação do homem. Tais desequilíbrios foram gerados a partir do sistema produtivo criado pelo capitalismo.

Os impactos ambientais podem ser diferenciados em escala local, regional e global. Também
podem ser separados como tendo ocorrido num ecossistema natural, ecossistema agrícola ou em um
sistema urbano.

A devastação de florestas tropicais, as mais ricas em biodiversidade, é um dos principais


impactos ambientais de um ecossistema natural. As principais causas dos desmatamentos são:

• Extração da madeira para fins comerciais;


• Instalação de projetos agropecuários;
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• Implantação de projetos de mineração;


• Construção de usinas hidrelétricas;
• Propagação do fogo resultante de incêndios.

Como conseqüências do desmatamento podemos citar:

• Destruição da biodiversidade;
• Genocídio e etnocídio das nações indígenas;
• Erosão e empobrecimento dos solos;
• Enchentes e assoreamento dos rios;
• Diminuição dos índices pluviométricos;
• Elevação das temperaturas;
• Desertificação;
• Proliferação de pragas e doenças.

O aumento da produção de alimentos pela modernização do campo e da introdução de novas


técnicas agrícolas, trouxe como resultado a padronização dos cultivos, afetando o equilíbrio das cadeias
alimentares existentes, além da poluição com agrotóxicos, usados para controlar as pragas que devastam as
plantações. A erosão é um tipo de impacto também causado pela agricultura, pois a perda de milhares de
toneladas de solo agricultável todos os anos pela erosão.

Um dos grandes impactos ambientais ocasionados em sistemas urbanos é a poluição. O


termo poluição deriva do latim poluere, que significa “sujar”. Desde que o homem surgiu na face da Terra ele
polui, contudo, foi a expansão da sociedade de consumo que trouxe como resultado o impacto negativo para o
meio ambiente.

A poluição atmosférica é um dos problemas mais graves das cidades e também dos que mais
atingem os sentidos da visão e do olfato, principalmente nas grandes metrópoles. É o resultado do lançamento
de enorme quantidade de gases e materiais particulados na atmosfera, causando seu desequilíbrio. Os
principais responsáveis pela poluição do ar nas cidades são os transportes, as instalações industriais, as
centrais termelétricas, as instalações de aquecimento, etc. O efeito estufa é talvez o impacto ambiental que
mais assusta as pessoas. Fazem-se previsões catastróficas acerca do derretimento do gelo dos pólos e das
montanhas e a conseqüente elevação do nível dos oceanos e inundação de centenas de cidades litorâneas.
Talvez o que mais assuste no efeito estufa, ou melhor, nas possíveis conseqüências de uma gradativa
elevação das médias térmicas no planeta, é a tomada de consciência, pela primeira vez na história, da
possibilidade de destruição do próprio homem. Os impactos ambientais passam a atingir todos os homens,
sem distinção de cunho econômico, social ou cultural: atingem indistintamente ricos e pobres, operários e
patrões, brancos, negros e amarelos, etc. Todos os homens passam a ter plena consciência do óbvio: a Terra
é finita e a tecnologia não pode resolver todos os seus problemas.

Outro problema ambiental de caráter global que vem assustando as pessoas é a gradativa
destruição da camada de ozônio existente na estratosfera. Esse gás é encontrado numa faixa de 10 a 70
quilômetros de altitude, mas sua maior concentração ocorre mais ou menos 25 quilômetros. Ele tem um papel
fundamental na regulação da vida na Terra, ao filtrar a maior parte dos perigosos raios ultravioleta emitidos
pelo sol. Sabe-se que esses raios podem causar no homem câncer de pele, perturbações da visão, etc. Além
disso, provocam a diminuição da velocidade da fotossíntese dos vegetais e são perigosos para os animais e
para o plâncton marinho, a medida em que interferem em seus mecanismos de reprodução.

Em 1979, foi verificado pela primeira vez que a concentração de ozônio estava se tornando
rarefeita sobre a Antártica. Descobriu-se o buraco na camada de ozônio, e os causadores da destruição são:

• Os gases CFCs (clorofluorocarbonos), usados como fuidos de refrigeração, como solventes, nas
embalagens de aerossóis e nas espumas plásticas;
• Compostos bromados (extintires);
• Tetracloreto de carbono (extintores e solventes);
• Clorofórmio de metila (solvente).

Em 1986 cento e vinte países assinaram o acordo de redução de uso do CFC, conhecido como
Protocolo de Montreal, dado ao reconhecimento de sua intensa atuação, onde todos os artigos que têm o CFC
em sua composição teriam que ter sua produção e a utilização interrompida até 1996 e substituída por outros,
inofensivos ao ozônio.

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A poluição das águas é também uma das piores formas de poluição. O derrame de mercúrio
nos rios, lagos e mares tem sido uma grande preocupação. Sendo um metal pesado e altamente tóxico, o
mercúrio concentra-se no organismo dos animais; e como essa concentração vai se acumulando, o maior
afetado é o homem que vai consumir um alimento com altas doses do metal. Esse metal causa sérios danos
neurológicos, já que sua concentração no homem se dá no cérebro.

