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Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho

Relação entre aumento de flexibilidade e facilitações na execução de ações cotidianas......


Humano 31
ISSN 1415-8426

Artigo original Carla Werlang Coelho1


Claudio Gil Soares de Araújo1,2

RELAÇÃO ENTRE AUMENTO DA FLEXIBILIDADE E FACILITAÇÕES NA


EXECUÇÃO DE AÇÕES COTIDIANAS EM ADULTOS PARTICIPANTES
DE PROGRAMA DE EXERCÍCIO SUPERVISIONADO

RELATIONSHIP BETWEEN INCREASE IN FLEXIBILITY AND IMPROVEMENT IN THE EXECUTION OF


DAILY ACTIONS BY ADULTS PARTICIPATING IN SUPERVISED EXERCISE PROGRAM

RESUMO

Este estudo objetivou relacionar ganhos de flexibilidade decorrentes da participação em progra-


ma de exercício supervisionado (PES) com eventuais facilitações na execução de ações cotidianas em
adultos. Vinte indivíduos, a maioria coronariopatas, com idade de 58 ± 9 anos, que estavam freqüentando
um PES, foram selecionados intencionalmente. Para a avaliação da flexibilidade utilizou-se o Flexiteste.
Em adendo, os indivíduos responderam um questionário com 11 perguntas para avaliar subjetivamente,
a facilidade e/ou dificuldade de realizar ações cotidianas, no início do PES e no momento em que esta-
vam respondendo o questionário. Após o PES, houve ganhos na facilidade de execução das 11 ações, na
flexibilidade global passiva e em seis movimentos individuais do Flexiteste (p<0,05). Há correlação signi-
ficativa entre as diferenças das respostas ao questionário e as variações na flexibilidade global (r=0,45;
p<0,04). Existe relação inversa entre as variações de peso e de flexibilidade (r=-0,66; p<0,05). Con-
cluiu-se que a facilitação na realização de ações cotidianas, após um período de PES, está associada a
uma melhoria da flexibilidade global. Aumentos na flexibilidade global estão associados com uma redu-
ção de peso corporal. Estes resultados podem possuir implicações para a individualização do treinamen-
to da flexibilidade, em um programa de exercício voltado à promoção da saúde.

Palavras-chave: qualidade de vida, flexibilidade, ações cotidianas

ABSTRACT

The aim of this study was to relate flexibility improvements from supervised exercise program
(SEP) attendance, to eventual improvements in the execution of daily actions by adults. The sample & Desempenho Humano
consisted by 20 subjects, the majority of cardiac patients with an average age of 58 + 9 years, actively
participating in SEP, were intentionally selected. The Flexitest, was used to determine the flexibility. In
addition, the subjects answered an 11-question questionnaire, aiming to assess the relative difficulty in
daily actions. The questionnaire assessed the subject opinion on their improvements for daily actions
since beginning of the SEP, that was completed between three and 18 months after beginning the program.
After the SEP, improvements were observed in the execution of 11 daily actions, global flexibility, and six
individual movements of the Flexitest (p<.05). There is a correlation between questionnaire answered
1 –Cineantropometria

differences and global flexibility changes (r=.45; p<.04). There is a inverse relationship between body
p. 31-41 – 2000

weight and flexibility changes in the group as a whole (r=-.66; p<.05). It was concluded that the easiness
of execution of daily actions after a period of SEP is related with improvements in global flexibility.
Improvements in global flexibility are also related to reduction in body weight. These results may have
implications for the flexibility training individualization, in the context of a health-oriented exercise program.
– Númerode
Volume 2Brasileira

Key words: quality of life, flexibility, daily actions


Revista

1
Programa de Pós-Graduação Stricto-Sensu em Educação Física - Universidade Gama Filho (UGF)
2
Clínica de Medicina do Exercício - CLInimex
32 Coelho & Araujo

