MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES:

Metodologias de

Operacionalização (parte I)

Introdução

A BE é o espaço, por excelência, que pode transmitir, outorgar e desenvolver todas

a capacidades dos alunos.
É através da auto-avaliação que a BE pode aferir se o seu papel, como centro de
ensino e de aprendizagem activa, está a ser cumprido.
A Auto-Avaliação da BE tem como finalidade a implementação de um
melhoramento consecutivo dos serviços oferecidos, em função das necessidades dos
utilizadores.
Tendo em consideração as especificidades do Agrupamento Vertical Dr. Francisco
Cabrita e as necessidades do ensino/aprendizagem dos alunos, a escolha de Auto-
Avaliação recaiu sobre a Leitura e as Literacias.
Albufeira, pelas suas características socioeconómicas é um local cosmopolita e
multicultural por excelência, circunstância de que o nosso agrupamento de escolas
participa, pois a origem dos alunos é muito diversificada, com alunos oriundos dos
mais variados países: países de Leste, países Europeus, Palop’s, Brasil e outros. Esta
malha cultural determina e exige das escolas novos desafios e transformações
pedagógicas e educativas, no sentido de tornar a escola um espaço de aprendizagem
para a cidadania, partindo do objectivo central do Projecto Educativo do
Agrupamento: «Educar para a Vida».
Os alunos mostram também, cada vez menos apetência em desenvolver as suas
competências a nível da leitura e das literacias.
Assim, tornou-se primordial desenvolver estas competências, pois contribuem para
o desenvolvimento do ensino/aprendizagem, para o sucesso educativo e o
desenvolvimento pessoal e social de todos os alunos.
É através da leitura e da capacidade de ler e escrever que podemos desenvolver
as suas competências (pessoais e sociais) e prepará-los para se tornarem cidadãos
responsáveis e interventivos.
Parafraseando Bill Gates «Os meus filhos terão computadores, sim, mas antes
terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever,
inclusive a sua própria história.»

Como avaliar uma Biblioteca Escolar

« (…) to identify the issue you want to address (…)

« (…) identify the data you need to collect (…) »
« (…) match the correct evaluative method to gather that date (…) »
« (…) analyze it (…) »
« (…) report it to the appopriate people (…)

(in Modelo de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar, Everhat, Nancy, Evaluation of School Library Media Centers:
demonstrating quality, Library Media Connection, March, 2003 )

O Processo de Auto-Avaliação

O processo de Auto-Avaliação incide em :

• Como o trabalho é realizado pela biblioteca e a escola – os processos;
• Como é que os serviços estão a corresponder às necessidades dos utilizadores,
como é que exerce influência sobre as actividades da comunidade escolar – os
resultados e impactos (outcomes).

Domínio/Subdomínios Escolhidos

DOMÍNIO B. Leitura e Literacia

B.1. Trabalho da BE ao serviço da promoção da leitura na

escola/agrupamento.
SUBDOMÍNIO
B.3. Impacto do trabalho da BE nas atitudes e competências
dos alunos, no âmbito da leitura e da literacia.

B.LEITURA E LITERACIA
Indicadores Factores Críticos de sucesso Instrumentos/Evidências
B.1.Trabalho da BE
ao serviço da • A BE disponibiliza uma colecção variada e • Estatísticas de requisição.
promoção da leitura. adequada aos gostos, interesses e
necessidades dos utilizadores. • Circulação no agrupamento e
• A BE adequa a colecção e as práticas às uso de recursos relacionados
necessidades do público-alvo. com a leitura.
• A BE promove acções formativas que
ajudem a desenvolver as competências na • Estatísticas de utilização
área da leitura. informal da BE.
• A BE incentiva o empréstimo domiciliário.
• A BE fomenta competências de leitura, em • Estatísticas de utilização da BE
articulação com o PNL e as actividades dos para actividades de leitura
departamentos curriculares. programada/articulada com
• A BE desenvolve, de forma sistemática, outros docentes.
actividades no âmbito da promoção da
leitura: sessões e clube de leitura, blogues • Registos de
ou outras actividades que associem actividades/projectos.
formas de leitura, de escrita ou de
comunicação em diferentes ambientes e • Questionários aos docentes.
suportes. (QD2)
• A BE promove encontro com escritores ou
outros eventos culturais que aproximemos • Questionários alunos. (QA2).
alunos do livro ou de outros
 materiais/ambientes.
• Incentivar o gosto pela leitura em suporte
papel ou em ambientes digitais.
• A BE organiza e difunde recursos
documentais que associando-se a
diferentes temáticas ou projectos,
suportam a acção educativa e garantem a
transversalidade e o desenvolvimento de
competências associadas à leitura.
• A BE promove a acções formativas que
ajudem a desenvolver as competências na
área da leitura.

