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- #0 ------------------------------
4 Mundo de Kallian
Saiba um pouco mais sobre o
novo cenário de fantasia
medieval fantástico, aventure-se
no mundo de Kallian.
9 Biblioteca dos
Pesquisadores
Direto da sede dos
pesquisadores, os estudos de
uma criatura diferente, o Olho do
Observador
NA CAPA
Ilustração de Douglas Draco
12 Escudo Do Mestre:
Artefatos e Itens mÁgicos
Dicas para utilizar artefatos e
itens mágicos sem arruinar sua
campanha
20 Águas Negras
O terror dos mares de Kallian, um 3 Editorial
dos 12 Sinais profetizados por 19 Bastidores de Kallian
Asgaroth.
Próximos lançamentos de
Kallian em 2010..
24 Tribos da Floresta 29 Como Você pode
Participar de Kallian
Um relato de uma jovem
Saiba de que maneiras você pode
pesquisadora numa das florestas
participar do crescimento do cenário.
mais perigosas de Kallian.

Há anos quando ouvi falar do tal Encontro
Internacional de RPG não fazia a menor ideia
que esse jogo tão diferente (como assim não há
ganhadores ou perdedores?!) iria me envolver
tanto a ponto de me fazer mudar meus hobbies
e definir meus finais de semana em memoráveis
e divertidas sessões de jogo.
Não sabia também que um enorme prazer em
criar e escrever se manifestaria e foi assim,
criando e escrevendo aventuras para meus
amigos que surgiram as primeiras sementes de
um novo mundo.
Um nome de reino (Torkstone, foi o primeiro),
um viajante navegador que atravessa o mar
desconhecido para desbravar um novo
continente, uma ou outra criatura, quando
quase por acidente num “encontro aleatório”
numa banca de jornal conheci um RPGista que
me apresentou seu grupo.
Admirável Mundo Novo
Não podia imaginar que se tornariam meus
grandes amigos. Nem podia saber que eles
também tinham ideias para criar seus próprios
reinos, continentes, mundos.
Mas foi só quando o Leandro Casanova decidiu
mestrar uma aventura para nós situada nesse
continente que eu havia falado (que na época
era só o nome) e usando o recém-criado
arquipélago oriental de Kondor que declaramos
oficialmente que o mundo de Kallian havia
nascido e já nasceu com a promessa de
destruição.
Nos últimos doze anos o mundo foi sendo criado
nas poucas vezes que conseguíamos nos reunir
para jogar e eu aproveitava para escrever, e
escrever muito.
Por várias vezes o Projeto Kallian foi arquivado,
esquecido. Meses e até anos se passaram sem
que jogássemos ou mesmo sem que eu
escrevesse uma linha sequer do cenário.
3
EDITORIAL
Mas sempre que a vontade e inspiração
voltavam eu escrevia mais um pouco, um novo
reino, um novo conceito, uma criatura, qualquer
coisa.
Finalmente o mundo está pronto para ser
apresentado para o público. Não está finalizado,
nem nunca estará, porque Kallian já é um
mundo vivo, com seus próprios caminhos e seu
destino.
Por que estou contando essa história? Porque
tenho certeza que há dezenas de outros
mundos esquecidos em cadernos velhos ou
mesmo nas cabeças de muitos.
E quero que todos esses pensem: Se Kallian
pode por que não eu?Entre, conheça Kallian,
inspire-se e traga a tona novos mundos e novas
sensações e aventuras.
Boa Leitura
Vicente Tavares, editor
 Sejam bem vindos a Kallian.

Um novo cenário de fantasia épica medieval,

desenvolvido para ambientar as mais diversas
aventuras. Faça parte desse mundo e descubra
seus mistérios, desafie seus perigos... Sobreviva
e mude o destino de todo o mundo.

Conheça o continente de Alburg, suas belezas e

seus desafios, sua história e seus segredos. Faça
fama e fortuna...

Navegue pelo Oceano Negro, lute contra os

piratas de Tirênia, ou torne-se um deles.
Conheça o reino de Kondor e aprenda suas
tradições.

Encontre a cura para a Praga, defenda os povos.

Lute pelo Bem e pela Justiça.

Erga um exército de Mortos Vivos, desperte um

deus ancestral.