Nos grandes centros urbanos, a questão da poluição das águas assume graves proporções
pois a concentração populacional e industrial das cidades faz com que haja um elevado consumo de água e,
como conseqüência, uma grande variedade de agentes poluidores como esgotos domésticos e efluentes
industriais. Essa água é retirada da natureza e depois devolvida e é nesse ponto que o problema se instala.
São devolvidas à natureza quantidades de água parcial ou totalmente poluídas, sem o devido tratamento,
contendo em sua composição substâncias químicas não-biodegradáveis ou de matérias orgânicas acima da
capacidade de absorção dos rios, lagos e mares. A poluição orgânica desequilibra o ecossistema aquático que
a recebe, causando a mortandade dos peixes por asfixia, enquanto a poluição tóxica mata por envenenamento.

E pensar que a solução é muito simples: fazer-se o tratamento das águas utilizadas. Se houver
o sistema de tratamento adequado, as cidades devolverão à natureza água limpa, tratada, livre de elementos
nocivos. Portanto, cabe aos governos a regulamentação, implantação de medidas que permitam a despoluição
da água consumida pela sociedade, e a todos nós cidadãos a fiscalização e o seu cumprimento, para
preservação da nossa existência.

A Defesa Do Meio Ambiente

Devemos considerar que muitos recursos naturais do planeta não são renováveis, daí decorre
a necessidade do homem utilizá-los de forma criteriosa, pois do contrário seu esgotamento será rápido e
inevitável.

A humanidade avançou muito em termos tecnológicos que o homem se deu conta, na sua vil
vaidade, de que poderia dominar a natureza sem ao menos atentar para a necessidade de protegê-la. Somente
se apercebeu desse fato quando, em 1972 dois importantes eventos debateram questões sobre meio
ambiente: a Conferência das Nações Unidas sobre o Homem e o Meio Ambiente, em Estocolmo (Suécia); o
Clube de Roma, importante entidade formada por empresários, encomendou um estudo que ficou conhecido
como Desenvolvimento Zero. Este estudo em especial sinalizou para o agravamento das questões ambientais,
propondo solução para evitar-se uma tragédia ecológica.

A crise econômica mundial de 70 em parte ocorrida pelo choque do petróleo, mostrou ao


mundo que os recursos naturais são esgotáveis. Mas somente nos anos 80 o tema desenvolvimento e meio
ambiente foi retomado. Em 1987 a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU,
publicou um estudo onde pela primeira vez surge a concepção de desenvolvimento sustentável. Em 1992, no
Rio de janeiro, nova Conferência Mundial aprofunda as bases do desenvolvimento sustentável ecologicamente,
com atenção para o futuro das próximas gerações.

LEITURA COMPLEMENTAR
PESQUISA DO IBGE REVELA QUE ESGOTO DO ESTADO É JOGADO NOS RIOS

“A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística (IBGE), revela que dos 211 distritos do Estado que contam com rede de esgoto, 158, ou seja, 75%
despejam seus dejetos nos rios, sem qualquer tipo de tratamento. É o que acontece, por exemplo, nos
municípios de Barra Mansa, Barra do Piraí e Resende, que ficam às margens do Rio Paraíba do Sul, fonte de
abastecimento para 80% da Região Metropolitana. O levantamento, realizado em 2000 e concluído no fim do
mês passado, mostra ainda que 12 dos 91 municípios do Estado não têm rede de esgoto. Entre eles, Parati,
Cabo Frio e o sofisticado balneário de Búzios. Guapimirim, tratado como paraíso ecológico no enredo da
escola de samba São Clemente, no último carnaval, aparece na pesquisa do IBGE com jeito de Quarta-Feira
de Cinzas: o município não tem rede de esgoto ou água tratada”.

”Município do Rio trata 47,6% do esgoto despejado no mar”.

“Apenas um terço dos municípios fluminenses conta com algum tipo de tratamento de esgoto.
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O Rio, que trata 47,6% dos dejetos, apresenta um dos maiores percentuais do estado. Na
outra ponta, aparecem cidades como Petrópolis, com 2%, e Volta Redonda, com 5%. Os dados revelam uma
realidade cruel, diz o ambientalista Elmo Amador. É preciso observar que, dos municípios que tratam esgoto, a
maioria faz apenas tratamento primário, que reduz de 30% a 50% da carga orgânica. Com tratamento
secundário, que é raro, a redução pode chegar a 90%. ·No capítulo sobre lixo, a pesquisa do IBGE também
apresenta dados surpreendentes. Em 2000, existiam no Estado 400 pessoas (catadores) morando em lixões.
Um quarto delas com menos de 14 anos. São Gonçalo é o município com maior número de pessoas residindo
nessas áreas: 300. ·Em alguns casos, os depósitos de lixo ficam perto de residências, como no Rio e em
Duque de Caxias, ou de áreas de proteção ambiental, como em Bom Jardim e Volta Redonda. ·Apenas 14 dos
91 municípios do estado fazem coleta seletiva de lixo. Entre eles, estão Rio, Niterói, Angra dos Reis, Parati e
Volta Redonda.

As estatísticas melhoram quando o assunto é água. Somente três municípios em todo o Estado
não tratam uma gota sequer de água: Guapimirim, Itatiaia e Trajano de Morais. Já São Francisco de
Itabapoana trata menos de 10%.

De acordo com Nely Silveira da Costa, gerente de projetos do IBGE, os dados da


pesquisa foram reunidos por 500 entrevistadores que visitaram empresas de saneamento e prefeituras
de 5.507 municípios brasileiros em 2000. O trabalho foi feito em convênio com a Fundação Nacional
de Saúde (Funasa), a Caixa Econômica Federal e a Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano”.

