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2656 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-B N.

o 135 — 15-6-1998

Em conformidade com o disposto no n.o 3 do artigo 8.o MINISTÉRIO DA SAÚDE


do atrás citado Despacho Normativo n.o 563/94, o Des-
pacho Normativo n.o 571/94 (IIDE050102), de 29 de
Julho, definiu os limites de intervenção das sociedades Portaria n.o 348/98
de capital de risco em resultado das acções referidas de 15 de Junho
naquele diploma, estabelecendo, no seu n.o 2, que os
O sistema de garantia da qualidade dos medicamen-
investimentos superiores a 50 000 contos, sempre que
tos, quer sejam de uso humano, quer sejam veterinários,
promovidos por sociedades de capital de risco que não abarca não apenas a fase de registo e fabrico daqueles
sejam maioritariamente privadas, devem ser efectuados produtos mas também a da distribuição.
em consórcio. Por essa razão os Decretos-Leis n.os 135/95, de 9 de
No entanto, a necessidade de tornar mais exequível Junho, e 184/97, de 26 de Julho, respeitantes aos medi-
a concretização, por parte daquelas sociedades, de ope- camentos de uso humano e veterinário, respectivamente,
rações respeitantes a investimentos com custos relati- determinam que os titulares de autorização para o exer-
vamente elevados de prospecção, análise e acompanha- cício da actividade de distribuição por grosso de medi-
mento, aconselha a que o limite então fixado seja camentos ficam obrigados a cumprir os princípios e nor-
alargado. mas das boas práticas de distribuição.
Assim, determina-se: Os princípios orientadores dos correctos procedimen-
O n.o 2 do Despacho Normativo n.o 571/94 tos de distribuição encontram-se consagrados nas Direc-
(IIDE050102), de 29 de Julho, passa a ter a seguinte trizes comunitárias n.o 94/C63/03 relativas à boa prática
redacção: de distribuição, publicadas no Jornal Oficial das Comu-
«2 — Os investimentos superiores a 150 000 contos, nidades Europeias, n.o C63, de 1 de Março de 1994,
sempre que promovidos por sociedades de capital de e em cumprimento da Directiva n.o 92/25/CEE, do Con-
risco que não sejam maioritariamente privadas, devem selho, de 31 de Março, sobre a distribuição por grosso
ser efectuados em consórcio.» de medicamentos de uso humano.
Muito embora elaboradas em observação de instru-
Ministério da Economia, 12 de Maio de 1998. — ções comunitárias especialmente aplicáveis aos medi-
O Ministro da Economia, Joaquim Augusto Nunes de camentos de uso humano, elas contêm princípios orien-
Pina Moura. tadores de uma boa distribuição em tudo transponíveis
para os medicamentos veterinários, dada a quase total
ausência de especificidades relevantes destes face àque-
les.
Com o propósito regulamentar que as circunstâncias
impõem, assentes na preocupação de uniformização dos
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO procedimentos internos com os apontados pelas citadas
directrizes, tem-se por bom adoptar as práticas aí esta-
Despacho Normativo n.o 44/98 belecidas, que no entanto já vêm sendo seguidas, para
vigorarem no território nacional no âmbito da distri-
A Lei Orgânica da Inspecção-Geral da Educação buição tanto dos medicamentos de uso humano como
(IGE), aprovada pelo Decreto-Lei n.o 271/95, de 23 de dos veterinários.
Outubro, alterada, por ratificação, pela Lei n.o 18/96, Assim, nos termos do artigo 12.o, n.o 1, alínea a),
de 20 de Junho, estabelece no n.o 5 do seu artigo 35.o do Decreto-Lei n.o 135/95, de 9 de Junho, e do
que os docentes com menos de dois anos de serviço artigo 47.o, n.o 1, alínea a), do Decreto-Lei n.o 184/97,
prestado na IGE, em regime de requisição, beneficia- de 26 de Julho:
riam de preferência em concurso de ingresso para a Manda o Governo, pela Ministra da Saúde, que sejam
carreira técnica superior de inspecção. aprovados os princípios e normas das boas práticas de
Considerando que importa regulamentar aquela distribuição de medicamentos de uso humano e de medi-
norma, definindo os termos da sua concretização; camentos veterinários, constantes do anexo à presente
Ouvidas, nos termos legais, as organizações sindicais: portaria e que dela fazem parte integrante, a observar
pelos titulares de autorização para o exercício da acti-
Nestes termos, ao abrigo do disposto no n.o 5 do
vidade de distribuição por grosso de medicamentos,
artigo 35.o do Decreto-Lei n.o 271/95, de 23 de Outubro, obtida ao abrigo do artigo 3.o do Decreto-Lei n.o 135/95,
alterado, por ratificação, pela Lei n.o 18/96, de 20 de de 9 de Junho, e do artigo 38.o do Decreto-Lei n.o 184/97,
Junho, determina-se o seguinte: de 26 de Julho.