INTRODUÇÃO Sabe-se que programas de atividades


A literatura científica utiliza largamen- físicas também têm sido utilizados para melho-
te diferentes conceitos para qualidade de vida, rar a saúde pública. Diferentes estratégias têm
porém, é consenso afirmar que ela abrange os sido utilizadas para que as mais diversas popu-
domínios da vida humana em seis áreas distin- lações tenham acesso a programas de exercí-
tas: física, mental, social, produtiva, emocional cios. Jette et al. (1999) investigaram como um
e cívica (Felce, 1997). Pode-se dizer que a qua- programa de atividades físicas realizado em
lidade de vida está intimamente relacionada ao casa pode trazer benefícios para pessoas ido-
estilo de vida adotado pelo indivíduo. sas debilitadas; 215 idosos, participaram de um
Hoje, um estilo de vida mais ativo, atra- grupo de treinamento em casa, composto por
vés da prática regular de atividades físicas é exercícios contra resistência, utilizando faixas
associado a maiores quantidade e qualidade de elásticas de diversas espessuras para realizar
vida da população. É sabido ainda que a sen- rotinas de exercícios que passavam numa fita
sação de bem-estar pessoal relaciona-se com de vídeo. Foram realizadas avaliações pré trei-
a qualidade de vida orientada para a saúde e namento e após seis meses de treinamento
com a autonomia para a vida. Há consenso atu- contra resistência (TCR) e os resultados com-
almente de que uma boa condição física depen- parados com aqueles obtidos em um grupo con-
de não somente de níveis de potência máxima trole. A adesão foi de 89 %; quando compara-
aeróbica satisfatórios, mas também de padrões
do com o grupo controle, obteve-se diferenças
apropriados de potência muscular, de flexibili-
significativas com relação a melhoras na força
dade e de estabilidade postural (Buchner, 1997;
dos membros inferiores (6 para 12 %) e uma
Mazzeo et al., 1998; Pollock et al., 1998). Estas
melhora de 20 % em um teste de marcha pa-
variáveis em níveis apropriados parecem ser
dronizada e 15 para 18 % de redução no grau
importantes para o bem-estar e para a autono-
mia do indivíduo. de incapacidade física ao final de seis meses
Programas de exercício físico supervi- de acompanhamento. Já em outro estudo, fo-
sionado (PES), podem ser uma excelente alter- ram avaliados os efeitos de TCR e treinamento
nativa, para desenvolver estas qualidades físi- aeróbico em idosos independentes, para ver se
cas. Um PES normalmente é composto por trei- exercícios podem melhorar as funções físicas
namento de resistência aeróbica/muscular e desses idosos. O treinamento foi realizado en-
exercícios de flexibilidade, o que resulta em tre 75 e 80 % de intensidade, três vezes por
benefícios cardiovasculares, músculo-articula- semana durante seis meses, observando-se
res e morfológicos (Beniamini et al., 1997; ganhos de 11 % no consumo de O2 e de 33 %
Berkhuysen et al., 1999; Castro & Araújo, 1997; na força muscular, quando comparado com o
Dugmore et al., 1999). Possivelmente estes grupo controle. Com isto foi concluído a impor-
benefícios proporcionam uma maior disposição tância da atividade física para a saúde pública
e facilidade para a realização de ações cotidia- como papel preventivo nesta população (Cress
nas, corroborando para um aumento na quali- et al., 1999).
dade de vida. Muitas atividades da vida diária envol-
O American College of Sports Medicine vem a combinação da força/potência/resistên-
(ACSM), uma das mais importantes organiza- cia muscular e da flexibilidade articular e mus-
ções científicas sobre a prática de atividades cular. Estes componentes juntos têm sido refe-
físicas, no seu posicionamento sobre a quanti- ridos como forma muscular. A capacidade dos
dade e qualidade de exercícios para o desen- idosos continuarem fisicamente independentes,
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volvimento e manutenção da forma provavelmente, depende menos da forma


cardiovascular, muscular e da flexibilidade, para cardiovascular do que destes componentes
adultos saudáveis, salienta que a atividade físi- musculares. Atividades diárias típicas como
ca deve ser prescrita da forma que proporcione subir escadas, carregar compras, pegar obje-
o máximo de benefícios e o menor risco, sem- tos na estante, entrar no carro, envolvem estes
pre levando em consideração as condições ge- componentes da forma muscular (Netz & Argov,
rais do indivíduo e os objetivos particulares. 1997; Phillips & Haskell, 1995).
Ênfase deve ser dada sobre os fatores que re- Reconhecendo a importância da manu-
sultarão numa mudança permanente do estilo
tenção da forma muscular para a saúde e inde-
de vida (Pollock et al., 1998).
pendência durante o processo do envelhecimen-
Relação entre aumento de flexibilidade e facilitações na execução de ações cotidianas...... 33

