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Resumo
A contabilidade tem como desafio demonstrar com a maior clareza possível, os resultados
auferidos pelas organizações empresariais. Existem especificidades na mensuração da
receita das empresas de construção civil pelo fato de que o ciclo operacional nestas
empresas ultrapassa o ano contábil, sem contar as divergências em relação aos
Princípios Fundamentais da Contabilidade e da Instrução Normativa nº 84/79. A
importância do trabalho se dá a partir do momento em que pessoas, ou investidores
necessitam de informações confiáveis das empresas e na prática falta uma metodologia
clara, objetiva e adequada ao mercado. O objetivo deste trabalho é demonstrar o impacto
da adoção da mensuração das receitas na apuração dos resultados nas empresas de
construção civil.
Palavras-chave
Construção Civil, Mensuração da Receita e Lucro Contábil.
Summary
Accountancy has the challenge to demonstrate in the most possible way, the plainness of
the results drawn from business companies. There are peculiarities in the income´s
mensuration of the construction companies by the fact that the working cycle in these
companies surpass the accounting year, not reporting the divergences related to the
Accountancy´s Basic Principles and Normative Instruction nº 84/79. The importance of this
work starts in the moment in which persons or investors need of reliable information from
companies and, in a matter of fact, there is lack of a clear and objective methodology
suitable to the market. The purpose of this work is to demonstrate the impact of the
adoption of income´s mensuration in the ascertainment of construction companies´s
results.
Keywords
Construction, Income´s Mensuration and Accounting Profit
1
Trabalho desenvolvido na graduação em Ciências Contábeis da UCB
2
Bacharelando do 2º semestre de 2002 Curso de Ciências Contábeis da Universidade Católica de Brasília
3
Professor Orientador do Trabalho
2
1. INTRODUÇÃO
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Segundo Assaf Neto (2002, p. 177) pode ser definido como as fases
operacionais existentes no interior da empresa, que vão desde a aquisição de
materiais para a produção até o recebimento das vendas efetuadas...”
De acordo com Marion (1997 apud BONIZIO 2001, p. 69) define o ciclo
operacional como sendo “o período desde a aquisição da matéria prima (que entra
no processo produtivo) até o recebimento...”
Iudícibus, Martins e Gelbcke (1995, p. 113) sugere que “nas entidades em
que a produção demanda longo espaço de tempo, deve ocorrer o reconhecimento
gradativo da receita, proporcionalmente ao avanço da obra, quando ocorrer a
satisfação concomitante...”
3. METODOLOGIA
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO
fundamentais da contabilidade.
FIGURA: 1
Modelo do ciclo do operacional nas empresas
11
Partindo da referência que o ciclo começa no momento em que a empresa
compra a matéria-prima, fabrica o produto, vende e recebe, esse tempo leva anos
para ser completado nas empresas de construção civil e com isso gera distorções
na apuração dos resultados das entidades.
Os Princípios Contábeis regidos pelo Conselho Federal de Contabilidade
descreve que a receita só poderá ser reconhecida a partir da entrega do bem, por
outro lado a Secretária da Receita Federal mediante a Instrução Normativa
n° 84/79 rege que a receita deve ser reconhecida mediante aos pagamentos
recebidos em cada exercício social.
Neste momento surge uma indagação: devemos efetuar a contabilização
mediante aos Princípios Contábeis ou a Instrução Normativa da Secretária da
Receita Federal?
Se houve agregação de valor ao produto nos períodos então deve-se
reconhecer a receita nos períodos que lhe compete, com isso sendo mais fiel a
sua realidade?
O lucro deve ser reconhecido no momento da venda, no momento da
entrega do imóvel ou durante o processo de construção que poderá levar anos?
Diante do exposto, os contadores adotam procedimentos para o
cumprimento dos Princípios Contábeis – as receitas são reconhecidas a partir da
transferência do bem.
Porem, como ficam as demonstrações contábeis? Apresentam informações
certas e confiáveis?
