Você está na página 1de 1

Fichamento Cibercultura: Tecnologia e vida social na cultura contempornea

LEMOS, Andr. Cibercultura: Tecnologia e vida social na cultura contempornea, 5 ed.,


Porto Alegre. Sulina, 2010. 295p.
Cyborg
O artificial, longe do que imaginamos no senso comum, profundamente humano. Isso
posto, a dicotomia entre o artificial e o natural perde sentido, e a questo do cyborg pode
ser colocada como estrutural da prpria humanidade e como caracterstica inegvel da
cibercultura. nessa perspectiva que deveremos pensar a cyborgizao da cultura
contempornea. Pag. 165.
Os cyborgs s podem existir num mundo traduzido em informaes, tempo real e
ciberespao. O cyborg capital para a cibercultura. Ele simboliza todo o processo
simbitico da cultura contempornea com o advento das tecnologias do virtual. Esse
processo de cyborgizao da cultura, a era da mquina vital. No ao acaso que o discurso
sobre os cyborgs emerge no contexto da ps-modernidade: ... pag. 166.
No mundo do cyborg, trata-se muito mais de afinidade do que de identidade. Maffesoli
fala da passagem de uma lgica da identidade (tpica da modernidade) a uma lgica da
identificao. Esta estaria dando exemplos na vida quotidiana contempornea. A lgica de
identificao opera muito mais por afinidade que por identidade. (...) A identidade cyborg
se constitui a partir de uma afinidade, longe da lgica da apropriao de uma (e nica)
identidade. Seria ela a nica a poder criar uma poltica que abrace o parcial, o
contraditrio e as construes abertas, pessoais e coletivas. Pag. 170.
O cyborg, ao qual se refere Haraway, o cyborg protico, em contato ntimo com prteses
artificiais desenvolvendo perpetuamente identidades parciais. Os cyborgs proticos
possuem uma subjetividade associada a uma combinao fsica do biolgico e do
tecnolgico. Para Haraway, o cyborg protico liberta-se do mito falocntrico da origem que
fundou no Ocidente a diviso de gneros. Pag. 172.
Mapa
O flneur, como o navegador de hipertextos eletrnicos, esse personagem para quem
andar no necessariamente intencional ou objetivo. Ele torna-se observador que olha
sem julgar, que busca a imerso, e no a compreenso. A flnerie no ciberespao e nas
cidades (como ato de desmesura) permite jogar com o espao institudo, escrever
percursos alm dos textos construdos por suas macroestruturas. O andar do flneur
assim, ato de tomar posse, de marcar simbolicamente o espao. (...) Assim a partir destes
gestos, o flneur e o ciber-flneur estariam, certamente, imprimindo traos, deixando
marcas (no toa que somos caados pelas impresses eletrnicas que deixamos na
Web, nos cartes eletrnicos, nos celulares, etc.) Longe de uma simples consumao
passiva dos espaos (urbano ou ciber), estaramos diante de processos de seduo, de
desvio. Tanto a cidade como os hipertextos so (des)organizados pela marca (escrita) no
linear, indexada a associaes das mais diversas. Aqui o mapa no o territrio. Pag. 126.

Você também pode gostar