Paulo Marqueiro O Globo 07/04/2002

ATIVIDADES
1 – Durante séculos o homem manteve uma relação harmônica com a natureza pois não dispunha de técnicas
que fizessem grandes transformações. Como se dava sua subsistência naquela época?

2 – Qual foi o marco fundamental para as grandes investidas contra a natureza?

3 – Por que a água é um elemento vital?

4 – O que significa impacto ambiental?

5 – Quais as principais causas da devastação de florestas tropicais?

6 – Como você vê a questão da poluição atmosférica no planeta?

7 – Faça uma redação sobre o seguinte tema: “O BURACO NA CAMADA DE OZÔNIO – UMA
RESPONSABILIDADE DE TODOS”.

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UNIDADE 2
A SOCIOLOGIA E A TRANSCENDÊNCIA
Consideramos de fundamental importância que, para a melhor compreensão do assunto que
abordaremos nesta unidade, o conhecimento de algumas definições, as quais abaixo transcrevemos:

• Transcendência – que transcende, muito elevado; superior; sublime; que transcende do sujeito para
algo fora dele; que transcende os limites da experiência possível; metafísico; que ultrapassa nossa
capacidade de conhecer.
• Transcender – para além de; elevar-se acima de.
• Amor – (do latim amore) sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma
coisa: amor ao próximo; amor ao patrimônio artístico de sua terra; muito zelo, carinho.
• Metafísica – depois dos tratados da Física; parte da Filosofia que apresenta as seguintes
características: é um corpo de conhecimentos racionais em que se procura determinar as regras
fundamentais do pensamento, e que nos dá a chave do conhecimento do real, tal como este
verdadeiramente é; sutileza ou transcendência do discorrer.

Muito tem sido descrito a propósito da existência humana, da conquista gradativa da liberdade, das
evoluções técnico-científicas dos novos tempos, das relações sociais no intuito de satisfação das
necessidades inerentes aos seres humanos. A história humana tem mostrado estudos antropológicos na
tentativa de compreender essas relações, elaborando conceitos dos mais variados das relações do
homem consigo mesmo, com o próximo e com aquele concebido como o Criador. Sendo o amor uma
necessidade humana, que associado a outras formam a base para relações sociais harmoniosas e
felizes, uma constatação se faz a primeira vista incontestável: o homem como ser social tem
características que o faz transformar-se em sujeito ativo ou sujeito passivo. Sujeito ativo na medida em
que alça vôos dos mais elevados, é criativo diante dos movimentos que o tentam tirar de seu horizonte,
age e reage aos problemas encarando-os como desafios a transpor, alguém com ilibada auto-estima, está
em constante renovação, com capacidade de rever objetivos alterando o curso de sua navegação,
alguém que faz acontecer. Já o sujeito passivo contenta-se com as migalhas a ele oferecidas, acomoda-
se inviabilizando qualquer ação empreendedora, sua baixa auto-estima o imobiliza, não se renova e nem
encara as dificuldades como desafios. Sua imobilidade o transforma naquele que deixa acontecer.

Considerando o propósito da vida, o homem existe para ser feliz, as atitudes por ele tomadas
irão refletir o caminho a ser encontrado, construído. Na busca de sua própria identidade o ser humano segue
enfrentando obstáculos, os quais o conduzem a uma tomada de decisão, refletindo sua vocação interior. Por
mais bem refletida, sua decisão terá proporcionalidade entre a possibilidade de sucesso e a de insucesso. Se
considerarmos a realidade cósmica de que o universo está em expansão e evolução, uma vez inserido neste
contexto, o ser humano será integrante do processo expandindo e evoluindo em consciência.

Em sua caminhada trilha ideais de sonhos e possui espelhos para se refletir. São os modelos a
seguir, as figuras com as quais mantém um vínculo de identificação, e das quais retira o melhor na construção
de sua identidade. Sidarta Gautama, Dalai Lama, Jesus Cristo, Maomé, Dante Alighieri, Gandhi, Che Guevara,
Chico Mendes, Martin Luther King, entre outros exemplos, ilustram essa necessidade humana não apenas de
personalidades refletidas ou veneração de mitos, mas de sentir o cuidado dispensado por eles à humanidade,
por meio de suas experiências, querendo, desejando e agindo na construção de uma sociedade melhor.

Da formação de sua personalidade à formação espiritual tem o ser humano percorrido


caminhos dos mais antagônicos que se tem conhecimento. Cada qual servindo-se de valores morais e éticos
apreendidos nas relações em família, nas associações religiosas, e reafirmados na convivência escolar. A ética
essencial para convivência humana deve estar respaldada na construção e busca de caminhos que conduzam
à felicidade. Dalai Lama em Uma Ética para o Novo Milênio menciona “...pelo fato de cada uma de nossas
ações ter dimensão universal, um impacto potencial sobre a felicidade alheia, que a ética é necessária como
um meio de garantir que não prejudiquemos os outros. ... a felicidade genuína consiste naquelas qualidades
espirituais de amor e compaixão, tolerância, capacidade de perdoar, humildade, e assim por diante. São elas
que proporcionam felicidade tanto para nós quanto para os outros”.

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Considerando-se que o ser humano está inserido num contexto sócio-político-econômico, suas
ações serão diretamente proporcionais aos seus valores, expectativas e necessidades. O comprometimento
com a realização plena do ser humano nos faz responsáveis e agentes nesta caminhada para construir um
ambiente ético, que valorize o cidadão e o conduza a reflexão.

