O documento discute os efeitos do calor gerado durante a hidratação do cimento no concreto e possíveis soluções para evitar problemas como fissuras. O calor de hidratação pode aquecer o concreto a temperaturas altas o suficiente para causar danos, mas projetar peças mais esbeltas, usar cimento de baixo calor ou aditivos retardadores, manter os agregados e o concreto mais frescos, e refrescar a peça durante a cura podem ajudar a mitigar esses efeitos. O documento também desc
O documento discute os efeitos do calor gerado durante a hidratação do cimento no concreto e possíveis soluções para evitar problemas como fissuras. O calor de hidratação pode aquecer o concreto a temperaturas altas o suficiente para causar danos, mas projetar peças mais esbeltas, usar cimento de baixo calor ou aditivos retardadores, manter os agregados e o concreto mais frescos, e refrescar a peça durante a cura podem ajudar a mitigar esses efeitos. O documento também desc
O documento discute os efeitos do calor gerado durante a hidratação do cimento no concreto e possíveis soluções para evitar problemas como fissuras. O calor de hidratação pode aquecer o concreto a temperaturas altas o suficiente para causar danos, mas projetar peças mais esbeltas, usar cimento de baixo calor ou aditivos retardadores, manter os agregados e o concreto mais frescos, e refrescar a peça durante a cura podem ajudar a mitigar esses efeitos. O documento também desc
qumica entre o cimento e a gua. O cimento contm substncias como os Silicatos e os Aluminatos que a reao com a gua se d por meio de reaes exotrmicas, isto , reaes que produzem calor. O calor gerado na hidratao ir esquentar a pea podendo atingir temperaturas altas chegando a produzir fissuras nocivas ao desempenho da pea que alm de diminurem a resistncia mecnica da pea permitir a penetrao de gua ou a infiltrao da umidade do meio ambiente. A reao tem incio logo que o cimento entra em contato com a gua, segue um aumento da quantidade produzida, existe um pico e depois uma rpida queda. A reao de hidratao tende a diminuir e at completar pode levar alguns anos. Cada tipo de cimento, em funo da sua composio qumica (mais ou menos silicatos e aluminatos) apresenta sua prpria curva de calor. Veja um exemplo genrico:
Os efeitos nocivos podem ser combatidos, contornados ou
eliminados mediante iniciativas prticas.
O QUE SE PODE FAZER
1 - Projetar peas mais esbeltas. O calor produzido deve ser eliminado atravs do contato com o ar do meio ambiente. O concreto um pssimo condutor de calor. Assim uma determinada caloria deve caminhar dentro da pea at atingir a superfcie livre. Em um pilar de, por exemplo, 40 X 50 centmetros o calor gerado no centro do pilar precisa caminhar pelo menos 20 centmetros at atingir a face do pilar.
Voc pode pensar em adotar uma outra seo
transversal para o pilar. Lembre-se que na flexo-
compresso, somente uma parte da seo
solicitada compresso. Uma seo do tipo abaixo ir melhorar o comportamento da pea frente flexo-compresso, vai criar um espao importante para a instalao de tubulao alm de diminuir a distncia que o calor gerado precisa percorrer para atingir a superfcie livre.
2 - Utilizar um cimento com menor calor de
hidratao H cimentos que produzem menos calor. Segundo a norma NBR 13116, Cimentos de Baixo Calor de Hidratao so aqueles que despendem at 260 J/g e at 300 J/g aos 3 dias e 7 dias de hidratao respectivamente. Existe um ensaio que permite classificar o cimento. O ensaio executado de acordo com a norma NBR 12006 - Determinao do Calor de Hidratao pelo Mtodo da Garrafa de Langavant. Outra possibilidade adicinar ao concreto uma aditivo do tipo retardador de pega. Neste caso, a quantidade de calor de hidratao ser a mesma porm a produo do calor se dar em um tempo muito maior, tempo este suficiente para que o calor gerado seja dissipado para o meio ambiente. 3 - Utilizar agregados menos quente
Na obras comum deixar a areia e a brita armazenadas em
montes ao relento, recebendo os raios solares. Num dia de vero, os agregados esto quentes. O concreto produzido com o emprego desses agregados quentes ir produzir temperaturas elevadas no seio da pea. Coisa do tipo 700C. Armazenar os agregados em local abrigado ou com uma lona por cima ajuda a manter a temperatura dos agregados mais baixa.
