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O moribundo presidente da Câmara Municipal de Paulo Afonso, mesmo

com o pé na cova não toma jeito, veja senhores o tamanho do respeito


que esse cidadão tem ao povo de Paulo Afonso.

Aqui, na íntegra a ação contra ele que foi dada entrada na Câmara de
Vereadores no dia 07/04/2010 e até hoje, o moribundo pé na cova não
levou ao plenário para apresentar, sabem porque? Porque ele sabe que
não sairá impune dos seus desmandos, ele sabe também que agora vai
pagar por todos os desfalques que pratica na Câmara desde a sua primeira
gestão à frente daquela casa. No que depender do povo de Paulo Afonso,
ele nunca mais se elegerá a nada, porque como é um parasita, não tem
coragem de trabalhar, ser vereador prá ele é profissão e meter a mão no
erário público é hábito.

Segue o documento:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA CÂMARA DE


VEREADORES DO MUNICÍPIO DE PAULO AFONSO – ESTADO DA
BAHIA.

”De tanto ver triunfar as nulidade, de tanto


ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer
a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os
poderes nas mãos dos maus, o homem
chega a desanimar da virtude, a rir-se da
honra, a ter vergonha de ser honesto”.

Ruy Barbosa

ERIVAN SOARES DOS SANTOS, brasileiro,


casado, comerciante, portador da RG. Nº. 859719, SSP/AL, CPF. Nº.
467.304.865-20, Título Eleitoral Nº. 1096848005-07, seção 282, da 084ª
Zona Eleitoral do Município de Paulo Afonso, Bahia, residente e
domiciliado na Rua Caxanga, 307, Bairro BTN-II, CEP. 48.600-000, Paulo
Afonso Bahia, (doc. anexos), vem ante Vossa Excelência com fulcro no
inciso I do art. 5º, e Parágrafo 1º, do art. 7º. do Decreto Lei nº. 201, de 27

de fevereiro de 1967, DENUNCIAR o Senhor ANTONIO


ALEXANDRE DOS SANTOS Vereador e Presidente da Câmara
de Vereadores do Município de Paulo Afonso (2009 a 2010) por estar se
utilizando do mandato para a prática de atos de corrupção e improbidade
administrativa, pelas razões de fato e de direito que a seguir expõe.

DOS FATOS

O gestor da Câmara Municipal de Paulo Afonso


Vereador ANTONIO ALEXANDRE DOS SANTOS desde que assumiu a
direção desta honrosa Casa Legislativa vem cometendo uma série de
irregularidades e desmandos, como abaixo se descreve:

PAGAMENTO ILEGAL E IRREGULAR DE


DIÁRIAS A VEREADOR E SERVIDORES DA
CÂMARA MUNICIPAL DE PAULO AFONSO

O Vereador e Presidente da Câmara Municipal de Paulo


Afonso ANTONIO ALEXANDRE DOS SANTOS – recebeu a título de
pagamento de 64 (SESSENTA E QUATRO) diárias efetuadas no ano de
2.009 nos meses e dias abaixo relacionados à importância de R$
22.560,00 (VINTE E DOIS MIL E QUINHENTOS E SESSENTA REAIS).

 As 05 (CINCO) DIÁRIAS do Presidente da Câmara do mês de


JANEIRO/2009 que tiveram início no dia 21/01/2009, QUARTA-
FEIRA prolongou-se até o dia 25/01/2009 DOMINGO.
 As 03 (TRES) DIÁRIAS do Presidente da Câmara do mês de
FEVEREIRO/2009 que tiveram início no dia 06/02/2009, SEXTA-
FEIRA prolongou-se até o dia 08/02/2009 DOMINGO.

 As 04 (QUATRO) DIÁRIAS do Presidente da Câmara do mês de


FEVEREIRO/2009 que tiveram início no dia 20/02/2009, SEXTA-
FEIRA prolongou-se até o dia 23/02/2009 SEGUNDA-FEIRA, ai
incluso o SABADO E O DOMINGO.

 As 04 (QUATRO) DIÁRIAS do Presidente da Câmara do mês de


ABRIL/2009 que tiveram início no dia 07/04/2009, SABADO
prolongou-se até o dia 10/04/2009 TERÇA-FEIRA, iniciando-se no
SABADO E NO DOMINGO.

