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"Fomos convocados para uma reunião geral, a que se seguiriam reuniões de avaliadores", contou ao DN
Francisco Queiroz, um dos professores que assinaram o veto às avaliações. "Os professores decidiram, por
esmagadora maioria, não seguir com o processo."
Francisco Queiroz garantiu ao DN que os signatários não têm de sofrer represálias pelo seu acto de rebeldia: "A
nossa decisão tem legitimidade, nomeadamente em decisões tomadas nos tribunais. Além disso, o que vai o
Ministério da Educação fazer?", questionou. "Processar uma escola inteira?"
Em declarações ao DN, Luís Lobo, da direcção nacional da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) não
escondeu o seu contentamento com este gesto: "Creio que estes professores tomaram uma decisão reveladora
de uma grande sobriedade intelectual", considerou. "É muito positivo, sobretudo por ser uma decisão tomada
pelo conjunto dos professores", acrescentou, antecipando: "Julgo que quando for conhecido este exemplo,
muitas escolas perderão o medo e avançarão."
Apesar de ter dado às escolas liberdade para calendarizarem a avaliação bienal da maioria dos cerca de 140 mil
professores, que só terá de estar concluída no final do próximo ano lectivo, o ministério, após alguns avanços e
recuos no discurso, insistiu na obrigatoriedade de serem avaliados ainda este ano cerca de 7000 docentes
(contratados e quadros em ano de subida na carreira). Para estes casos, a ministra Maria de Lurdes Rodrigues
admitiu soluções "flexíveis" na avaliação, que poderão passar, por exemplo, pela dispensa da observação de
aulas.
A Fenprof alega que esta avaliação "flexível" não foi negociada e que por isso só é válido o sistema previsto no
Decreto-Regulamentar 2/2008 sobre as avaliações. Assim, considera que os docentes têm legalmente o direito
de recusar ser classificados.