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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

EDITORIAL

A mudar a página!

O Novo Páginas Tantas mudou de visual! Prepara-se já para a nova escola


em construção!

As obras vão a bom ritmo segundo informação da Professora Luiza Salvado. A Fase
1 da obra encontra-se a decorrer dentro da normalidade apresentando um ligeiro
atraso em relação ao previsto. O pavilhão G – elemento em construção e que une
os Pavilhões A, B e E – tem a estrutura em fase terminal. Os pavilhões B e E estão
em remodelação, com alteração de alguns espaços interiores e das fachadas.
O pavilhão “Balneários” está a ser ampliado, com a instalação de 2 novos
vestiários/balneários. Estão afixadas plantas - piso 0 e piso 1 - do projecto para
poderem conhecer os futuros espaços da escola. No próximo número do
Páginas Tantas será feito um novo ponto da situação visto que iremos
passar da fase 1 para a fase 2 da intervenção. Não tarda nada temos uma escola
nova!!!!

Mas a mudança do jornal não fica pelo visual! Está em formação uma verdadeira
equipa redactorial. OPáginas Tantas vai agora aparecer bimensalmente
com colaboração de alunos, professores, funcionários, pais e, quem sabe, outros
elementos da comunidade! Se queres colaborar envia o teu texto, desenho, fotos, o
que te apetecer para paginastantas@sapo.pt ou coloca na caixa para o efeito que
existe junto da secretaria. Gostávamos também de saber a tua opinião sobre este
novo look do jornal. Dá-nos o teu feed-back!!
Voltamos em Janeiro com mais notícias frescas! Participa! O Jornal também é teu!

Prof. Luísa Lopes

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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

DESPORTO Este
império
SURF marítimo
é
O mar, o oceano fantástico,
onde existem irremediáveis manhas, que
Por mais voltas que se dê, o mar é
mesmo hoje algumas sejam superadas,
uma invenção que não é recente, o mar, que
continuam a ser um enigma que só Deus
já vem citado nos recônditos mitos
pode desvendar.
sumérios, na Bíblia, é um mar diferente
Naquela altura, o mar, a partir da
daquele de que hoje se fala.
caracterização de Luís de Camões, era um
De facto, nestes antigos tempos,
mar de surpresa, aterrada, inocente e
fala-se de um mar, um fluxo primordial
deslumbrada, nos limites extremos, passo a
sem destrinça (separação, desenredo,
citar:
“Contar-te longamente as perigosas
Cousas de mar, que os homens não
entendem:
Súbitas trovoadas temerosas,
Relâmpagos que ar em fogo
acendem,
Negros chuveiros, noites tenebrosas,
Bramidos de trovões que o
mundo fendem”
(Os Lusíadas V, 16)

esclarecimento), um princípio antagónico, O pequeno texto do

um caos ilegível. mar, o oceano, foi apenas uma pequena

Os gregos têm fama de introdução para avançar para aquilo que

marinheiros, mas não se pense que o mar quero realmente escrever, que é o sobre

foi inventado por Homero ou por anónimos Surf.

navegadores helénicos. Para mim escrever sobre


Com o périplo de Ulisses pelo
Surf, parece-me ser um motivo
Mediterrâneo, a caminho da Itaca natal,
irrompe uma noção nova de ar, oceano, um tão válido como o de escrever
certo imaginário sobre o mesmo, que ainda sobre factos verídicos ou
é um arrepiante mundo intermédio, entre o
maravilhoso e real.
romances pois escrever sobre surf é

ainda, uma actividade pouco praticada, um

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pouco ao contrário do surf, que hoje em dia, mas, também, perante uma experiência
parece estar por todo o lado. Pode, aliás social, que rotula, humilha, destrói aquele
fazer algum sentido que os actos de que faz surf, pois esse é constantemente
escrever e de surfar não andem estereotipado, penso que talvez, há alguma
propriamente de mãos dadas, afinal o décadas atrás fosse o “normal” estereótipo,
verbo surfar é um anglicismo que remete o do surfista, mas hoje, já levanto muitas
para a ideia de deslizar á superfície da água questões acerca de se concluir algo de uma
e é muito provavelmente esta ideia de generalidade que ocorreu há décadas, não
superficialidade que primeiro é associada será isso falacioso?
ao surf. Escrever implica invariavelmente A evolução da escrita sobre surf é
um esforço reflexivo, que vá além da talvez o mais exacto reflexo do lugar e da
superfície. Mas uma coisa é o preconceito, imagem que o surf foi ocupando ao longo
outra é o acto de que existe, se bem que, dos tempos: do espanto inicial com os
mesmo nas publicações de surf, a palavra nativos no Pacífico, passando pela
escrita tenha um lugar secundário, Califórnia campestre, de fantasia, idílica do
subalternizada pelas fotografias, na pós-guerra, pelos relatos dos surfistas
verdade, o surf chegou-nos (a nós viajantes em busca do “verão sem fim” e
Ocidentais), primeiro pela palavra. pela representação do surf como paradigma
A primeira descrição foi feita pelo da contra-cultura, até aos relatos de um
Capitão James Cook: circuito mundial, cada vez mais à imagem
- “I could not help concluding that this
man felt the most supreme pleasure while he
was driven on so fast and smoothly by the sea”,
nos seus relatos da sua viagem ao Pacifico,
em finais do século XVIII, quando escreveu
com admiração sobre o “prazer supremo”
que os nativos tinham quando deslizavam
sobre a parede das ondas. Cook ao falar do
“prazer supremo” e ao descrever todo o
dos outros desportos. Se olharmos para trás
processo de escolha de ondas, bem como as
e lermos as ontologias de textos sobre surf,
dificuldades que enfrentavam os nativos
encontramos nelas uma história da
cada vez que arriscam ter o prazer de
identidade do surf e das suas
deslizar no mar, acabou por tornar o surf
transformações. Mas, para além do retrato
mais do que um simples desporto. A
social, há uma característica essencial que
imagem do surf ficou marcada desde a
persiste, a mesma que o Capitão James
génese: estávamos perante um desporto,
Cook vislumbrou, o surf é essencialmente
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fonte do “prazer supremo”, de difícil então podermos voltar a percorrer uma


descrição e não comparável com outros onda, parece que enquanto estamos a
prazeres, dai, muitos surfistas, incluindo percorrer a onda, nada mais existe, sem ser
eu, dizermos: a natureza e nós, querermos ficar para
- “Que prefiro uma boa surfada, de sempre presos naquele “mundo” onde a
que uma boa noite na cama com a miúda liberdade no seu sentido literal é tomado
mais linda e bem-feita”. por todo, onde não existem regras, onde
O que estou a tentar escrever, ou, tudo desaparece, tudo o que sonhamos,
exprimir, não é o que o surf é, embora dê mas, também, em terra, onde vivemos com
uma ideia acerca desse tema, mas, o que a cabeça posta no mar, nas ondas surfadas,
quero mesmo é escrever acerca do efeito nas imaginadas e naquelas que iremos
que o surf produz em nós.
Quem tenha, ainda que por breves
momentos, experimentado remar com uma
onda a aproximar-se pelas costas, dando
umas braçadas mais fortes, para depois
sentir a prancha descer, perdendo-se o chão
estável, e, com um pouco de água na cara,
deslizando, a uma velocidade tão diferente
e incomparável a todas as outras, sabe que
a experiência de surfar, deixa marcas surfar.

indeléveis e incomparáveis, marcas essas, Quem faz surf, sabe que a

que se projectam no resto da vida desde experiência não se limita ao mar, contamina

logo, porque ao contrário da maior parte toda a vida quotidiana e leva a que

das coisas que na vida parece acabar, cada passemos a olhar com outros olhos para as

onda que termina deixa-nos com uma coisas terrestres, para além do mais, para

vontade quase absoluta de voltar ao início, um surfista, a ideia do mundo perfeito

uma vontade que parece não ser sóbria, confunde-se com o prazer de deslizar nas

quase posso dizer que é uma vontade ondas, mas, também com as coisas que lhe

comparável com qualquer outra coisa que estão associadas, a busca e a espera por

nos leve ao prazer supremo. ondas, o sal frio na cara, as paredes de água

No mar, mesmo quando a energia que se abrem à nossa frente.

já nos falta, somos impelidos a repetir tudo, Poderia continuar a escrever, até

o remar de regresso ao sítios onde as ondas escrever um livro, mas para terminar, vou

quebram, forçando a corrente, empurrando só deixar clara a ideia do “mundo perfeito”

a prancha por debaixo da espuma, para para um surfista, ideia esta que é

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acompanhada, por água de temperatura


Jogos Equipas Resultado
quente, água azul, ondas de tamanho
perfeito, em que nelas se possam meter e 1 - 3 Matias Aires X F.Gonçalo Azevedo* 5 / 0

ficar dentro das ondas uma eternidade, 2 – 4 José Saramago x Cascais* 5 / 0


2 – 3 5 / 0
onde fortes são os raios solares e quente é a José Saramago x F.Gonçalo Azevedo*
4 – 1 0 / 5
brisa que passa por entre as palmeiras na Cascais * x Matias Aires

areia de um oásis situado no meio do mar, Jogos Equipas Resultado


1 – 5 4 / 1
sitio este longínquo da sociedade que Matias Aires x Stª. Maria
1 – 2 6 / 1
parece estar cada vez mais confusa, Matias Aires x José Saramago
2 – 5 2 / 2
agressiva e que já não mais existe, apenas José Saramago x Stª. Maria

sobrevive... espero que gostem da ideia…


Miguel Ângelo Castro Oliveira Nº13 12ºM Jogos Equipas Resultado
3 – 4 Frei Gonçalo Azevedo x Cascais 7 / 2
4 – 5 Cascais x Stª. Maria 3 / 2

FUTSAL 3 – 5
Frei Gonçalo Azevedo x Stª. Maria 4 / 1
DESPORTO ESCOLAR - QUADRO
COMPETITIVO 2008/09

* - Escolas que apresentaram menos de 8 jogadores


CLASSIFICAÇÃO
no boletim de jogo

ESCALÃO: Juniores SEXO : Masc.