1 — Os docentes que à data da publicação da Lei
n.o 18/96, de 20 de Junho, se encontravam requisitados Ministério da Saúde.
há menos de dois anos na IGE e no exercício de funções
inspectivas beneficiam de preferência em concurso de Assinada em 11 de Maio de 1998.
ingresso para a carreira técnica superior de inspecção. Pela Ministra da Saúde, Francisco Ventura Ramos,
2 — A preferência a que se refere o número anterior Secretário de Estado da Saúde.
traduz-se na aplicação de uma bonificação de 0,5 valores
a acrescentar à classificação final obtida no concurso. ANEXO
3 — A preferência a que se refere o presente des- Boas práticas de distribuição de medicamentos
pacho é apenas aplicável no primeiro concurso de de uso humano e de medicamentos veterinários
ingresso a realizar.
1 — Pessoal:
Ministério da Educação, 21 de Maio de 1998. — 1.1 — Em cada local de distribuição deverá ser
O Ministro da Educação, Eduardo Carrega Marçal Grilo nomeado um representante da gestão com autoridade
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e responsabilidade definidas para assegurar que o sis- cífica) devem ser imediatamente identificados e arma-
tema de qualidade seja concretizado e mantido, devendo zenados de acordo com as instruções escritas e com
assumir presencialmente essas responsabilidades. Esta as disposições legais relevantes.
pessoa deve ser farmacêutico devidamente habilitado 8 — Armazenamento:
pela Ordem dos Farmacêuticos. 8.1 — Os medicamentos devem ser armazenados em
1.2 — O pessoal responsável envolvido no armaze- locais distintos dos de outras mercadorias e obrigato-
namento de medicamentos deve ter competência e expe- riamente nas condições especificadas pelo fabricante,
riência para assegurar que os produtos ou materiais para evitar a sua deterioração pela luz, humidade ou
sejam adequadamente armazenados e manuseados. temperatura.
1.3 — O pessoal deve receber formação sobre as tare- 8.1.1 — A temperatura e a humidade devem ser perio-
fas que lhe sejam atribuídas, devendo haver um registo dicamente monitorizadas e registadas.
das acções de formação sob responsabilidade do director 8.1.2 — Os registos da temperatura devem ser regu-
técnico. larmente analisados.
2 — Documentação — toda a documentação deve 8.2 — Se for necessária uma temperatura específica
estar acessível às autoridades competentes. de armazenamento, as áreas de armazenamento devem
3 — Encomendas — os grossistas apenas podem estar dotadas de aparelhos de registo da temperatura
abastecer-se junto de entidades autorizadas a comer- ou outros dispositivos que indiquem a não observância
cializar por grosso medicamentos, seja na qualidade de de um intervalo de temperaturas específico.
produtores, grossistas ou importadores. 8.2.1 — O controlo deve ser adequado para manter
4 — Procedimentos: todas as partes da área de armazenamento dentro do
4.1 — Deverão existir procedimentos escritos que intervalo de temperaturas especificado.
descrevam as várias operações susceptíveis de afectar 8.3 — As instalações de armazenamento devem estar
a qualidade dos produtos ou da actividade de distri- limpas e sem detritos, poeiras e agentes infestantes,
buição: recepção e verificação das remessas, armaze- devendo ser adoptadas precauções especiais contra os
namento, limpeza e manutenção das instalações derrames, roturas, microrganismos e contaminação cru-
(incluindo o controlo de agentes infestantes), registo zada, se for caso disso.
das condições de armazenamento, segurança das exis- 8.4 — Deverá existir um sistema que assegure a rota-
tências em stock e instruções para o seu transporte, reti- ção das existências («primeiro entrado, primeiro saído»),
rada das existências para venda, registos, incluindo o sujeito a verificações periódicas frequentes.
registo dos pedidos dos clientes, produtos devolvidos, 8.4.1 — Os produtos com o prazo de validade a dois
planos de recolha, etc. meses do seu termo, ou com esse prazo já ultrapassado,
4.2 — Estes procedimentos devem ser aprovados, devem ser separados das existências utilizáveis, não
assinados e datados pelo director técnico. devendo ser vendidos ou fornecidos, mas imediatamente
5 — Registos: devolvidos ao fornecedor.