4
Escolha seu caminho e lute para manter o
Equilíbrio.
Kallian é um mundo em mudança. E um único
personagem pode fazer toda a diferença.
Herói ou vilão?
A cada escolha feita o caminho vai sendo
trilhado, basta decidir qual caminho seguir.
Tons de Cinza
Kallian é um mundo completo em que cada
personagem é único, com seus ideais, medos,
crenças e objetivos.
Dessa forma os conceitos de bem e mal são
muito mais complicados de serem definidos em
Kallian, nem todos os heróis praticam somente
o bem, ou pelo menos, esses atos benignos
podem ter uma segunda interpretação muito
diferente.
Bem e mal, certo e errado, preto e branco.
Se o mestre desejar essa divisão pode ser tão
clara e simples, mas Kallian foi criado para
comportar os milhares tons de cinza entre o
preto e o branco.
Desta forma é possível que haja personagens
bons de raças normalmente malignas, como os
Orcs, por exemplo, ou o oposto: personagens
malignos de raças normalmente boas, como os
Halflings, por exemplo.
À parte essa divisão entre o bem e o mal Kallian
é um mundo de aventuras épicas, ação e intriga
e um mundo onde UM único personagem pode
decidir o destino do mundo todo, seja você esse
personagem.
O Mundo de Kallian
O mundo de Kallian está dividido
geograficamente em continentes e ilhas.
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O antigo continente chamado de continente de
Arania. O novo mundo, que é o continente de
Alburg a oeste de Arania. Ao sul ficam as
temidas Terras Inexploradas que abrigam
criaturas terríveis que se acredita que seja
algum tipo primitivo de dragão.
Há ainda diversos arquipélagos povoados como
o arquipélago pirata de Tirênia e o arquipélago
de Kondor com uma estranha cultura
fortemente baseada em conceitos como
sabedoria, honra e servidão.
Os Doze Sinais
O mundo de Kallian foi criado e é regido pelo
deus supremo Lanzara e seus sete “filhos”, os
deuses Devon, Zago, Raven, Minoro, Marduk,
Hatae e Lamia.
Aliás, muita coisa em Kallian tem sua origem ou
explicação nos deuses. O próprio sol é
representado como o deus Taurit que protege o
mundo contra os demônios de Satal – o plano
inferior – durante o dia enquanto durante a
noite as duas luas do mundo, Lena e Luna,
vigiam incansáveis do céu.
O nome do mundo também tem origem num
deus. Kallian na língua antiga, o Waru, significa
“o sono de Kalli”.
De acordo com o culto Seguidores de Kalli o
deus supremo Lanzara seria na verdade um
vassalo de um deus antigo e deveria criar um
mundo para abrigar esse deus durante seu sono
de 10 mil anos, mas Lanzara teria traído e
aprisionado seu mestre para dominar sobre esse
novo mundo.
Um guerreiro kondoriano chamado Asgaroth foi
quem primeiro falou sobre esse deus verdadeiro
– Kalli – traído e aprisionado por Lanzara.
Mais do que pregar a existência desse deus
antigo aprisionado no fundo do oceano,
Asgaroth profetizou o despertar desse deus o
que desencadearia uma serie de eventos que
culminaria numa nova era.
Asgaroth profetizou doze sinais.
O primeiro desses sinais seria a queda da
muralha de Kondor que acreditava encarcerar o
deus Kalli no fundo do oceano.
De fato a muralha caiu, ao ser atingida por uma
imensa rocha vinda do céu que atingiu o mar e
destruiu completamente a ilha de Sakay no
arquipélago de Kondor. Milhares de pessoas
morreram inclusive o próprio Asgaroth.
Mas seus seguidores prosseguiram propagando
o segundo sinal: as misteriosas Águas Negras
que são imensas manchas negras na água do
mar. As Águas Negras parecem ter vida própria
e destroem tudo e qualquer coisa que
encontrem em seu caminho.
O terceiro sinal profetizado seria uma terrível
Praga que se espalharia por todos os reinos
causando muitas mortes.
Os reinos começaram a acreditar nas palavras
do culto com a mesma velocidade que as
mortes pela Praga começaram a se espalhar.
Os Seguidores de Kalli foram responsabilizados
pela terrível e incurável moléstia e o culto
passou a ser proibido e perseguido em todos os
reinos.
6
Entretanto eles continuam existindo nas
sombras... Propagando que Kalli em breve
despertará com a vinda de outros dois arautos
(o primeiro teria sido Asgaroth).
Se as palavras de Asgaroth forem mesmo
verdadeiras ainda faltam nove sinais...
Os Dragões em Kallian
Em Kallian não existem dragões.
Essas criaturas majestosas foram banidas da
face de Kallian há muito tempo por um grupo de
magos muito poderosos conhecidos como
Feiticeiros da Costa que se sacrificaram para
acabar com os dragões.
Entretanto nem sempre foi assim. Os dragões
viviam em Kallian como a raça mais mágica e
sábia entre todas, mas numa visão os dragões
eram destruídos pelos humanos e houve uma
grande guerra entre os dragões que queriam
destruir os humanos e os que preferiam buscar
novas terras.
Essa guerra acabou dizimando o reino de Magon
e em resposta ao ataque os magos mais
poderosos do mundo se reuniram e baniram
todos os dragões para um mundo distante
cumprindo a visão que os próprios dragões
tiveram sobre seu fim.
Houve, porém um dragão que escapou a este
trágico fim, um proscrito de sua própria raça
que pode ser a única esperança dessas criaturas
retornarem à Kallian.
O Reino dos Orcs
A guerra dos dragões destruiu o reino de Magon
enfraquecendo os humanos e deixando-os a
mercê do ataque dos Orcs que invadiram e
dominaram completamente o reino.
Os poucos humanos que restaram em Magon
vivem uma existência miserável de escravidão e
sofrimento, reduzidos a favelas, guetos e
redutos sempre caçados e torturados.
Organizados e muito inteligentes, os Orcs
desenvolveram um avançado esquema de
tecnologia a vapor para suprir sua
deficiência em magia.
Os únicos Orcs que manipulam magia são
os misteriosos e imprevisíveis Maory, os
Orcs Negros.
Hoje Magon é o pior lugar para um
humano viver e dizem os boatos que os
Orcs estão deixando suas guerras internas
para se unir contra os humanos.
Se tais boatos forem verdadeiros então os
reinos vizinhos a Magon terão de
enfrentar o maior ataque órquico já
registrado. Isso sem mencionar as
engenhosas máquinas a vapor destas
criaturas.
7

Os Deuses e as Religiões
Em Kallian, como foi dito muita coisa tem sua
origem nos deuses, dessa forma não é de
estranhar que esses seres tão poderosos
interajam com os seres de Kallian com certa
freqüência para orientar, direcionar ou até
mesmo punir aqueles que desrespeitam seus
dogmas.
Existem diversos deuses e religiões em Kallian e
o mais poderoso deles é o deus supremo:
Lanzara.
Lanzara é considerado por todos como o deus
criador de todas as coisas.
Apesar de o mundo ter sido criado pelas mãos
dos sete deuses (Devon, Zago, Raven, Minoro,
Marduk, Hatae e Lamia), tudo partiu do poder
de Lanzara. Pelo menos assim acreditam os
povos e assim está descrito no Mito da Criação
escrito pelos elfos.
E depois que os deuses criaram o mundo e as
raças começaram a surgir os primeiros
problemas entre eles.
Lamia, a bela deusa da natureza se casou com
Zago e dessa união surgiu Kiros, o deus dos
dragões, o primeiro deus menor. Isso deixando
Marduk e Hatae enciumados.
E os demais deuses criaram para si consortes e
companhias e novos deuses menores foram
surgindo, até que Lanzara proibiu todos de
criarem novos deuses.
E Marduk e Hatae atacaram Lanzara e o
aprisionaram e tomaram seu poder e
dominaram os demais deuses e todo o povo de
Kallian viveu o período de trevas que ficou
conhecido como a Primeira Era.
Entretanto Lanzara retornou ao poder
encarcerando Hatae, Marduk e todas suas crias
no plano inferior chamado Satal. E tão triste
ficou com o que aconteceu que Lanzara se
afastou de seus filhos ficando isolado no
panteão enquanto os demais deuses viviam no
plano conhecido como Lar dos Deuses.
8
A ambição por poder não é, de forma alguma,
exclusividade dos deuses, os mortais também
almejaram o poder supremo e buscaram
diversas formas de ascender à divindade. Alguns
poucos conseguiram.
Há ainda aqueles que viveram suas vidas
devotadas a um determinado deus ou ideal e
foram abençoados, após sua morte, com poder
e reconhecimento dos deuses e são conhecidos
como meonires, e servem muitas vezes como
avatar do deus a quem representam ou mesmo
um intercessor entre o fiel e o deus.
Os povos cultuam os deuses e seguem seus
dogmas e algumas vezes recebem poderes
sobrenaturais do próprio deus em retribuição a
esse culto, são os clérigos.
Mas os deuses continuam com suas disputas e
intrigas. Seja para dominar o Lar dos Deuses,
seja para dominar Satal ou para dominar Kallian,
ou para se tornarem deuses, todos buscam
poder e alguns estão prestes a conseguir...Ω
Pertencente a família dos temíveis
Observadores, o Olho do Observador é uma
criatura inteligente com organização própria,
mas sem idioma falado.