SERIE: 1

J F
O PONT
V . GM GS G.A
NOME DA ESCOLA G E D OS
C
O
S

1º Matias 4 4 - - - 20 2 18 12
Aires

2º José 4 2 1 1 - 13 8 5 9
Saramago

3º Frei 4 2 - 2 - 11 13 -2 8
Gonçalo
Azevedo
4º Cascais 4 1 - 3 - 5 19 -14 6

5º Stª. Maria 4 - 1 3 - 6 13 -7 5

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não o era, por que motivo Mafra é citada


pelos cronistas enquanto outras terras do
Termo de Lisboa, mesmo de maior
envergadura, igualmente subjugadas, são
omissas? Que Mafra foi vila murada é
ponto assente, que inúmeros documentos
vêm atestando desde o século XII. Não
seria, certamente, uma praça-forte de
primeira categoria. O humanista André de
Curiosidades Resende chega a chamar-lhe oppidulum,

Castelo de Mafra donde se conclui que seria almenara


(espécie de farol), de dimensões modestas,
Castelo de Mafra, ou o que dele resta,
embora de alguma importância, quer pela
ergueu-se provavelmente sobre um
função semafórica que desempenhava, quer
povoado neolítico, sucessivas vezes
devido à quase equidistância a que se
reocupado até à Idade do Ferro. Os achados
achava
ocasionais
relativamente a
realizados no
Sintra e Torres
interior do
Vedras. A antiga
perímetro
Mafara encontra-se
quase oval da
implantada não
antiga
numa cova, como
fortaleza e
insistem alguns
nas suas
observadores
imediações
pouco atentos à
demonstram
paisagem, mas, isso
a existência
sim, numa colina flanqueada a Norte e a
de um relativamente modesto aglomerado
Sul por dois vales onde correm outras
romano que sucedeu ao oppidum indígena
tantas ribeiras, conhecidas,
e se incluía no âmbito administrativo do
respectivamente, pelos nomes de Rio Gordo
Termo de Lisboa. Que razões motivariam a
e Rio dos Couros. E provável que a
tomada de Mafra aos muçulmanos em 1147
configuração orográfica actual, à excepção
(entre 18 e 28 de Junho, conforme opinião
das produzidas pela erosão e,
expressa por António Vitorino França
eventualmente, pela actividade agrícola,
Borges), se não era posição fortificada ou
não tenha sofrido alterações de monta
não tinha importância? E se a não tinha ou
desde a reconquista. A cota mais elevada

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ronda os 200 metros de altitude, situando- demolida em 1907), apoiada na cabeceira da


se a cerca de 30 metros a nascente da Igreja, funda-se em pura conjectura, apesar
cabeceira de Santo André, no terreno onde de tudo, inspirada na afirmação constante
a Santa Casa da Misericórdia de Mafra no manuscrito de Nery Gorjão de que "o
instalou a sua sede. Quanto ao recinto do castelo [a alcáçova?] de Mafra era contíguo
castelo, que corria no sentido da igreja de à paroquial de Santo André". A ser assim, a
Santo André, isto é, entre nascente e poente, Santa Casa da Misericórdia terá substituído
ele compreendia toda a zona da Vila Velha sobre a cota mais elevada o último reduto
que hoje se inclui no interior do espaço da fortaleza.
delimitado, a oriente, pelo Largo Coronel A Rua do Adro ou do Meio nascia
Brito Gorjão (vulgo da Raposa), a Sul, pela sensivelmente no mesmo lugar onde hoje
Rua das Tecedeiras, a ocidente, pelo Palácio desemboca no Largo Coronel Brito Gorjão,
dos Marqueses de Ponte de Lima e, ligando-se à antiga Corredoura por uma
finalmente, a Norte, pela Rua Detrás do porta, talvez ladeada por dois cubelos que a
Castelo. defendiam e de que as paredes, medindo
A Rua do Meio, antiga do Adro ou cerca de três metros de espessura, das
Direita, que se desenvolvia de nascente traseiras da vivenda, entretanto demolida,
para poente, ligando a Porta da do Senhor Rogério Lucas da Silva,
Corredoura, no actual Largo Coronel Brito constituíam um sólido indício (a pedra que
Gorjão, a um possível postigo ou Porta da dali saiu serviu de entulho para a
Traição que se rasgava na cortina Sul (e de terraplanagem do campo de futebol do
cuja calçada parecem subsistir os vestígios), Clube Desportivo de Mafra). Esta porta
constituía o decumanus maximus da dava acesso à estrada de Torres Vedras e às
povoação, enquanto que a Calçada da Porta do Alto da Vela e da Arrifana, que
da Fonte da Vila, de Norte para Sul, conduzia a Alcainça e Abrunheira. Embora
correspondia ao cardo maximus. O apenas parcialmente, o alçado Sul foi o
poemerium, área contígua à muralha e único que conseguiu sobreviver ao
obrigatoriamente desimpedida de desmonte sistemático a que a cortina foi
construções está na origem das Ruas das submetida com o objectivo de angariar
Tecedeiras e Detrás do Castelo, no exterior pedra para outras construções.
dela, e, interiormente, dos quintais de que Uma explicação plausível acha-se,
ainda se acham exemplos. A localização da decerto, na necessidade de conter as terras
alcáçova e respectiva torre de Menagem ou que preenchem o acentuado desnível (perto
albarrã, de cujo desmonte poderá ter de 8 metros) entre as Ruas do Meio e das
resultado a bizarra torre sineira de Santo Tecedeiras. De resto, por esse exacto
André (talvez edificada no século XVII, motivo, após a derrocada (Novembro de

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1937) da muralha que sustinha o ex-quintal donatário da Vila (séc. XIV) e sobre o qual o
do Sequeira, de imediato se procedeu à sua palácio dos Marqueses de Ponte de Lima
substituição pelo paredão sobre o qual deve ter sido erguido. É muito provável
assenta o Miradouro. O lanço de degraus que o torreão poente do castelo ou parte
que une o Miradouro à rua, em baixo, dele, subsista na fachada ocidental do
sucedeu com alguma verosimilhança à palácio, de confuso recorte arquitectónico.
calçada do postigo ou Porta da Traição, cuja A designação Rua Detrás do Castelo advém
existência é indispensável ter em do facto de a povoação ter voltado,
consideração para viabilizar a extensão que literalmente, as costas ao flanco Norte por
o arrabalde viria a assumir naquele flanco ser o mais exposto aos ventos dominantes.
do castelo, O postigo ou Porta da Traição A cortina, beneficiando do perfil mais
dava acesso a dois caminhos: um por elevado do terreno, seria ai mais alta,
Quintal e Montesouros para o porto da protegendo da nortada a povoação interior,
Carvoeira e outro por Malvar e Sobreiro dirigida para o Sul e para o sol, como
para a Ericeira e Paço de llhas. A muralha, acontece, por exemplo, com Óbidos. A
substituída pelo paredão (1942) prolongar- densa floresta que, consta, existiu até ao
se-ia primitivamente até a um torreão século XIX na Quinta da Cerca, constituída
situado a poente. No espaço compreendido por árvores de enormíssimo porte,
entre aquela (a muralha já aí não existia ao reforçaria tal pára-vento.
tempo do Senhor Nery Gorjão, pelo que ele Texto e imagem: Câmara Municipal de

se serve como referência da "ermida da casa Mafra, Mafra, Da Reconquista ao Foral de 1513, Câmara
Municipal de Mafra, Julho de 1989
chamada do Capitão-mor";, igualmente
desaparecida) e a fachada do Palácio dos
Marqueses de Ponte de Lima foram
encontradas, em 1790 (quando "se abriu ou
alargou o caminho que conduz à quinta da
Roussada"), umas tulhas subterrâneas, em
barro que se destinavam ao
armazenamento de cereais. O alçado poente
seria o mais facilmente defensável devido
ao desnível originado pelo esporão ou
esplanada em que se alcandorava. Era, por
conseguinte, o mais adequado à instalação
de um Paço acastelado, como aquele que
existiu, desde pelo menos os tempos em
que D. Fernão Martins Coutinho foi

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DA LEITURA E Luísa Lopes, Gabriela Reis, Fernanda Laia,


Ema da Silva, Paulo Martins e Filomena
DOS LIVROS Rodrigues e aos alunos do décimo ano das
turmas H, J, N, O, Q; do décimo primeiro
ano das turmas às turmas B, G, J, L, N e do
décimo segundo ano das turmas A, H, I, M,
O3.
Lurdes Fonseca
(Professora Bibliotecária)

MÊS INTERNACIONAL DA BIBLIOTECA O mês de Outubro

ESCOLAR – Outubro 2009 foi designado Mês


Internacional das
Bibliotecas
Para comemorar o Mês Escolares pela IASL
Internacional da Biblioteca Escolar, a (International
Association of
Biblioteca dedicou uma semana à leitura de
School Librarians). No International School
textos em Português, Francês, Inglês e
Library Month é tempo de evidenciar a
Alemão. Foram lidos poemas, excertos de associação das bibliotecas escolares ao sucesso

obras literárias, notícias de jornais, entre dos alunos e também de desenvolver acções de
promoção das suas actividades e das
outros. Algumas leituras tiveram
competências que podem acontecer em
acompanhamento musical. Na sequência contexto de Biblioteca.
desta iniciativa, que foi do agrado da
comunidade escolar, a Biblioteca
dinamizará um Ponto de Encontro de
Leitura.

Ai que prazer não cumprir um dever!