A nossa visão de realidade social humana está ligada a uma visão de ecologia profunda, em
que se exigirá uma mudança radical em nossa percepção do papel dos seres humanos no ecossistema
planetário. O que implica numa revisão nos seus conceitos filosóficos e religiosos.

Apoiada pela ciência moderna, a ecologia profunda tem suas bases na percepção da realidade
que transcende a estrutura científica e atinge a consciência intuitiva da unicidade de toda a vida, a
interdependência e seus ciclos de mudanças e manifestações. Torna-se evidente que a consciência ecológica
dessa ligação do ser ao cosmos é espiritual.

Ao longo da história humana esta estrutura filosófica e espiritual da ecologia profunda vem
sendo demonstrada. Um exemplo é o taoísmo, que enfatiza a unicidade fundamental e a natureza dinâmica de
todos os fenômenos naturais. Uma filosofia semelhante de fluxo e mudança estava sendo ensinada por
Heráclito na antiga Grécia. Mais tarde São Francisco apresentou uma ética ecológica em seus pontos de vista,
sendo um desafio à concepção judaico-cristã tradicional. Igualmente nas obras de Baruch Spinoza e Martin
Heidegger destacaram-se a sabedoria da ecologia profunda. Em resumo, tal sabedoria apenas revive uma
consciência que é parte de nossa herança cultural; talvez a única coisa nova nesse momento é a ampliação da
visão num nível planetário, apoiada pela experiência dos astronautas e as mudanças de valores advindos
dessa realidade planetária, global. Assim a ênfase passa a ser: ao invés de consumo material o ser volta-se
para a simplicidade voluntária; do crescimento econômico e tecnológico para o crescimento e desenvolvimento
interiores.

Essa mudança está sendo promovida pelo movimento do potencial humano, o movimento
holístico da saúde, o movimento feminista e movimentos espirituais. Os psicólogos humanistas concentraram-
se nas necessidades não-materiais de auto-realização, altruísmo e relações interpessoais ditadas pelo amor.

Todos os seres estão enraizados e suas raízes os limitam, impedem sua liberdade. E liberdade
é sempre libertação. Considerando-se o ser humano um projeto infinito, há que se observar que a
transcendência acrescenta ao seu cotidiano os dois pólos: o crescimento e o empobrecimento. Estamos em
constante busca de realização de algo, e assim, nossos desejos atuam de forma tão contundente em nosso
íntimo, que somos impelidos ao mercado consumista, o qual nos dá a ilusão da realização (denominada
pseudotranscendência).

Somos chamados a SER total, e devemos ter a noção do Deus que temos para o Deus que
somos. A conseqüência de conscientizar para a transcendência é ter como projeto:

• plenitude duradoura;
• caminho espiritual mais longo;
• sentimento de humor;
• sentimento de que nada é definitivo;
• sentimento de leveza, distanciamento;
• desdramatizar nossos dramas;
• esperança de realização;
• direito de protestar.

Devemos lembrar daquilo que norteia a Lei Suprema do Universo que nos diz da solidariedade
cósmica, a interdependência de todos, onde um é cúmplice pela vida do outro. A Bioética, numa nova
concepção da Biologia, nos transporta à consciência de que todos os seres existentes hoje no planeta, aqui
estão tão somente por essa consciência da interdependência, da cooperação mútua com o fim último de
manter a subsistência das espécies.

O texto abaixo, escrito pelo teólogo Leonardo Boff, retrata essa necessidade de se buscar ir
para além da nossa realidade material.

"O que é o ser humano? É um ser de abertura. É um ser concreto, situado, mas aberto. É um
nó de relações, voltado em todas as direções. É só se comunicando, realizando essa transcendência concreta
na comunicação, que ele constrói a si mesmo. É só saindo de si que fica em casa. É só dando de si que
recebe. Ele é um ser em potencialidade permanente, um ser utópico. Sonha para além daquilo que é dado e
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feito. E sempre acrescenta algo ao real. Por isso, ele cria símbolos, cria projeções, cria sonhos. Essa
capacidade é o que nós chamamos de transcendência, isto é, transcende, rompe, vai para além daquilo que é
dado. Numa palavra, eu diria que o ser humano é um projeto infinito. Creio que a transcendência é talvez o
desafio mais secreto e escondido do ser humano. Ele se recusa a aceitar a realidade na qual está mergulhado
porque é mais do que ela e se sente maior do que tudo o que o cerca. Com seu pensamento ele habita as
estrelas e rompe todos os espaços. Não há nada que possa enquadrar o ser humano, nem mesmo o nosso
moderno sistema globalizado, dentro do pensamento único que afirma ‘não há alternativa para ele’. Essa
concepção supõe um conceito pobre do ser humano, não interessado em formar um cidadão criativo, capaz de
pensar por si. Está interessado em gerar consumidores, agalinhados em seus poleiros, perdidos da sua
identidade de serem águias.

Em nome da nossa transcendência, protestamos contra esse modo de realizar o processo de


globalização que, em si, representa um patamar novo da história humana. A transcendência dá ao ser humano
uma imensa liberdade. Liberdade pelo menos de protestar e de se insurgir. Olhem ao redor e vejam os
sistemas que nos querem enquadrar hoje. Na educação, na família, na escola, nas religiões. Não nos
deixemos mediocrizar, mantenhamos nossa grandeza, nossa capacidade de vôo, nossa capacidade de
transcendência”.

