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SUMÁRIO

1. Desempenho Ampla Concorrência (AC).....................................................................................................3


1.1. Notas Fuvest. ..................................................................................................................................3
1.2. Comparação 2020/21 .................................................................................................................4
1.3. Notas ENEM.....................................................................................................................................9
2. Desempenho Escola Pública (EP) ..............................................................................................................10
2.1. Notas Fuvest ..................................................................................................................................10
2.2. Comparação 2020/21 ................................................................................................................11
3. Desempenho Pretos, Pardos e Indígenas (PPI) ......................................................................................16
3.1. Notas Fuvest ..................................................................................................................................16
3.2. Comparação 2020/21 .................................................................................................................19
4. Redações ..........................................................................................................................................................22
4.1. Redações FUVEST ..........................................................................................................................22
4.2. Redações ENEM...............................................................................................................................30
5. Elaboradores ....................................................................................................................................................35

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NOTAS FUVEST 2021 – AC
Classificação Classificação
1a Fase Redação 2a Fase - Dia 1 2a Fase - Dia 2 Nota Final Chamada
Produção Carreira
1 8 81 39,5 69 97,5 855,00 1
2 9 84 41 70,5 92,5 854,44 1
3 13 83 43 71 90,83 846,85 1
4 14 85 33,5 63,5 95,83 845,93 1
5 19 85 35 68 88,33 835,93 1
7 25 83 41,5 72,5 84,17 829,63 1
9 28 84 40,67 73,17 80,83 824,44 1
10 42 80 38 71,5 82,5 809,63 1
14 52 79 41 77 76,67 804,81 1
19 67 80 37,5 70 80 796,30 1
21 74 83 39,5 67 78,33 791,85 1
24 83 86 32 64 76,67 787,41 1
25 84 82 38 72,5 72,5 787,04 1
29 90 80 22 52 94,17 783,52 1
31 97 75 44 78,5 72,5 781,11 1
37 - 78 38 64,5 80,83 773,33 1
45 151 81 36,5 63 75,83 762,78 1
49 161 78 34,5 60 81,67 761,11 1
50 163 69 40 69 82,5 760,56 1
51 165 77 41,5 73 69,17 759,07 1
52 166 80 24 52 86,67 758,52 1
53 168 76 41 68 75 758,15 1
54 170 80 38 71 67,5 757,96 1
55 171 77 31 61 80,83 757,96 1
56 174 76 39,5 66,5 75,83 755,93 1
60 184 80 36,5 61,5 75,83 754,07 3

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COMPARATIVO 2020/21 – AC

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COMPARATIVO 2020/21 – AC

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COMPARATIVO 2020/21 – AC

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COMPARATIVO 2020/21 – AC

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COMPARATIVO 2020/21 – AC

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NOTAS ENEM 2021 - AC

Classificação Linguagens Humanas Natureza Matemática Redação Média POLI Chamada

1 684,5 724,9 807,8 975 960 835,3 1

2 773,1 726,8 804,6 893,9 960 832,27 1

3 690,3 777,1 750,2 954,5 980 827,8 1

5 692,3 742,2 708,8 946,2 980 810,54 1

Infelizmente, nenhum dos alunos aprovados via ENEM/SiSU para as


modalidades EP ou PPI quis divulgar as notas obtidas

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NOTAS FUVEST 2021 – EP

Classificação Classificação
1a Fase Redação 2a Fase - Dia 1 2a Fase - Dia 2 Nota Final Chamada
Produção Carreira

1 4 82 40 68 74,17 777,59 1

9 29 67 32 61 72,5 693,15 1

25 83 61 38,5 69 51,67 628,15 1

29 90 68 39,5 60,5 50,83 622,96 1

34 102 70 31,5 58 48,33 613,70 1

38 123 54 40 62,5 56,67 597,22 1

54 190 50 48,5 66,5 44,17 554,10 1

55 191 61 26,5 52,5 45,83 553,70 1

60 205 48 41,5 68,5 42,5 547,78 5

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COMPARATIVO 2020/21 – EP

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COMPARATIVO 2020/21 – EP

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COMPARATIVO 2020/21 – EP

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COMPARATIVO 2020/21 – EP

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COMPARATIVO 2020/21 – EP

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NOTAS FUVEST 2021 – PPI

Classificação Classificação
1a Fase Redação 2a Fase - Dia 1 2a Fase - Dia 2 Nota Final Chamada
Produção Carreira