Ter um livro para ler e não o fazer... Fernando


Aqui fica a reportagem fotográfica
Pessoa
e também o agradecimento aos professores
Joana Barradas, Maria José Garção, Maria
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11.º ano
PROGRAMA
Dinamizadoras: Profs Ema da Silva e Maria
19 de Outubro ( Segunda-feira) José Garção
17h – Leitura de textos em Português
10h15m – Leitura de textos em Português Intervenientes: Alunos da turma N do 11.º
com acompanhamento musical ano
Intervenientes: Alunos do 12.º A (leitura de Dinamizadora: Prof. Maria José Garção
textos); Alunos do 12.º O3
(acompanhamento musical) 21 de Outubro (Quarta-feira)
Dinamizadores: Profs Joana Barradas e
Paulo Martins 10h15m – Leitura de textos em Alemão com
11h30m, 12h – Leitura de textos em Francês acompanhamento musical
Intervenientes: Alunos das turmas M e N do Intervenientes: Alunos da turma O do 10.º
11.º ano e 10.º ano ano
Dinamizadoras: Profs Gabriela Reis e Dinamizadores: Prof. Filomena Rodrigues e
Fernanda Laia Prof. Paulo Martins
Leitura de textos em escocês pelo professor
20 de Outubro (Terça-feira) Paulo Martins
Leitura de textos em Francês
8h30m,10h, 13h30m – Leitura de textos em Intervenientes: Alunos do 10.º ano
Português Dinamizadora: Prof. Fernanda Laia
Intervenientes: Alunos das turmas H, M e I
do 12.º ano.
Dinamizadora: Prof. Luísa Lopes

11h – Leitura de textos em Inglês 26 de Outubro (Segunda-feira)


Intervenientes: Alunos da turma G do 11.º 9h – Leitura de textos em Português
ano Intervenientes: Alunos da turma M do 11º
ano
Dinamizadora: Prof. Ema da Silva Dinamizadora: Prof. Maria José Garção
16h – Leitura de textos em Inglês e Português
Intervenientes: Alunos das turmas G e L do
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27 de Outubro (Terça-feira)
10h30m – Leitura de textos em Português
Intervenientes: Alunos da turma J do 11º ano
Dinamizadora: Prof. Maria José Garção

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How do I fit into this World? nice, good and “pink”. I trusted everyone
Though we feel quite well in the unconditionally, but I learned that I have to
society we are a part of, we cannot help be more suspicious and less friendly, if I
disagreeing on a lot of things we see and want to “survive in this jungle”.
listen to. Even amongst youngsters! There As for my dreams, I want to finish
is too much lie, selfishness, arrogance, etc. 12th grade, then, I would like to make a
Sometimes we do not even seem to know break for one year to take a trip around the
what we like or dislike, who and why we world, to get in touch with different
relate to and our choices are bias, according cultures and people. As for my future, I
to our ideals and behaviour. have not decided yet. I do not know if I
Actually, I am not easily influenced, want to become a pilot, a journalist or a
I can think for myself and I take the chance psychologist. What I do know is that after
of being wrong sometimes, at least, I am graduating I would like to move to Brazil.
not “following examples” , either good or I am a 15 year-old girl who has a
bad, when dealing with friends. Of course difficult, bad-tempered personality, and I
every single person is the result of do not spend too much time developing
experiences and examples, so, in my better relationships with people. I like to
particular case, my reference is to follow help everyone as long as people do not
my mother’s footsteps, because she is overdo it or take advantage of me.
someone I really admire. I see adolescence as a kind of training stage
Most teenagers get lost just because for real life. It is a period of time with very
they want to fit in, they want to belong to few responsibilities and we only have to
fit in, they want to belong to a certain group worry about relationships (parents, love
just to please someone and to be able to affairs, dates, and friendships). It is a time
socialize. So, they do things that are for amusement. We can still behave as
considered “cool” for others, regardless of children and play all day!
their own opinions (being the choice of a I am sure I will miss adolescence when I
dressing style, a culture, a language or even grow up!
Íris Maria, 11º M, nº 10
habits).
In my opinion, if we all did the same, we
would all end up being equal, losing our
own individuality, which is what “Ler muito é um dos caminhos para a
characterize us the most.
Futility is another annoying subject which
originalidade; uma pessoa é tão ou
is more frequently seen in girls (fashion mais original e peculiar quanto mais
above all). This matter can become a cruel
issue to people in need, leading to exclusion conhecer o que disseram os outros.”
and solitude. For instance, some girls make
fun of those who cannot afford shopping, Miguel de Unamuno
others steal the labels from the clothes in
the shops and sew them on their own
clothes (which have no brand). This is
ridiculous! I don’t know if they invented
this habit or if they are copying it from
grown ups. “O livro é um mestre
While girls compete by gossiping,
showing off and creating tensions based on que fala mas que não
a piece of gossip, boys do not pay attention
to what people say and when they do, they responde.”
solve the questions immediately
(sometimes using force). But I find them Platão
fairer and straighter than girls. Last year, I
was quite naive; to me everything seemed

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Ler mais é preciso!

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de 70 por Benoît Mandelbrot, matemático


Da francês doutorado em Ciências Matemáticas
Matemática... (Paris). Entre 1857 e 1913 diversos
cientistas dedicaram-se ao estudo dos
Objectos Fractais: O que são? fractais. No entanto, só em 1960, com a ajuda
da computação, foi possível desenvolver esta
área da Matemática de forma consistente,
sendo Benoît Mandelbrot o pioneiro e
criador de um dos fractais mais conhecidos – o
conjunto de Mandelbrot.
Com o objectivo de escrever um artigo
A geometria fractal faz parte da chamada
relacionado com a Matemática, iniciei uma
geometria não euclidiana, ou seja, não se
pesquisa acerca de enigmas matemáticos e
baseia em planos ou objectos tridimensionais,
estratégias para a resolução dos mesmos.
derivados dos pressupostos do matemático
Deparei-me, então, com a temática da
grego Euclides. Antigamente existia a ideia
geometria fractal que, apesar de não ser
de que a geometria euclidiana era a que melhor
considerada um enigma matemático, poder-
descrevia o mundo mas, com o advento da
se-ia dizer que a sua concepção é bastante
geometria não euclidiana, foram revelados
enigmática. Talvez o que me tenha motivado
novos objectos, como por exemplo os fractais,
mais para escrever este artigo, foi a
que explicam certos fenómenos do Universo
percepção que tive ao perguntar a todos os
com maior exactidão. Por actualmente ser
meus colegas o que eram objectos fractais e
considerada a que melhor descreve objectos e
ouvir uma interrogação estranha: “Objectos
fenómenos naturais, é igualmente designada
fractais? O que são?”
como geometria da natureza, tendo aplicações
“Fractais são formas igualmente complexas
na Astronomia, Meteorologia, Economia e
no detalhe e na forma global.”
Benoît Mandelbrot, Obra Objectos
Fractais

Cinema.

Figura 2 – Conjunto de Júlia


Figura 1 – Conjunto de Mandelbrot

Fractais são objectos que mantêm a sua


Fractais ou objectos fractais, nomes
estrutura qualquer que seja a escala em que
provenientes do latim fractus que significa
são vistos (o que se designa como „invariância
„quebrar‟, foram assim designados na década

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por dilatação de escala‟) e têm dimensão características fractais, mas também o de


fraccionária. Existem duas categorias de conterem em si uma componente aleatória.
fractais: os fractais geométricos e os fractais
aleatórios. Os fractais geométricos repetem São frequentemente usados como modelos
um padrão idêntico continuamente. Podem de inúmeros fenómenos naturais como
ainda ser divididos em dois tipos: lineares ou paisagens, nuvens, linhas de costa marítima,
não lineares. Os lineares cingem-se às fractais sismos, algumas raízes (por exemplo, a de
que sofrem alterações através das gengibre), entre outros.
transformações de rotação, translação e
redução. Os não lineares não estão apenas Para que, com um exemplo prático, possam
sujeitos a estas transformações como também compreender melhor uma das aplicações
são distorcidos. Geram deste modo imagens destes objectos, elaborei um breve documento
impressionantes, de uma riqueza e diversidade sobre a construção do fractal de Koch, que
de motivos enorme. Um exemplo deste tipo de será disponibilizado brevemente na plataforma
fractais são os conjuntos de Júlia, que mais Moodle da escola. Este fractal foi um dos
não são do que sucessivas operações de primeiros a serem criados, sendo considerado
distorção. Ambos os tipos de fractais são um dos de mais simples execução. Resulta de
determinísticos, ou seja, a imagem que infinitas adições de triângulos equiláteros a
obtemos está determinada por um conjunto de cada lado de um triângulo inicial. Nesse
operações anteriormente definidas. documento cingi-me à explicação da aplicação
fractal a um dos lados do triângulo inicial,
definindo-se os outros pelo mesmo método.

Para saber mais:

Bibliografia
Mandelbrot, B. (1991). Objectos fractais.
Lisboa: Gradiva.

Webgrafia
http://colegiosantamarcelina.com.br/Theore
ma/fractais.pdf
http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm99/icm43/f
ractais.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fractal
http://media.photobucket.com/image/fracta
Figura 3 – Fractal de koch
is/Avallon_/Fractais1.gif
Contrariamente, os fractais aleatórios podem
ser gerados segundo uma grande diversidade Leonor Neto, nº18 – 12ºA
de técnicas que, no fundo, têm em comum o
facto de não só produzirem objectos com

15
Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

Oficina de
artes
http://oficinadeartesesjs.blogspot.com/

A turma do 10º ano U1 do Curso


profissional – Técnico de Apoio à Infância
apresenta na biblioteca, durante o mês de
Outubro, uma exposição alusiva aos
Elementos visuais.
Os trabalhos foram realizados no âmbito Carla Gonçalves
da disciplina de Expressão Plástica e
tiveram como ponto de partida o ponto; a
linha; a textura; o espaço; a forma; o
volume e a cor, sendo o principal objectivo
fazer-lhes compreender as possibilidades
expressivas dos elementos visuais através
da sua aplicação e exploração, na criação
de imagens. Foram utilizados diversos
materiais, tais como, canetas de feltro,
lápis de grafite e papéis de diferentes
gramagens. Houve um especial destaque
para a técnica da pintura, desenho de Vera Rodrigues
observação, corte, dobragem e colagem.
Parabéns a todas as alunas! Continuem a
empenhar-se e a criar!

Prof. Bruno Côrte Fernandes

Inês Martins

Cátia Teixeira, Inês Martins, Vera Rodrigues, Tânia


Inácio
Cátia Teixeira

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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

Da ciência... melhor classificação de sempre da


equipa lusa na Olimpíada
Internacional, em Julho, reflectindo o
bom trabalho de preparação
NOTA DE IMPRENSA efectuado na FCTUC ao longo do ano. É
um justo prémio para o esforço de
todos estes jovens.”.