to, várias organizações científicas têm lançado Porém, estudos sugerem que a idade
suas diretrizes para o treinamento contra resis- não se constitui barreira para se adquirir os be-
tência e da flexibilidade (Feigenbaum & Pollock, nefícios da flexibilidade. É possível evoluir e
1999; Mazzeo et al., 1998; Pollock et al., 1998). manter o nível de flexibilidade alcançada em
Por exemplo, o ACSM (1998), para a manuten- qualquer idade, independente do sexo (Araújo
ção e/ou desenvolvimento da flexibilidade reco- & Pereira & Farinatti, 1998; Barry & Eathorne,
menda que os exercícios sejam realizados duas 1994; Buckwalter, 1997).
a três vezes por semana e que alonguem a mai- Parece claro ainda que a participação
oria dos grupos musculares. O objetivo desta prá- em um programa regular de exercícios é uma
tica é desenvolver e manter a amplitude dos intervenção que previne e/ou reduz um número
movimentos articulares, através de técnicas apro- de declínios funcionais associados com o en-
priadas de exercícios de alongamentos, dinâmi- velhecimento (Mazzeo et al., 1998; Pollock et
cos e estáticos (Pollock et al., 1998). al., 1998).
Atualmente, está claro que a flexibili- O objetivo deste estudo foi relacionar
dade, uma variável cineantropométrica, é um ganhos de flexibilidade em programa de exercí-
componente da saúde relativo à forma física, e cio físico supervisionado (PES) com eventuais
é altamente treinável. Por exemplo, para man- facilitações na realização de ações cotidianas
ter uma postura adequada é necessário um mí- num grupo especial de adultos, a maioria deles
nimo de flexibilidade. Para acessar o nível fun- coronariopatas em prevenção secundária.
cional dos idosos, a flexibilidade tem sido uma
das qualidades físicas avaliadas (Netz & Argov, MATERIAIS E MÉTODOS
1997; Phillips & Haskell, 1995). Aparentemente
o treinamento da flexibilidade tem sido pouco Amostra
enfatizado na maioria dos PES. Pode especu-
lar-se que um dos motivos talvez seja a falta de Participaram deste estudo 20 indivídu-
uma metodologia de avaliação que subsidie os (15 homens e cinco mulheres), a maioria
mais efetivamente uma posterior prescrição do deles coronariopatas em prevenção secundá-
treinamento de flexibilidade, já que o teste mais
ria, com idade entre 38 e 76 anos (58 ± 9 anos),
utilizado para avaliar esta qualidade física é o
com peso de 75 ± 10 kg e altura de 168 ± 8 cm.
de sentar e alcançar, que proporciona uma vi-
Todos estavam freqüentando regularmente um
são extremamente restrita da flexibilidade. Ou-
PES pelo menos três vezes por semana, por
tro aspecto, é como avaliar na vida dos indiví-
um período entre três e 18 meses. A amostra
duos, os benefícios adquiridos através da parti-
foi selecionada intencionalmente, levando em
cipação em PES, que são expressos pelo au-
consideração dois critérios: (1) ter pelo menos
mento do consumo máximo de oxigênio, aumen-
duas avaliações da flexibilidade em dois mo-
to de força e potência muscular e aumento de
mentos distintos, na fase inicial do PES e outra Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano
flexibilidade. Importantes organizações científi-
com um intervalo de no mínimo três e no máxi-
cas na área da saúde expõem sua preocupa-
mo 18 meses; (2) estar freqüentando o PES
ção em avaliar as intervenções realizadas jun-
to a seus pacientes, principalmente no que isto sem intercorrências e com boa adesão (75%
pode implicar com relação à qualidade de vida das sessões de exercício previstas) no período
(Treasure, 1999). compreendido entre as duas avaliações.
Funções músculo-esqueléticas debili-
tadas, especialmente fraqueza, inflexibilidade e Protocolo
dor, durante o processo de envelhecimento,
podem causar incapacidade progressiva, pro- O resultado das duas avaliações da fle-
vocando limitação na mobilidade e conseqüen- xibilidade estava disponível no momento da se-
te diminuição na qualidade de vida (Buckwalter, leção da amostra. Estas avaliações foram reali-
1997). Outro ponto importante a ser considera- zadas por avaliadores experientes dentro de um
do é que com o avançar da idade, a função dos conjunto de testes realizados antes e durante o
tecidos declina, estando suscetível a doenças PES. A flexibilidade foi avaliada através do
degenerativas e aumento das lesões, sendo que Flexiteste (Araújo, 1986; Araújo & Pereira &
a habilidade para recuperação das doenças e Farinatti, 1998; Farinatti & Araújo &
lesões diminui (Buckwalter, 1997). Vanfraechem, 1997). Nesse método, é avalia-
34 Coelho & Araujo

da a mobilidade articular passiva máxima de 20 de mapas específicos, atribuindo-se graus pro-