ATIVIDADES

8 – Dê a seu entendimento pessoal sobre transcendência.

9 – Se considerarmos a realidade cósmica, de que o universo está em expansão e evolução, como podemos
caracterizar o homem?

10 – Comente a citação de Dalai Lama extraída do livro Uma Ética para o novo Milênio.

11 – Ao que está ligada a nova visão da realidade humana e no que implica necessariamente?

12 – Qual a conseqüência de conscientizar o ser humano para a transcendência?

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UNIDADE 3
A CONSCIÊNCIA HOLÍSTICA

O Cuidado Essencial

Presenciamos a globalização e o reforço do isolamento humano a partir da mecanização e


seus processos. Entretanto, uma nova ordem, um novo paradigma deve ser moldado no que tange às relações
humanas: a crescente visão do outro como ser complementar e essencial a sobrevivência da espécie. E neste
sentido, a necessidade de estabelecer vínculos, de implementar cuidado para com o outro se torna essencial.

A autodestruição iminente verificada pelos grandes conflitos entre os povos, o descuido com o
equilíbrio ecológico do planeta, a destruição da biosfera, impõem urgentes e radicais mudanças. Há que se
redefinir a missão do ser humano no universo. A conduta moral deverá traduzir uma reflexão espiritual acerca
de sua existência. Para onde caminha e o que objetiva, e assim, uma revisão ampla de seu sistema de valores,
ter atitudes que denotam a boa vontade para o bem viver, sensibilidade, compaixão e misericórdia para com o
próximo. Leonardo Boff descreve considerando a questão da indicação do caminho certo:

“Importa buscar respostas, inspiradas em outras fontes e em outras visões de futuro para o
planeta e para a humanidade. Estas respostas não se encontram prontas em algum recanto privilegiado da
Terra. Nem em algum livro ancestral. Nem em mestres e gurus com novas ou antigas técnicas de
espiritualização. Nem em alguma profecia escondida. Nem em iniciações rituais e mágicas. Nem simplesmente
em caminhos terapêuticos à base de produtos naturais. Devemos aprender de todas estas propostas, mas
cavar mais fundo, ir mais longe e evitar soluções calcadas sobre uma única razão. Importa inserir outras
dimensões para enriquecer nossa visão.”

Uma característica do ser humano é colocar cuidado em tudo o que projeta e faz. Desta forma,
falar de cuidado é dizer da atitude de envolvimento, de responsabilidade com o outro, seja ela social, pessoal,
ecológica, biológica ou material.

A Educação Holística – Individualidade, Solidariedade, Fragmentação e Totalidade.

“Mais importante que saber é saber onde encontrar.”


Rubem Alves

Aristóteles citou a dimensão política da educação, a politicidade da cidade-estado. Paulo Freire


mencionou não haver educação apolítica, reafirmando que a influência política tem sido uma constante nos
movimentos pedagógicos. A maior crítica de grandes pensadores e educadores têm sido o olhar desviado, ou
seja, a educação deve ter como condição precípua o ser humano integral.

O termo holístico, do grego holos, totalidade, refere-se à compreensão da realidade, em função


de totalidades integradas, cujas propriedades não podem ser reduzidas a unidades menores. Neste sentido
pode-se afirmar que ampliar a consciência, desenvolvendo a intuição, a criatividade, a imaginação, a razão, a
lógica, enfim, explorar o potencial humano na totalidade, é fazê-lo evoluir para a espiritualidade. Ou seja,
evoluir para a dimensão cósmica.

Considerando que o maior bem humano é a felicidade, nota-se que os movimentos para o
alcance dessa felicidade, no tocante à educação, estão na contra mão das necessidades humanas se
considerarmos que os processos de ensino-aprendizagem não vislumbram a totalidade do ser humano, marco
da educação contemporânea onde o aprender a ser, a fazer, a viver junto e a conhecer dão sua sustentação
com a finalidade de prepará-lo para os novos tempos.

Uma profunda crise mundial vem sendo registrada, crise esta que envolve e afeta o ser
humano na sua totalidade existencial: a saúde e o modo de vida, a qualidade do meio ambiente e das relações
sociais, a economia, a tecnologia e a política. É uma crise de dimensões intelectuais, morais e espirituais. A
ameaça premente de destruição do planeta e interferência na hegemonia do universo, vem preocupando
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sobremaneira face ao acréscimo considerável de armamentos, ao incentivo cada vez maior ao investimento em
arsenais bélicos e nucleares. Sob a desculpa de se construir defesas, os povos estão pondo mais e mais em
risco à humanidade. O planeta aliás poderia ser destruído muitas vezes se considerarmos o poderio do
estoque de armas existente.

Enquanto isso, é estarrecedor assistir a mortandade de crianças por inanição, o descaso com a
saúde e o baixo nível de investimento no tratamento de doenças e sua erradicação, o aumento generalizado de
toda sorte de crimes e atentado ao ser humano, a insegurança do cidadão, a baixa qualidade do ensino, a
inflação exacerbada e a queda do poder de compra do cidadão, o aumento do número de suicídios, o elevado
índice de consumo de drogas, o desemprego, a redução dos recursos naturais e a degradação da natureza.
Neste contexto faz-se necessária uma mudança radical na sociedade e suas relações, assim como na
modalidade de ensino, devendo contemplar o desenvolvimento psíquico do indivíduo que possibilite a
preparação mental para a lucidez, que desenvolva características mentais para que o indivíduo possa lidar com
o enfrentamento das incertezas que surgiram nas ciências físicas, históricas, biológicas e sociais; os erros e
acertos. A educação lidará com a preparação para a racionalidade e a complexidade da inter-relação intelecto-
afeto. Permitir um envolvimento maior e mais profundo do indivíduo com o meio, com a sociedade.