Os investigadores da FCTUC
Toda a delegação portuguesa
reconhecem que “embora a prova
premiada nas Olimpíadas Ibero-
fosse bastante mais difícil que os
americanas de Física.
exames nacionais de Física, a boa
A equipa portuguesa arrecadou uma
preparação dos alunos permitiu-lhes
Medalha de Prata, duas Medalhas de
obter óptimos resultados”.
Bronze e uma Menção Honrosa nas
A lista dos estudantes portugueses é a
Olimpíadas Ibero-americanas de Física
seguinte:
João Morais Carreira Pereira (E.S.
Terminou em Santiago, Chile, a XIV
Domingos Sequeira, Leiria) – Medalha
Olimpíada Ibero-americana de Física,
de Prata
que reuniu 65 finalistas do ensino
secundário de 19 países da
Comunidade de Estados Ibero- Pedro Miguel Duarte Simões
americanos. Ao fim de dois dias de (E.S. José Saramago, Mafra)
provas (uma prova experimental e uma
teórica), o estudante Luís Gato, de – Medalha de Bronze
Cuba, arrecadou o primeiro prémio
com uma classificação de 42,80 (numa Pedro Filipe Rebelo Guiomar (E.S. Alves
escala de 0 a 50). Martins, Viseu) – Medalha de Bronze
Rúben Pinto Aguiar (Colégio Internato
dos Carvalhos, V.N. de Gaia) – Menção
Honrosa

Parabéns ao Pedro
Simões e que muitos
alunos desta escola
sigam este exemplo!!!!
Os team-leaders que acompanharam a
delegação a Santiago, Fernando
Nogueira e António Onofre, fazem um
balanço positivo da prestação
A não perder!
portuguesa: “Foi um ano muito O Museu Nacional de História
positivo: estes resultados seguem-se à Natural da Universidade de Lisboa

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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

(MNHN-UL) vai inaugurar a 19 de Sufoquei.


Novembro a exposição “A Aventura A calma tinha desaparecido…
da Terra: um Planeta em Evolução”,
convidando o público a uma viagem O barulho era ensurdecedor
no tempo de forma a acompanhar a O ar não era o mesmo…
evolução deste planeta ao longo Lá passei todas aquelas casas…
dos últimos 4 600 milhões de anos.
“A história desenrola-se ao longo de E cheguei… cheguei à escola.
um friso cronológico com 100 Agora conto as horas,
metros, em que cada metro Para poder voltar a respirar…
representa 50 milhões de anos. Aí Ana Rita, nº2- 12ºM
podem observar os sucessivos
acontecimentos geológicos e O portão desliza
biológicos que ilustram os episódios Um passo em frente…
evolutivos mais marcantes da Nesta manhã corre uma brisa…
O sol nasce à minha frente!
história da Terra”.
O barulho do motor
Substitui o canto dos pássaros.
OFICINA DE Entro no carro e na minha dor
Fogem os pássaros….
ESCRita
temática Nesta viagem curta, nada me seduz…
Infinita… Nunca mais acaba! É longa…
Mesmo que fosse à velocidade da luz
Eu descia, A viagem seria sempre longa!
Sem muita pressa, para o meu emprego,
Aonde agora quase sempre chego Saio do carro, entro no autocarro,
Com as tonturas duma apoplexia.
Pareço um robot programado
Cesário Verde
Para agir tal como um carro
Saí de casa, respirei fundo Fazer tudo o que está programado!
O ar era tão puro…
E mais uma vez….
Fiquei atordoada de tão bem que
soube! O portão desliza
Um passo em frente…
Aquela hora não se via ninguém. Nesta manhã corre uma brisa…
O sol alto está à minha frente…
Que maravilha!
Que contraste com a cidade… Encontro-me na escola…
As aulas começam…
Por todo o lado por onde passava,
Reinava a calma e o sossego. Paula Simão, 12ºM
As árvores falavam comigo e os Quando saí de casa estava a chover
pássaros também Pensei que podia estar a comer
No entanto tive que correr
As montanhas eram tantas e tão belas, Para o autocarro não perder!
Passei por todas elas
Com calma, não tinha pressa… Palpitei que era impossível de apanhar
Mas acreditei e consegui entrar
Lá cheguei à cidade. Entrei cansado e suado
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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

Mas saí descansado e em Não leves o tempo como corrosivo


tranquilidade…. Corre para a paragem
Atrasa-te só quando tiveres garagem
Cheguei à escola acompanhado
Mais tarde fiquei sozinho
Como o último filipino a correr Molhada já não ficas agora
E vi que já estava habituado Em Pêro Pinheiro começa a viagem
Presta atenção à hora
Entrei no café para ler o jornal Tu ao menos tiras vantagem
Mas quando o vi algo estava mal
Pois o Sporting perdeu
E o Benfica convenceu… Agora tens direito a um carro
Mais tarde terás trabalho
Vim para a escola estudar A mulher à tua frente
Pensando que iria também convencer Nem dinheiro tem para um agasalho!
Já vi que posso fracassar
E também me posso perder.
Diogo Janicas, 12ºM Ela confessa à companheira
“A comida já faltou”
Não há outra maneira
Sete da manhã, já levantada Só lhe resta os quadros que pintou
De claridade não há nada
Abro os olhos devagar Com dois filhos pra criar
Não tenho nada a esperar Ela precisa de uma prova
Alguém tem que a ajudar
Limpa casas na Igreja Nova

Fiquei a pensar na senhora


O que ela daria para estudar
E eu não via a hora
De os estudos deixar

A vida não é fácil


A minha companheira sai no convento
E com o seu andar sempre ágil
Leva os cabelos ao vento
Longo fim-de-semana acabou
5 de Outubro já passou Era bela e feliz,
Mafra espera-te, molhada Sozinha mas sorria
Prepara-te, vem aí uma semanada! Mas como é que alguém diz
Que por andar só morreria
Transporte não é exclusivo
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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

Muita bicha, muito trânsito


O percurso já acabou Pessoas a irem para o emprego
A escola já consigo ver Depois de uma noite descansada
Acabou-se o meu sossego.
E com tudo o que se passou
Estudar tenho que agradecer! E a apanhar frio, na rua
Pessoas esperam o autocarro
Vou tirar o meu curso Enquanto o tempo passa e não passa
Para ter na vida o que mereço Lá vão fumando outro cigarro.
E mais tarde neste percurso
Entrando na estrada, finalmente
Lembrar-me-ei do começo! Agora é sempre a acelerar
Micaela, 12ºM Tornando-se tudo tão indiferente
Só com a pressa de lá chegar.

Cheguei ao meu destino


A minha curta viagem acabou
Depois do cigarro e do cafezinho
Vou para a escola, o dia começou…

Miguel Alves da Silva, 12ºM

Sete e meia da manhã


Estou sentada num banco confortável
Olho pela janela e vejo
Uma imensidão de árvores
Da minha casa à escola Todas com formas diferentes
Coisa de cinco minutos Em que o verde sobressai.
Tenho que dar à sola Após uma vista natural
Pois todos os momentos são curtos. Lá estou à janela a observar
Pequenas casas, com cafés entre elas.
Saindo do meu portão Ao fundo vejo um largo onde por sinal
Dou a volta quando volto da escola
Ainda um pouco ensonado
Para rever todas estas casas
Só o ruído da mota
Me mantém acordado. De novo sinto uma calma confortável
E quando para a janela olho
Ainda vejo trolhas Estou novamente rodeada de grandes
árvores…
Arduamente trabalhando Já em Mafra sinto o autocarro
E eu que vou para as aulas, Finalmente a parar e ao olhar
Descontente, vou-me conformando! Através do vidro vejo a escola José
Saramago!
Neuza, 12ºM
No fim da minha rua
Para entrar na estrada principal Todos os dias bem cedo
Dou por mim aborrecidíssimo Com alegria bem pura
Pois é um tédio descomunal. Observando o arvoredo
Saio de casa com frescura!
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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

Vou de carro pela rua


Passando montes e serras
Sigo por Mafra com brandura
Em direcção às feras!

Tudo calmo e silencioso


Guardo o carro por perto
Vou para a escola, receoso
De um erro bem certo!

Chego a horas das aulas


Com vontade de aprender
Pego na mochila, corro salas
Procurando o lugar do saber!

Tiago Robalo, nº30-12ºI

O percurso
Um prédio branco Abro os olhos
Construção um pouco antiga Logo de manhã
Três andares para descer Chego à
É o meu ponto de partida. cozinha
Como uma
É logo o hospital que vejo primeiro maçã
Multidão, confusão, não evito a passagem
Saio de casa
Pela estátua e um pinheiro
Vou até à
Tento apenas ficar à margem...
paragem
Sigo em frente, Mas por
Carros a passar, a meu lado vezes
Estou ciente Perco a
Não estou totalmente acordado! viagem
Quando apanho a carreira
Ensonado atravesso a estrada Sento-me a olhar pela janela
Está quase a tocar Os carros passam na estrada
Acelero a passada E a paisagem é bela!
E o autocarro a buzinar

Cafés, alunos e alguns professores Entro em Mafra


É o alarido comum OH!!! O convento!!!
De mais um dia de trabalho... Que grande monumento
Que não se deixa esquecer no tempo!
Avisto o meu destino,
Pouco tempo falta Descemos mais um pouco
Recebo um aviso Bombeiros, hospital
É uma mensagem da malta! Básica e secundária
Escola grande, colorida, É sempre assim... porque é real!
Mas um pouco degradada
Ocupa-me a semana
E começo logo na segunda Marisa Carrasqueira
À espera do fim-de-semana! Nº20- 12ºI

Pedro Miguel Ramos, nº23- 12ºI


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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

Lamento, mas não posso


ficar,
Gostaria que me largasses,
Abrisses os braços e,
Me deixasses respirar.

Não olhes mais para mim,


Chuva salgada
Não me prendas com o
É nas brumas da humidade olhar…
Que caminho escurecido Preciso que feches o coração,
Pela sombra das mães do céu
enraivecido
E não me deixes entrar.
Afastando o ar pesado na escassa
luminosidade Lamento, mas se entrar,
Na cor monótona das ruas Será para ficar.
É o destino das crias molhadas das mães Se não posso,
Que dos céus voam espelhadas como luas
A frescura cristalina dá ao mundo os parabéns Se ele já está ocupado…
A depressão invade as pessoas,
Que caminham sem expressão
Como moribundas, sem rosto
Por favor, não abras a janela
E sem coração! E não me convides a entrar
No tabuleiro do xadrez nela.
Que nas ruas se forma
Passamos todos a pequenos peões pretos Dei um passo para trás,
Em contraste com o branco dos passeios
Por onde caminham as nossas almas! Por favor, não dês um passo
Ninguém consegue apreciar
em frente.
A brilhante beleza dos prédios
Coloridos e molhados
Pequenos cristais caem de amiúde Não sejas assim para mim,
Seguidos do cheiro doce da maresia
Não me coloques nessa
Salgados cortam o ar posição.
Vêm do pai, o majestoso mar
E as mães receando a saudade Decide-te de uma vez por
As fazem partir para a vida todas,
As crias da liberdade! Quem é a dona do teu
Francisco Rodrigues
Nº10- 12ºI
coração.