Essas pequenas criaturas medem cerca de 30

centímetros sendo que 20 desses centímetros
correspondem à cauda da criatura, essa cauda é
articulada sendo usada, ocasionalmente para
agarrar pequenos objetos.

Seu corpo possui uma couraça quase

indestrutível externamente. Na parte inferior do
corpo possuem oito garras que são sua forma de
ataque, já que são inoculadores de veneno
paralisante, em humanos esse veneno imobiliza
a pessoa em 30 minutos, alem da função de
ataque as garras servem para escalar superfícies
com grande velocidade.Essa criatura possui um
único olho central, e não uma dezena como seus
parentes.

9
Como os demais Beholders, o Olho do
Observador pode flutuar graças a um gás, mais
leve que o ar, produzido por quatro glândulas
localizadas na parte posterior do corpo.
Esse gás é chamado de Tiusium e depois de
produzi-lo, fica armazenado em concavidades
ósseas, fazendo-o flutuar naturalmente.
O Olho do Observador é onívoro, alimenta-se de
pequenos animais que ele paralisa com seu
veneno e devora lentamente com sua boca
minúscula próxima das garras. Aprecia
guloseimas como cogumelos, frutas (de
preferência as mais cítricas e acidas), pétalas de
flores e cérebro cru; bebem sangue e água
colorida com tanto prazer quanto vinho
(embora o ultimo leve-o a um estado de
sonolência em questão de poucos minutos).
Diferente das outras espécies de Beholder, essa
criatura é pacifica, não há qualquer problema de
convivência com as outras raças, exceto seus
parentes Beholders, que consideram o Olho do
Observador (chamado por eles de Imnar que
significa "farsante") uma fraude, e não os
reconhece como parte de sua espécie.
O Olho do Observador escolhe aqueles com
quem vai se relacionar com extrema cautela e
usando sua capacidade psíquica de ler as
mentes.
Enganam-se aqueles que pensam que todo Olho
do Observador é bonzinho e pacifico. Como
todas as demais raças de criaturas inteligentes,
eles às vezes se comportam como terríveis
vilões, nesse caso fazendo jus ao titulo de
beholder. Para a alegria de muitos existem
muitos poucos malignos assim.
Um fato curioso é que essas criaturas não
possuem nomes. Entre membros de sua espécie
não há um nome para o individuo, pois como
utilizam apenas comunicação telepática, cada
um possui uma "assinatura psíquica" que o
identifica, sendo assim quando recebem um
nome este terá sido dado por uma outra
espécie, como humanos, elfos e halflings.
É bastante comum, alias, encontrar um Olho do
Observador em companhia dos zelotes, no reino
de Aried.
10
Apesar do seu olho central ser idêntico ao dos
Beholders, este não possui nenhum poder
mágico, nem mesmo o efeito antimágica.
Em compensação, possuem poder psíquico que
utilizam para se comunicar podendo ler mentes
(como o poder mágico) e projetar sua "voz" nas
mentes das criaturas com quem quer se
comunicar.
Além de ler mentes eles podem lançar uma
"rajada mental" capaz de atordoar
temporariamente qualquer um no seu campo
de visão.
Não se sabe ao certo se possuem alguma
proteção mágica ou se é apenas resistência
natural, mas o Olho do Observador é muito
resistente às condições climáticas tais como
fogo, frio, eletricidade, etc.
Por sua resistência alguns artesãos costumam
utilizar sua couraça para a fabricação de
pequenos escudos, partes de armaduras, como
ombreiras, por exemplo, ou armaduras
completas, essas peças são raras e de excelente
qualidade, pois somente os mestres artesãos
são capazes de produzir essas peças.

O gás tiusium de levitação também é utilizado

na produção de diversas poções, soros e
antídotos, especialmente de levitação e queda
suave, e recentemente os Pesquisadores têm
testado o tiusium em poções contra a Praga,
embora não tenha ainda alcançado a cura, essas
poções tem sido eficientes para retardar os
efeitos dessa epidemia mortal.

Desde a criação dos Pesquisadores essas

criaturas têm sido aliadas nos estudos, pois
através de um elo mental, tudo o que o Olho do
Observador vê, o pesquisador também vê, esse
elo mental só poderá ser quebrado pelo Olho do
Observador ou pelo pesquisador, no caso de
morte do pesquisador o olho escolherá outro
para criar o elo.

Hoje existem muitos poucos membros dessa

raça, no máximo dois milhares que estão
espalhados pelos reinos de Torkstone, Aried e
Keminny.Ω

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 Que atire a primeira pedra quem nunca
usou itens mágicos em RPG!

É praticamente impossível pensar em

aventuras de RPG sem a presença de itens
mágicos são parte do pacote.

Todo sistema tem seus itens mágicos, mas

é importante que o mestre saiba como
lidar com tais poderes em aventuras ou
campanhas e somente o mestre tem poder
para permitir ou proibir um artefato ou
item mágico num cenário de campanha,
mesmo que essa decisão seja oposta ao
que consta nos livros oficiais daquele
cenário, portanto não adianta os jogadores
apelões dizerem: "Hei, aqui na pagina 145
diz que existe uma Vorpal +10 com o dono
dessa taverna". A palavra do mestre é
predominante e incontestável.