movimentos em sete grandes articulações (tor- gressivos em uma escala descontínua e cres-
nozelo, joelho, quadril, tronco, punho, cotovelo cente de 0 a 4 pontos, correspondendo, res-
e ombro). No Flexiteste, cada movimento é re- pectivamente, a pouca e muita amplitude de
alizado pelo avaliador, em uma posição padro- movimento. Como todos os resultados dos 20
nizada, e a amplitude obtida comparada com a movimentos tendem a possuir uma distribuição
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FIGURA 1. Flexiteste. Instrumento que avalia a mobnilidade passiva maxima de 20 movimentos articulares
em sete grandes articulações, utilizado para a avaliação da flexibilidade.
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gaussiana com tendência central em torno do char-se. Este instrumento de avaliação, permi-
valor 2, é possível adicionar os valores obtidos tia avaliar, através de uma escala visual
em cada um dos movimentos e determinar um analógica localizada embaixo de cada pergun-
índice de flexibilidade global denominado de ta, como o indivíduo se encontrava no início do
flexíndice, cujos resultados variarão em uma PES e no momento em que foi aplicado o ques-
escala de 0 a 80 pontos (Figura 1). As medidas tionário, com relação à facilidade e/ou dificul-
de peso corporal também foram realizadas nes- dade de realizar essas ações. A escala visual
ta bateria de testes, em uma balança Filizola analógica era composta por uma linha reta de
eletrônica digital com graduação de 100 em 100 10 cm (que não apresentava escala numéri-
gramas. ca), onde no extremo esquerdo estava escrito
Em adendo a essas medidas de flexi- muita dificuldade, e no extremo direito muita
bilidade já existentes, os indivíduos que foram facilidade. O indivíduo era orientado a assina-
selecionados, responderam um questionário lar nesta linha reta, com um “i“, onde ele se en-
com 11 perguntas para determinar eventuais contrava antes de começar o PES, e com um
benefícios em atividades cotidianas após parti- “x”, onde ele se encontrava no momento em que
ciparem de um PES. Este questionário objetivou estava respondendo o questionário, levando em
avaliar subjetivamente a execução das seguin- consideração a facilidade e/ou dificuldade de
tes ações cotidianas: (1) subir e descer esca- execução de cada uma das 11 ações cotidia-
das; (2) entrar e sair do carro; (3) amarrar os nas acima citadas. O resultado da avaliação era
sapatos; (4) pedalar a bicicleta; (5) andar na expresso através da diferença em milímetros
esteira; (6) cruzar as pernas; (7) alcançar as entre esses dois pontos assinalados na reta,
costas para coçar ou esfregar durante o banho; proporcionando um delta entre o início do PES
(8) alcançar algum objeto no alto da estante; e o momento em que o indivíduo estava res-
(9) caminhar; (10) levantar da cama; e (11) aga- pondendo o questionário (Figura 2).

Muita dificuldade Muita facilidade

Figura 2. Escala visual analógica, utilizada embaixo de cada pergunta do questionário. =• momento em que o
indivíduo se encontrava antes de iniciar o PES; x = momento em que o indivíduo se encontrava na hora que
estava respondendo o questionário; D = diferença em milímetros entre os dois momentos.

através de um protocolo de seis a oito exercícios Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano
O PES era individualmente prescrito
localizados, com duas séries de seis a oito repe-
com base nos resultados obtidos em uma bate-
tições, realizadas com halteres livres ou em apa-
ria de testes iniciais, e era realizado de três a
relhos convencionais de exercícios musculares
cinco vezes por semana. Uma sessão típica do
localizados. Os exercícios de alongamento,
PES, compreendia 30 minutos de exercícios
priorizavam as principais articulações e as que
aeróbicos, 20 minutos de exercícios contra re-
possuíam maiores limitações de mobilidade arti-
sistência e 10 minutos de exercícios de alonga-
cular de acordo com os dados da avaliação inici-
mento muscular, durando cerca de uma hora
al. A sessão de alongamento era tipicamente di-
no total. Os exercícios aeróbicos, eram realiza-
vidida em duas partes: (1) alongamento ativo,
dos sempre que possível, na intensidade ligei-
onde o indivíduo realizava uma rotina básica de
ramente abaixo da freqüência cardíaca na qual
aproximadamente oito exercícios que mobiliza-
o indivíduo tinha atingido o limiar anaeróbico no
vam as principais articulações; (2) alongamento
teste de esforço cardiopulmonar, empregando
passivo, onde o professor executava o movimen-
cicloergômetros (braços e pernas),
to para o indivíduo, orientando as manobras para
remoergômetros e esteiras ergométricas. Os
as articulações de maior necessidade de apri-
exercícios contra resistência, eram realizados
moramento da flexibilidade.
priorizando os principais grupos musculares,
36 Coelho & Araujo