Mermaidann

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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

Oficina de tristeza, ódio e amor... Sentimentos


despertados pelo desejo de estar com
Psicologia e aquela pessoa e de partilhar momentos
FILOSOFIA especiais com a mesma. Mas são também
despertados pela sensação de impotência e
impossibilidade quando nos apercebemos
que é absolutamente impossível alguém
assim interessar-se por alguém como nós.
Obviamente haveria muito mais
características para esmiuçar mas isto foi
apenas para exemplificar.
A psicologia feminina é muito
interessante. Apesar de não admitirem
acabam sempre por ser atraídas pelos
chamados “bad-boys”- rapazes que não
seguem as regras, que tomam vantagem
dos mais fracos, que realizam feitos ilegais
e que adoram causar confusão. Isto deve-
se ao facto de, no fundo, todas as raparigas
apreciarem um desafio. O desafio seria
nesse caso conquistar o coração de um
rapaz rebelde. Afinal que piada teria se
COMPROVAÇÃO DE ARGUMENTOS ficassem com aquele rapaz simpático,
certinho, que faria tudo por elas mas que
não fosse atraente?
Raparigas atraentes gostam de rapazes
optimistas. Nós gostamos de raparigas
Ora, uma forma de um rapaz se aproximar
atraentes, logo, devemos ser optimistas. daquele padrão rebelde é demonstrar
confiança e ser optimista. Logo, ser
optimista, apesar de não ser 100% eficaz,
Uma rapariga atraente é uma rapariga que ajuda as hipóteses de conquista, portanto,
se destaca devido à sua beleza física. Esta devemos ser optimistas!!!
caracterização é subjectiva e relativa, pelo
que depende e varia de opinião para Cláudio Domingues, nº7 – 11ºF
opinião. No entanto pode caracterizar-se
uma rapariga como atraente tendo em
conta a concepção geral que define este
adjectivo quando associado às raparigas.
Os olhos de uma rapariga atraente são
espantosos. Emocionais e profundos,
deixam um homem confuso e perdido na
imensidão de um olhar que pode significar
qualquer coisa. Num único olhar podem Quando eu e o Cláudio construímos este
enlouquecer e desesperar um rapaz,
podem fazê-lo sentir-se inferior e argumento, confesso que estávamos a ser
desprezável ou especial e esperançado. irónicos pois nenhum de nós é, realmente,
Os lábios de uma rapariga atraente são optimista. Contudo o professor considerou
fantásticos. Um pequeno vislumbre de um
que, através da ironia, poderia ser um
sorriso deixa um rapaz num estado de
confusão e certeza, raiva e paz, felicidade e argumento interessante. Fiquei um pouco

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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

intrigado com isto. Como é que um


argumento assim pode despertar
interesse? Comecei a pensar e cheguei à
conclusão que é, de facto, um argumento

profundo. Em primeiro lugar o que é


uma rapariga atraente? Para mim
uma rapariga atraente é uma rapariga que
seja gira, ou seja, que tenha uma cara e
um corpo bonitos, que dêem gosto olhar
atentamente. Contudo, no argumento, “as
raparigas atraentes” não são especificadas,
o que podia levar a um desfecho
desagradável pois o que eu e o Cláudio
consideramos uma rapariga atraente pode
ser totalmente diferente do que outro
homem qualquer considera. Além do mais,
Eu tenho uma amiga que é bastante
em cerca de 70% (valor completamente
atraente e que me mostra os poemas que
inventado mas que considero correcto!) das
faz e a quem eu mostro os poemas que
raparigas giras têm uma beleza
faço. É este o sentido da vida: estar com
inversamente proporcional à inteligência, o
mulheres bonitas e interessantes! Se elas
que as torna num bando de fúteis que só
não existissem não valeria a pena viver.
gosta de falar da moda, o que se torna
Resumindo: raparigas atraentes são jovens
extremamente maçador para a maioria dos
bonitas de corpo e de cara que sabem ter
homens (dos que não são fúteis,
conversas interessantes pois isso prova
obviamente). Contudo, as restantes 30%
que são minimamente inteligentes. Mas
de raparigas atraentes são aquilo que nos
será que essas raparigas gostam de
faz gostar de viver. É tão agradável estar
rapazes e homens optimistas? Penso que
ao pé de uma rapariga gira a falar de
sim. Se virmos com atenção a grande
coisas interessantes como o sentido da
maioria das raparigas, as atraentes e as
vida ou a existência de Deus! É claro que
que não o são, são pessoas simpáticas e
estas conversas não são muito românticas,
bem-dispostas. Isto é para mim um sinal de
mas pelo menos é possível manter um
optimismo. E se elas são optimistas é
diálogo com uma miúda bonita durante
normal que gostem que os rapazes
muito mais tempo e com mais interesse do
também o sejam. Sejamos sinceros: não
que se mantém uma discussão com uma
me parece que as raparigas gostem de um
miúda gira acerca da saia nova que ela
tipo pessimista que diga coisa do género
comprou em saldo na Friday’s Project.
“todos vão morrer um dia”. É claro que

24
Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

vamos todos morrer um dia mas será que é O mundo é cruel?!


Parem de culpar o mundo!
necessário lembrar as pessoas disso
Cruéis são as pessoas
quando elas se estão a divertir?! Claro que Vítimas de um egoísmo profundo...
não! O optimismo é um acto revolucionário
pois é algo que nos ajuda a atravessar Deixou de existir um só mundo.
Cada egoísmo criou um próprio,
situações mais difíceis. Faz, portanto, todo
Independente! Ou dependente da raiva,
o sentido que as raparigas gostem de Solidão, dor e ódio.
rapazes optimistas. Podem então
perguntar-me: Porque é que não és E estes doentes sentimentos contagiosos
Geram uma epidemia de gente amarga.
realmente optimista? Já fui, mas a vida
A defesa torna-se ataque.
tem-me dado demasiados dissabores para A faina de corações adormecidos alarga.
eu a ver de maneira tão positiva como
costumava ver. Resta-me ainda um pouco As pessoas deixaram de avaliar pessoas
As pessoas agora avaliam roupas, jóias, banalidades
de optimismo, sabem porquê? Graças As pessoas procuram esconder as suas vidas
As pessoas não querem mais saber das verdades!
aqueles 30% de raparigas atraentes que
são inteligentes. É por isto que
Raparigas atraentes gostam de
rapazes optimistas. Nós
gostamos de raparigas
atraentes, logo, devemos ser
optimistas.

João Coelho, nº18- 11ºF

Vive-se agora
numa realidade fingida
Criam-se verdades camuflantes
Esconde-se a carência de afectos
Revelam-se atitudes repugnantes!

As pessoas dizem que o mundo é cruel!


Mentem em vão!!!
O mundo não é cruel,
As pessoas é que o são!

Daniela Silva
Nº6- 12ºI

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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

Escolas, Associações, Clubes, Empresas, etc.


podem (e devem) inscrever-se e participar.
AMBIENTE

Fantástica iniciativa que, o ano passado,


teve o maior sucesso na Estónia, limpando
todas as florestas do país de lixeiras ilegais!

Limpar Portugal é urgente!

Diz não aos lixos!

Evita desperdiçar!

Recicla!

Comecem por ver o vídeo (reportagem da


RTP) em www.limparportugal.ning.com
…e a restante informação que vos
aprouver.
Se resolverem participar no “DIA L”
(20/03/2010), é necessário: 1º) registarem-se;
2º) preencherem a Ficha de Voluntário do
grupo do vosso Concelho.
Agora, o esforço é de organização dos
grupos, mapeamento das “lixeiras florestais
a céu aberto” e contactos institucionais.
Quem se inscrever, passará a receber por
correio electrónico toda a informação
pertinente. Nenhum voluntário deve deixar
de ler o “Manual de Actuação no Dia L” (no
site oficial deste movimento:
www.limparportugal.org), quando estiver
disponível.
Se não tiverem disponibilidade para
participar, pelo menos ajudem a divulgar,
ok?