Como se pode observar pelo acima descrito o Vereador


ANTONIO ALEXANDRE DOS SANTOS usou e abusou das prerrogativas
do cargo de Presidente da Câmara para através do instituto de diárias
incorporar numerário indevido aos seus vencimentos.

O servidor ROBERTO FREIRE recebeu a título de


pagamento de 52 (CINQÜENTA E DUAS) diárias efetuadas no ano de
2.009 nos meses e dias abaixo relacionados à importância de R$
16.200,00 (DEZESSEIS MIL E DUZENTOS REAIS):

 As 05 (CINCO) DIÁRIAS do servidor ROBERTO FREIRE para


acompanhar o Presidente da Câmara no mês de JANEIRO/2009 que
tiveram início no dia 21/01/2009, QUARTA-FEIRA prolongou-se até
o dia 25/01/2009 DOMINGO.

 As 04 (QUATRO) DIÁRIAS do servidor ROBERTO FREIRE para


acompanhar o Presidente da Câmara do mês de ABRIL/2009 que
tiveram início no dia 07/04/2009, SABADO prolongou-se até o dia
10/04/2009 TERÇA-FEIRA, iniciando-se no SABADO E NO
DOMINGO.
 As 04 (QUATRO) DIÁRIAS do servidor ROBERTO FREIRE do mês
de SETEMBRO/2009 que tiveram início no dia 25/09/2009, SEXTA-
FEIRA prolongou-se até o dia 28/09/2009 SEGUNDA-FEIRA, ai
incluso o SABADO E DOMINGO.
Como fez o seu chefe Vereador ANTONIO
ALEXANDRE DOS SANTOS e por ordem deste o servidor ROBERTO
FREIRE também usou do instituto de diárias para incorporar numerário
indevido aos seus vencimentos como funcionário da Câmara de
Vereadores de Paulo Afonso.

O servidor MÁRIO XAVIER recebeu a título de


pagamento de 29 + X diárias efetuadas no ano de 2.009 nos meses e dias
abaixo relacionados à importância de R$ 10.800,00 (DEZ MIL E
OITOCENTOS REAIS):

A servidora MARIA GORETE MOREIRA recebeu a título de pagamento de


17 (DESSESETE) diárias efetuadas no ano de 2.009 nos meses e dias
abaixo relacionados à importância de R$ 4.080,00 (QUATRO MIL E
OITENTA REAIS):

 As 04 (QUATRO) DIÁRIAS da servidora MARIA GORETE


MOREIRA do mês de JUNHO/2009 que tiveram início no dia
18/06/2009, QUINTA-FEIRA prolongou-se até o dia 21/06/2009
DOMINGO, ai incluso o SABADO E DOMINGO.

A exemplo do seu chefe Vereador ANTONIO


ALEXANDRE DOS SANTOS e por ordem deste a servidora MARIA
GORETE MOREIRA também usou do instituto de diárias para incorporar
numerário indevido aos seus vencimentos como funcionária da Câmara de
Vereadores de Paulo Afonso.

A servidora SOLANGE ALVES DA SILVA recebeu a


título de pagamento de 32 (TRINTA E DUAS) diárias efetuadas no ano de
2.009 nos meses e dias abaixo relacionados à importância de R$ 9.480,00
(NOVE MIL QUATROCENTOS E OITENTA REAIS):

 As 03 (TRES) DIÁRIAS da servidora SOLANGE ALVES DA SILVA


do mês de ABRIL/2009 que tiveram início no dia 24/04/2009,
SEXTA-FEIRA prolongou-se até o dia 26/04/2009 DOMINGO, ai
incluso o SABADO E DOMINGO.
Tal qual o seu chefe Vereador ANTONIO ALEXANDRE
DOS SANTOS e por ordem deste a servidora SOLANGE ALVES DA
SILVA também usou do instituto de diárias para incorporar numerário
indevido aos seus vencimentos como funcionária da Câmara de
Vereadores de Paulo Afonso.

A servidora ELISANDRA PATRICIA BEZERRA


recebeu a título de pagamento de 22 (VINTE E DUAS) diárias efetuadas
no ano de 2.009 nos meses e dias abaixo relacionados à importância de
R$ 5.760,00 (CINCO MIL SETECENTOS E SESSENTA REAIS):

 As 03 (TRES) DIÁRIAS da servidora ELISANDRA PATRICIA


BEZERRA do mês de ABRIL/2009 que tiveram início no dia
08/04/2009, QUARTA-FEIRA prolongou-se até o dia 10/04/2009
SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO. (FERIADO) .

