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Gestão

Schincariol aumenta visibilidade de sua cadeia com integração


Grupo cervejeiro automatizou a gestão de pedidos para entregar produtos certos, na hora certa e
com preço correto ao consumidor.

Por Edileuza Soares, da Computerworld

15 de março de 2010 - 07h00

A disputa acirrada entre os produtores de cerveja no Brasil fez a o grupo Schincariol, a segunda
maior do setor no País, atrás da Companhia de Bebidas das Américas (AmBev), com faturamento de
4,5 bilhões de reais (em 2008), a investir em novas tecnologias para atender o consumidor mais
rapidamente. A empresa implantou a solução da SAP de Supply Chain Management (SCM) para
integrar toda a sua cadeia de valor e planejar vendas de acordo a demanda dos pedidos de vendas.

A Schincariol já era usuário do sistema de gestão empresarial (ERP) da produtora alemã de software
e em abril de 2008 começou a redesenhar seus processos para implantar a ferramenta Advanced
Planning Optimizer (APO) ou planejador avançado e otimizado. O projeto faz parte da estratégia da
companhia que destinou um investimento de R$ 1 bilhão de reais para expandir sua operação no
mercado local e externo.

Para suportar seu crescimento, a empresa aproveitou a conclusão da migração do ERP SAP, para
uma versão mais nova, para reestruturar a rede de fornecimento e os processos
logísticos. “Queremos ter visibilidade de toda nossa cadeia”, destacou o diretor de operações
industriais da Schincariol, Gino Berninzon Domenico, que apresentou o projeto de SCM da empresa,
no SAP Fórum 2010, realizado em São Paulo, na semana passada.

Desafio logístico

Segundo o executivo, o papel da nova tecnologia é ajudar a indústria a integrar as áreas de vendas,
marketing, produção e inteligência de negócios para gerenciar e produção e planejar as entregas aos
cerca de 700 estabelecimentos que a companhia abastece em todo o Brasil entre bares,
restaurantes e supermercados. “Queremos entregar o produto correto, no lugar correto e com preço
correto”, destaca Domenico.

Atualmente a Schincariol fabrica aproximadamente 200 produtos, entre os quais estão as cervejas
Nova Schin, Eisenbahn e Devassa. A companhia também produz sucos, refrigerantes e engarrafa
água. Aproximadamente 60% dos seus negócios vêm da venda de cerveja e os 40% restante dos
demais produtos.

Para crescer no mercado, a empresa vem desde 2008 fazendo aquisições, tendo comprado
fabricantes como Nobel no Nordeste, a Baden de Campos de Jordão (SP) e a Eisenbahn, de Santa
Catarina.

Ao todo a companhia conta 14 fábricas espalhadas pelo Brasil, que juntas têm uma capacidade de
produção anual de 4,5 bilhões de litros bebidas entre cervejas, refrigerantes, água e sucos. Os
centros de distribuição próprios somam 11 unidades.
A expansão da indústria trouxe, segundo Domenico, muitos desafios. “Saímos do alto giro para um
mundo mais aberto com mais canais de vendas. Precisamos nos reestruturar para melhor os
serviços ao cliente”, argumenta. Atualmente a Schincariol conta com aproximadamente 200
revendedores em todo Brasil.

A empresa necessita também aprimorar o uso de sua capacidade produtiva e otimizar a alocação
dos ativos para gerenciar seu estoque com mais eficiência.

O projeto

O projeto de SCM foi implantado na Schincariol em duas fases e o trabalho contou com apoio da
consultoria Axis, especializada nessa área. Na primeira etapa, envolveu o planejamento integrado da
gestão de atendimento, que foi de março de 2008 a abril de 2009.

A empresa queria planejar a demanda dos pedidos com mais eficiência para ter informações
precisas sobre o que iria produzir, vender e que produtos têm maior giro por região entre outras
informações.

De posse desses dados, a indústria sabe em qual das fábricas o pedido será produzido, já que a
empresa conta com plantas espalhadas pelo Brasil. Outra vantagem é que a companhia
se organiza melhor para comprar matéria-prima, uma vez que alguns itens são importados.

Domenico dá o exemplo do malte para produção das cervejas que é comprado de fornecedores da
Europa e os pedidos dessess insumos precisam ser planejados com quatro meses de antecedência.

Segundo o diretor de operações da Shincariol, a empresa planeja sua demanda de vendas por um
período de quatro meses. A expectativa com o novo projeto é que essa janela se amplie para seis
meses ou até um ano.

Com um horizonte maior, ele afirma que acabam os ruídos entre as várias áreas envolvidas no
processo. “Não adianta querer vender mais se eu não tenho o produto”, diz.

Após planejar as vendas, a indústria iniciou a segunda fase do projeto que foi a gestão do
atendimento de pedidos, que possibilita a empresa priorizar as entregas para ter mais rentabilidade
porque, segundo Domenico, “não dá para ser igual para todos”.

Próxima etapa

Para 2010, entrará a fase de planejamento do transporte de forma mais efetiva em que as entregas
serão roteirizadas. O objetivo é otimizar a distribuição e reduzir custos com o transporte.

A Schincariol programou também para este ano a implantação da ferramenta de Business


Intelligente (BI) da SAP para gerar indicadores de sua operação em toda a cadeia de valor,
levantando informações como nível de serviço, tempo de atendimento, acerto da previsão de vendas
e produção, entre outros dados para tomada de decisão.

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