12

É importante também que os JOGADORES
compreendam que o fato de proibir certas
armas ou itens encantados não mostra, de
maneira nenhuma, antipatia pelos
jogadores, mas sim responsabilidade e
sabedoria por parte do mestre, já que
algumas vezes, a presença de um único
item mágico pode destruir totalmente uma
historia ou uma campanha toda.
Na verdade, muitas vezes uma campanha
pode se basear inteiramente na LENDA de
UM artefato que pode nem ao menos
existir de verdade ou ser algo
completamente diferente daquilo que os
heróis esperavam.
O Senhor dos Anéis, por exemplo, gira em
torno do UM ANEL mágico muito poderoso
que precisa ser destruído.
É difícil entender por que a maioria dos
mestres trata os itens mágicos com tanta
vulgaridade, já que são tão poderosos e
importantes.
Definição
Para entender a importância dos itens
mágicos é preciso entender O QUE são
itens mágicos.
Um item mágico ou artefato ou talismã ou
qualquer que seja o nome que ele receba
é um item imbuído de algum poder para
alguma finalidade cada sistema os trata de
uma maneira.
Os fetiches em Lobisomem, por exemplo,
são armas e objetos dotados de um
ESPÍRITO com poderes e aspectos
apropriados, sendo itens inteligentes que
podem não funcionar se forem
maltratados.
Ou os itens sagrados que podem não
funcionar para propósitos malignos.
Mas, sem duvida é o Dungeons and
Dragons que mais utiliza itens mágicos e
os divide entre item mágico e artefato.
13
A diferença entre um e outro pode ser
apontada por dois detalhes
importantíssimos: quantidade e poder. Um
item mágico é um objeto com algum
poder, mas nunca esse poder será muito
grande, algo simples como atingir mais
fundo causando maior dano (o que em
regra seria +1 ou +2), uma espada ou
adaga com esse poder seria,
proporcionalmente, comum e qualquer rei
poderia ter uma dessas. Se o poder é
menor a quantidade será maior.
Um artefato por outro lado, será um item
único (são chamados de artefatos
maiores) ou em quantidade muito
pequena (chamadas de artefatos
menores). O poder de um artefato é muito
maior que um item mágico, o UM anel de
Senhor dos Anéis, por exemplo, é único e
alem de deixar o usuário invisível,
prolonga a vida entre outros poderes.
Outro ponto em comum nos artefatos é
que eles SEMPRE trazem consigo alguma
desvantagem seja alterar o alinhamento
para maligno ou apenas a cobiça de
personagens poderosos que buscam o
artefato.
Um item mágico pode ser quebrado ou
"desencantado" tornando-se um item
comum; um artefato, no entanto só pode
ser destruído em locais específicos (as
fendas da escuridão infinita) ou com
poderes específicos, mesmo que para isso
seja necessário outro artefato (por
exemplo: a flecha prateada só pode ser
destruída pela espada de Lanzara) e um
artefato não pode ser desencantado,
exceto talvez pelo poder de um deus.
Para facilitar a compreensão podemos
seguir a divisão em categorias proposta
pelo Dungeon Master's Guide (Livro do
Mestre) de Dungeons and Dragon:
"Armaduras e escudos, armas e poções,
anéis, cajados, pergaminhos, varinhas,
bastões e itens diversos". Uma vez que se
tenha dividido em categoria é possível
ainda dividir em tipos: itens amaldiçoados,
inteligentes ou sagrados. Os artefatos,
como foi mencionado são divididos em
artefato maior ou menor dependendo do
poder e quantidade.
Historia
Um artefato ou item mágico sempre terá
sua própria historia ou lenda relatando sua
origem e/ou seus feitos, seus portadores
através dos tempos podem deixar relatos
de onde o encontraram ou como utilizá-lo,
algumas vezes o próprio artefato pode
fornecer essas informações em forma de
flashes do passado, como é o caso da
Witchblade dos quadrinhos.
Um mesmo artefato pode ter diversas
lendas diferentes em vários lugares ou
regiões, essas lendas podem ser tão
diferentes a ponto de serem antagônicas.
Por exemplo, a Espada de Lanzara
poderia, segundo uma lenda, destruir o
demônio Nimas e em outra poderia
invoca-lo.
Lendas nunca são fontes de informações
confiáveis o bastante sobre o artefato (seu
poder, sua forma ou sua finalidade), mas
na maioria das vezes é a única informação
que possuem.
Negociantes espertos podem usar isso
para ganhar dinheiro de aventureiros
menos informados, por exemplo: uma
lenda diz que a Espada de Lanzara é
prateada, com uma esmeralda no cabo e
inscrições numa língua morta na lamina.
Essas características podem ser
reproduzidas gerando uma boa
falsificação, uma magia qualquer pode ser
14
lançada sobre a espada para faze-la
brilhar quando os aventureiros "muito
espertos" lançarem um detectar magias
sobre ela.
Os aventureiros compram a espada por
uma fortuna e vão lutar contra o demônio
Nimas, no combate quando tentam
invocar o poder da espada percebem que
ela não funciona. Com certeza estarão em
sérios apuros.
Junto com a lenda ou historia do item ou
artefato acompanha a descrição deste, o
mestre deve acompanhar a descrição
deste, o mestre deve caprichar na
descrição física do item.
Quando surge um item mágico ou artefato
diante dos personagens eles devem notar,
por eles mesmos, que se trata de algo
especial. Algumas vezes o item é tão
simples e comum que ninguém iria nota-lo
em meio a um tesouro, por exemplo.
Outras vezes o item tem "cara" de mágico,
seja pela presença de runas ou jóias
brilhantes ou outros sinais.
No primeiro caso fica difícil descobrir que
um item é mágico e no segundo caso fica
muito fácil, cabe ao mestre balancear com
cuidado.
Uma opção seria definir que a magia
emana uma força tão poderosa que pode
ser "sentida" por personagens mais sábios
(i. e. maior valor no atributo
correspondente) ou mais sensíveis à
magia. Essa sensação seria algo
indefinível, não sabendo de onde vem ou a
que distancia está, apenas um arrepio
estranho.
Essa pode ser a característica de um
personagem e ele pode nem mesmo saber
que é a presença da magia que lhe causa
isso, dessa forma se ele tivesse consigo
um item mágico ele teria constantemente
uma "sensação esquisita".
dele, apenas no final os personagens ficam
sabendo que o amuleto era, na verdade,
uma espada de aparência bem vulgar sem
nada de especial.
Ou a saga à procura do Amuleto de Devon
sem ao menos saber qual era a forma
dele, apenas no final os personagens ficam
sabendo que o amuleto era, na verdade,
uma espada de aparência bem vulgar sem
nada de especial.
Nome e aparência são, portanto, muito
importantes, é claro que o mestre pode
simplesmente dizer que o personagem
encontrou uma espada +1 ou a espada de
Lanzara.
que se possa lembrar (ou mesmo
pronunciar), enquanto que Amuleto de
Devon ou espada de Lanzara são muito
mais simples.
As lendas podem ser fantasiosas, falsas,
contraditórias até, usar nomes diferentes
para o mesmo item, mas devem manter
algo em comum (a espada de Lanzara
permanece com a esmeralda no cabo, mas
será negra e não prateada) e devem
conter alguma peça de informação
verdadeira sobre o item.