Tal qual o seu chefe Vereador ANTONIO ALEXANDRE


DOS SANTOS e por ordem deste a servidora ELISANDRA PATRICIA
BEZERRA também usou do instituto de diárias para incorporar numerário
indevido aos seus vencimentos como funcionária da Câmara de
Vereadores de Paulo Afonso.

A Câmara de Vereadores de Paulo Afonso sob a


presidência do Vereador ANTONIO ALEXANDRE DOS SANTOS gastou
em diárias no ano de 2009, com o Presidente e funcionários a importância
de R$ 68.880,00 (SESSENTA E OITO MIL E OITOCENTOS E OITENTA
REAIS).
A nossa Carta Magna traz no seu bojo, precisamente no
caput do art. 37, que “A administração pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência...””

No caso do Vereador e Presidente da Câmara Municipal


de Paulo Afonso ANTONIO ALEXANDRE DOS SANTOS e dos Servidores
do Legislativo ROBERTO FREIRE, MARIO XAVIER, MARIA GORETE
MOREIRA, SOLANGE ALVES DA SILVA e ELIZANDRA PATRICIA
BEZERRA as suas atitudes põe abaixo dois desses princípios basilares
que são o da LEGALIDADE e o da MORALIDADE, que são os chamados
valores éticos do Regime Democrático / Republicano
Como é ressabido, o Direito é um sistema composto de
princípios e normas. No caso em análise, não se trata de princípios gerais
de direito, mas ofensa a princípios constitucionais explícitos,
consubstanciados na norma do art. 37 da CF de 1988. Segundo Miguel
Reale (in “Filosofia do Direito", Saraiva, pag. 60), os princípios estão para a
ciência do direito como as vigas e as colunas estão para um edifício. Os
princípios insculpidos no art. 37 da CF são, portanto, as colunas, as vigas
que dão suporte à administração pública . Destarte, descumprir um
princípio é muito mais nefasto do que descumprir uma regra, devido aos
efeitos negativos generalizados gerados pelo descumprimento.

DO PRINCÍPIO DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA

Celso Antônio Bandeira de Mello vincula o princípio da


moralidade administrativa à ética: "De acordo com o princípio da
moralidade, a Administração e seus agentes têm de atuar na conformidade
de princípios éticos. Violá-los implicará violação ao próprio Direito,
configurando ilicitude que as sujeita a conduta viciada a invalidação,
porquanto tal princípio assumiu foros de pauta jurídica, na conformidade do
art. 37 da Constituição".

Bandeira de Melo ensina que o princípio da moralidade


está ainda vinculado aos princípios da lealdade e boa-fé: "Segundo os
cânones da lealdade e da boa-fé, a Administração haverá de proceder em
relação aos administrados com sinceridade e lhaneza, sendo-lhe interdito
qualquer comportamento astucioso, eivado de malícia, produzido de
maneira a confundir, dificultar ou minimizar o exercício de direitos por parte
dos cidadãos".

Hely Lopes Meirelles ressalta que a moralidade


administrativa é condição de validade dos atos administrativos e cita
julgado do Tribunal de Justiça de São Paulo: "o controle jurisdicional se
restringe ao exame da legalidade do ato administrativo, mas por legalidade
ou legitimidade se entende não só a conformação do ato com a lei, como
também com a moral administrativa e com o interesse coletivo".

Daí que DEMÓCRITO RAMOS REINALDO, Ministro do


STJ, em trabalho intitulado "O PRINCÍPIO DA MORALIDADE NA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA", publicado na Revista dos Tribunais n. 711/
17, desenvolve o tema com inegável acerto, nestes termos :