10 46 52 28 49,5 39,17 488,15 1

21 79 55 23 41 22,5 415,37 1

33 125 53 18 32,5 20 371,30 1

37 138 33 38 60 10,83 358,33 1

44 162 35 30* 45* 30* 340,15 6

* Valores Aproximados

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COMPARATIVO 2020/21 – PPI

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COMPARATIVO 2020/21 – PPI

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COMPARATIVO 2020/21 – PPI

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COMPARATIVO 2020/21 – PPI

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COMPARATIVO 2020/21 – PPI

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REDAÇÃO – FUVEST

Nota 48,5/50
Título: O Desenvolvimento econômico em detrimento da sociedade

Ao longo da história humana, houve inúmeros processos para criação e aperfeiçoamento


dos sistemas econômicos vigentes, o que configura mudanças não só nas relações sociais, mas
também no modo de vida das pessoas. Desse modo, a representação do mundo contemporâneo,
possibilitada, por exemplo, pela Revolução Técnico-Científico-Informacional, no final do século
XX, demonstra as alterações nas relações entre os indivíduos assim como a intensificação da
flexibilização dos processos que ocorrem na sociedade, potencializando, cada vez mais, o
sistema econômico capitalista. Nessa análise, evidencia-se o crescimento socioeconômico de
poucos em detrimento da maior parte das pessoas, as quais não só assimilam imposições como
também realizam disputas entre si a fim de obter melhores condições econômicas e,
consequentemente, permitir o grande aumento das desigualdades sociais, bem como das crises
das relações humanas.
De acordo com o filósofo alemão Karl Marx, há grande discrepância entre a maioria dos
indivíduos e donos dos meios de produção, pois o aumento da concentração do capital permite
tanto o aumento de poder quanto da capacidade de manipulação. Diante desse contexto,
demonstra-se, no mundo contemporâneo, a intensificação do sistema econômico vigente para o
controle do ser humano, o que mostra grandes impactos das concepções neoliberais,
modernizando e, ao mesmo tempo, prejudicando a sociedade. Dessa forma, torna-se evidente a
contrariedade no mundo pois, ao mesmo tempo em que ocorre a busca por desenvolvimento
tecnológico e econômico, há a desintegração de uma sociedade marcada pelos aspectos culturais
e sociais.
Além disso, os avanços tecnológicos e científicos que acontecem, são frutos, na maioria
das vezes, da exploração exagerada do nosso próprio planeta, o que contribui para o prejuízo de
vários seres vivos assim como para os destinos em todo o mundo. Nessa perspectiva, é
incoerente tanto a negação dos fatos quanto a continuação de ações antrópicas nocivas que
destroem o mundo em que vivemos, pois em um mesmo lugar onde inovações imprescindíveis,
há a manutenção da destruição.
Portanto, a potencialização do capitalismo condena a consequências drásticas em nosso
mundo e, embora haja grandes desenvolvimentos tecnológicos, o crescimento econômico de
poucas impacta, de forma destrutiva, na formação de uma sociedade democrática bem como nas
relações sociais e na preservação do ambiente em que vivemos. Dentro desse cenário é evidente
a falta de ordem no mundo contemporâneo, fruto da construção de um passado histórico marcado
por grandes desigualdades sociais confirmando, por conseguinte, a teoria de Karl Marx.

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REDAÇÃO – FUVEST

Nota: 43/50
Título: Ser humano: a pedra no caminho da ordem
No poema “No meio do caminho”, de Carlos Drummond de Andrade, o eu lírico afirma:
“No meio do caminho tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho”. Nesses versos,
as pedras representam um obstáculo e o caminho, a vida, ou o sucesso do eu lírico. De
maneira análoga a essa relação, pode-se afirmar que o homem é a pedra que impede que a
ordem do mundo contemporâneo seja alcançada. Tal ausência de ordem é visualizada nas
relações sociais e no descaso da humanidade para com o meio ambiente.
Com efeito, as relações entre governantes e governados evidenciam o caos da
contemporaneidade. Em um cenário ideal, seria de se esperar que os líderes políticos
pregassem pelo bem-estar da população; na realidade, entretanto, eles aparentam se esforçar
para realizar o contrário disso. Uma ilustração desse argumento é a arquitetura hostil, modelo
de construção que tem como objetivo impedir que moradores de rua possam utilizá-la como
abrigo – um banco de praça pública que tem divisórias de metal que impedem que alguém
deite nele, por exemplo. Tal arquitetura evidencia a distorção de uma relação social, uma vez
que detentores de poder público estão gastando dinheiro para prejudicar a população. Desse
modo, o governante passa a representar uma pedra no caminho de uma relação ordenada
entre Estado e cidadãos.
Além disso, a forma como os humanos vêm tratando a natureza mostra a desordem
atual. Em uma situação utópica, o homem deveria cuidar do lugar em que vive, a fim de mantê-
lo habitável pelo maior intervalo de tempo possível; hoje, contudo, busca-se transformar o meio
ambiente em uma fonte de renda, o que compromete sua estabilidade. Materializando-se essa
ideia, vê-se, no Centro-Oeste brasileiro, a expansão da fronteira agrícola, isto é, agricultores
estão invadindo, por meio de queimadas e outras formas de desmatamento, o espaço
amazônico, que é um dos maiores centros de biodiversidade do mundo. Essa ação comprova a
desordem do mundo contemporâneo, já que os homens estão destruindo seu próprio lar.
Portanto, é inegável que o mundo contemporâneo está fora de ordem. Tal tese pode ser
defendida ao se analisar o caos das relações humanas e a forma como a natureza é tratada
pelos seus próprios habitantes. Nesse sentido, a seguinte máxima torna-se verdadeira: no meio
do caminho da ordem, tinha um homem.