Se a descrição do item é importante, o Mas isso torna o objeto menos importante

nome não fica por menos. É curioso notar
que o nome do artefato NÃO indica,
necessariamente sua forma ou seu poder.
Exemplo disso é a saga de Conan
chamada "Conan e o Feiticeiro" na qual o
cimério procura o lendário OLHO DE
ERLIK, que na verdade é uma pequena
espada presa a uma corrente.
Ou a saga à procura do Amuleto de Devon
sem ao menos saber qual era a forma
e a aventura menos interessante e irreal.
Como foi dito, crie lendas para seus
artefatos e espalhe varias delas durante
toda a campanha, com nome e descrição
da aparência do item, dessa forma os
personagens poderão reconhecer o
Amuleto de Devon quando o encontrarem.
Capriche ao escolher o nome, mas lembre-
se que, deve ser algo fácil de lembrar. O
bastão de Skashlafterrichjay não é algo

15

E aqueles itens mágicos sem muito poder
nem historia magnífica não merecem ficar
esquecidos ou rotulados como espada +1
ou escudo +3. Ao invés disso dê-lhes um
nome simples e uma historia melhor.
Exemplo?
Uma espada +1 poderia se chamar Lamina
da Fúria e ter pertencido a um guerreiro
do caos que morreu empunhando sua
lamina denteada; com sua morte violenta,
seu espírito ficou preso a espada,
arrancando mais sangue de seus
adversários do que espadas normais.
Ou aquele escudo +3 que poderia se
chamar proteção de Trovald. "Trovald foi
um guerreiro da luz que ao combater
demônios foi abandonado por seus
amigos. Seu escudo foi estilhaçado nesse
combate, mas o deus da ordem e da
justiça tocou o escudo reconstruindo-o e
fazendo de Trovald seu guardião".
Historias simples para itens simples e sem
grandes poderes. Mas se você acha que da
muito trabalho criar uma historia de um
parágrafo para cada espada +1 na sua
campanha, precisa verificar se não há
itens mágicos demais na historia...
Em romances (novamente citando o
Senhor dos Anéis), itens mágicos muitas
vezes são apresentados de maneira tão
comum que quase não notamos que são
mágicos. Quem poderia esquecer as
CAPAS ÉLFICAS usadas por Frodo e os
demais ou a COTA DE MALHA de MITHRILL
que Bilbo deu de presente a Frodo?
Em sua descrição não é mencionado que
são mágicos, mas no desenrolar da
historia isso se torna bastante claro. Nos
RPGs não precisa ser diferente.
Uso em Campanha
Através de lendas, livros, magias,
especialistas, etc. os personagens
conseguem determinar qual item tem em
mãos, mas COMO fazê-lo funcionar?
A maioria dos itens esta sempre "ativado",
seu poder se manifesta durante o uso
normal, como uma espada +1 (Lâmina da
Fúria) que causa maior dano SEMPRE que
for usado; em outros casos pode ser
diferente, a ativação do poder depende de
alguma situação ou palavra de comando.
16
Sem essa informação o poder não
funciona ou não funciona corretamente,
para descobrir isso os personagens devem
consultar livros especializados, conversar
com especialistas ou observar o próprio
artefato, uma vez que é comum que
palavras de comando sejam gravadas no
próprio item como, por exemplo, a espada
de Lanzara que carrega em sua Lâmina,
runas que são palavras de comando para
ativar os poderes da espada.
Na verdade alguns artefatos se tornam
inúteis, pois a palavra de comando para
ativar seu poder foi esquecida ou perdida
no tempo, como é o caso do Livro do
Conhecimento Eterno que segundo as
lendas, teria o poder de esclarecer todas
as duvidas sobre quaisquer assuntos, mas
ninguém conhece a palavra de comando.
Nas mãos de mestres habilidosos esse fato
pode ser tema de uma aventura épica a
procura de um pergaminho que contenha
a palavra pra ativar o artefato.
Itens mágicos podem ainda ser feito de
algum material especial, um minério
mágico por si só ou apenas mais
resistente, algumas vezes itens comuns
podem ser tão caros, raros e cobiçados
quanto um item mágico. Cada cenário
oferece seus próprios "materiais
especiais", o Mithrill de O Senhor dos
Anéis, também chamado de prata
verdadeira é muito mais raro, leve e
resistente do que prata comum; nos
quadrinhos temos o famoso Adamantium,
o metal inquebrável; outros exemplos
poderiam ser o Aço Negro que nunca
enferruja ou o cristal inquebrável Glif ou
ainda as Matérias, pedras mágicas feitas
de Mako.
Qualquer item forjado com um desses
materiais seria muito mais caro que um
item comum de excelente qualidade.
Dependendo do cenário e do caso de cada
item de, por exemplo, Mithrill pode ser
único no mundo levando a cobiça por ele a
níveis infinitamente maiores.
Mas usar itens mágicos, apesar de ser
fascinante é muito perigoso, as
possibilidades e a variedade são tão
grandes que a maioria dos mestres pode
não resistir à tentação e incluir artefatos e
itens mágicos demais numa historia ou
campanha, quando isso ocorre o mestre
perde totalmente o controle sobre a
campanha, desafios que levariam tempos
para serem vencidos tornam-se um
obstáculo corriqueiro, exércitos podem ser
massacrados com apenas uma das sete
espadas de Yamashita e dragões não são
páreos para os personagens.
Algumas vezes o absurdo é tão grande
que nem mesmo um deus ou panteão de
deuses pode destruir o chato do
personagem.
Praga Mística
Quando o mestre perde o controle sobre a
quantidade de itens mágicos e artefatos
no cenário alguma coisa TEM que ser feita,
infelizmente não existem muitas opções
sobre esses casos.
Uma opção (mais drástica entre todas as
outras) é o PROGRAMA DE EXTERMÍNIO,
uma aventura suicida impossível de
sobreviver pode ser colocada diante dos
personagens, que mesmo com a infinidade
de itens mágicos que possuem, não
podem vencer. Essa opção é a menos
sabia de todas, pois exige a MORTE
definitiva de todos os personagens.
Outra opção seria um bando de
colecionadores (fanáticos por itens
mágicos) roubar os personagens levando
todos seus itens mágicos ou apenas os
17
mais poderosos, mas essa opção
apresenta o inconveniente de que os
personagens podem derrotar os
colecionadores, se tornando inútil como
alternativa.
Se você for um mestre bem caótico pode
usar a opção FOGO CONTRA FOGO, nesse
caso, se os jogadores possuem uma Holy
Avenger (Vingadora Sagrada) dê aos NPCs
itens poderosos quanto este. Esta opção é
muito arriscada, pois uma vez que o
inimigo seja derrotado e ele ira se
apoderar do item mágico que o adversário
carregava, em pouquíssimo tempo você
terá uma bola de neve impossível de ser
parada... Ou não?
A praga mística é um recurso interessante
para acabar com a inundação de itens
mágicos...
Trata-se de um experimento mal sucedido
de um mago desastrado que ao tentar
invocar um gênio dos planos mais
distantes invocou uma onda mística que
avançou primeiro no seu laboratório e
depois pelo mundo todo.
Essa onda de energia invisível é percebida
por onde passa mas não afeta pessoas,
nem animais e nenhum ser vivo, mágico
ou não. Apenas objetos inanimados
sofreram seus efeitos: a perda da magia...
Itens mágicos menores, sem muito poder,
foram reduzidos a objetos comuns,
pergaminhos mágicos foram apagados.
Apenas itens de grande poder e artefatos
(maiores e menores) escaparam, mas não
ilesos. Há noticias de que seu poder foi
reduzido, alguns pergaminhos e livros de
magia também resistiram intocados.
Ninguém entende por que algumas áreas
misteriosamente permaneceram ilesas e
todos os itens nessa área permaneceram
sem alteração. São locais que a Praga
Mística não afetou de maneira nenhuma.
Essas áreas são conhecidas como
Santuários, mas se algum objeto deixar
essa área perderá sua magia e se tornará
um item comum para sempre.
A praga ainda não se espalhou pelo
mundo todo, mas esta avançando com
velocidade e nada parece capaz de dete-la
e é impossível evita-la ou se esconder,
mesmo nos mais profundos dungeons.
Nada que os personagens façam
adiantará.
Os artefatos permanecem, pois seu
poder é grande o bastante para
resistir a essa praga.
Com a Praga Mística, alem de idéias e
ganchos para muitas e muitas
aventuras o mestre pode restringir a
quantidade e poder dos itens mágicos.
É claro que os detalhes devem ser
adaptados para enquadrar-se melhor
ao mundo da campanha em questão
Os personagens podem, por exemplo,
investigar a origem da Praga através
dos planos ou ir ao encontro do mago
para reverter a onda de energia. Cabe
a cada mestre decidir como será a
Praga Mística em seu mundo
Depois dessas dicas certamente seus
itens mágicos estarão na medida certa
e suas aventuras serão muito mais
interessantes. Ω
18
Em breve...

