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HAV e um urinol

Ensaio Nº2
Alão Barbosa :: Nº4435 :: ESEVC :: GAC_1ºANO_HAV

A minha primeira visão do que é arte: um urinol.

“Desde que Marcel Duchamp introduziu o urinol como uma obra de arte, em
1917, que não há limites para a imaginação. O que importa falar da minha
capacidade financeira quando há a arte como a desse homem?” (Céu e Silva,
2009)

1.

Na nossa primeira aula, foi-nos perguntado: “Qual o vosso artista ou


movimento preferido?”. E claro, as mais diversas respostas surgiram: DaVinci,
Picasso, Miguel Ângelo, …. Eu referi que os meus conhecimentos não me
permitem ter um preferido. É claro que eu sabia, sim sabia, o que era Arte! Arte
como toda a gente sabe, é Mona Lisa, a Capela Sistina, a Divina Comédia, …,
obras que nos deixam totalmente fascinados e admirados! Com total e absoluta
surpresa, colhido totalmente de sobressalto, “Um urinol?” – pensei. Abri assim
o meu espírito e iniciei a minha pesquisa. “r. mutt” – escrevi no meu browser.
Desde esse dia iniciei uma viagem, a minha viagem na arte. Por detrás deste
objecto está uma história que, para além de me surpreender, deixou-me
tremendamente curioso e ávido por mais. O que me pareceu inicialmente um
objecto sem sentido transformou-se numa mudança na minha visão do mundo.
Além de descobrir que o urinol, afinal, chama-se “Fonte” e que Duchamp é o
responsável pelo ready-made, tudo começou com a ideia de fazer uma
exposição com o tema: “no jury, no prizes” e transformou-se no início de uma
nova era na arte (e na minha cabeça). Ocorreu-me então que HAV é a
percepção de uma maravilha global.

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HAV e um urinol
Ensaio Nº2
Alão Barbosa :: Nº4435 :: ESEVC :: GAC_1ºANO_HAV

2.

Os locais onde a Arte se pode manifestar estão pré-definidos pela nossa


cultura. Onde lhe é dado o estatuto de obra de Arte, ou seja, numa galeria ou
num museu, sei que encontrarei obras de Arte, pois estão “rotuladas”. Mas e se
estas se encontram ao ar livre? num “não lugar”? Será Arte ou arte? Na
sequência das minhas aulas chego realmente à conclusão que não existe o
que realmente pode ser definido como Arte, mas sim, artistas. Estes artistas
“lutam” para se revelarem e transformarem a Arte em arte. No início dos
tempos, surgiram (pré-historia) uns veados, seguido de umas pedras ao alto
(Stonehenge), pirâmides, coliseus, a Mona Lisa, estátuas, formas cúbicas,
urinóis, geometrias, tintas gotejantes, formas simples de difícil percepção,
coca-colas verdes amontoadas, ilusões ópticas coloridas, sprays nas paredes,
… Ufa! Muita arte fizeram estes artistas. Podemos chamar de arte a todas
estas actividades? Penso que, desde que tenhamos em conta que a palavra
pode significar diferentes épocas, lugares, movimentos, formas e coisas
distintas, quando escrita com “a” minúsculo. Sim, pois como descobri nas
minhas aulas, a Arte é um fantasma perdido a procura de um urinol!

3.

Realmente ainda não encontro nenhum motivo que me leve a gostar mais de
um quadro ou escultura do que outro. Sei que alguém pode gostar mais de
uma paisagem porque lhe lembra a sua infância, gostar mais de um retrato, por
causa de um amigo. Olhando para um quadro, este pode despertar mil e um
sentimentos que têm influência naquilo que nos move ou não, prazer ou não. A
todos nos atrai o belo, mas este é diferente em cada um de nós. Se deixar de
lado tendências e modas, o meu leque de opções varia de dia para dia e
molda-se a realidade que me rodeia. O gosto pela arte feita pelo homem vai
crescendo dentro de mim, representa o que o artista sente e me quer transmitir,
vejo características (in) temporais próprias de uma determinada era.

Também eu, ando à procura de um urinol!

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Bibliografia
Céu e Silva, J. (30 de Agosto de 2009). Entrevista - Joe Berardo. Obtido em 29 de Novembro de
2009, de DN Portugal: http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1348107

Dias, H. (21 de Novembro de 2009). HISTÓRIA DAS ARTES VISUAIS * ESE * IPVC. Obtido em 21
de Novembro de 2009, de HISTÓRIA DAS ARTES VISUAIS: http://www.b-
date.org/ha/img/fountain-r-mutt-1917-1964.jpg

R. Martins, S., & H. Imbroisi, M. (30 de Dezembro de 2005). Linha do tempo. Obtido em 29 de
Novembro de 2009, de História da arte:
http://www.historiadaarte.com.br/linha_do_tempo.htm

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