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REDAÇÃO – FUVEST

Nota: 41/50
Título: Do caos contemporâneo
Desde a queda do muro de Berlim, os cientistas políticos nomeiam a fase do capitalismo
como nova ordem mundial, marcada pelo neoliberalismo. Contudo, os inúmeros problemas da
atualidade contrariam a noção de organização ordenada do período do seu nome, já que o
mundo contemporâneo está fora da ordem incontestavelmente. Essa realidade é comprovada
tanto pela impessoalização do trabalhador, quanto pela emergência climática global.
A mercantilização do indivíduo comprova a desordem da sociedade atual, pois a lógica
capitalista foi expandida das empresas para o sujeito por meio do chamado mercado de
trabalho. Nessa instituição, o trabalho pessoal transforma-se em mercadoria diante do seu
caráter descartável, esvaindo a humanidade dos que trabalham, isto é, vendem seu suor para
uma empresa. Tal processo é a continuação à alienação do trabalho descrita por Karl Marx, na
qual o capitalismo industrial do século XIX descarta a autonomia produtiva do sujeito,
destacando a fragilização das relações humanas no aspecto produtivo. Assim, concebe-se uma
inversão de valores, visto que a dignidade se esvai nessa “ordem” social.
Ademais, a crise ambiental em curso no planeta corrobora com a ideia de mundo
desordenado. Sabendo que o consumo da sociedade está pautado em recursos extraídos da
natureza, o abastecimentos dos mais de sete bilhões de habitantes com crescente padrão de
vida necessita de uma exploração sem precedentes do meio ambiente. Nessa perspectiva, a
ordem geográfica do planeta é comprometida, por exemplo, com as emissões exorbitantes de
gases estufa na atmosfera e a elevação da temperatura média do globo, evidenciando um
desequilíbrio ambiental. Portanto, diante da dependência da natureza pela humanidade, não há
ordem na Terra sem que se concilie a exploração dos recursos naturais com o sustento
humano e o controle das mudanças climáticas em curso.
Em suma, é pueril afirmar que a contemporaneidade está dentro da ordem. Dessa
forma, a degradação ambiental do planeta e a desumanização do corpo social, típicos do
neoliberalismo, propagam o caos socioambiental sob a contraditória “nova ordem mundial”.

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REDAÇÃO – FUVEST
Nota: 41/50
Título: Colapso Iminente
Em seu livro “Modernidade Líquida”, o sociólogo Bauman indicou como a atualidade está
regida pela instabilidade social, já que os avanços tecnológicos produzem desconfiança e medos
nos homens, deixando as relações sociais como um líquido, sem forma estável. Diante disso,
apenas a busca capitalista para lucrar mais permaneceu constante, tornando-se o fator
controlador da sociedade moderna. Nesse cenário, o sistema faz com que as pessoas estejam
sempre sob ameaça de virarem descartáveis, propagando o caos e a crise na organização social.
Assim, nota-se que o mundo contemporâneo está fora da ordem, porque mercantilizou a vida
humana e obedece a uma lógica consumista a qual contribui para o processo do colapso
planetário irreversível.
Inicialmente, é preciso entender que a desvalorização da humanidade individual evidencia
a crise da ordem mundial. No capitalismo, os indivíduos são inseridos em um ambiente de
competição constante para alcançarem a ascensão social, isto é, os melhores empregos com
maiores remunerações. Com isso, cada pessoa torna-se um adversário e um produto para ser
adquirido pelo sistema, criando uma batalha pela sobrevivência típica do neoliberalismo
darwinista atual, em que os mais “fortes” devem vencer e enriquecer. No livro “Sociedade do
cansaço”, Byung Chul-Han conta como na atualidade passa-se a viver pelo trabalho, dado que as
novas tecnologias impedem o esquecimento da atividade trabalhista e a única garantia dessa
realidade instável é trabalhar sempre. Sendo assim, os homens tornam-se máquinas condenadas
a disputar por melhores posições, buscando não serem obsoletas para o sistema, pois poderiam
ser “descartadas”. Logo, a inversão de valores básicos da vida mostra uma sociedade caótica.
Ademais, a organização da produção baseada no consumismo prejudica a capacidade
natural do planeta, mostrando como está fora dos eixos adequados. Na contemporaneidade,
preocupa-se socialmente só com a lucratividade, ignorando possíveis efeitos colaterais danosos
para o futuro da humanidade. O descaso com ambiente é tolerado, já que no mundo moderno
apenas o lucro no presente importa, implicando em problemas ambientais extremamente nocivos
ao convívio humano. Segundo o filósofo indígena Krenak, a sociedade atual vive em relação
desarmônica com a natureza, pois suas bases não buscam protegê-la e respeitá-la, o que é uma
noção autodestrutiva, uma vez que os humanos dependem de bens naturais para viver. Com isso,
percebe-se como o consumo desenfreado vigente configura uma ameaça ao planeta por
desbalancear processos naturais. A estrutura social moderna, desse modo, instiga um grande
colapso.
Portanto, o mundo atual encontra-se fora da ordem, por buscar a transformação tanto dos
homens quanto da natureza em produtos lucrativos. A liquidez da modernidade promove
inseguranças sociais e obriga os humanos a seguirem a lógica capitalista. Entretanto, esse
sistema parece resultar em uma tragédia iminente.