19
“E o rancor e fúria de Kalli serão
manifestados através das Águas Negras
que avançarão sobre as ilhas como uma
praga...”

Trecho da profecia

O guerreiro kondoriano conhecido como

Yoshikatsu – ou Asgaroth – havia
profetizado doze sinais que seriam o
prenúncio de uma nova era, uma era que
para existir, deveria destruir o mundo
atual e isso seria feito através do „deus
verdadeiro‟ – chamado Kalli – que é o
criador de Lanzara.

O primeiro sinal da profecia de Asgaroth

seria a Queda da Muralha de Kondor, que
durante anos separou a ilha de Sakay.

20
Para garantir que sua profecia se
cumprisse Asgaroth viajou até Torkstone
onde se tornou general do exército real,
mas seu intento era apenas conseguir o
lendário AMULETO DE DEVON, que
segundo as lendas, pode realizar qualquer
desejo.
Asgaroth provou que as lendas eram
verdadeiras ao conseguir invocar dos céus
um meteoro que caiu no mar, derrubando
a Muralha e criando uma onde gigantesca
que destruiu toda a ilha e matando
milhares de inocentes.
Depois que a água do mar voltou ao seu
nível normal o que restou de Sakay eram
apenas escombros. Asgaroth morreu
nesse dia, na ilha, bem como os heróis
ocidentais que tentaram, sem sucesso,
impedi-lo.
Alguns dias depois um navio pesqueiro
voltou aterrorizado para a ilha Akamine
contando a respeito de uma estranha
mancha negra no mar. Segundo o relato
do capitão do navio aquela mancha
avançou violentamente na direção de uma
única e solitária baleia.
A baleia lutou contra a mancha viva que a
envolvia e os tripulantes do navio
afirmaram que jamais viram uma baleia
sofrer tanto como aquela. Após mais de
uma hora de luta a baleia finalmente
sucumbiu e foi tragada pela mancha.
Após o relato alarmante e absurdo do
capitão, o chefe do clã do Leão enviou um
único barco com 5 tripulantes para
averiguar a tal mancha negra misteriosa
que o capitão falava.
Após cinco dias o barco foi encontrado
destroçado próximo a um recife de corais.
Mais e mais relatos sobre as Águas Negras
chegavam à Akamine e as demais ilhas.
Navios haviam desaparecido, pescadores
experientes sumiram sem deixar vestígios
e a situação ficou realmente grave quando
alguns piratas se entregaram as
autoridades em Akamine para fugir do
perigo das Águas Negras.
Esses piratas contaram um relato
impressionante sobre a destruição da nau
deles por uma baleia mortal coberta por
algum tipo de liquido negro.
21
A baleia tinha olhos vermelhos como
sangue e trazia chagas abertas e vários
arpoes presos entre seus ossos.
Aquela baleia já havia morrido há muito
tempo, mas continuava a atacar e
devorava qualquer um que caísse na água.
Os ataques incansáveis da baleia morta
viva fizeram o navio pirata fugir, so tarde
demais eles perceberam que a baleia
estava fazendo-os fugir na direção das
águas negras.
O navio foi tragado por completo e
somente os três piratas escaparam com
vida num pequeno bote salva vidas. Os
gritos de horror e agonia ecoaram por
milhas e milhas.
Desde então os navegantes aprenderam a
temer as Águas Negras, aprenderam a
evitar suas áreas e ate mesmo mapas
foram desenhados indicando as áreas de
maior incidência.
Até então as misteriosas Águas Negras
não podiam ser combatidas, mas era
apenas uma ameaça aos navegantes. Em
terra firme todos estavam seguros.
Era o que pensavam, mas certamente
esqueceram-se da profecia de Asgaroth
que dizia que as Águas Negras
“avançariam sobre as ilhas como uma
praga”

A primeira ocorrência das Águas Negras

em solo seco foi na ilha destruída de
Sakay. Nos destroços da ilha um
aventureiro mercenário – interessado nos
espólios da destruição – encontrou uma
área totalmente tomada pela escuridão
das Águas.

Foi também quem primeiro viu as Feras

Sombrias, criaturas rápidas e mortais
feitas de sombra e medo essas estranhas
criaturas parecem sugar a própria energia
vital dos seres vivos. Só sua presença já é
o bastante para congelar o sangue dos
heróis mais bravos.

Esse aventureiro chamado Soryn escapou

por muito pouco dessas feras e seu relato
trouxe novas preocupações, não apenas
para o arquipélago, mas também para os
piratas tirênios e o povo costeiro de
Torkstone que já foram atacados pelas
Águas Negras e suas feras.