26
Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

ouviste”, alerta o Adriano quando parámos


no cruzamento da N244. Lá voltei para trás,
nada… mais alguns quilómetros e lá estavam
Páginas perdidas eles a admirar a África Twin do Armindo, um
“pequeno” furo nuns pneus enrugados velhos
NOVA PARTIDA, NOVA e cansados…não há dúvida, o homem para
além do azar tem coragem. Sem alternativa,
VIAGEM .... teria mesmo de ir em cima dela até ao
cruzamento. Aqui, numa pitoresca herdade,
ficou a pobre pileca na companhia de belos
cavalos. Cansados, solidários mas sobretudo
famintos fomos até Montargil onde nos
esperava o Rosa …o almoço no “Martinho”
tinha que ser ali mesmo, no “Sabores do
Rio”… valeu a pena …pelas migas de espargo
pelo entrecosto e sobretudo pelo ensopado
de enguia (opinião do autor). Após a paragem
lúdica na barragem para rever, conviver e
Prof. Pedro Oliveira contar, o regresso aconteceu …por Mora,
para os bolinhos do Carlos…monótono, por
rectas infindáveis de piso liso…o Armindo,
mais animado, na Deauville e o Valentim,
1º TEMPO – CONTENÇÃO. Até onde o tempo
depois do almoço, à pendura…do Rosa.
nos levar
Prof. Martinho Rangel
Tempo passou sobre o Chico
Obs. Diz-nos o autor que duvida do emprego
Elias…lá para Tomar. Refeitos, esquecidos e
que faz das vírgulas. Nós não demos por nada,
de novo entusiasmados olhamos para leste,
mas deixamos aqui um pacotinho delas em
com vontade de rolar, para os lados de
tamanho catorze e a negrito, que o estimado
Portalegre, Marvão. O dia, calmo, convidava…
leitor pode utilizar à sua maneira, se achar
sem parar. A rota? … e o lucidus Carlos que a
que no texto elas se encontram fora de mão...
tinha tão direitinha, por Ae(s) IP(s) e IC(s),
tudo recto, até ao destino a acelerar… foi-se
construindo de etapa em etapa por estradas Pacote de vírgulas para usarem como
caminhos e veredas, até o tempo deixar e a quiserem
fome apertar... A8, A1 e logo avistámos Vila ,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,
Franca, esperava-nos, mais uma vez, a ,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,
estrada do campo, onde sempre me apetece
perder o olhar….enfim tanto do agrado de 2º TEMPO – VERBORREIA. Partida, largada,
alguns, mas com curvas a mais para outros. fugida...
Salvaterra perturbou-nos o andamento com Do levantar
enxames de ciclistas coloridos. De Benfica do Está certo. Será saudável deitar cedo
Ribatejo rumámos quase até Raposa e depois, e cedo erguer, mas acontece não me dar com
à esquerda, por uma “vereda” por Paço dos ditados tão ao jeito do politicamente
Negros, Marianos, Vale da Flor, Corvas, correcto. Prefiro noites e manhãs de
Parreira, Salvador, sob olhar atento das preguiça, sendo verdade que semelhante e
cegonhas atravessamos soutos, campos e desbragado gosto não me impediu de crescer
prados … uma orgia de cores e aromas… na até ao meu definitivo e seco metro e quase
rota do touro e do cavalo. Algures no meio de noventa, perfeito para quem gosta das trail,
nada, Pego da Curva, aldeia abandonada (?) motos também altas e esguias. O pior, já se
mereceu uma paragem…junto à escola pois sabe, é o famigerado vento. Aí, além da
então…já por aqui me perdi …não consigo barraca, abana a máquina e abana o motard.
descrever a solidão que se sente neste lugar. Mas adiante. Desta feita, o nervoso miudinho
Já se imaginava o almoço, que haveria de ser acordou-me direito e a horas.
perto de Portalegre. Adiante perdemos
Armindo, Rosa e Carlos. “É pá já venho a Bem cedo, lá estava à janela, a ver se
buzinar atrás de ti há algum tempo, mas não a vista e a brisa da manhã me confirmavam a
27
Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

meteorologia do diz que disse na sala de


profs, nos jornais do café e nos boletins da
rádio, da televisão e da net. Perfeito. Nem frio Da partida
nem calor, nem chuva nem o dito famigerado. Tinha tudo a postos desde a véspera:
Dia ideal para a prática da coisa. Fiz-me então depósito cheio, pressão dos pneus
ao duche, como um puto em plena aventura controlada, transmissão lubrificada, óleo do
de férias e sempre a trautear uma versão motor no ponto certo e o resto a brilhar.
impossível do “Born to be wild”. Acordei a Reconheço que os mosquitos e outros
mulher, claro, e tive de mudar para um insectos suicidas não identificados colados na
registo do género assobio inaudível. As gatas, viseira e no capacete, na óptica e em toda a
porém, dele se aperceberam à sua matinal frente da moto, mais os salpicos do óleo da
maneira, de modo que foi com elas a corrente a manchar os raios e a jante traseira,
atrapalharem-me o equilíbrio, miando-me às e ainda um pó de quilómetros a cobrir o que
pernas a primeira ração do dia, que coloquei sobra, só podem dar à máquina e ao seu
nas ancas e na base da coluna uns emplastros proprietário um inefável ar de puro e duro
tipo “Leão”, embora mais modernaços. Enfim, conjunto motard, sempre na estrada, sempre
a idade não perdoa, dizem, e a viagem seria a rolar. Contudo, não resisto muito e
para mais de 500 quilómetros. Fixe. Diante de depressa acabo por deixar o todo num
tal prazer, nada como prevenir a mania de brinco, apenas com os sinais da idade à
ser imune a achaques tais o reumático ou a mostra. Por ora, não há hipótese de trocar de
ciática. Depois das referidas compressas menina, nem vontade de submeter o dono a
um lifting ou outra qualquer cura de
rejuvenescimento. E está bem assim, porque
ambos são ainda bem capazes de romper
muitas meias solas. Vamos lá, que se faz
tarde.
Pois. Bastou aproximar-me da porta
da garagem e logo as gatas desataram a miar
de novo, sem entender a minha falta de
atenção. Pus a moto na rua e deixei-a a
trabalhar com o ar meio puxado. Enquanto o
motor aquecia, dei-lhes a ração e a água
limpa. Acabava de lhes mudar a areia, quando
um incontornável “Vai-te lá embora, que
ainda tenho sono!” me alertou para o roncar
lá fora. Corri a fechar o ar, as rotações
autocolantes mergulhadas num anti- diminuíram até um ronronar surdo e
inflamatório especial de corrida, foi a vez das constante, sem dúvida agradável, mas
calças motard novinhas em folha hightec, não incapaz de calar outro “Ninguém pode
fosse o diabo tecê-las. Seguiram-se as Doc dormir nesta casa!”, ouvido já de capacete
Martens, a t-shirt milu e logo uma cinta posto, a ajeitar as luvas. Também tem destas
comprada na feira do supermercado, antes de coisas, a vida de motard.
pegar no velho blusão de cabedal negro, Ficou a Luna por tratar, mas é
marcado de curvas e algumas quedas. Se a cadelinha de quintal, capaz de sobreviver a
palavra saísse com “c”, diria muitas, nem que água e muita sesta. Certo é tanto detalhe
fosse por brincadeira. De qualquer forma, doméstico me ter impedido de ser o
gosto de andar com eles, o par de botas primeiro. O Martinho e o Rosa já estavam à
cambadas e o blusão. Tal como as omissas porta da Escola. Presumo que este terá sido o
com “c”, são sinal em tudo oposto à urgência mais madrugador, porque da última e
em terminar este parágrafo, deselegante de ventosa saída ao “Chico Elias”, em Tomar, se
tão longo e cheio de nada. As palavras são esqueceu de acertar a mudança de hora. Vale
como as cerejas, diz o povo e quem o escreve, que no Milu não há interferências
aliás aqui evidente. Teria o mesmo ficado ministeriais. Se as houvesse, ainda hoje o
bem mais curto e escorreito, se em vez do atraso lhe valeria a passagem de titular ao
vestir tivesse descrito um striptease. Mas grau zero da docência, seja lá o que isso for,
nem na estrada me gosto de expor assim grau zero ou titular. Quanto ao Martinho, a
tanto. pontualidade é reacção biológica. Tudo bem,
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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

alguma vez serei o primeiro, mau grado o isso. Agora só as tenho do que está para vir.
hábito do deitar tarde e tarde erguer. Por Recta do Cabo, ruínas da Estalagem do Gado
falar de vícios, eu e o Rosa aproveitámos as Bravo, virar à esquerda. Lezíria já conhecida
ausências para uma primeira bica e um desde a ida a Almeirim. Seguimos então em
segundo “preguinho no caixão”, como gosta ritmo calmo e por terrinhas de nomes
de lembrar o Martinho. apelativos como só os que se encontram na
Apagava eu a beata, e eis que chega o rota dos vinhos, dos cavalos e dos touros. O
Valentim e depois o Armindo e a seguir o Martinho tê-los-á registado. Eu não. Fiquei
Carlos, quando já um de nós arrancava para o com os olhos cheios de cegonhas, coelhos,
procurar. Penduras não havia. O grupo estava crianças a acenar e vitelinhos a fugir à nossa
completo, com o Ismael ao sol de Vila Real de passagem. Disseram-me, depois, que houve
Santo António e o Belmiro em casa, a uma lontra que me escapou à retina, e até
recuperar do mais recente regresso a 200 acredito nisso...
km/h, a bordo da BMW 1150 RT do Rolávamos agora pelo concelho da
Martinho, que assim procurava fugir à noite, Chamusca, com o Carlos a tentar minimizar
pois dessa vez acabara por ficar só com um os inconvenientes do mau piso, o Valentim
par de óculos escuros. Tínhamos Portalegre, ansioso por uns torresmos e um branquinho
Marvão e o restaurante “O Martinho” no numa tasca à mão, e eu aflito por demonstrar
horizonte, com as ruínas romanas de Ammaia haver pelo menos um saber-fazer que dois ou
guardadas para depois do repasto. A partida três portugueses dominam sempre em grupo,
estava apontada para as nove horas, mas desde que um comece o serviço. O Rosa
entre o vai-se por aqui e o segue-se por ali, o seguia na boa, de olhos abertos ao passar
tempo foi correndo diante de uma enorme
em ponto morto, carvoaria à moda
comigo a dar conta antiga, vestígio
das teias de aranha e arqueológico de uma
dos pneus meio indústria em vias de
ressequidos da Honda extinção, agora que de
África Twin com que o Bruxelas nos dizem
Armindo se tem feito à que é cancerígena a
estrada, enquanto pele do bom
chega e não chega o franguinho assado na
alternador para a sua brasa. O Martinho,
Suzuki, o mecânico é esse, deve ter-me lido
que sabe disso. Tenho a aflição. Parou pouco
agora a F650 calçada depois, no Pego da
com uns pneus de confiança e bem me posso, Curva, não só por via da referida e nacional
portanto, dar ao luxo de brincar com ele, que competência masculina mas sobretudo para
se está nas tintas. Todas as curvas são alegria, nos mostrar a aldeia, abandonada há anos no
desde que o veículo tenha duas rodas, motor meio do nada, cheia de memórias e solidão.
adulto e dê para andar. Satisfeita a necessidade e tiradas
Da largada umas fotos, decidimos, em dois dedos de
Entre propostas do GPS do Martinho conversa, que estava na hora de dar razão ao
e verificações no mapa do Carlos, às dez e Valentim. Portalegre ainda distava, um breve
qualquer coisa lá estávamos todos de aperitivo cairia que nem ginjas. Arrancámos,
primeira engatada, pé direito no chão, mão sempre em ritmo alentejano, mas nada de
esquerda a segurar a embraiagem e a outra a tascas à mão, nem quando passámos pela
enrolar contida, só pelo prazer do som. Bute Herdade de Mata-Fome, nome mesmo a
lá, alcateia! Vrruuummmm... A21. A falta que propósito, que o Carlos me recordou mais
tenho de passar em Alcainça! A8. CREL, ou lá tarde. Aí, seguia eu atrás do Martinho e pelo
como se chama. A1. Vila Franca de Xira. Ao retrovisor só via os médios do Valentim, que
passar a ponte de piso franco e seguro, se juntou a nós quando parámos num
lembro-me sempre da Kawasaki 125 que cruzamento com a N244: à esquerda, já não
tantos dias aqui me trouxeram, nos idos de me lembro, à direita, Ponte de Sor e
80, quando fui parar à Escola Preparatória de Montargil, em frente, o almoço, e atrás,
contentores esverdeados que ficava lá em ninguém!
baixo, junto aos pilares. Saudades? Nem por
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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

– Eh, pá! Então há que tempos que


venho a buzinar, não ouviram? É que eles Da fugida
desapareceram... – diz o Valentim.
– Pois, incomparabilis companheiro,
isto de ouvir buzinadelas de moto em
andamento tem muito que se lhe diga... – digo
eu agora – Quando é necessário, o melhor é
fazer sinal de luzes...