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REDAÇÃO – FUVEST

Nota: 40/50
Título: Evolução ou auto-destruição?
A Nova Ordem Mundial foi uma conciliação entre os países do pós-Segunda Guerra
Mundial que buscava garantir a paz e os direitos humanos das próximas gerações. No
entanto, os atuais surgimentos de sérias crises ambientais e sanitárias e a permanência de
problemas sociais, como o racismo, mostram que essas ideias seguem sendo
desrespeitadas. Além disso, a ganância e a necessidade de superioridade entre os
indivíduos mostram que não só a humanidade não está evoluindo como está caminhando
para a sua própria destruição. Assim, pode-se concluir que o mundo contemporâneo está
fora de ordem.
Em primeiro lugar, deve-se considerar que crises ambientais e sanitárias estão sendo
cada vez mais frequentes no mundo atual. Casos como o de Mariana e de Brumadinho, no
Brasil, em que muitas vidas foram perdidas e danos ambientais graves foram causados com
o rompimento de barragens, mostram que a ganância da empresa responsável em desviar
verbas de segurança do local sempre esteve acima da garantia do direito à vida da
população. Casos assim mostram que a atual ordem do mundo, além de não garantir seus
princípios, leva os seres humanos a competirem entre si, culminando na destruição dos mais
vulneráveis.
Em segundo plano, considera-se a permanência de condutas racistas até os dias de
hoje um grave atentado à ordem mundial, pois fere o direito ao respeito dos indivíduos
negros. Um exemplo das consequências do racismo na paz mundial é o acontecido no
começo do ano de 2020 com o civil norte-americano George Floyd que, desarmado, foi
morto pela polícia local por asfixia. Isso causou uma revolta generalizada em prol dos
direitos dos negros, o que afetou diretamente a forma como o racismo era tolerado, mesmo
que custasse a vida de pessoas inocentes.
Diante do exposto, é evidente que o mundo contemporâneo se mostra fora de ordem
à medida que antigos valores de liberdade e igualdade de direitos estão sendo substituídos
pela competição generalizada entre os indivíduos, pela necessidade de superioridade em
relação ao próximo, como vista com as atuais crises explicadas. Faz-se então necessário
demonstrar à população global de que essa falsa sensação de ser evoluído e superior em
relação aos demais, se permanecer por mais tempo, pode culminar em casos mais graves
ainda, levando a humanidade à sua auto-destruição.

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REDAÇÃO – FUVEST

Nota: 40/50
Título: A sociedade voraz: competição e negligência
Na trilogia literária “Jogos Vorazes”, de Suzanne Collins, apresenta-se uma sociedade
distópica na qual distritos extremamente desiguais são forçados a ceder jovens a uma batalha
mortal pela própria vida e por um possível sucesso financeiro. Muito atuais, os livros revelam
um modelo civilizatório pouco preocupado com a história alheia e semelhante ao empregado
pela atualidade: o “eu” acima do “nós”, a busca infinita pelo capital. Nesse sentido, com a
distopia cada vez mais próxima da realidade, o mundo contemporâneo demonstra estar fora
de ordem porque o sistema social de hoje beira a insustentabilidade, devido ao caráter de
competição universalizado e à falta de comprometimento com o futuro.
Em primeiro plano, destaca-se a instituição de um status competitivo generalizado à
sociedade contemporânea. Esse raciocínio é análogo ao pensamento da socióloga Hannah
Arendt, que defende que a normalização de comportamentos pelo ambiente social nunca é
saudável. Contrário à estudiosa, o mundo atual tornou normal uma série de competições para
os mais diversos fins, sem questionar seus impactos. Assim, se torna necessário, por
exemplo, vencer “concorrentes” para uma vaga de emprego ou em uma universidade pública,
enquanto pouco se fala das consequências desse estado: a intensa desigualdade, a
sobreposição da essência à aparência, a explosão do número de casos de transtornos
mentais, como depressão e ansiedade. Dessa forma, percebe-se que a humanidade afirmou
como comum a competitividade global, sem se preocupar quanto aos problemas adjacentes.
Ademais, a insustentabilidade do atual sistema revela-se na ausência de grande
preocupação com o futuro da espécie. Esse pensamento se torna evidente, sobretudo na
sociedade brasileira, a partir do desdém à educação, à pesquisa científica e ao meio ambiente
por parte importante da população. Para o filósofo iluminista Jean-Jacques Rousseau, o
comportamento humano é resultado de sua vivência no ambiente inserido: “o homem é
produto do meio”. Nesse contexto, se a formação dos indivíduos é feita mediante negligência,
as esperanças quanto a transgressão da atualidade negativa devem ser pouco otimistas. Sem
um preparo sólido e pensamento crítico, a humanidade do amanhã reproduzirá o que vê hoje:
devastação da natureza em nome do lucro, fomento de campanhas anti-ciência.
Portanto, é evidente a insustentabilidade do atual modelo social, de forma em que se
torna possível dizer que o mundo contemporâneo encontra-se fora de ordem. Esse
desordenamento revela-se na normalização do status competitivo universal de modo a
negligenciar seus impactos e na formação de indivíduos sem preocupação com o futuro. Se
nada mudar, não tardará para que toda a humanidade se veja presa a um sistema como o de
“Jogos Vorazes”: entre a morte e o sucesso.