"Os princípios serão sempre aplicáveis , ainda que o sejam em


suas funções inibidoras e desconstitutivas de atos que os
infrinjam, sejam estes normativos ou concretos, diferentemente
dos preceitos, que podem ter toda a sua exeqüibilidade
deferida. A função "sistêmica" que permite ligar ou cimentar
objetivamente todo o sistema constitucional , com uma
identidade irradiante e que se dirige a todos, indistintamente,
legisladores, administradores e juízes, pois é por ela que se
expressa a opção moral do legislador constituinte; a função
"inibidora", com eficácia impeditiva de prática de qualquer ato
que contraria o princípio adotado. Dirige-se igualmente a todos,
sem exceção. O constituinte jurisdicizou a "moralidade",
definindo-a como princípio para viger paralelamente ao da
legalidade. O legislador constituinte, ao instituir o princípio da
moralidade não cuidou de mero "reenvio" da norma legal à
norma moral, mas atribuiu à moralidade administrativa
relevância jurídica, de eficácia plena e mandamentalmente
autônoma - e de vida própria. Há de se distinguir a ordem
jurídica positiva, que caracteriza a legalidade, da ordem jurídica
positiva, que caracteriza a moralidade ambas compondo a
mesma ordem jurídica integral, porque "nem tudo que é legal é
moral". Decorre daí que não basta que o administrador se
atenha ao estrito cumprimento da legalidade, devendo sua
atividade ser balizada e informada pelo princípio ético,
porquanto a declaração de nulidade constitui sanção à
moralidade administrativa (art. 5, XIX) . Cabe pois ao
administrador, ao formar o ato, atender ambos os princípios.
Não importa, ainda, que o ato administrativo seja "vinculado"
(ou regrado) e que tenha preenchido todas as solenidades
previstas em lei. A moralidade alcança os atos da
administração de qualquer natureza, sejam "regrados" ou
"discricionários". O ato pode ser legal, mas ao mesmo tempo
inconstitucional, incidindo na eiva de inconstitucionalidade".

E prossegue :

“Ouso pensar que, com o advento da nova ordem


constitucional, as teorias sobre “abuso de poder” perderam, em
substância”. O que importa agora, é que a ação do
administrador se componha nos limites da "lei" e da 'moral', em
cumulação. Não importa indagar, ainda, se o ato é 'vinculado'
ou 'discricionário', ou se, em relação ao último, existiu ou não
desvio de finalidade (ou outros quaisquer vícios). Havendo
afronta ao princípio da moralidade, o ato se inquina de 'nulo',
ipso facto, por contrariar princípio constitucional. Não há aí de
perquirir se houve dano à Administração (ou maltrato ao
interesse público) porque este é presumido juris et de jure. A
nulidade independe de verificação do resultado, porque o ato
'imoral' é ato 'inconstitucional', nulo, ineficaz.
O princípio da moralidade administrativa (art. 37) tampouco
poderia depender da lei que explicitasse o que é ou não moral.
A precisão que se exige quando se trata de legalidade não tem
cabimento quando se trata de moralidade, pois, de outra forma,
se estaria se subsumindo um ao outro princípio, tornando-se
ocioso falar-se em moral administrativa. Sob esse critério, têm
eficácia desconstitutivas sobre atos, contratos, e atos
administrativos complexos praticados com violação da
moralidade administrativa, os preceitos do art. 5, LXVIII, LXIX,
LXXIII e o princípio do art. 37. Serão nulos de pleno direito,
ainda que legais, abrangendo a desconstituição de todos os
efeitos deles esperados".

E concluindo com inegável acerto:

"O reconhecimento do fato moral (atos administrativos), na


inteligência do princípio constitucional (art. 37), não se faz,
somente, sob a ótica da intenção do administrador, ou
mediante a investigação se tenha obrado de boa ou má fé. Não
são válidos, no processo de avaliação, o resultado, as
conseqüências, do ato (dano à administração). A moralidade,
portanto, é a condizente à moral comum, a do homem médio, a
que está em consonância com a cultura, costumes, e hábitos
sociais. Atos morais são os acatados pela sociedade, porque
se fundam em regras comuns e iguais a todos, são de
interesse geral e se afinam com o respeito à ordem natural das
coisas. A sociedade repudia, sempre, os provimentos
administrativos personalizados, individualizados, que se sabe ,
prima facie, protecionista de pessoas ou grupos e não
isonômicos. A motivação do ato, o desvio de finalidade, e o
dano do interesse público, constituem, todavia, elementos
informadores e adjutórios na aferição da moralidade
administrativa”.