22
Alem das Feras Sombrias – que parecem
ser a essência das Águas Negras – soube-
se que diversos animais e monstros que
tiveram contato com as Águas Negras
foram transformadas em criaturas
grotescas e mortíferas.

A cada dia mais e mais relatos sobre

animais e monstros afetados pelas Águas
Negras são contados em Kondor, Tirênia e
Torkstone.

De todos os materiais usados o Aço Negro

mostrou-se mais eficaz que outras armas.
Ainda não foi registrado nenhum caso de
um humano ou semi humano que tenha
sido transformado pelas Águas Negras,
mas é fato que todos que foram tragado
pelas Águas tiveram uma morte lenta e
agonizante.

Os pesquisadores estão enviando seus

melhores estudiosos para descobrir mais
informações sobre as Águas Negras, mas
até agora quase nenhum sucesso foi
registrado sobre sua origem, propriedades
ou, principalmente, como detê-las. Ω

23
De todas as florestas existentes no
continente de Alburg a maior é sem dúvida
a Floresta da Serpente.

Durante décadas essa extensa floresta

tem estado envolta de mistérios, ninguém
que entrava na floresta jamais retornava,
nem mesmo criaturas malignas como
Orcs, Ogres e Kobolds ousavam penetrar
em meio àquelas árvores amaldiçoadas.