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REDAÇÃO – FUVEST

Nota 40 de 50
A nova desordem mundial
O poema “A Máquina do Mundo” de Carlos Drummond de Andrade já exprimia uma
visão melancólica e pessimista da realidade circundante na década de 50. O eu lírico estava
desesperançoso com a nova ordem pós-guerra e a bipolaridade da Guerra Fria e,
consequentemente, não queria descobrir os segredos que a máquina lhe ofertava. O clima
presente no poema é semelhante ao mundo contemporâneo, que nutre o mesmo sentimento
do poeta: a desesperança. A redefinição das relações sociais e econômicas devido à Covid-19,
as queimadas de matas nativas pelo mundo e o iminente aquecimento global são apenas
alguns dos diversos infortúnios que promovem o caos contemporâneo. Desse modo, as
previsões futuras são temerosos, prova de que as ações tomadas na atualidade apenas
postergam as soluções
Esse cenário também é agravada pelo neoliberalismo, responsável por inaugurar um
novo modo de vida angustiante. Tal característica é fruto, principalmente, das relações de
trabalho estabelecidas, que ficaram conhecidas como uberização do trabalho. Sua principal
característica é a ausência de direitos trabalhistas, o que originou jornadas abusivas e uma
intensa luta econômica para ganhar dinheiro. Dessa maneira, a desigualdade social é
ampliada, na medida em que os grandes empresários se aproveitam do momento para garantir
uma maior margem de lucro. Assim é a nova ordem social estabelecida, evidenciada também
durante a pandemia, enquanto alguns puderam ficar confortáveis em casa, outros não
possuíam moradia decente, nem condições para trabalhar em domicílio.
Além da ordem social, a ordem econômica também mostra-se injusta. Nas cidades,
pequenos prédios transformaram-se em arranha-céus, que deram origem aos centros
financeiros. São nesses lugares que estão concentrados os mercados de capitais, que
recentemente foram aterrorizados por pequenos investidores que se reuniram em um fórum
online. Esse conglomerado de pessoas físicas foi responsável pela alta abrupta das ações da
GameStop, empresa na qual grandes fundos apostaram em sua queda. Dessa maneira, os
fundos perderam bilhões de dólares, o que mostra que a ordem econômica pode se inverter,
mas que, mesmo após esse acontecimento, ainda favorece os mais ricos.
Portanto, constata-se como a ordem natural, social e econômica estão entrelaçadas na
confusão do mundo contemporâneo. O clima de desesperança devido aos desastres
provocados na natureza, às novas condições de trabalho e ao injustos sistema financeiro são
os principais precursores de um mundo completamente fora de ordem.

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REDAÇÃO – FUVEST

Nota: 38/50
Título: Pare o mundo que eu quero descer
Dentre as muitas consequências da pandemia do novo coronavírus, uma das mais
perversas foi a priorização da economia em detrimento da saúde coletiva. Em troca da
manutenção dos lucros de donos de restaurantes e “shopping centers”, o Brasil e o mundo
assistem à superlotação dos hospitais. Nesse contexto, é possível afirmar que, em razão do
individualismo exacerbado, o mundo contemporâneo está fora de ordem.
Primeiramente, deve-se notar que o individualismo esvazia as relações sociais.
Segundo o filósofo Gilles Lipovetsky, o pós-Segunda Guerra Mundial é a Era do Vazio: em
função de uma visão de mundo cada vez menos coletiva, o engajamento político-social deu
lugar ao pensamento narcisista, acentuado, hoje, pelas redes sociais. Com isso, espaços de
troca de ideias e debate de opiniões foram substituídos por monólogos nos quais, ao não dar
valor par a opinião alheia, o indivíduo acredita ser dono da razão. Sendo assim, as relações
sociais são suplantadas pelo egocentrismo, gerando um mundo com prioridades fora de
ordem: os interesses individuais tornaram-se mais importantes que a luta coletiva.
Consequentemente, em um mundo em que a preocupação com o outro é secundária,
as desigualdades socioeconômicas são acentuadas. Décadas atrás, com o lançamento do
álbum “Sobrevivendo no Inferno”, os “Racionais MC’s” mostraram a situação desumana das
periferias do Brasil, marcadas por falta de saneamento básico, moradias precárias e guerras
constantes entre milicianos e policiais. Hoje, a situação é praticamente a mesma: enquanto a
elite se esconde em condomínios de luxo, policiais e milicianos ignoram o recado de Mano
Brown: “descanse o seu gatilho”.
Portanto, o mundo contemporâneo está em completa desordem: o individualismo das
redes sociais minou as pautas coletivas e, por consequência, freou o combate às
desigualdades socioeconômicas no mundo, intensificadas no atual cenário de crise econômica
e sanitária. Nesse crítico momento, há de se intensificar a luta pelo bem coletivo em nome de
dias melhores. Caso contrário, para aqueles que enxergam a desordem mundial, restará
apenas a opção de repetir o famoso verso de Silvio Brito: “Pare o mundo que eu quero
descer”.