Ficámos apreensivos. O Martinho


deu meia volta e nós deixámo-nos estar à
sombra, de cigarrito na mão e a fotografar
cegonhas. Passado um bocado, surge o Rosa.
Adivinhem quem é que tinha furado o pneu
traseiro... O lucidus da Goldwing largou em
direcção a Ponte de Sor, a ver se encontrava
solução, enquanto nós continuámos a
aguardar pelos restantes unos. Lá
apareceram, por fim, com o Armindo de pé, a
rolar devagarinho, tentando pôr o máximo de
peso na roda da frente da África Twin. E
agora? É que com rodas de raios como as que
têm as trail que se prezam não há qualquer Varreu-se-me da memória o nome do
kit que desenrasque um furo. Tem de se fazer restaurante, mas no fim das migas de
tudo à mão. Ainda por cima, no caso em espargos com entrecosto, do ensopado de
apreço, era mesmo preciso um pneu novo. E enguias, do pijaminha de doces, dos jarros de
agora? Bom, faz-se assim, faz-se assado ou tinto da casa e dos afins em casos tais, o
cozido, todos com o estômago a reclamar Valentim decidiu seguir viagem no trono da
sustento. Ali perto havia uma herdade, talvez Goldwing, sinal de que a refeição lhe caíra
houvesse gente, talvez a menina ferida lá bem. E a nós idem. Sorte teve o Armindo, que
pudesse ficar, protegida. Tivemos sorte. Além continuou viagem na Honda Deauville, a
dos cavalos, havia gente, por sinal simpática. curtir curvas como deve ser. Descanso na
Lá ficou a moto, ao abrigo de um telheiro, barragem, com a GNR a alertar-nos para
esperando por melhores dias. cuidarmos dos parcos haveres, que ali, às
vezes, acontecem cenas do arco-da-velha.
Enfim. Breve concílio à sombra de anedotas
Resolvido o inesperado, ficou inenarráveis, paragem na primeira estação
por acertar-se o que não se esperava. de serviço da nacional não-sei-quantos, só
Dado o adiantado da hora, desistimos para dar de beber às montadas. E
de Portalegre. Contactado o Rosa, vrruuummmm... até Mora, onde nos voltámos
combinámos encontrar-nos em a separar, porque o Armindo queria comprar
também não sei o quê, parece que qualquer
Montargil. Primeiro, era necessário coisa típica e alentejana, ele lá sabe de
um bom almoço, depois logo se veria. guloseimas. Telemóvel puxa telemóvel,
Seguimos, com o Armindo à pendura reencontrámo-nos adiante e continuámos,
do Martinho, e só parámos junto a um sempre em nacional agradável e sempre a
restaurante à beira da estrada, onde abrir quanto baste. Impecável. Só parámos
num determinado supermercado do Porto
já estava estacionada a Goldwing, Alto, onde se vendiam, baratos, GPS quase
rodeada de alguns curiosos. Sentámo- topo de gama, com a Europa toda na voz de
nos então à mesa e à conversa, uma menina castelhana.
esfomeados e de olhos a brilhar.

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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

E pronto. A partir daí, só Mafra nos


restava. Fez-se a recta do Cabo, a A1, a A8 e
etc. Eu e o Armindo ainda fomos a casa do
Valentim, beber um copo e ver o Sporting Isto porque a Professora Teresa Leitão
jogar mal e empatar em Coimbra. Para o ano marcou esta Escola – pelo espírito
haverá mais, falando agora do campeonato da positivo, pelo dinamismo e porque por
segunda circular. Porque quanto ao resto, duas vezes integrou o órgão de gestão.
pelo meio dessa noite ficou guardada uma
tristeza muito grande. Parece que se
É uma daquelas professoras que,
programa uma ida ao sul, a ver se os cabos leccionando Matemática, tinha sempre
estão todos lá, de Espichel a Sagres. Vens alunos à sua volta na Sala de Estudo a
connosco, Zé Miranda? Boas curvas! estudar, a tirar dúvidas… porque faz
questão de dar a conhecer a vertente
Prof. Adriano Alcântara atraente da Matemática, algo tão
atraente que se entrelaça com a poesia e
a Filosofia.
A Professora Teresa Leitão
mudou de escola

Não se trata de uma despedida, é apenas


um “até um destes dias”.

Mas a escola quis fazer uma


demonstração de afeição e organizou Sorte a da sua nova escola, por contar
um almoço, no dia 28 de Julho, num com uma pessoa assim, inspirada e
lindo dia de Sol, conforme se pode ver inspiradora.
nas fotos.

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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

pessoas. É de realçar a ajuda do


Cachopo e da Célia do (Tuning Bar) e
Expo tuning do Bruno Escaleira (Tuner), pessoas
experientes ligadas a este meio à
bastantes anos, e que foram uma
ajuda importante na organização
deste evento.

Os vencedores

No passado dia 25 de Abril decorreu


uma exposição tuning na escola Quanto aos carros expostos, estiveram
Secundária José Saramago. Esta presentes alguns dos melhores e mais
inseriu-se no âmbito da disciplina de conhecidos a nível
Área Projecto e tinha como objectivo nacional/internacional, bem como
acabar com o estereótipo em relação alguns tuners e amigos. Como a
a esta prática. Pretendia-se sim entrada para este evento tuning era
divulgá-la como forma de arte. gratuita, também estiveram presentes
e passaram por lá muitos
simpatizantes e pessoas anónimas,
que puderam assim apreciar os carros
e ver de perto o que é o tuning.

Foi um dia positivo e muito bem


passado entre amigos. Apesar de
este Sábado (25 de Abril´09) ter
estado um pouco cinzento e da
chuva que começou a cair já ao
final do dia, início da noite…

Este evento correu bastante bem…

Os alunos Ana Luz, Ana Raquel, Cárin


Peixoto, Fábio Mendes e Inga Racu
tiveram a colaboração de algumas
entidades, empresas e bastantes
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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

Cria o hábito de tomar apontamentos de forma


organizada.
Mais importante do que memorizar é

compreender a matéria !!!

Foi um excelente evento tuning e um


convívio ainda melhor.

REGRAS QUE CONVEM NÃO


ESQUECER
Tenta estudar todos os dias, de preferência num

mesmo horário.

Não acumules nem estudo nem trabalhos.

Cultiva o hábito da leitura, é o melhor caminho

para a compreensão de textos e para desenvolver

a capacidade de expressão.

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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

ESTILOS DE VIDA Sabia que....


SAUDÁVEL !!!! A aflatoxina, uma substância tóxica

O uso demasiado frequente e indevido produzida por alguns tipos de fungos

dos antibióticos para infecções virais é em nozes, amendoins e outras

uma tendência característica dos países sementes oleaginosas, pode causar

do Sul da Europa, o que justifica a cancro do fígado se ingerida em

maior prevalência de bactérias grandes quantidades, revela um estudo

resistentes aos medicamentos nesta realizado nos Estados Unidos. A

região. Segundo o Centro Europeu de investigação publicada na revista

Prevenção e Controlo de Doenças Nature demonstra que essa toxina

(ECDC), Portugal ocupa o sexto lugar na destrói o gene p53, que actua na

lista dos países que mais consomem prevenção do cancro no ser humano.

antibióticos nestas condições. Não


tome medicamentos sem serem
prescritos pelo seu médico!

Sabia que....
As pessoas mal-humoradas tendem a lidar
melhor com situações difíceis do que aqueles que
primam pelo bom-humor. Esta é a conclusão de
um estudo australiano realizado na Universidade
de Nova Gales do Sul e publicado na Australasian
Science Magazine. Os investigadores deduziram
também que as pessoas com mau-humor são
menos ingénuas e melhores a tomar decisões.

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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

Ainda a Gripe A...


Se apanhares Gripe A ou qualquer
outra, liga para a linha da saúde
808242424 e ficarás esclarecido(a)
sobre todos os procedimentos a tomar.
Se tiveres que faltar à escola envia um
email para educacaosaude@esjs-
mafra.net e avisa o teu director de
turma.
Entretanto cumpre as regras de higiene
recomendadas!