Análise estatística trou-se que os primeiros ganharam em média


dois quilogramas de peso corporal e apenas um
Os resultados das variáveis analisadas ponto no Flexíndice, enquanto que aqueles que
foram apresentados como média e desvio pa- melhoraram muito, em média, perderam quatro
drão (descrição da amostra) ou erro padrão da quilogramas e ganharam 12 pontos na flexibili-
média (comparação entre médias). O teste uti- dade global. No grupo como um todo, existe
lizado para comparar o valores obtidos nos dois relação inversa entre as variações de peso e
momentos de avaliações da flexibilidade foi o de Flexíndice (r=-0,66; p<0,05) (Figura 3-B).
teste t de Student para amostras dependentes. Os resultados da avaliação da flexibili-
Para avaliar se as respostas do questionário dade, apresentaram variações semelhantes à
diferiam entre si utilizou-se análise de variância observada na avaliação com o questionário. Os
(ANOVA) para medidas repetidas, seguido, indivíduos que mais melhoraram a flexibilidade
quando necessário, pelo teste de Bonferroni. global possuíam os escores menores na primeira
Para avaliar se havia correlações entre as vari- avaliação. Encontrou-se entre esta variação uma
áveis: flexibilidade, ações cotidianas e peso correlação de r=-0,65 (p<0,01) (Figura 3-C).
corporal, foi utilizada correlação produto-mo- Correlacionou-se, para cada indivíduo,
mento de Pearson. Em todos os testes utiliza- as variações da flexibilidade global através dos
dos, considerou-se como significativas aquelas valores obtidos no flexíndice, e as variações das
cujo p<0,05. respostas obtidas no questionário. Há correla-
ção significativa entre estas variações de r=0,45
RESULTADOS (p<0,04), mostrando que normalmente maiores
ganhos de flexibilidade significam maiores gan-
Após o PES, houve ganhos significati- hos nas respostas do questionário (Figura 3-
vos (p<0,05) na flexibilidade global; na análise D). Também foi testada a possibilidade de ha-
específica das diferenças, constatou-se que os ver correlações entre ganhos de flexibilidade em
aumentos foram em três articulações e em seis articulações específicas com ações específicas
movimentos específicos dessas articulações avaliadas no questionário. Encontraram-se cor-
(Tabela 1). relações significativas (r>0,57; p<0,05) entre: (a)
Após o PES, também houve ganhos maior facilidade para sair de um carro com a
médios de 38 % na facilidade de execução das mobilidade na flexão do joelho; (b) maior facili-
11 ações cotidianas, avaliadas subjetivamente dade para calçar os sapatos com a mobilidade
através do questionário. A ANOVA para medi- de flexão do tronco e de rotação lateral do om-
das repetidas mostrou variações significativas bro; (c) e maior facilidade para levantar-se da
(p<0,01) entre as respostas das 11 perguntas, cama com a flexão do tronco. Além disso, es-
sendo que as ações que apresentaram maio- tas três ações e a de cruzar as pernas têm a
res benefícios depois de um PES foram: peda- sua facilidade de execução associadas a um
lar na bicicleta, subir e descer escadas e andar aumento da soma da mobilidade dos 20 movi-
na esteira; e as ações que apresentaram me- mentos articulares.
nores benefícios foram: cruzar as pernas e le-
vantar da cama. TABELA 1. Resultados significativos (p<0,05) da
Observou-se que os indivíduos que avaliação da flexibilidade
obtiveram maiores ganhos nas respostas do
questionário, foram aqueles que apresentavam
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escores iniciais menores. E quando estes re-


sultados foram analisados através da correla-
ção de Pearson, encontrou-se correlações en-
tre esses valores (r=-0,84; p<0,01) (Figura 3-
A). Porém um fato que chamou a atenção, foi
que, em quatro indivíduos praticamente não
houve variação nas respostas ao questionário,
enquanto que em outros cinco constatou-se
Média ± erro padrão da média. Resultados estatísticos obtidos
grandes diferenças. Comparativamente, encon- através do teste t de Student para amostras dependentes.
Relação entre aumento de flexibilidade e facilitações na execução de ações cotidianas...... 37

AS RESPOSTAS APÓS O

8
DIFERENÇAS PARA

TREINAMENTO (cm)

7 A (r=-0,84; p<0,01)
6
5
4
3
2
1
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO ANTES DO TREINAM ENTO (cm )
OS FLEXÍNDICES (pontos)

21
DIFERENÇAS ENTRE

18 B (r =-0,66; p <0,05)
15
12
9
6
3
0
-3
-6
-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12
DIFERENÇ A S ENT RE AS M EDIDAS DE PESO C ORPORA L (k g )

21
DIFERENÇAS PARA OS

TREINAMENTO (pontos)
FLEXÍNDICES APÓS O

18 C (r=-0,65; p<0,01)
15
12
9
6
3
0
-3
-6
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

FLEXÍNDICE ANTES DO TREINAM ENTO (pontos ) Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano
DIFERENÇAS ENTRE A

8
QUESTIONÁRIO (cm)

7
RESPOSTAS DO

6
5 D (r =0,45; p <0,04)
4
3
2
1
0
-6 -3 0 3 6 9 12 15 18 21
DIFERENÇAS ENTRE OS FLEXÍNDICES (p on to s )

Figura 3. Diagramas de dispersão de algumas das variáveis estudadas comparando os valores antes e após 3 a 18 meses
de treinamento.
38 Coelho & Araujo