5.1 — Os registos devem ser efectuados simultanea- 8.5 — Os medicamentos cuja embalagem tenha sido
mente com as operações que lhes dão lugar e por forma danificada ou relativamente aos quais haja suspeita de
que seja possível reconstituir todas as actividades ou contaminação devem ser retirados das existências
acontecimentos significativos e devem ser mantidos comercializáveis, e, caso não sejam imediatamente des-
durante pelo menos cinco anos. truídos, devem ser conservados numa área claramente
5.2 — Devem ser mantidos registos de todas as com- separada por forma a não serem vendidos por engano,
pras e vendas, os quais devem indicar a data da compra nem contaminarem outras mercadorias.
ou fornecimento, o nome do medicamento e a quan- 9 — Fornecimentos aos clientes:
tidade recebida ou fornecida, bem como o nome e 9.1 — Apenas devem ser efectuados fornecimentos a
morada do fornecedor ou destinatário. outros grossistas autorizados ou a entidades habilitadas
5.2.1 — No que respeita às transacções entre fabri- ou autorizadas a adquirir medicamentos.
cantes, importadores, exportadores e distribuidores por 9.2 — Para todos os fornecimentos a uma entidade
grosso, os registos devem assegurar a identificação da autorizada ou habilitada a adquirir medicamentos
origem e destino dos produtos, nomeadamente através deverá existir um documento que possibilite determinar
dos números de lote, por forma que seja possível deter- a data, o nome, a forma farmacêutica e o lote do medi-
minar todos os fornecedores e os potenciais destinatários camento, a quantidade fornecida e o nome e morada
de um medicamento. do fornecedor e do destinatário.
6 — Instalações e equipamento — as instalações e 9.3 — Em observação do dever de serviço público,
equipamento devem ser adequados para a conservação e para acorrer a casos de emergência declarada pelas
e distribuição de medicamentos. Os dispositivos de entidades oficiais, todos os intervenientes no sistema
monitorização devem estar calibrados. de distribuição deverão estar em condições de fornecer
7 — Recepção: imediatamente os medicamentos que regularmente for-
7.1 — As áreas de recepção devem proteger as remes- necem às entidades habilitadas ou autorizadas a adquirir
sas em relação ao mau tempo. medicamentos.
7.1.1 — A área de recepção deve ser separada da de 9.4 — Os medicamentos devem ser transportados em
armazenamento. todo o seu circuito por forma que:
7.1.2 — As remessas devem ser examinadas quando
da recepção para se verificar se os contentores não estão a) Não se perca a sua identificação;
danificados e se a remessa corresponde à encomenda. b) Não contaminem nem sejam contaminados por
7.2 — Os medicamentos sujeitos a medidas de arma- outros produtos ou materiais;
zenamento específicas (como os estupefacientes e os c) Sejam adoptadas precauções especiais contra o
que exigem uma temperatura de armazenamento espe- derrame, a rotura ou o roubo;
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d) Estejam em condições de segurança e não sejam 11.5 — A recolha, comunicada por escrito e aprovada
sujeitos a condições inapropriadas de calor, frio, pelo titular da autorização de introdução no mercado
luz, humidade ou outros factores adversos, nem ou, se for caso disso, pelas autoridades competentes,
à acção de microrganismos ou agentes infes- deve indicar se abrange também o sector retalhista.
tantes. 11.5.1 — A comunicação deve solicitar que os pro-
dutos a devolver sejam imediatamente retirados dos
9.5 — Os medicamentos que necessitem de controlo depósitos de produtos comercializáveis e armazenados
da temperatura durante o armazenamento devem igual- numa área separada própria, até que sejam devolvidos
mente ser transportados em condições especiais ade- de acordo com as instruções do titular da autorização
quadas. de introdução no mercado.