Assim, modelo cartesiano que outrora serviu para auxiliar a compreensão das partes, neste
momento deve dar lugar a promoção dos conhecimentos pertinentes, com uma visão de conjunto, do contexto,
ao invés de disciplinas fragmentadas. Na era planetária tudo deve estar bem situado na questão da
universalidade dos conhecimentos e ações. Igualmente relevante faz-se o ensino centrado na condição
humana, o ser inserido no universo, parte do processo e, portanto, responsável igualmente pelo mesmo. Levar
o ser humano ao entendimento da questão planetária, cuja globalização faz todos os seres humanos
partilharem de um destino comum.

Outro aspecto de igual importância a ser apreciado pela educação contemporânea diz respeito
à ética essencial ao gênero humano, o que Edgard Morin descreve com propriedade: “A ética não poderia ser
ensinada por meio de lições de moral. Deve formar-se nas mentes com base na consciência de que o humano
é, ao mesmo tempo, indivíduo, parte da sociedade, parte da espécie. Carregamos em nós esta tripla realidade.
Desse modo, todo desenvolvimento verdadeiramente humano deve compreender o desenvolvimento conjunto
das autonomias individuais, das participações comunitárias e da consciência de pertencer à espécie humana”.

A assunção consciente de nossas contradições e plenitude, nossa complexidade e a


consciência individual, conduz à visão antropológica dos novos tempos, qual seja: alcançar a unidade
planetária na diversidade, respeitar no outro a diferença e a identidade quanto a si mesmo, desenvolver a
solidariedade e a compreensão, e trabalhar para a humanização da humanidade. Importa, neste sentido, no
respeito à autonomia do educando, suas curiosidades, dúvidas, inquietudes, modo de agir e reagir, sua
linguagem e forma de compreensão.

Desta forma, a educação do ser humano considerando o paradigma da totalidade e a


qualidade do ensino na sua preparação para existência harmônica, em equilíbrio, e´ descrito por Fritjof Capra:
“A nova visão da realidade, de que vimos falando, baseia-se na consciência do estado de inter-relação e
interdependência essencial de todos os fenômenos – físicos, biológicos, psicológicos, sociais e culturais. Essa
visão transcende as atuais fronteiras disciplinares e conceituais e será explorada no âmbito de novas
instituições. Não existe, no presente momento, uma estrutura bem estabelecida, conceitual ou institucional,
que acomode a formulação do novo paradigma, mas as linhas mestras de tal estrutura já estão sendo
formuladas por muitos indivíduos, comunidades e organizações que estão desenvolvendo novas formas de
pensamentos e que se estabelecem de acordo com novos princípios”.

A visão de qualidade de vida tem evoluído muito nos últimos anos, direcionando a atenção
para o holismo, ou seja uma transformação cultural em que o capital, o trabalho e o meio ambiente estão
alinhados, tendo o ser humano como figura central.

Auxiliar o ser humano para o despertar desta nova realidade implica, antes, despertar cada um
no seu íntimo. Transformar-se para tornar o mundo melhor. Capra menciona a esse respeito que: “Para
entender nossa multifacetada crise cultural, precisamos adotar uma perspectiva extremamente ampla e ver a
nossa situação no contexto da evolução cultural humana. Temos que transferir nossa perspectiva do final do
século XX para um período de tempo que abrange milhares de anos; substituir a noção de estruturas sociais
estáticas por uma percepção de padrões dinâmicos de mudança. Vista desse ângulo, a crise apresenta-se
como um aspecto da transformação. Os chineses, que sempre tiveram uma visão inteiramente dinâmica do
mundo e uma percepção aguda da história, parecem estar bem cientes dessa profunda conexão entre crise e
mudança”.

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COBRA – Colégio Brasileiro de Suplência a Distância Sociologia – Ensino Médio – Módulo 06

Para a educação holística se tornar uma prática real seriam necessárias significativas
mudanças na política educacional, a iniciar-se por sua implementação no ensino fundamental, e conseqüente
prosseguimento no ensino médio e superior. Novos cursos de capacitação para os educadores deveriam ser
criados para torná-los grandes agentes desta mudança de paradigma.

Os temas transversais inclusos nos currículos escolares denotam uma tímida tentativa de
vislumbrar a integralidade do ser, porém, a não reformulação da capacitação dos educadores permite a
lentidão neste processo. Considerando que a didática está pautada em fundamentos díspares da visão
holística, com o aluno sendo depositório de informações, lamentavelmente assiste-se ao pouco envolvimento
do docente neste processo. Entretanto, as mudanças urgem e as necessidades dos sistemas vivos no planeta
estão falando mais alto, exigindo a transcendência, a transformação dos valores para conquista da
sobrevivência das espécies. Comporta uma profunda reflexão acerca do que representamos, como nos vemos
e o que pode vir a ser modificado em nós mesmos enquanto pessoas e educadores. Seja qual for nossa
postura em sala de aula, influímos positiva ou negativamente independente da intenção, e transmitimos muito
mais do que ensinamos formalmente. Na medida em que estamos atentos a estes movimentos temos
condições de rever condutas e nos tornarmos melhores como pessoas.