DISCUSSÃO regular de atividades físicas (Araújo & Pereira


& Farinatti, 1998).
A flexibilidade é uma qualidade física Pode-se dizer que a amostra estuda-
treinável, independente da idade e do sexo (Ara- da, pertence a um grupo de pessoas especiais,
újo & Pereira & Farinatti, 1998; Barry & Eathorne, que normalmente estão engajados nestes tipos
1994; Buckwalter, 1997; Mazzeo et al., 1998; de programas com o objetivo de manutenção
Pollock et al., 1998). Este PES, além da pres- e/ou recuperação da saúde. Muitas vezes são
crição dos exercícios aeróbicos e dos exercíci- indivíduos que já estavam sentindo limitações
os contra resistência, trabalhava especificamen- físicas, em algumas ações cotidianas, relacio-
te exercícios para melhorar a flexibilidade . A nadas à falta de vitalidade e/ou mobilidade físi-
prescrição era baseada no Flexiteste, que per- ca. Outro aspecto fundamental, é que normal-
mitia ter um panorama da flexibilidade específi- mente são pessoas que deixaram de praticar
ca, através dos 20 movimentos articulares agru- sua atividade física durante sua vida estudantil,
pados nas sete maiores articulações do corpo, portanto, há pelo menos 15 anos sem partici-
e a flexibilidade global através do somatório da par de atividades físicas regulares.
pontuação atingida nestes 20 movimentos ava- Normalmente indivíduos com este per-
liados. A partir disto, os indivíduos realizavam fil, que se engajam em programas de ativida-
uma rotina de oito a dez exercícios de alonga- des físicas regulares, apresentam uma evolu-
mento dinâmicos, e em seguida, realizavam ção positiva e rápida no condicionamento físi-
alongamentos passivos com a ajuda de um pro- co. Com pelo menos três meses, as variáveis
fisiológicas sofrem um salto nos níveis de con-
fissional especializado, que executava as ma-
sumo de O2, força, potência, resistência e flexi-
nobras priorizando os movimentos articulares
bilidade muscular. Em estudo recente do nosso
que possuíam maiores limitações, normalmen-
grupo, realizado em uma amostra com caracte-
te valores de 0 ou 1 no Flexiteste inicial, garan-
rísticas similares, foram avaliados 24 indivídu-
tindo a realização correta do exercício. A forma
os (14 homens e 10 mulheres), através da
de alongamento passivo, principalmente para
ergoespirometria em dois momentos, separa-
esta faixa etária, é uma excelente alternativa;
dos por um período médio de sete meses (vari-
existe uma tendência do indivíduo não realizar ação de dois a 16 meses) de treinamento em
os movimentos que possui dificuldades, muitas PES. Os indivíduos apresentaram melhoras em
vezes por medo de sentir dor, ou até mesmo suas capacidades funcionais, através do au-
por desconhecer qual é o limite do estiramento mento de 33 % da carga de trabalho máxima e
muscular. Desta forma, como o PES era volta- de 43 % na carga de limiar anaeróbico. O con-
do também para a individualização do treina- sumo máximo de oxigênio (VO2 max) foi aumen-
mento da flexibilidade, e era parte integrante de tado em 20% (Castro & Araújo, 1997).
todas as sessões, os resultados de aumentos Fato interessante é que em PES, jun-
da flexibilidade foram de grande magnitude e tamente com a melhora das variáveis fisiológi-
até certo ponto esperados. cas, são relatados durante as sessões, senti-
Um fato muito interessante a ser ob- mentos de bem-estar e maior disposição. Nor-
servado é que a amplitude da faixa etária do malmente, os indivíduos passam a realizar mui-
grupo estudado era de 38 a 72 anos de idade. tas tarefas que já haviam deixado de fazer, de-
Segundo levantamento de um banco de dados vido a limitações anátomo-fisiológicas, e mui-
de 1874 avaliados através do Flexiteste, com o tas vezes, devido à falta de confiança em suas
objetivo de traçar um perfil da flexibilidade de habilidades. Então, é sabido empiricamente, que
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acordo com faixas etárias, o que normalmente os benefícios de um PES são transferidos para
acontece, é que existe uma pequena perda de atividades da vida diária, principalmente atra-
flexibilidade dos 16 aos 40 anos, porém, após vés da sensação de bem-estar e de auto confi-
os 40 anos de idade o declínio é muito rápido ança, propiciada por músculos mais fortes e fle-
(Araújo & Pereira & Farinatti, 1998). Outro as- xíveis, articulações mais flexíveis e maior vitali-
pecto constatado, é que a variabilidade da fle- dade aeróbica.
xibilidade corporal aumenta com a idade, mo- No nosso estudo, além das variáveis
mento em que o principal fator para a manuten- fisiológicas avaliadas na rotina do PES,
ção ou recuperação da flexibilidade é a prática objetivou-se quantificar através da sensação
Relação entre aumento de flexibilidade e facilitações na execução de ações cotidianas...... 39