4 - Concretar ao finalzinho da tarde
Evitar a concretagem na hora do almoo. A pea concretada
ficar sub sol forte a tarde toda, com elevao da temperatura a valores que produzem fissuramento da pea. Alm disso, o calor intenso ir promover a evaporao da gua de amassamento, podendo chegar situao em que o concreto no dispe mais de gua necessria para a reao de hidratao. Ao concretar no finalzinho da tarde, a cura da pea ir se desenvolver durante o perodo noturno, longe do calor do sol. Outra alternativa boa concretar em dias nublados e melhor ainda concretar em dias chuvosos. 5 - Usar um concreto mais frio
Voc pode abaixar a temperatura do concreto na hora do
lanamento. Ao usar gua gelada ou gelo picado, voc estar compensando antes o calor que ser produzido na cura. Na concretagem de peas de grandes dimenses como em Barragens e Usinas Hidroeltricas comum essa prtica. 6 - Refrescar a pea durante a cura do concreto. Para ajudar na dissipao do calor gerado, podese manter uma irrigao da pea o que pode ser feito por meio de chuveirinhos, burrifadores, irrigadores, aspersores e atomizadores. Manter a gua jorrando durante todo o perodo crtico de cura do concreto. Comear logo
depois da vibrao e manter por pelo menos
48 horas. 7 - Concreto de Grandes Massas Na concretagem de peas de grandes dimenses como os pilares de Vertedouro de barragens de concreto ou de Tomada dgua de usinas hidroeltricas, comum a construo de pilares com seo transversal de grandes dimenses. Voc que est acostumado a calcular pilares com 40 X 50 centmetros, no ter muita dificuldade em calcular um pilar de 40 X 50 metros. Os procedimentos so muito parecidos e a armadura dos pilares tambm parecida. S que em vez de escolher ferro de 3/16 voc vai escolher ferro de 3 polegadas. Veja a armadura de um dos pilares do vertedor de Tucurui:
Se no forem tomadas medidas para propiciar a rpida
dissipao do calor gerado, a temperatura no seio da massa de concreto pode atingir valores acima do ponto de ebulio da gua. Ento, a concretagem feita em camadas, deixando-se a superfcie superior toda livre para a dissipao do calor. A altura da Camada de Concretagem determinada em funo do tipo de cimento empregado, da temperatura do meio ambiente no ato do lanamento e tambm da temperatura da massa de concreto. Resultam tabelas denominadas Tabelas de Lanamento de Concreto. Essa tabela do seguinte tipo: TEMPERATURA DO CONCRETO NO
TEMPERATURA DO MEIO AMBIENTE
ALTURA MXIMA DA CAMADA DE
LANAMENTO 0
4C
LANAMENTO 0
90 cm
26 C
4C
27 C
86 cm
40C
280C
80 cm
4C
29 C
75 cm
Para se assegurar que a temperatura do concreto na hora do
lanamento esteja dentro da faixa desejada, feito um clculo em que se determina a temperatura na hora do amassamento. Em obras grandes a central de produo de concreto situa-se s vezes h quilmetros de distncia e o aquecimento adquirido no transporte levado em considerao. Mesmo uma obra que tenha 120 metros de altura como a barragem de concreto de Itaipu concretada em camadas dessa ordem de grandeza, da ordem de 90 centmetros e a concretagem total do pilar pode levar alguns meses. Para no perder tempo no cronograma, uma seqncia de muitas tomadas dgua segmentada em blocos distintos e cada um desses blocos vai sendo concretado alternativamente empregando-se formas deslizantes. Veja um determinado instante de dois blocos do vertedor de Tucurui.
As etapas de concretagem dos blocos ficam em alturas
diferentes para permitir a fixao da forma deslizante. Eis uma vista geral de montante com os blocos em estgios diferentes de concretagem:
Eis uma vista geral de juzante, com as guas desviadas para
as adufas:
Eis uma foto do autor, quando acompanhava a obra, em
janeiro de 1982.
ET-10\www\roberto\concreto\conc10.htm em 31/12/2008, atualizado em 01/0