Perceber o educando como ser integral, que age e reage a ações e estímulos, sejam eles
positivos ou negativos, é integrá-lo ao planeta, é permitir que amplie a consciência acerca das razões pelas
quais existimos, de onde viemos e para onde vamos. Aristóteles em Ética a Nicômaco menciona a relação
entre razão e emoção. Em verdade o ser humano é razão e sensibilidade/emoção, e isso gera um constante
conflito quanto à sua adequação para o alcance do ponto de equilíbrio. E neste equilíbrio estariam refletidas
as atitudes enquanto ser social, a busca deste equilíbrio tem que ser o objetivo de cada um .

A educação do futuro, em sua essência, deve contemplar saberes para a formação integral e
de qualidade considerando o ser humano como principal objetivo. Ter a visão de que homens não são
máquinas nem partes, sua formação envolve razão e sensibilidade, seu conjunto forma o que de mais precioso
existe que é o ser dotado de inteligência, cultura, que se expressa e interage com os demais sistemas vivos.
Mas que ainda necessita desenvolver-se e compreender a importância da preservação da vida planetária. Dalai
Lama nos reporta a responsabilidade civil de cada ser humano na medida que relata: “Quando negligenciamos
o bem-estar dos outros e ignoramos a dimensão universal de nossos atos, fazemos uma distinção entre
nossos interesses e os interesses dos outros. Não nos damos conta da uniformidade da família humana. Sem
dúvida, é fácil apontar numerosos fatores que se opõem a essa noção de unidade: diferenças de crença
religiosa, de língua, de costumes, de culturas, etc. Se, porém, damos demasiada ênfase a diferenças
superficiais e por causa delas fazemos rígidas discriminações, não há como evitar um acréscimo de sofrimento
e desgaste para nós e para os outros”.

ATIVIDADES
13 – O que, segundo a visão holística, deve ser entendido como um novo paradigma?

14 – “O ser humano é um ser de cuidado”. Comente a frase.

15 – Pesquise o significado das seguintes palavras:

individualidade totalidade hegemonia


solidariedade criatividade plenitude
fragmentação imaginação negligenciar

16 – Que significado a educação holística tem em nossa sociedade?

17 – Faça uma redação com o tema “A Dimensão Universal dos nossos atos”.

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AUTO-AVALIAÇÃO

1 – Por que a água é um elemento vital?


( ) porque somente os animais dela necessitam para sobreviver
( ) porque animais e vegetais dela necessitam para sobreviver
( ) porque o homem a usa para seu bem-estar
( ) porque o homem a tem em sua composição orgânica

2 – O que é poluição?
( ) deriva do francês poluere e significa sujar
( ) deriva do grego poluere e significa sujar
( ) deriva do latim poluere e significa sujar
( ) nenhuma das afirmativas acima

3 – O protocolo de Montreal em 1986 foi assinado com que finalidade?


( ) redução do uso do CFC
( ) aumento do uso do CFC
( ) redução do índice de poluição da água
( ) nenhuma das afirmativas acima

4 – O que significa transcendência?


( ) que transcende, muito elevado
( ) superior, sublime; algo fora do sujeito
( ) que ultrapassa nossa capacidade de conhecer
( ) todas as afirmativas acima

5 – O que significa impacto ambiental?


( ) desequilíbrio social causado pela máquina
( ) desequilíbrio ecológico pela ação do homem
( ) desequilíbrio do homem pela ecologia
( ) desequilíbrio do homem pela poluição

6 – Quando foi verificado pela primeira vez que a camada de ozônio estava se tornando rarefeita?
( ) em 1979
( ) em 1980
( ) em 1970
( ) em 1989

7 – Segundo a visão holística, deve ser entendido como um novo paradigma:


( ) o outro ajudando na preservação da natureza
( ) o outro como ser complementar e essencial a sobrevivência da espécie
( ) a natureza como importante para o homem
( ) a natureza como complemento do ser vivo

8 – Que estudo resultou da pesquisa feita pelo Clube de Roma?


( ) Desenvolvimento Ímpar
( ) Desenvolvimento Potencial
( ) Desenvolvimento Desejável
( ) Desenvolvimento Zero

9 – Ao que está ligada a nova realidade humana e em que implica necessariamente?


( ) na visão da ecologia relativa e implica em revisão de conceitos religiosos
( ) na visão da ecologia plena e implica na revisão de conceitos filosóficos
( ) na visão de ecologia profunda e implica na revisão de conceitos filosóficos e religiosos
( ) todas as afirmativas acima

10 – Por que o ser humano é um ser de cuidado?


( ) porque projeta responsabilidade
( ) porque tem atenção biológica
( ) porque coloca cuidado no que projeta e faz
( ) porque cuidar do outro traz bem-estar social

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GABARITOS
Unidade 1

1 – Durante séculos o homem manteve uma relação harmônica com a natureza pois não dispunha de técnicas
que fizessem grandes transformações. Como se dava sua subsistência naquela época?
R:Através da caça de animais e colheita de vegetais para seu consumo.

2 – Qual foi o marco fundamental para as grandes investidas contra a natureza?


R: A Revolução Industrial nos séculos XVIII e XIX.