B.LEITURA E LITERACIA

Indicadores Factores Críticos de Sucesso Instrumentos/Evidências

B.3.Impacto do • Os alunos usam o livro e a BE para ler de • Estatísticas de requisição

trabalho da BE nas forma recreativa, para se informar ou para domiciliária.
atitudes e realizar trabalhos escolares.
competências dos • Estatísticas de utilização da BE
alunos, no âmbito • Os alunos, de acordo com o seu nível de para actividades.
da leitura e da escolaridade, manifestam progressos nas
literacia. competências de leitura, lendo mais e com • Observação da utilização da
maior profundidade. BE (O3

• Os alunos desenvolvem trabalhos onde • Estatísticas de utilização da BE

interagem com equipamentos e ambientes para actividades de leitura
informacionais variados, manifestando programada/articulada com
progressos nas suas competências no outros docentes.
âmbito da leitura e das literacias.
• Registos de
• Os alunos participam activamente em actividades/projectos.
diferentes actividades associadas à
promoção da leitura: clubes de leitura, • Trabalhos realizados pelos
fóruns de discussão, jornais, blogues, alunos.
outros.
• Análise diacrónica das
avaliações dos alunos.

• Questionários aos docentes.

(QD2)

• Questionários alunos. (QA2).

PLANEAMENTO DA AUTO-AVALIAÇÃO

CALENDARIZAÇÃO PLANEAMENTO

Setembro 2009 Planear a avaliação - Escolher o domínio a

avaliar
- Verificar aspectos
implicados
- Identificar as evidências
Outubro a Maio 2009 a Recolher evidências mais relevantes
2010 - Organizar e produzir
instrumentos
- Fazer apreciações e tirar
Janeiro a Maio 2010 Analisar/ tratar os dados ilações
recolhidos - Confrontar os dados com
os factores críticos de
sucesso e os perfis de
desempenho
Julho 2010 Elaborar o relatório de Auto- - Elaborar e preencher o
-Avaliação Modelo do Relatório
Julho 2010 Comunicar resultados - Comunicar os resultados
aos órgãos de gestão do
Agrupamento e C.P.
- Identificar objectivos e
metas a atingir
- Planificar e implementar as
Julho 2010 Preparar e Implementar um acções para a melhoria
Plano de Acção - Monitorizar o processo de
implementação das acções
para a melhoria

INTERVENIENTES NO PROCESSO DE AUTO-AVALIAÇÃO

• Professores Bibliotecários e Equipa da BE

• Órgão de Gestão

• Conselho Pedagógico

• Departamentos Curriculares

• Docentes

• Alunos

• Assistentes Operacionais

• Encarregados de Educação/Pais

CONSIDERAÇÕES FINAIS

«O propósito da auto-avaliação é apoiar o desenvolvimento das bibliotecas

escolares e demonstrar a sua contribuição e impacto no ensino e aprendizagem, de
modo a que ela responda cada vez mais às necessidades da escola no atingir da sua
missão e objectivos.» (in Guia da Sessão, p.3)

Esta frase condensa perfeitamente qual a filosofia subjacente a esta proposta de

auto-avaliação e qual a importância e o impacto que têm e que terá na vida da
comunidade educativa.

De referir também que este modelo permite-nos, a nós professores bibliotecários

aferir e rectificar o nosso trabalho e da nossa BE, sempre em prol do melhor
ensino/aprendizagem e do desenvolvimento das competências dos alunos.

Ivone da Conceição Salgueiro