24
Diversas lendas explicam esse medo;
entre as mais contadas está a lenda de um
dragão que habita na floresta ou a lenda
dos espíritos malignos que transformam as
árvores em seres demoníacos.
Verdadeiras ou não essas lendas
contribuem para manter aventureiros,
mercadores e até druidas bem afastados
dessas matas.
Em meio a tanto medo os exércitos
daminiano e torkstoniano não avançam
para um ataque ao reino vizinho e é dessa
forma que a paz é mantida.
fim de desvendar esse mistério de uma
vez por todas a Ordem dos Pesquisadores,
com sede em Torkstone, decidiu enviar um
(somente um) Pesquisador para saber o
que realmente se passa na floresta que
dizem ser amaldiçoada.
Encontrar um pesquisador disposto a
vencer os próprios medos e penetrar na
floresta não foi tarefa fácil.
Gwand, Tolejo, Julius, Emin e os demais O fato é que Sara Kamendine jamais
pesquisadores “importantes” não se retornaria viva para a Ordem.
arriscaram, temendo por sua sanidade e
vidas, alegaram estarem ocupados em Surpresas acontecem...
outros assuntos e assim se mantiveram
– Artoo, escrevente chefe dos
distantes da floresta.
Pesquisadores
O pesquisador escolhido foi Sara
Kamendine, uma jovem aprendiz, nascida
na capital Torkstone, que foi promovida As Tribos da Floresta
apenas para poder entrar na floresta,
afinal se ela morresse não faria falta; foi
presenteada com o Olho do Observador, o
No coração da Floresta da Serpente
Pássaro Mensageiro e demais itens
encontra-se um grande Lago, conhecido
comuns aos Pesquisadores e sem ao
como Lago da Serpente, de acordo com
menos direito a um ajudante partiu para a
algumas lendas, no fundo do lago
Floresta Esmeralda que poderia ser sua
encontra-se a Deusa da Guerra, sob a
primeira e última expedição.
forma de Serpente Dourada Gigante.
A Ordem não acreditava que uma
Essa Serpente se erguerá do Lago para
aprendiz jovem e inexperiente pudesse
engolir as tribos fracas restando apenas
obter algum sucesso, esperavam apenas
uma tribo, a mais forte que será conduzida
que ela fizesse um relatório antes de
pela própria deusa para a conquista do
morrer ou que seu Olho do Observador
mundo.
pudesse registrar alguma coisa que fosse
importante, um monstro ou coisa assim.
25
Essa lenda é contada pelas quatro tribos
selvagens que habitam essa floresta. Sua
deusa (a Serpente) exige que elas lutem
entre si para provar sua bravura e força.
Cada tribo, apesar de seguir devotamente
a Serpente, adota para si um totem
espiritual, um animal que será uma
espécie de deus menor que lhes dará
poderes para combater as outras tribos.
Wendol
Essa tribo de guerreiros robustos e de pele
escura pregava a paz entre as quatro
tribos; costumavam dizer que se houvesse
união entre as tribos já teriam conquistado
as terras além da Floresta.
Quase foram dizimados pela outras tribos,
durante anos acreditava-se que estavam
todos mortos, mas assim como o Urso
(seu totem espiritual) hiberna no inverno,
os Wendol estavam hibernando refugiados
numa caverna profunda conhecida como
Caverna do Urso, até hoje essa caverna é
o lar da tribo.
Quando ressurgiram pegaram as demais
tribos de surpresa, pois agora já não
queriam mais a paz com as tribos,
queriam apenas vingança e morte contra
aqueles que mataram seus irmãos.
Na verdade a tribos dos Leões (os
Wempa) acreditavam que eram espíritos
enviados para se vingarem e de certa
forma era isso mesmo o que eram, pois
segundo um chefe Wendol, às vezes os
espíritos dos mortos possuíam o corpo de
um guerreiro Wendol e dava-lhe força e
agilidade dobrada.
Selvagens e cruéis, os Wendol usam peles
de ursos e garras em suas clavas, seus
ataques são sempre noturnos, devido ao
tempo em que viveram nas cavernas
aprenderam a enxergar no escuro, embora
as tribos acreditem que isso é um poder
dado pelo totem protetor dos Wendol: o
Urso.
Quiny
Os silenciosos. Os filhos da Pantera são os
mais furtivos entre as quatro tribos, assim
como os Wendol, acreditava-se que essa
tribo inteira estivesse destruída, mas como
os Quiny diziam: “Não se pode matar o
que não se pode ver”.
26
A magia dos Leopardos (os Quigory) era
extremamente poderosa e reduziu muito o
número de guerreiros Quiny; para evitar a
extinção os Quiny abandonaram a aldeia
onde viviam para se refugiarem nas
árvores mais altas da floresta.
Sempre furtivos, eles mantiveram sua
existência escondida das demais tribos
para que pudessem se recuperar, mas
quando os Wendol ressurgiram vivos os
Quiny (que já sabiam sobre a Caverna do
Urso) aproveitaram a chance para
reaparecer também, trazendo assim anos
sangrentos para a floresta.
Os Quiny são como sombras, seus ataques
são rápidos, silenciosos e mortais, utilizam
frutos, flores e raízes para prepararem
venenos mortais.
A aldeia Quiny é uma maravilha
tecnológica (para os padrões selvagens)
com elevadores para leva-los à copa das
árvores, onde construíram suas casas, um
engenhoso sistema leva água às mais
altas árvores, até a aldeia suspensa. Pode-
se dizer que os Quiny são os mais
civilizados e desenvolvidos
tecnologicamente.
Os Quiny chegaram a desenvolver uma
espécie de escrita primitiva e rudimentar
com a qual registram sua história e a
história de sua guerra.
Parece que aprenderam essa escrita com
um pergaminho encontrado com eles,
parece ser uma variação do Waru, língua
falada no tempo do rei Alburg. Acredito
que o pergaminho que possuem seja mais
um trecho do livro de UR.
Quigory
Seguidores do Leopardo, são os mais
rápidos e ágeis entre as tribos, os Quigory
estão em desvantagem numérica devido
ao contra-ataque selvagem e cruel dos
Quiny.
A única vantagem dos Quigory sobre as
demais tribos é a magia. Eles são donos
de uma magia primitiva, mas muito
poderosa magia.
Venerada pelos Quigory tanto quanto é
temida pelos Wempa a magia foi o que
salvou a tribo do Leopardo da extinção
total.
Durante os ataques dos Quiny não era
possível vê-los (esse, segundo as tribos,
foi o poder da Pantera para os Quiny), pois
seu método de ocultamento nas sombras
era muito eficiente, para conseguir
enxergá-los os Quigory realizaram um
ritual que fez com que os Quiny
brilhassem como vaga-lumes, vendo-os
brilhando os Quigory puderam repelir seus
ataques, mas recentemente o Pajé
Quigory que realizou o ritual foi morto por
um Wempa e os Quiny voltaram ao
normal...
Wempa
Os valorosos guerreiros do Leão, os mais
fortes, os mais ferozes, os mais
numerosos entre as tribos.
Os Wempa vivem numa aldeia à margem
do Lago da Serpente e dizem que quando
a deusa se erguer de seu leito irá
reconhece-los como a tribo mais forte e os
guiará para a conquista.
Os Wendol, que quase foram extintos
pelos Wempa, dizem que quando a
Serpente se erguer faminta ira devorar
primeiro a tribo do Leão, isso é se a fúria
dos Wendol não acabar com eles primeiro.
27
A maior vantagem dos Wempa é sua força
e forma física superior a qualquer outra
tribo, a quantidade de guerreiros Wempa é
maior também que as outras tribos,
fazendo deles oponentes perigosos.
Por outro lado a maior desvantagem dos
corajosos leões esta no medo que nutrem
pela magia, sempre que lutam contra os
Quigory estão em desvantagem.
Maory
Esses guerreiros são misteriosos. São
chamados de quinta tribo ou a tribo
suprema. Seu totem é a própria Serpente
e isso é óbvio pelos colares e peles de
cobra que usam.
Essa tribo surgiu muito recentemente,
trazendo pânico a todas as demais tribos:
Urso e Leão, Pantera e Leopardo, todos
estão assustados com o que a vinda dessa
tribo pode significar.
Alguns acreditam que são arautos da
deusa da guerra enviados para exterminar
as tribos fracas.
A verdade é que o poder dos Maory é
muito maior do que o de qualquer Wendol,
Quiny, Quigory ou Wempa ou ainda todos
juntos.
São capazes de hipnotizar como uma
serpente faz com sua presa, enxergam no
escuro, movem-se em silêncio,
desaparecem quando querem, suas presas
contém veneno suficiente para matar um
humano em segundos.
Conclusões
A Guerra das tribos já dura algumas
décadas, mas não chegou ao seu final
ainda, embora a presença dos Maory
talvez mude radicalmente esse quadro.
De qualquer forma é preciso manter os
olhos voltados para a Floresta Esmeralda,
pois quando os guerreiros resolverem
atacar os reinos vizinhos, todos os reis
terão problemas.
Ao que parece, todas as tribos são Amanhã pela manhã terei de passar por
movidas por profecias enviadas por seus três provas estipuladas por eles para
totens, a Serpente ou outros espíritos em provar que sou quem eu finjo ser, ainda
que acreditam. estou meditando se devo tentar fugir essa
noite ou enfrentar os desafios de Maory.
Eu, Sara Kamendine, me vali desse
artifício para sobreviver entre as tribos e Seja como for, essa pode ser minha última
para reunir os dados necessários para este noite, e cumpri com meu dever de
relatório (sem mencionar a página do livro pesquisadora, provei ser digna da Ordem.
de UR que peguei dos Quiny). Dizendo ser Espero ter ao menos um funeral digno.
um avatar da Serpente Dourada eu
conheci a história dos Wendol, visitei a Só o conhecimento é poder.
aldeia suspensa dos Quiny, vi os Tomos de
Sara Kamendine,
Magia dos Quigory e conheci a força dos
Wempa. pesquisadora
Tudo para levar às mãos dos
Pesquisadores esse relatório, mas com a
chegada dos Maory essa situação mudou.
Como verdadeiros arautos de uma deusa
cruel, os Maory questionaram minhas
palavras, dizendo que eu não era avatar
da Serpente.
28
Que bom que aceitou o convite para
participar de Kallian. E por aceitar esse
convite você já deu o primeiro passo para
nos ajudar.
Algumas coisas que você pode fazer para
ajudar Kallian são:
1) Cartógrafo (alguém que possa fazer
mapas, mapas, e mais mapas... de
dungeons a reinos).
2) Desenhista (temos o desenhista oficial
Douglas Draco, mas seria legal ter pelo
menos mais um desenhista que fosse bom
pra ajudar na produção das imagens e pra
gerar um estilo diferente).
3) Web Designer (nosso web designer
oficial é o Leandro dos Santos, mas seria
bom alguém pra ajudar a criar o site oficial
de Kallian).
4) Escritor (alguém para me ajudar a
escrever as muitas descrições de reinos,
organizações, monstros, itens mágicos,
etc).
5) Advogado de Regras D20 (ajudar a
descrever as regras, revisar regras,
adaptar regras, criar regras e regrar as
regras).
6) Idéias (esse todo mundo pode ajudar,
palpitando, lendo os textos, opinando com
sinceridade, dando idéias, discutindo e
debatendo).
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7) Jogando (Se você tem um grupo de
jogo pode contribuir muito usando o
cenário de Kallian em suas campanhas).
8) Divulgando (Comente sobre o cenário
com amigos, parentes e conhecidos,
coloque um link no seu site/blog. Qualquer
propaganda é bem-vinda).
Por enquanto é isso, veja o que você se
enquadra melhor, e se pensar em algo que
não está na lista pode mandar também...
Seja bem vindo a Kallian
Vicente Tavares
www.kallian.com.br
30