3 – Por que a água é um elemento vital?


R: Porque os animais e vegetais dela necessitam para manutenção de sua existência.

4 – O que significa impacto ambiental?


R: É o desequilíbrio provocado por um choque ecológico, causado pela ação do homem sobre o meio
ambiente.

5 – Quais as principais causas da devastação de florestas tropicais?


R: Extração de madeira para fins comerciais, instalação de projetos agropecuários e implantação de projetos
de mineração.

6 – Criação própria.
7 – Redação.

Unidade 2

8 – Criação pessoal.

9 – Se considerarmos a realidade cósmica, de que o universo está em expansão e evolução, como podemos
caracterizar o homem?
R: Como um ser em evolução e expansão da consciência, uma vez que o ser humano está inserido no cosmos.

10 – Criação pessoal.

11 – Ao que está ligada a nova visão da realidade humana e no que implica necessariamente?
R: A uma visão de ecologia profunda e implica numa revisão nos seus conceitos filosóficos e religiosos.

12 – Qual a conseqüência de conscientizar o ser humano para a transcendência?


R: É ter como projeto plenitude duradoura; caminho espiritual mais longo; sentimento de humor; sentimento de
que nada é definitivo; sentimento de leveza, distanciamento; desdramatizar nossos dramas; esperança de
realização; direito de protestar.

Unidade 3

13 – O que, segundo a visão holística, deve ser entendido como um novo paradigma?
R: A crescente visão do outro como ser complementar e essencial a sobrevivência da espécie.

14 – Criação pessoal.

15 – Pesquisa.

16 – Que significado a educação holística tem em nossa sociedade?


R Representa a ampliação de consciência, o despertar das potencialidades humanas para a totalidade, com
uma visão planetária, cósmica, de sua existência.

17 – Redação.

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AUTO-AVALIAÇÃO

1 – Por que a água é um elemento vital?


( ) porque somente os animais dela necessitam para sobreviver
(x) porque animais e vegetais dela necessitam para sobreviver
( ) porque o homem a usa para seu bem-estar
( ) porque o homem a tem em sua composição orgânica

2 – O que é poluição?
( ) deriva do francês poluere e significa sujar
( ) deriva do grego poluere e significa sujar
(x) deriva do latim poluere e significa sujar
( ) nenhuma das afirmativas acima

3 – O protocolo de Montreal em 1986 foi assinado com que finalidade?


(x) redução do uso do CFC
( ) aumento do uso do CFC
( ) redução do índice de poluição da água
( ) nenhuma das afirmativas acima

4 – O que significa transcendência?


( ) que transcende, muito elevado
( ) superior, sublime; algo fora do sujeito
( ) que ultrapassa nossa capacidade de conhecer
(x) todas as afirmativas acima

5 – O que significa impacto ambiental?


( ) desequilíbrio social causado pela máquina
(x) desequilíbrio ecológico pela ação do homem
( ) desequilíbrio do homem pela ecologia
( ) desequilíbrio do homem pela poluição

6 – Quando foi verificado pela primeira vez que a camada de ozônio estava se tornando rarefeita?
(x) em 1979
( ) em 1980
( ) em 1970
( ) em 1989

7 – Segundo a visão holística, deve ser entendido como um novo paradigma:


( ) o outro ajudando na preservação da natureza
(x) o outro como ser complementar e essencial a sobrevivência da espécie
( ) a natureza como importante para o homem
( ) a natureza como complemento do ser vivo

8 – Que estudo resultou da pesquisa feita pelo Clube de Roma?


( ) Desenvolvimento Ímpar
( ) Desenvolvimento Potencial
( ) Desenvolvimento Desejável
(x) Desenvolvimento Zero

9 – Ao que está ligada a nova realidade humana e em que implica necessariamente?


( ) na visão da ecologia relativa e implica em revisão de conceitos religiosos
( ) na visão da ecologia plena e implica na revisão de conceitos filosóficos
(x) na visão de ecologia profunda e implica na revisão de conceitos filosóficos e religiosos
( ) todas as afirmativas acima

10 – Por que o ser humano é um ser de cuidado?


( ) porque projeta responsabilidade
( ) porque tem atenção biológica
(x) porque coloca cuidado no que projeta e faz
( ) porque cuidar do outro traz bem-estar social

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BIBLIOGRAFIA

BOFF, Leonardo. Saber Cuidar. Ética do humano – compaixão pela terra. 7ª ed. Petrópolis, RJ, Vozes. 2001
CAPRA, Fritjof. O Ponto de Mutação. 22ª ed. São Paulo, Cultrix. 2001.
COTRIM, Gilberto. História do Brasil. 1ª ed. São Paulo, Saraiva. 1999.
________ História e Consciência do Mundo.6ª ed. São Paulo, Saraiva, 1999.
HOLLANDA, Aurélio Buarque de. Novo Dicionário Aurélio. 2ª ed. Rio de Janeiro, Nova Fronteira. 1986.
LAMA, Dalai. Uma Ética para o novo Milênio. 6ª ed. Rio de Janeiro, Sextante. 2000.
OLIVA, Jaime. Giansanti, Roberto. Espaço e Modernidade: Temas da Geografia Mundial. São Paulo, Atual.
1995.
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. São Paulo, Ática. 2000.
PEGORATO, Olinto A. Ética é Justiça. 5ª ed. Rio de Janeiro, Vozes. 2000.

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