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REDAÇÃO – ENEM
Nota: 980/1000
No filme: “Joker”, é retratado a difícil trajetória de Arthur Fleck e os eventos que
decorrem para a sua transformação no psicopata Coringa. No começo do longa, o protagonista
aparece em meio aos desafios de sua vida miserável, exponencialmente dificultada pela sua
convivência com severos transtornos psicológicos. Negligenciado pela sociedade, Fleck perde
a terapia e os remédios oferecidos pelo governo e passa por uma série de eventos
degradantes. A junção de tudo faz sua situação degringolar de vez. Fora da ficção, observa-se
que, atualmente, inúmeros brasileiros com doenças psicológicas vivem situações como Arthur,
assim culminando no estigma social associado à essa parcela. Essa situação tem duas causas:
desamparo governamental e marginalização social.
Em primeiro plano, identifica-se que apesar do Brasil ter mais de 11,5 milhões de
deprimidos, segundo a OMS, ainda não é possível enumerar muitas políticas públicas de
combate às doenças psicológicas. Graças a esse descaso, brasileiros não encontram formas
eficazes de tratamento e têm suas vidas e as das pessoas ao seu redor prejudicadas. Desse
modo, um imenso contingente de pessoas têm cerceado o direito a uma existência digna,
conforme assegura o artigo quinto da Constituição.
Por conseguinte, origina-se uma parcela enorme de pessoas á margem da sociedade. A
exemplo do que diz o sociólogo Erving Goffman, quando uma parte da população não é
assistida de determinado atributo – uma saúde mental regrada, no caso – esse grupo torna-se
estigmatizado aos olhares da maioria. Em função desse estigma, essa população recebe um
tratamento prejudicial da sociedade e, infelizmente, é marginalizada. Essa má abordagem pode
ser desde achar que os doentes não podem ser inseridos na sociedade, bem como desdenhar
da condição vivida por eles e não fornecer o apoio necessário. Ambas as atitudes que
corroboram ainda mais para a situação de não-acolhimento vivida por eles.
É imperativo, portanto, do Ministério da Saúde a adoção de um plano de
conscientização para as doenças mentais, por meio de palestras com especialista que
expliquem a gravidade das enfermidades, a fim de eliminar o preconceito e abordar melhor os
doentes. Ademais, esse plano deve ser nacional e receber verbas da União. Somente assim,
poder-se-á assegurar uma vida justa a todos os Arthur Fleck’s da vida real.

COMPETÊNCIAS
C1 – 200 – Crase errada na penúltima linha da introdução ; C2 – 200
C3 – 180 – Acredito que o desconto feito por um dos corretores seja referente à minha má organização
das teses. Na introdução, digo que a problemática será definida por duas causas. Porém, no terceiro
parágrafo, começo com o conectivo: “por conseguinte”, o que mudou minha organização de
CAUSA/CAUSA para CAUSA/CONSEQUÊNCIA.
C4 – 200 ; C5 – 200