Portanto, a antiga alegação de que o ato precisa ser


ilegal e causar prejuízos ao Erário para ser anulado não mais prevalece a
partir da promulgação da CF de 1988. Basta que o ato administrativo seja
imoral para ser passível de anulação. A moralidade administrativa tem
"relevância jurídica e eficácia plena e é mandamentalmente autônoma -
com vida própria”.

Pode parecer ao desavisado tema insignificante.


Contudo, trata-se de questão relevante para o regime democrático. E a
conduta do Vereador e Presidente da Câmara Municipal de Paulo Afonso
ANTONIO ALEXANDRE DOS SANTOS e seus subordinados solapa
valores éticos do regime republicano ao misturar e colocar no mesmo saco
o público com o privado. Bens públicos não devem ser tratados como se
fosse propriedade particular. Tal proceder implica em ofensa a todo um
sistema de comandos constitucionais e violações aos princípios da
legalidade, da igualdade, da finalidade, da motivação, da moralidade, da
impessoalidade, da segurança jurídica e do interesse público,
consagrados pelo regime republicano-democrático-liberal. Ao decidir por
acatar a presente DENUNCIA o Plenário da Câmara de Vereadores de
Paulo Afonso, Bahia, estará projetando para o futuro o alcance e a
validade desses princípios, informativos do carácter democrático de um
povo. Aliás, como disse Confúcio "não são os princípios que dão grandeza
ao homem. É o homem que dá grandeza aos princípios". Então, se espera
que esse egrégio Órgão Legislativo saiba dar grandeza aos princípios
democráticos/republicanos. Ela irá ensinar ao povo que não se deve
mesclar o público com o privado; que a coisa pública deve ser sagrada e
tratada efetivamente como "res pública" e como nos ensinaram Benjamim
Constant, Rui Barbosa, Alexis De Tocqueville, Tomas Jefferson, George
Washington, Kant, Voltaire e demais paladinos da moderna república
democrática/liberal.

Desta forma pelo acima exposto, desde a sua posse


como Presidente da Câmara de Vereadores de Paulo Afonso o Vereador
ANTONIO ALEXANDRE DOS SANTOS ao utilizar-se do subterfúgio de
incorporar aos seus vencimentos “pseudas” diárias, como também aos
vencimentos dos funcionários da Câmara Municipal ROBERTO FREIRE,
MARIO XAVIER, MARIA GORETE MOREIRA, SOLANGE ALVES DA
SILVA e ELIZANDRA PATRICIA BEZERRA, além de ser ilegal é imoral.
Devendo esta egrégia casa, através dos senhores Vereadores aqui
presentes dar um basta, acatando a presente denúncia, para ao final
cassar o seu mandato, por ser de inteira Justiça.

Da mesma forma, é induvidosa a incidência da Lei de


Improbidade Administrativa, Lei nº 8.429/92, em seu art. 9º, que trata dos
atos que importam enriquecimento ilícito, art. 10, dos atos que causam
prejuízo ao erário, art. 11, dos atos que atentam contra os princípios da
administração pública.

a) CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO


PÚBLICA

O art. 11, da Lei nº 8.429/92, dispõe que:

Art.11. Constitui ato de improbidade


administrativa que atenta contra os
princípios da administração pública
qualquer ação ou omissão que viole
os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade e lealdade
às instituições...". No seu inciso I,
ainda diz que "praticar ato visando
fim proibido em lei ou regulamento
ou diverso daquele previsto na regra
de competência.

O referido inciso I menciona que o agente público que


pratica ato administrativo com fim ilegal, desvio de finalidade ou que
extrapola suas atribuições, ciente estará do objetivo ilícito ou da violação
da regra de competência. Sendo exatamente a conduta do gestor
municipal “in Causa”.

De acordo com o imortal Doutrinador Hely Lopes


Meirelles, o desvio de finalidade é a violação ideológica da Lei, senão
vejamos, in verbis:

“ O desvio de finalidade ou de poder é,


assim, a violação ideológica da lei, ou, por
outras palavras, a violação moral da lei,
colimando o administrador públicos fins
não queridos pelo legislador, ou
utilizando motivos e meios imorais para a
prática de um ato administrativo
aparentemente legal. Tais desvios
ocorrem (...).
O ato praticado com desvio de finalidade
– como todo ato ilícito ou imoral – ou é
consumado às escondidas ou se
apresenta disfarçado sob o capuz da
legalidade e do interesse público.”

b) QUE IMPORTAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

O art. 9º, da Lei n 8.429/92, já dispõe que "constitui ato


de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito qualquer
tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo,
mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas...",
estatuindo no seu inciso I que constitui este ato "receber, para si ou para
outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem
econômica, direta ou indiretamente, a título de comissão, percentagem,
gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que
possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das
atribuições do agente público".

