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«AS MINHA S BIBLIOTECAS ESCOLARES»

TAREFA 2 (primeira parte)

As bibliotecas escolares do meu agrupamento pertencem ao município de Albufeira, um


local cosmopolita e multicultural o que torna o grupo de alunos que o constituem, bastante
eclético e diversificado, com alunos oriundos de vários países. Assim, esta variedade
multicultural determina e exige das escolas novos desafios e transformações pedagógicas
e educativas, no sentido de tornar a escola um espaço de aprendizagem para a cidadania,
partindo do objectivo central do Projecto Educativo do Agrupamento, «Educar para a Vida».

As bibliotecas escolares têm, neste contexto, um papel determinante na integração e


desenvolvimento cívico, moral e intelectual destes alunos.

As BEs surgem como um local de aprendizagem activa, contribuindo para os objectivos


das escolas e para o sucesso educativo dos alunos e do próprio agrupamento.

No entanto, as BEs também necessitam que os órgãos directivos e pedagógicos do


agrupamento, as valorizem e as encarem como recurso indispensável na aquisição das
literacias fundamentais, na progressão das aprendizagens e no sucesso escolar, pois a
ligação entre a biblioteca escolar, as escolas e o sucesso educativo estão intrinsecamente
ligados.

As «minhas» BEs procuram responder às necessidades intelectuais, sociais e pessoais


dos alunos com já referi, adequando-se às novas tecnologias, procurando mitigar os
problemas de literacia existentes, tornando-se um centro de recursos, sempre disponíveis e
adaptáveis às necessidades e ao progresso das aprendizagens e do conhecimento.

Assim, as BEs procuram dar resposta aos seguintes objectivos:

- Proporcionar aos alunos um percurso escolar coerente, capaz de os preparar para a


vida activa, em termos socioeconómicos;

- Promover a utilização das TIC nas práticas lectivas e escolares, já que as BE são
centros de recursos, de pesquisa e informação;

- Incentivar o interesse e o gosto pela leitura, em articulação com o currículo;

- Promover um processo de ensino/aprendizagem que reforce a motivação dos alunos,


de uma forma autónoma, responsável e criativa;

- Promover a melhoria do ambiente escolar, através da mobilização de saberes culturais,


científicos e tecnológicos para a compreensão da realidade e para uma cabal e objectiva
abordagem dos problemas do quotidiano e da vida;

-Promover estratégias e objectivos comuns, de modo a implementar uma cultura de


agrupamento, que envolva todas as escolas e a comunidade educativa.

A Auto-Avaliação surge aqui, como o barómetro utilizado para «medir» os pontos fortes
e fracos das nossas bibliotecas escolares e, posteriormente, serem aferidos pela equipa. É
através da recolha de evidências que diagnosticamos e avaliamos o impacto e o valor das
BEs no agrupamento.

A Auto-Avaliação é como um instrumento orientador das políticas pedagógico-


educativas, as quais poderão ser reestruturadas, de acordo com as evidências recolhidas.
A implementação do modelo de Auto-Avaliação contempla os seguintes pontos:
- Gestão das bibliotecas escolares
• Articulação das dinâmicas das bibliotecas com as necessidades da escola, em
particular, e da comunidade educativa;
• Gestão da colecção;
• Alargamento da colecção aos recursos digitais, disponibilizados online.
-Promoção da leitura e das literacias
• Articulação das actividades das BE com as dinâmicas das Escolas e Agrupamentos;
• Trabalho cooperativo das BE com os departamentos curriculares e docentes dos
diferentes ciclos;
• Colaboração com outros organismos;
• Dinamização de eventos.
-Projectos, Parcerias e Actividades Escolares Livres e de Abertura à Comunidade
• Envolvimento das Bibliotecas Escolares em projectos desenvolvidos em parceria, a
nível local;
• Envolvimento da Associação de Pais e Encarregados de Educação nas actividades
da BE;
• Apoio às actividades de enriquecimento curricular;
• Apoio à aquisição e desenvolvimento de métodos de trabalho e de estudo
autónomos.
-Apoio ao Desenvolvimento Curricular
• Articulação curricular das bibliotecas escolares com as diferentes estruturas
pedagógicas e docentes;
• Parcerias das Bibliotecas escolares com os Docentes das NAC (áreas curriculares
não disciplinares), clubes e projectos;
• Promoção das literacias da informação e da comunicação.
No contexto das BEs surge o professor bibliotecário, o qual tem um papel
preponderante na divulgação do Plano de Acção das Bibliotecas junto da comunidade
educativa.

Como professor bibliotecário tenho procurado desenvolver algumas competências, as


quais têm como finalidade mudar a atitude de alguma comunidade educativa em relação à
importância que as BEs têm como centro de recursos de informação e de conhecimento.

Essas competências são as seguintes:

• Trabalhar cooperativamente com os outros docentes na planificação do currículo


escolar;
• Ser um comunicador efectivo no seio do agrupamento;
• Saber exercer influência junto de professores e do órgão directivo;
• Ter um papel relevante na comunidade educativa;
• Ser observador e investigatório;
• Realizar uma abordagem construtiva aos problemas e à realidade;
• Saber estabelecer prioridades;
• Ser gestor de serviços de aprendizagem no seio da escola;
• Saber gerir recursos no sentido lato do termo;
• Ser promotor dos serviços e dos recursos;
• Ser tutor, professor e um avaliador de recursos, com o objectivo de apoiar e contribuir
para as aprendizagens.
• Saber mobilizar a equipa para a necessidade de aferir os pontos fortes e fracos das
BEs;
• Saber diagnosticar e avaliar o impacto e o valor das BEs na escola que serve.
O professor bibliotecário deve ainda:
• Dar a conhecer o modelo de Auto-Avaliação das BEs;
• Dar a conhecer a biblioteca escolar como centro de conhecimentos, indispensável ao
desenvolvimento do ensino/aprendizagem do aluno;
• Manter um diálogo constante com a Direcção, partilhando dificuldades e sucessos;
• Reforçar e alargar o papel formativo das BEs;
• Articular as actividades das bibliotecas escolares com as áreas curriculares e os
docentes;
• Articular as actividades das BEs com o currículo.
As maiores dificuldades sentidas têm a ver com a mentalidade ainda vigente, de que a
biblioteca escolar é um espaço onde «existem livros e equipamento multimédia».
Mudar as mentalidades é o maior desafio que se apresenta ao professor bibliotecário e,
por conseguinte, às BEs. Mas como dizia o poeta «Vale sempre a pena quando a alma não
é pequena.»

Ivone da Conceição Salgueiro

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