individual, o quanto de melhora houve entre o quatro indivíduos praticamente não variaram nos
início do PES e o momento que o indivíduo se valores de flexibilidade e nas respostas do ques-
encontrava, com relação a maior facilidade de tionário, foi quando percebeu-se que estes in-
execução de determinadas ações. Utilizou-se divíduos em média haviam adquirido dois qui-
um questionário, que avaliou a dificuldade e/ou logramas; enquanto que outros cinco indivídu-
facilidade de realizar 11 ações cotidianas, que os melhoraram muito no questionário e no
foram eleitas como mais relevantes para este flexiteste, e eles haviam perdido em média qua-
grupo estudado. Como o grupo era heterogê- tro quilogramas. Parece evidente que dentro de
neo, principalmente com relação ao aspecto de um mesmo PES existem indivíduos que conse-
idade, algumas perguntas do questionário po- guem excelentes resultados enquanto outros
deriam parecer irrelevantes para alguns, porém não são tão bem sucedidos.
eram de extrema importância para outros. Por Aumentos de peso corporal parecem
exemplo, no ato de cruzar as pernas e levantar gerar um efeito negativo na performance física,
da cama, principalmente para os indivíduos mais o que pode significar redução de autonomia fí-
novos são duas ações que praticamente não sica e provavelmente de qualidade de vida.
se constatou melhoras entre início do PES e a Estes dados de certa maneira se ajustam aos
segunda avaliação; porém, para as pessoas resultados encontrados no estudo do efeito de
com mais idade, que provavelmente já possuí- variações abruptas do peso corporal sobre o
am importantes limitações articulares e muscu- teste de sentar-levantar (TSL) (Silva & Lira &
lares, apresentaram benefícios surpreendentes. Araújo,1998). Para a realização deste teste o
Sendo a flexibilidade importante componente da indivíduo necessita de níveis mínimos de po-
forma muscular para a realização de movimen- tência e coordenação motoras, estabilidade
tos que são necessários para ações importan- postural e flexibilidade. Foi estudado um grupo
tes na vida diária ( Netz & Argov, 1997; Phillips de 40 recrutas relativamente homogêneos quan-
& Haskell, 1995), procurou-se correlacionar to à idade, índice de massa corporal e somatório
ganhos da flexibilidade através de um PES com de dobras cutâneas (peitoral, abdominal e coxa).
os valores obtidos no questionário. Pode-se di- Cada indivíduo realizou o TSL de três formas
zer que uma particularidade que é uma origina- distintas: (a) com sobrepeso de 10 % do peso
lidade do estudo, foi a possibilidade de corporal (coletes de areia); (b) com sobrepeso
correlacionar aumentos de flexibilidade especí- de 20 % do peso corporal e (c) sem sobrepeso,
ficas por articulação e de flexibilidade global com com seqüência contrabalanceada. Os resulta-
uma maior facilidade de execução de ações dos mostraram que não houve diferenças sig-
cotidianas. Fato que contribuiu para uma me- nificativas para o ato de sentar nas três situa-
lhor análise destas associações, foi a avaliação ções. Porém, para o movimento de levantar, o
da flexibilidade ser bem discriminada e sobrepeso afetou negativamente e de modo
abrangente das principais articulações. proporcional os resultados. A conclusão che- Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano
Como observado nas respostas do gada foi que as modificações abruptas do peso
questionário, houve uma tendência para os in- corporal por sobrepeso, prejudicaram a destre-
divíduos terem maior facilidade de realização za no movimento de levantar, provavelmente
de ações cotidianas; em algumas atividades pela modificação da relação potência muscu-
mais e em outras menos, dependendo princi- lar/peso corporal (Silva & Lira & Araújo, 1998).
palmente do grau de dificuldade inicial. Como Curiosamente a ANOVA mostrou que
foi o que aconteceu na avaliação da flexibilida- as ações que apresentaram maiores benefíci-
de; os indivíduos que possuíam escores inici- os com o PES foram caminhar na esteira, subir
ais menores apresentaram maiores ganhos de e descer escadas e pedalar a bicicleta, enquanto
flexibilidade na segunda avaliação. Isto foi mos- que as que menos apresentaram mudanças fo-
trado através do índice de correlação entre es- ram cruzar as pernas e levantar da cama. É pro-
tas variáveis. vável que isso tenha de certo modo sido causa-
Outro aspecto muito interessante, foi do pela exposição freqüente a algumas dessas
que o estudo foi sensível em correlacionar dife- atividades durante a parte aeróbica das sessões
renças de peso corporal, com diferenças na de exercício.
pontuação do Flexiteste. Em uma análise deta- Uma potencial crítica a esse estudo
lhada dos dados individuais constatou-se que foi o emprego do questionário em apenas um
40 Coelho & Araujo