10 — Devoluções de medicamentos não defeituosos: 12 — Medicamentos falsificados — os medicamentos
10.1 — Para evitar a sua redistribuição, os medica- falsificados presentes na rede de distribuição devem
mentos sem problemas de qualidade que sejam ou manter-se separados dos restantes medicamentos para
tenham de ser devolvidos devem ser separados das exis- evitar confusões, devendo a sua rotulagem indicar cla-
tências comercializáveis até que seja adoptada uma deci- ramente que não se destinam a ser comercializados. As
são quanto ao seu destino. autoridades competentes e o titular da autorização de
10.2 — Os produtos que tenham deixado de ser con- introdução no mercado do produto original devem ser
trolados pelo grossista apenas poderão regressar às exis- imediatamente informados.
tências comercializáveis se cumulativamente se verifi- 13 — Disposições especiais relativas aos produtos
carem as seguintes condições: classificados como não comercializáveis — qualquer
operação de devolução, rejeição ou recolha e recepção
a) As mercadorias estiverem nos respectivos con- de produtos falsificados deve ser devidamente registada,
tentores originais e estes não tiverem sido aber- devendo os registos estar à disposição das autoridades
tos e se encontrarem em boas condições; competentes.
b) Se apurar que as mercadorias estiveram arma- 13.1 — Em qualquer dos casos deve ser adoptada uma
zenadas e foram manuseadas de modo ade- decisão formal, documentada e registada sobre o destino
quado; destes produtos.
c) O período remanescente até ao fim do prazo 13.2 — O director técnico e, se for caso disso, o titular
de validade for aceitável; da autorização de introdução no mercado devem par-
d) Tiverem sido examinados e analisados pelo ticipar no processo de tomada de decisões.
director técnico. Esta avaliação deve atender à 14 — Auto-inspecções — devem ser efectuadas e
natureza do produto, às eventuais condições de registadas auto-inspecções para monitorizar a imple-
armazenamento de que necessita e ao tempo mentação e observância das presentes normas.
decorrido desde que foi enviado. Deverá pres- 15 — Fornecimento de informações aos Estados
tar-se especial atenção aos produtos que requei- membros sobre a actividade grossista — os grossistas
ram condições especiais de armazenamento. Se que pretendam ou que se encontrem a distribuir medi-
necessário, haverá que consultar o titular da camentos em Estado(s) membro(s) que não o que emitiu
autorização de introdução no mercado ou a pes- a autorização para o exercício da actividade devem,
soa qualificada junto do fabricante do produto. mediante pedido das autoridades competentes do(s) res-
tante(s) Estado(s) membro(s), colocar ao dispor destas
10.3 — Devem ser mantidos registos das devoluções todos os dados relacionados com a autorização con-
e o director técnico deve aprovar formalmente a rein- cedida no Estado membro de origem, designadamente
tegração das mercadorias nas existências, não devendo os respeitantes à natureza da actividade grossista, ao
essa reintegração comprometer o funcionamento eficaz endereço dos locais de armazenamento de distribuição
do sistema «primeiro entrado, primeiro saído». e, se for caso disso, à área abrangida. Se necessário,
11 — Plano de emergência de recolhas: as autoridades competentes deste(s) outro(s) Estado(s)
11.1 — Deverá existir um procedimento escrito rela- membro(s) comunicarão ao grossista eventuais obriga-
tivo a um plano de emergência para pedidos urgentes ções em termos de serviço público a que estão sujeitos
e não urgentes de recolha, devendo ser designado pelo os grossistas que operem nos respectivos territórios.
director técnico um responsável pela execução e coor-
denação destes pedidos.
11.2 — Todos os pedidos de recolha devem ser regis-
tados na altura em que se efectuem.
11.2.1 — Os registos devem estar à disposição das
REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES
autoridades competentes dos Estados membros em cujo
território os produtos tenham sido distribuídos. Assembleia Legislativa Regional
11.3 — Por forma a assegurar a eficácia do plano de
emergência, o sistema de registo de fornecimentos Resolução da Assembleia Legislativa Regional
deverá possibilitar a identificação e contactos imediatos n.o 11/98/A
de todos os destinatários de um dado medicamento.
Apresentação dos relatórios de execução
11.3.1 — Em caso de pedido de recolha, os grossistas
do Plano Regional de 1997 e 1.o trimestre de 1998
poderão decidir comunicá-lo quer a todos os seus clien-
tes quer apenas aos que tenham recebido o lote objecto A Assembleia Legislativa Regional dos Açores, ao
do pedido. abrigo das disposições estatutárias aplicáveis, aprova a
11.4 — Em caso de recolha de um lote, todos os clien- seguinte resolução:
tes, nacionais ou não, a quem o lote tenha sido dis- 1 — Os relatórios de execução financeira do Plano
tribuído devem ser imediatamente informados. Regional de 1997 relativos ao 1.o trimestre e ao 3.o tri-

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