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REDAÇÃO – ENEM
Nota: 980/1000
Em “Quincas Borba”, obra consagrada de Machado de Assis, Rubião passa por períodos
conturbados em sua vida financeira e amorosa que o levam a um estado de confusão, resultado da
saúde ruim de sua mente. Seus amigos, que antes enalteciam o personagem, em vez de oferecerem
apoio, passam a vê-lo com desgosto e o abandonam em um hospício. De modo análogo, no Brasil
contemporâneo, pessoas que sofrem de males como o de Rubião são excluídas e mal-vistas pela
grande parte da população, o que se deu pela negligência sobre o problema. Nesse sentido, revela-
se a persistência de um estigma relacionado às doenças mentais na sociedade brasileira como
produto da alienação dos indivíduos perante o tema e do frágil mundo de aparências criado pelas
redes sociais.
Em primeiro plano, a banalização do assunto nos principais meios de comunicação resulta na
sua permanência de forma velada. Esse raciocínio vai ao encontro do pensamento de Hannah
Arendt, filósofa contemporânea, que aponta a massificação de comportamentos por parte do Estado
e da grande mídia como responsável por manipular os indivíduos, deixando-os alheios a assuntos
que não são do interesse de quem está no poder. Tal preceito filosófico se conecta com a realidade
atual do país sobre a formação de estigmas acerca das doenças mentais, uma vez que a ausência
de uma abordagem sólida do problema no currículo escolar, na produção cultural e nos jornais tem
papel fundamental na negligência da saúde da mente por parte dos indivíduos. Assim, com pouco
acesso da população a informações claras da problemática, evoca-se sua persistência de modo
velado.
Ademais, a fragilidade das relações no mundo digital, em que a aparência precede a essência,
contribui para a deterioração do bem estar psicológico dos brasileiros. Segundo “Modernidade
Líquida”, obra do filósofo e sociólogo polonês Bauman, a internet transformou o modo de se
relacionar dos indivíduos, que deixou de ser sólido, estável e pautado no “eu interior” para se tornar
líquido, imprevisível e fundamentado no “parecer”. De forma análoga, a vida perfeita pregada por
ferramentas como o Instagram esconde as imperfeições e nuances subjetivas, o que impacta no
desejo incessante de seguir padrões e, por consequência, evidente prejuízo à saúde mental. Nesse
contexto, os avanços da tecnologia não refletiram em progresso para o bem, mas encarregaram-se
de padronizar e fortalecer a negligência sobre o tema.
Portanto, dadas as dimensões da problemática, medidas são necessárias para erradicá-la.
Logo, é fundamental que o Ministério da Saúde, principal responsável pelos projetos públicos do
assunto no país, proponha às redes sociais alertarem às autoridades sobre pessoas com risco à vida
ou mais propensas a desenvolverem problemas e distúrbios mentais, por meio da obtenção de um
algoritmo que identifique esses indivíduos. Isso pode ser feito mediante análise de histórico de
buscas relacionadas à depressão e ao suicídio, a fim de combater o desamparo atual na internet
àqueles que precisam de ajuda. Ademais, a mídia deve se engajar em abordar o assunto em suas
produções culturais e ferramentas jornalísticas para que o problema deixe de ser alheio ao
conhecimento dos brasileiros. Dessa forma, o Brasil terá menos “Rubiãos”, excluídos e
desamparados pelo acometimento mental.

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REDAÇÃO – ENEM

Nota: 960/1000
O filósofo Byung-Chul Han, em seu livro “Sociedade do Cansaço”, afirma que as
doenças mentais são a epidemia do século XXI. Só no Brasil, mais de 11,5 milhões de pessoas
têm depressão, por exemplo, segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde
em 2017. As doenças mentais, que são cada vez mais frequentes na sociedade brasileira, são
envoltas por um estigma que dificulta o acesso da população a tratamentos, dificultando ainda
mais o enfrentamento desse problema.
Segundo Byung-Chul Han, a sociedade atual é marcada pela positividade, definida como
a predisposição do indivíduo a achar que tudo é possível. O sujeito contemporâneo é
bombardeado por projeções de vidas aparentemente perfeitas nas mídias sociais e por
mensagens de que precisa trabalhar mais, estudar mais, acordar mais cedo, se esforçar mais,
ser sempre multitarefas, pois assim conseguirá alcançar todos os seus objetivos. Entretanto,
esse excesso de positividade tende a aumentar o estresse, levando a síndromes como burnout
e a prejudicar a saúde mental dos indivíduos, sendo um dos fatores responsáveis pelo grande
número de diagnósticos de doenças mentais no Brasil.
Além disso, o estigma existente em relação a essas patologias diminui o acesso a
tratamentos. Isso acontece não só porque as pessoas têm pouco entendimento em relação aos
sintomas, de modo que muitas vezes não identificam as doenças, mas também porque
psicólogos, psiquiatras e tratamentos por medicação são vistos como associados à loucura, o
que faz com que muitas pessoas doentes não busquem tratamento.
Portanto, as doenças mentais são cada vez mais frequentes no Brasil e o estigma que
as envolve prejudica sua identificação e seu tratamento. É extremamente importante que o
Ministério da Saúde conscientize a população brasileira sobre essas patologias, por meio de
campanhas educativas veiculadas nos principais meios de comunicação, como televisão e
mídias sociais. Dessa forma, haverá uma redução do estigma e dos estereótipos, levando a um
aumento na busca por tratamento. Assim, o Brasil estará um pouco mais próximo de combater
a epidemia do século XXI.