único instante e não concomitante às duas ava- Barry, H.C. & Eathorne, S.W. (1994). Exercise and
liações da flexibilidade. Todavia, como analisa- aging. Issues for the practitioner. Medical
mos apenas a magnitude da variação entre as Clinicas of North America, 78(2), 357-376.
duas respostas subjetivas e não a magnitude Beniamini, Y., Rubenstein, J.J., Zaichkowsky, L.D.
et al. (1997). Effects of high-intensity strength
de cada uma delas, isso pode até ser conside-
training on quality-of-life parameters in cardiac
rado um aspecto positivo, já que o indivíduo rehabilitation patients. American Journal of
representava na escala visual analógica, na prá- Cardiology, 80(7), 841-846.
tica, aquilo que lhe parecia a sua melhora, que Berkhuysen, M.A., Nieuwland, W., Buunk, B.P. et al.
era a variável que efetivamente nos interessa- (1999). Effect of high- versus low-frequency
va. Interessantemente, a sensação individual, exercise training in multidisciplinary cardiac
da proporção de aumento na facilidade de exe- rehabilitation on health-related quality of life.
cução das 11 ações avaliadas, correlacionou- Journal Cardpulmonary Rehabilitation, 19, 22-
se muito bem com a proporção de aumento da 28.
flexibilidade global. Também os movimentos Buchner, D.M. (1997). Physical activity and quality
of life in older adults. JAMA, 277(1), 64-66.
específicos do Flexiteste, revelaram correlações
Buckwalter, J.A. (1997). Maintaining and restoring
pertinentes com a musculatura envolvida no mobility in middle and old age: the importance of
movimento das ações realizadas. Estes acha- the soft tissues. Instructions Course Lectures,
dos nos permitem supor que a forma de avalia- 46, 459-469.
ção através do questionário, com escala visual Castro, C.L.B. & Araújo, C.G.S. (1997). Serial
analógica, proporciona adequadamente uma cardiopulmonary exercise testing improves
noção de tempo para o indivíduo no momento analysis of changes induced by exercise
que está respondendo as questões. programs. Medicine & Science in Sports &
Em sumário, conclui-se que, com a Exercise, 3O(5 suppl), S296.
participação regular entre três e 18 meses em Cress, M.E., Buchner, D.M., Questad, K.A. et al.
(1999). Exercise: effects on physical functional
um PES, com pelo menos dez minutos por ses-
performance in independent older adults.
são de treinamento da flexibilidade, primaria- Journal of Gerontology Advanced Biological
mente direcionada aos movimentos com mo- Sciences Medical and Science, 54(5), M242-
bilidade mais limitada conforme a avaliação ini- 248.
cial pelo Flexiteste, existem aumentos signifi- Dugmore, L.D., Tipson, R.J., Phillips, M.H. et al.
cativos na flexibilidade de adultos, a maioria (1999). Changes in cardiorespiratory fitness,
coronariopatas, que se correlacionam com uma psychological wellbeing, qualtity of life, and
maior facilidade para a execução de ações co- vocational status following a 12 month cardiac
tidianas, provavelmente representando um exercise rehabilitation programme. Heart, 81,
ganho na qualidade de vida relacionada à saú- 359-366.
Farinatti, P.T.V., Araújo, C.G.S. & Vanfraechem, J.H.P.
de dos indivíduos.
(1997). Influence of passive flexibility on the ease
for swimming learning in pre-pubescent and
AGRADECIMENTOS pubescent children. Science et Motricité, 31,
16-20.
Gostaria de agradecer, pela especial Feigenbaum, M.S. & Pollock, M.L. (1999).
contribuição na coleta de dados e na análise Prescription of resistance training for health and
estatística, aos professores Mauro Teixeira disease. Medicine & Science in Sports &
(UGF) e Marta I. R. Pereira (UGF). Exercise, 31(1), 38-45.
Este estudo foi fomentado pela Capes. Felce, D. (1997). Defining and applying the concept
of quality of life. Journal of Intellectual
Volume 2 – Número 1 – p. 31-41 – 2000

Disability Research, 41, 126-135.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Jette, A. M., Lachman, M., Giorgetti, M.M. et al.
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Araújo, C.G.S. (1986). Flexiteste - uma nova versão for-life program. American Journal of Public
dos mapas de avaliação. Kinesis, 2(2), 251-267. Health, 89(1), 66-72.
Araújo, C.G.S., Pereira, M.I.R. & Farinatti, P.T.V. Mazzeo, R.S., Cavanagh, P., Evans, W.J. et al.
(1998). Body flexibility profile from childhood to (1998). Exercise and physical activity for older
seniority – data from 1874 male and female adults. Medicine & Science in Sports &
subjects. Medicine & Science in Sports & Exercise, 30(6), 992-1008.
Exercise, 30(5 suppl), S115.
Relação entre aumento de flexibilidade e facilitações na execução de ações cotidianas...... 41

Netz, Y. & Argov, E. (1997). Assessment of functional cardiorespiratory and muscular fitness, and
fitness among independent older adults: a flexibility in healthy adults. Medicine & Science
preliminary report. Perceptual and Motor Skills, in Sports & Exercise, 30(6), 975-991.
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Phillips, W.T. & Haskell, W.L. (1995). Muscular fitness de sentar-levantar: efeito de variações abruptas
- easing the burden of disability for elderly adults. do peso corporal em indivíduos jovens ativos
Journal of Aging and Physical Activity, 3, 261- (Resumo). Anais do XXI Simpósio Internacio-
289. nal de Ciências do Esporte. São Paulo.
Pollock, M.L., Gaesser, G.A., Butcher, J.D. et al. Treasure, T. (1999). Editorial – the measurement of
(1998). The recommended quantity and quality health related quality of life. Heart, 81, 331-332.
of exercise for developing and maintaining

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