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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

namorado; tudo o que fazemos é


desculpado pela nossa inocência; não nos
chateiam com coisas desnecessárias; não
temos responsabilidades; conseguimos
acordar cedíssimo para ver desenhos
animados ao fim-de-semana. É também a
altura em que não temos consciência da
vida e do como ela é dura. E consegue ser
período mais rico em experiência, porque é
o tempo das descobertas, do qual eu
guardo apenas vagas recordações.
O momento que mudou a minha
vida para todo o sempre aconteceu quando
tinha ainda os meus tenros cinco anos.
Outras páginas Nessa altura nem me consegui aperceber do
que se estava a passar, apenas vi as pessoas
à minha volta com um ar triste, chorando
soltas por todos os cantos e passando a mão pela
minha cabeça com aquele sentimento de
pena: «Coitadinha, é tão pequena!».
Lembro-me de na altura, ver a
Acho que é à medida que vou crescendo minha mãe deitada numa cama com um ar
que vou percebendo o quanto a minha miserável e ao chegar junto dela, ela diz-
infância e todo o meu me, tentando ter calma
passado tem influência não me assustar:
no meu presente e não “Joana, o pai morreu!”.
sei até que ponto Não sei o que me
afectará o meu futuro. passou pela cabeça
Mas se há coisa naquele momento, sei
de que gosto é de me que apenas não chorei.
lembrar das coisas boas Era suposto uma
e isso deixa-me, hoje, criança da minha idade
satisfeita. No entanto, ter começado a chorar,
isso suscita em mim mas eu reagi com a
um sentimento de maior calma.
nostalgia e saudade, Recordo-me
que para dizer a vagamente do último
verdade odeio. dia que o vi, deixou-me
Destroça-me o coração com a minha avó,
e deixa-me a cabeça às despediu-se e foi
voltas. Tenho saudades trabalhar. Morreu no
de ser criança, porque é seu sonho, ser
a melhor fase das camionista.
nossas vidas ou pelo Anteriormente, já
menos deveria sê-lo. havia sido motorista de
Apenas comemos, autocarros e de vez em
brincamos e dormimos; quando lá me levava
não há preocupações; consigo um sábado ou
os adultos não nos dão outro. Ao que parece
sermões descomunais por infringirmos as eu era uma criança sem papas na língua,
suas regras; conseguimos ser o centro das coisa que não perdurou no tempo, e vivi
atenções e todos gostam de nós; comemos alguns episódios engraçados com alguns
doces à vontade e não temos problemas dos seus clientes habituais.
com o facto de engordar e não arranjar
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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

Isto de remexer nestas memórias é sempre uma “Ave-maria” ou um “Pai


algo que mais do que nunca me custa um Nosso” e foi assim que aprendi a rezar. Ao
bocadinho, mas sabe bem poder falar. Nem pequeno-almoço, fazia-me aquele leite
que mais não seja para não me esquecer do quentinho com café que só sabia bem feito
pouco que me lembro. por ela.
Os tempos que se seguiram foram E como a vida não é só tristezas,
difíceis e de tremendas confusões, por felizmente, o auge da minha diversão e
causa do “sacana” do patrão do meu pai. alegria eram as férias de Verão passadas na
Durante os primeiros tempos fiquei em casa terra natal dos meus pais, no norte (Baião).
da minha ama que era uma segunda mãe O cheiro do campo, do verde, da natureza e
para mim. uma família enorme cheia de primos com
A minha mãe foi uma lutadora e
sempre fez de tudo para que eu sofresse o
menos possível. Não tenho, daí, nenhuma
noção do que é sofrer. Entretanto
começaram as aulas e não foi fácil, pois
sentia que minha mãe não tinha paciência
comigo. Mas passou. Alguns dos meus
colegas ainda me atiram à cara o facto do
meu pai ter morrido, mas não percebo em
que é que aquilo lhes dava prazer.
Tentarem ser superiores? Fazerem achar-
me culpada? Mas nem assim cedia à
tristeza e ignorava-os. Em relação a esse
aspecto era algo que não me afectava
muito, para ser sincera. Talvez tenha criado
uma espécie de escudo imunitário e hoje
ainda sou um bocado assim.
Com o início da escola, surgiu o
sonho de ser professora. Acho que isso é
comum às meninas quando entram na
primária, mas eu achava imensa graça
poder ensinar os outros e escrever no
quadro. O que é que se pode fazer? Então
comecei logo a praticá-lo de imediato, a
minha mais recente aluna era a minha
bisavó e queria a todo o custo ensiná-lo a
ler e a escrever, servindo-me da janela da
sua cozinha de quadro. Sentia-me mesmo
realizada da vida. Crianças! Esse bichinho
de outros tempos permanece até aos dias de
hoje, mas à minha bisavó já não lhe pude quem brincar. Tardes na piscina ou no
ensinar nada, pois dizia-se já muito velha tanque, onde de vez em quando íamos
para isso. apanhar umas rãs.
Com os meus doze anos, acho, À medida que crescemos as coisas
lembro-me de ver a minha bisavó partir. podem ser iguais e até as mesmas, mas
Estava muito doente. Gostaria de a ter visto jamais terão o mesmo sabor que alguma
pela última vez de morrer no hospital. vez tiveram quando éramos crianças.
Gostava tanto dela, era mesmo querida.
Quando era mais pequena e a minha mãe Joana Rodrigues
tinha de ir trabalhar, era ela quem tomava 9 de Novembro de 2009
conta de mim. Eu ficava com ela de manhã
na sua cama, bem juntinho dela e sabia tão
bem. Antes de nos levantarmos rezávamos
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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

DA POESIA solta

Ainda há pouco era noite, olho


agora para o céu
As nuvens escuras fogem,
A claridade teima em dar nas vistas
É o nascer do sol por trás dos
montes.

Um cor de laranja fresco e suave


invade meus olhos,
a luz torna-se mais forte, fazendo
com que as poucas
árvores distanciadas entre si e o
moinho pareçam
um pedaço de papel preto
recortado.

Já se começa a ver os campos


desenhados pelos muros.
A movimentação esperta na
estrada, as andorinhas chilreiam.
Observo o verde das áreas
cultivadas
E o castanho da terra seca.

Um pardal me chamou a atenção


por estar tanto tempo no cimo da
casa
cantarolando, como se fosse ele o
senhor do mundo, Fotografias de Filipe Garrido - 12ºH
um explorador que vai partir à
conquista.

Definitivamente é dia, o céu está


azul.
Marisa Carrasqueira
12ºI

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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

Trazendo o comer aos seus pequenitos.

As Andorinhas
Mais tarde, já são florezitas de penas
Vestidas de negro como vindimas
Os pais incitam-nos a procurar a liberdade
Lá partem juntas em revoadas
Num exemplo de ternura
Formam-se em bandos no espaço
Ficam vigiando os seus voos de aventura
Fazem curvas no céu sem embaraço
Ensaiando suas asas, com felicidade.
Graciosamente enleadas.

Fogem do Inverno que se aproxima Que encanto de vida!


Vão para o exílio, cheias de saudade Abençoadas sejam estas avezinhas
Poemas de amor vão murmurando
Exemplos para muita gente
No seu comunicar chilreando
Benditas sejam as andorinhas!
Esvoaçando em plena liberdade. Mª Lucinda Ferreira Gomes, A.A.E.

Mas quando os raios de sol


Acalentam os campos engalanados
Pela Primavera já chegada
Voltam alegres numa virada
Cantando estrofes, de amor encantadas.

Doidas de alegria, junto aos beirais


Reconhecem os ninhos deixados
E numa azáfama vão compor
O que foi feito com tanto amor
E que p’lo tempo foram estragados.

Depois... num grande idílio


No alto do seu mirante
Olhando o azul do firmamento
Vão sonhando a todo o momento
Com esta edição SUPLEMENTO ESPECIAL
Com os frutos do seu amor galante.

Fernando Pessoa
E quando os filhos nascem
E pipilam com seus tenros biquitos
Baixam à terra e num vaivém
VIVA A POESIA!!
Labutando como ninguém

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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

INVASÕES Mal terminem as obras da escola, as


Linhas de Torres vão ser
http://linhasdetorres.wordpress.com/
reconstruídas para que a escola
UM DIA DESTES A ESCOLA É DE
possa voltar a ser invadida!
NOVO INVADIDA!!!

Mafra e as Linhas
de Torres

Mafra e as Linhas de Torres é um projecto da


Escola Secundária José Saramago que
pretende divulgar, promover e desenvolver uma
visão inovadora e aliciante das Invasões
Francesas.

Esta iniciativa multidisciplinar é proposta no


âmbito das comemorações dos 200 anos
da 1ª invasão e da presença e influência no
concelho de milhares de militares e seus
acompanhantes de todas as nações
europeias.

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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

INDICE e FICHA TÉCNICA: Editorial-1;

desporto: surf-2- futsal-5; Curiosidades: Castelo

de Mafra-6; Da leitura e dos livros: mês Darwin e nanotecnologias

internacional das bibliotecas escolares – 9- marcam Semana da Ciência

Programa-10; Da Matemática-14; Oficina d‟artes-


e Tecnologia

16; Da Ciência-17; a não perder-18; Oficina de

escrita temática-18; Oficina de Psicologia-23;

Ambiente-26; Páginas perdidas-27; Regras que

convém não esquecer - 31; Estilos de vida

saudável-32; Outras Páginas Soltas - Memórias

de Infância - 34; Da poesia solta – 36 – As

Andorinhas - 38; Invasões – 39; Darwin e

Nanotecnologias – 41; Coordenação do projecto:


Darwin (foto 1855) marca Semana da Ciência e
Luísa Lopes - Colaboraram neste número: Tecnologia

Professores: Paulo Oliveira, Isabel Vaz Antunes,

Mª José Madaíl, Isabel Caetano, Martinho

Rangel, Adriano Alcântara, Margarida Cachão,


A passagem do 150.º aniversário da

Lurdes Fonseca, Bruno Fernandes, António


publicação da "Origem das Espécies",

Costa – A.A.E- Lucinda Gomes; Alunos: de Darwin, vai inspirar muitos dos

Miguel Oliveira, Íris Maria, Leonor Neto, Ana eventos da Semana da Ciência e

Rita Tereso, Diogo Janicas, Paula Simão, Tecnologia, em que estará também em

Neuza, Tiago Robalo, Pedro Ramos, Joana destaque a nanotecnologia.


Rodrigues, Micaela, Miguel Silva, Marisa

Carrasqueira, Francisco Rodrigues, Cláudio

Domingues, João Coelho, Daniela Silva;

Dia Nacional da Cultura


Científica – Dia 24 de Novembro

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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

comemora-se também o Ano Europeu


do Combate à Pobreza e à Exclusão
Social.

Dez principais acontecimentos Ainda temos muito que fazer para


melhorar o mundo. Mãos à obra!
da Internet na última década E não esqueças também que:

1. Craiglist 2000 25 de Novembro - Dia

2. Google Adwords 2000 Internacional para a Eliminação da


3. Wikipedia 2001 Violência contra a Mulher
4. Fecho do Napster
5. IPO do Google
6. Youtube e Iphone 2006/2007
7. Campanha presidencial de Obama
8. Criação do Twitter
9. Abertura do Facebook 2006
10. Revolta verde de Teerão 2009

2010, um ano em
cheio.... 10 de Dezembro - Dia dos Direitos
Humanos
2010 – Ano Internacional da

Biodiversidade
2010 foi declarado pelas Nações Unidas
como sendo o Ano Internacional da
Biodiversidade. Mas em 2010

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Nº2- Ano lectivo 2009/2010 – Novembro

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