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REDAÇÃO – ENEM
Nota: 960/1000
Desde a Revolução Técnico-Científico-Informacional, durante a década de 1970, países
como Estados Unidos, Japão, Alemanha e Noruega, os quais são considerados potências
econômicas, investem na manutenção da saúde física e mental dos seres humanos. No Brasil,
entretanto, tanto a falta de políticas públicas, a fim de gerar qualidade de vida, quanto a
escassez de informações imprescindíveis à população colaboram para a permanência de
muitas pessoas doentes em nossa sociedade. Nesse sentido, convém analisarmos as
principais consequências sobre o estigma associado às doenças mentais no território
brasileiro e uma possível solução para esse impasse.
Diante de tal contexto, cabe ressaltar que enfermidades na mente humana, embora
muito difíceis de serem identificadas, contribuem para relações interpessoais menos intensas
e, consequentemente, diminui, de forma alarmante, o estado clínico dos indivíduos. Segundo a
Organização Mundial da Saúde, a condição ideal de vida não diz respeito somente à falta de
infecções, mas também ao bem-estar físico e psicológico, sendo os distúrbios mentais as
maiores consequências na população mundial. Dessa maneira, é fundamental destacarmos a
péssima qualidade de vida de muitos indivíduos, os quais não só sofrem com problemas
psicológicos, mas também com a alteração nas capacidades cognitiva e comunicativa.
Além disso, é possível afirmar que várias pessoas que sofrem com transtornos mentais
não recebem a devida atenção, sobretudo pela grande parte da sociedade, o que corrobora o
desprezo que ainda existe com nossa população. De acordo com o Departamento de
Psicologia da Universidade de São Paulo, entre outros aspectos, a falta de compreensão de
muitos seres humanos colabora para a manutenção de preconceitos com indivíduos que
possuem déficit mental. Dessa forma, é inaceitável que, em um país cuja Constituição prevê a
segurança de todos bem como o bem-estar social, haja inúmeros cidadãos que não possuam
empatia em nosso território.
Portanto, ainda que os cuidados com pessoas que desenvolvem transtornos mentais
sigam incontestáveis, grande parte da sociedade não auxilia na manutenção de condições de
vida dignas, o que configura um problema inevitável a ser enfrentado tanto pelos seres
humanos quanto pelo poder público. Nessa perspectiva, o governo federal deve criar
campanhas informativas sobre como lidar com indivíduos que sofrem com a saúde mental,
com auxílio de psicólogos e psiquiatras, assim como qualificar profissionais da área média, por
meio de divulgações nas mídias sociais e investimentos em universidades. Espera-se, com
isso, não só contribuir para o alcance da igualdade social, mas também para o bem-estar da
nossa população.

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REDAÇÃO – ENEM
Nota: 920/1000
A série “13 reasons why” traz a história das causas do suicídio de Hana Backer, uma
adolescente cujos problemas acabaram comprometendo sua saúde mental enquanto pessoas
a sua volta negligenciavam seu comportamento. Assim como na série, muitos brasileiros
enfrentam a desatenção dos familiares e órgãos competentes graças à grande contribuição
do governo para a continuidade da estigmatização da saúde mental no país. Atitudes como a
retirada da cobertura de saúde mental pelo SUS e o descaso à expansão do culto a aparência
reforçam a ideia equivocada de associar doenças como depressão à “frescura”.
Em primeiro plano, deve-se considerar que o isolamento social ocasionado pela
pandemia do novo coronavírus durante o ano de 2020, contribuiu para o agravamento de
diversas doenças mentais, principalmente da depressão. No entanto, apesar do cenário
caótico, o governo optou por desativar a ala responsável pelas doenças mentais do Sistema
Único de Saúde. Um ato como esse mostra a população que os órgãos competentes não dão
relevância ao tema. Esse problema, além de deixar, segundo a Organização Mundial da
Saúde, cerca de 11,5 milhões de doentes à própria sorte de terem ou não um plano
alternativo de saúde, reafirma o estigma associado a essas doenças.
Em segundo plano, deve-se considerar o desinteresse do Estado em relação aos
impactos causados pelo culto à aparência vigentes com o advento das redes sociais. No ano
de 2020, surgiu entre as blogueiras um novo procedimento estético invasivo, a “lipo-LAD”. O
caso gerou discussões sobre o impacto causado nas mulheres com a inserção desse novo
padrão de beleza e como o governo deveria agir. Novamente, os órgãos públicos ignoraram o
problema, deixando as mulheres às críticas das pessoas que entendem doenças como
bulimia e anorexia como “frescura” e “desespero para casar”.
Diante do exposto, é evidente que medidas tomadas pelo Estado na prevenção e
acompanhamento dessas doenças contribuem seriamente para a insistência da
estigmatização das doenças mentais. O Ministério da Saúde deve, portanto, não só retomar a
ala dessas doenças no SUS, como deve promover visitas de psicólogos nas escolas,
identificando os jovens com maior tendência a desenvolvê-las e direcioná-los ao tratamento.
Deve ainda fiscalizar e regulamentar as formas como os corpos estão sendo representados
na mídia, para identificar “gatilhos” de imposição de procedimentos estéticos fora da realidade
das brasileiras. Espera-se assim que pessoas como Hana possam ser ouvidas e tratadas
sem estigmas.

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ELABORADORES DA CARTILHA

Ideia e Divulgação:
Beatriz Molinari Satil de Souza

Tratamento dos Dados:


Daniel Scaramelli dos Santos
Felipe Villa Real Neustein
Ricardo Vitor Vergueiro Figueiredo
Pedro Antonio Barbosa Rossi

Design da Cartilha:
Daniel Scaramelli dos Santos

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