O resultado da adoção dos Princípios Contábeis gera informações que não
revelam a realidade das empresas de construção civil, o que pode implicar em
análises econômicas e financeiras que não refletem a real situação.
Isso acontece porque muita empresa de construção civil no Brasil é de
capital fechado com isso ficando desobrigadas a seguir as orientações da Teoria
da Contabilidade e ficando obrigados ao atendimento de resoluções e normas de
outros órgãos, com isso gerando demonstrações contábeis que não retratam com
fidelidade a real situação empresarial.
12
QUADRO: 1
Quadro Comparativo das divergências entre as Legislações
Instrução da Princípios
Ponto de Secretária da Teoria da Fundamentais
Divergência Receita Federal n° Contabilidade da
84/79 Contabilidade
Reconhecimento do No momento em que a No momento que é No momento da
lucro receita é recebida gerado entrega do bem
Receitas recebidas e
Confronto de receitas e Receitas e custos Receitas e custos
custos orçados
custos incorridos ou gerados incorridos ou gerados
proporcionais
Deve ser usada para o
Não deve ser utilizada Não deve ser utilizada
Uso de contas de reconhecimento de
par a lucros que não par a lucros que não
Resultados de todas as vendas, tendo
possam a vir se possam a vir se
Exercícios Futuros como contrapartida a
concretizar concretizar
conta a receber
Práticas exclusivas Deve ser adotada a
- -
para fins ficais escrituração contábil
Fonte: Bonizio (2001, p.16)
O caso a ser ilustrado neste trabalho tem efeito apenas didático e tem como
base uma empresa de médio porte que pratica a incorporação imobiliária. Para
definição da análise pretende-se apresentar os impactos segundo o Princípio da
Competência e da Instrução Normativa nº 84/79.
13
Para efeito das análises suponhamos que a construtora realizou apenas
este empreendimento durante o período em questão e que todos os imóveis foram
vendidos pelo mesmo preço, segue os dados do empreendimento:
QUADRO: 2
Dados gerais do empreendimento
42 Apartamentos
Custo Total da Obra R$ 2.730.000,00
Receita total das vendas R$ 3.528.000,00
Lucro Bruto Esperado R$ 798.000,00
Preço unitário de venda R$ 84.000,00
Custo unitário R$ 65.000,00
Dados Gerais
Início da obra – 01/10/2003
Término da obra – 01/10/2005
Entrega da obra – 10/05/2005
Início da obra – 01/08/2003
TABELA: 1
Dados da Negociação
FINAL DOS
VENDAS Quantidade
RECEBIMENTOS
1993 10 Out/07
1994 8 Out/08
1995 12 Out/09
1996 12 Out/10
Total Unidades 42
TABELA: 2
Dados Gerais em VGV e Custos do Empreendimento
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TABELA: 3
Apuração mediante a adoção do Princípio Contábil da Competência
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TABELA: 4
Apuração mediante a adoção da Instrução Normativa nº 84/79 da SRF
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15
Por fim analisando a tabela 5, podemos evidenciar as divergências entre o
Princípio da Competência e a Instrução Normativa nº 84/79. No primeiro caso,
pode-se ver que o lucro só é reconhecido no momento da entrega do bem e no
segundo, o lucro é reconhecimento mediante aos recebimentos
Aplicando o Princípio da Competência e a Instrução Normativa nº 84/79 no
caso apresentado destaca-se que ao final dos recebimentos, os lucros
encontrados nos dois casos são os mesmos e que apresenta divergência em
relação ao momento de apuração dos resultados auferidos pela empresa ao longo
dos anos analisados. Na tabela 5 apresenta-se uma comparação entre a o
Princípio da Competência e a Instrução Normativa nº 84/79.
TABELA: 5
Comparativo dos lucros brutos: Lucro Bruto 1-Princípio Contábil da Competência
Lucro bruto 2-Instrução Normativa nº 84/79 da SRF
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. REFERÊNCIAS UTILIZADAS