DO PREJUÍZO AO ERÁRIO PÚBLICO - LESIVIDADE DO ATO

O art. 10, da Lei n 8.429/92, trata dos atos de


improbidade administrativa que causam prejuízo ao erário e assim
estabelece que:

Art. 10 Constitui ato de improbidade


administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa,
que enseje perda patrimonial, desvio,
apropriação, malbaratamento ou dilapidação
dos bens ou haveres das entidades
mencionadas no art. 1º desta Lei, e
notadamente:

I – facilitar ou concorrer por qualquer forma


para a incorporação ao patrimônio particular,
de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas,
verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art.
1º desta Lei;

‘A conduta do agente público, intencionalmente, torna


fácil, possível, que não opõe óbice à incorporação indevida no momento
que forjou o recebimento de diárias para si e para seus funcionários,
havendo desta forma o nexo entre a incorporação indevida e a atuação
funcional dolosa do gestor.

Ora, a lesão ao patrimônio público é notória e de fácil


constatação, vez que conforme ficou demonstrado.

Deste modo, o denunciado, agindo de má-fé e de forma


ilegal, desviou dinheiro público, de qualquer forma, permitiu, facilitou, ou
concorreu para que ocorresse tal locupletação indébita.

Assim sendo, o denunciado agiu de forma imoral


administrativamente, uma vez que atuou em plena consciência da
ilegalidade do ato, mesmo porque, os motivos ensejadores de simular as
diárias, tipificam uma conduta desconforme com a singela e fria letra da
Lei. Esta conduta denota uma subversão das finalidades administrativa,
seja pelo uso nocivo do Poder Público, seja pela omissão indevida de
atuação funcional, decorrendo a desonestidade e deslealdade no
desempenho das suas atividades públicas.

Diante dos fatos e das provas o Vereador e Presidente


da Câmara Municipal de Paulo Afonso ANTONIO ALEXANDRE DOS
SANTOS está incurso no inciso I, e III do art. 7º. do Decreto-Lei Nº. 201 de
27 de fevereiro de 1967, por utilizar-se do mandato para a prática de
corrupção e de improbidade administrativa, aliada ainda, a falta de decoro
parlamentar, como restou provado no descrito acima.
DO DIREITO:

LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE PAULO AFONSO

Art. 26 – Perde o mandato o Vereador:

I–

II – que tiver procedimento considerado incompatível com o


decoro parlamentar;

Parágrafo 1º - É incompatível com o decoro parlamentar,


além dos casos definidos no Regimento interno, o abuso de
prerrogativas asseguradas aos Vereadores ou a percepção
de vantagens indevidas.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
“Art. 37 – A administração pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:”

DECRETO-LEI Nº. 201 DE 27 DE FEVEREIRO DE 1967

Art. 7º - A Câmara poderá cassar o mandato de Vereador,


quando:

I – Utilizar-se do mandato para a prática de atos de


corrupção ou de improbidade administrativa.

II - Fixar residência fora do Município;

III - Proceder de modo incompatível com a dignidade da


Câmara ou faltar com o decoro na sua conduta pública.

§ 1º - O processo de cassação de mandato de Vereador é,


no que couber, o estabelecido no art. 5º deste Decreto-lei.

Art. 5º. – O processo de cassação do mandato do Prefeito


pela Câmara, por infrações definidas no artigo anterior,
obedecerá ao seguinte rito, se outro não for estabelecido
pela legislação do Estado:

I – A denúncia escrita da infração poderá ser feita por


qualquer eleitor, com a exposição dos fatos e a indicação
das provas. Se o denunciante for Vereador, ficará
impedido de votar sobre a denúncia e de integrar a
Comissão processante, podendo, todavia, praticar todos os
atos de acusação. Se o denunciante for o Presidente da
Câmara, passará a Presidência ao substituto legal, para os
atos do processo, e só votará se necessário para
completar o quorum de julgamento. Será convocado o
suplente do Vereador impedido de votar, o qual não
poderá integrar a Comissão processante.

II – De posse da denúncia, o Presidente da Câmara, na


primeira sessão, determinará sua leitura e consultará a
Câmara sobre o seu recebimento. Decidido o recebimento,
pelo voto da maioria dos presentes, na mesma sessão
será constituída a Comissão processante, com três
Vereadores sorteados entre os desimpedidos, os quais
elegerão, desde logo, o Presidente e o Relator.

III – Recebendo o Processo, o Presidente da Comissão


iniciará os trabalhos, dentro em cinco dias, notificando o
denunciado, com a remessa de cópia da denúncia e
documentos que a instruírem, para que, no prazo de dez
dias, apresente defesa prévia, por escrito, indique as
provas que pretende produzir e arrole testemunhas, até o
máximo de dez. Se estiver ausente do Município, a
notificação far-se-á por edital, publicado duas vezes, no
órgão oficial, com intervalo de três dias, pelo menos,
contado o prazo da primeira publicação. Decorrido o prazo
de defesa, a Comissão processante emitirá parecer dentro
em cinco dias, opinando pelo prosseguimento ou
arquivamento da denúncia, o qual, neste caso, será
submetido ao Plenário. Se a Comissão opinar pelo
prosseguimento, o Presidente designará desde logo, o
início da instrução, e determinará os atos, diligências e
audiências que se fizerem necessários, para o depoimento
do denunciado e inquirição das testemunhas.

IV – O denunciado deverá ser intimado de todos os atos


do processo, pessoalmente, ou na pessoa de seu
procurador, com a antecedência, pelo menos, de vinte e
quatro horas, sendo-lhe permitido assistir as diligências e
audiências, bem como formular perguntas e reperguntas
as testemunhas e requerer o que for de interesse da
defesa.

V – Concluída a instrução, será aberta vista do processo


ao denunciado, para razões escritas, no prazo de cinco
dias, e após, a Comissão processante emitirá parecer
final, pela procedência ou improcedência da acusação, e
solicitará ao Presidente da Câmara, a convocação de
sessão para julgamento. Na sessão de julgamento, o
processo será lido, integralmente, e, a seguir, os
Vereadores que o desejarem poderão manifestar-se
verbalmente, pelo tempo máximo de quinze minutos cada
um, e, ao final, o denunciado, ou seu procurador, terá o
prazo máximo de duas horas, para produzir sua defesa
oral.

VI – Concluída a defesa, proceder-se-á a tantas votações


nominais, quantas forem às infrações articuladas na
denúncia. Considerar-se-á afastado, definitivamente, do
cargo, o denunciado que for declarado pelo voto de dois
terços, pelo menos, dos membros da Câmara, em curso
de qualquer das infrações especificadas na denúncia.
Concluído o julgamento, o Presidente da Câmara
proclamará imediatamente o resultado e fará lavrar ata
que consigne a votação nominal sobre cada infração, e, se
houver condenação, expedirá o competente decreto
legislativo de cassação do mandato de Prefeito. Se o
resultado da votação for absolutório, o Presidente
determinará o arquivamento do processo. Em qualquer
dos casos, o Presidente da Câmara comunicará à Justiça
Eleitoral o resultado.

VII - O processo, a que se refere este artigo, deverá estar


concluído dentro em noventa dias, contados da data em
que se efetivar a notificação do acusado. Transcorrido o
prazo sem julgamento, o processo será arquivado, sem
prejuízo de nova denúncia ainda que sobre os mesmos
fatos.

DO PEDIDO:

Pelo acima explicitado requer o autor, que esta casa de


leis, depois de ouvido o Plenário se manifeste pelo acatamento da presente
DENÚNCIA por ter o Senhor ANTONIO ALEXANDRE DOS SANTOS
Vereador e Presidente da Câmara Municipal de Paulo Afonso, Bahia,
cometido às infrações contidas no inciso I, e III do art. 7º do Decreto Lei nº.
201, de 27 de fevereiro de 1967; para na forma do artigo 5º. do citado
diploma legal, instale a competente Comissão Processante, para ao final
seja cassado o seu mandato para o bem de nossa comunidade.

Nestes termos

Pede deferimento,
Paulo Afonso, Bahia, 05 de abril de 2010.

ERIVAN SOARES DOS SANTOS

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