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Formação Econômica e Social do Brasil II

01/03/2010: Parte I: Primeira República : economia cafeeira e origens da industrialização


(1889 – 1928)

1. A política econômica: café e grupos de interesse

(grupos de interesse - primeira parte dada em 24/02 – no caderno)

Primeiro texto a ver: Delfim Netto – O Problema do Café no Brasil – caps. 2 e 3


Pretende estudar os 100 anos de cafeicultura no Brasil, de 1857 a 1957. Descobre que há dois
momentos muito bem delineados no que tange ao mercado de café.

O primeiro era representado pelo Período de 1857 a 1906, chamado de Período do Mercado
Livre (livre interação entre a demanda internacional e a oferta de café, surgindo o preço
internacional do café livremente determinado); (principal região cafeeira no RJ, porto do Rio)
e, após 1906 a 1957, tratava-se do Período do Mercado com Intervenção (região de SP e porto
de exportação de Santos).

Preço internacional do café = preço médio do café M pelos EUA  (gastos com M de café/
quantidade M de café)  problemas: reflete o preço de cafés de todas as procedências e
também incorpora alterações do % dos vários cafés. Ex. Rio 7 (diferenças entre os cafés) 
Santos 4: preços defasados em pelo menos 2 meses (defasagem preço EUA e Brasil).

Ciclo: Preço café em libra aumenta  aumenta Rec X e diminui Qx  taxa de cambio
constante  Preço do café em moeda nacional sobe  entendem que há falta de capacidade
produtiva  aumenta o número de cafeeiros  4 anos depois St=f(Pt-4)  Dt=f(Pt)

Então o preço só é refletido 4 anos depois. A oferta do ano t depende do preço do ano t-4 e a
demanda de t é função do preço do mesmo ano.

O preço externo e o preço interno caminham paralelamente, graças a receita de exportação e


a taxa de cambio. Isso é válido para o primeiro e segundo ciclos, mas não para o terceiro.

Ciclos: Período de 1857-1906: grande expansão das X: O Brasil torna-se praticamente


monopolista  mais de ¾ da produção mundial em 1900/4 (76%) é brasileira
Os ciclos são explicados pela interação entre a oferta e a demanda

1 - 1857 – retomada da recuperação do preço, que se encontrava estável desde 1851. Até
1868

2. 1869 a 1885 (com pico em 1874)

3. 1886 a 1906 (com pico em 1890/2)


Libertação dos escravos:
- SP aparece e ocupa a liderança sobre a produção anterior do RJ
- Sistema bancário começa a inchar, substituindo a figura do Comissário. Recursos financeiros
insuficientes  supremacia do exportador (maior capacidade de comprimir o preço nos
momentos de excesso de oferta)
Aumento da demanda: recuperação das economias da Europa e EUA a partir de 1886  preço
aumento maior que a queda da quantidade  aumenta a receita de X  empréstimos
externos do Gov. Imperial  melhora a taxa de câmbio  aumento do preço internacional,
aumento do preço nacional  reduz parte do estímulo para aumentar o plantio  não
impede a produção após 1890.

Fase descendente no 3º ciclo: 1890 – 1906: 16 anos


Diminui a oferta: crise européia (1890) e crise americana (1893)  esta defasagem sustenta
um pouco o preço em libra até 1893 
Aumento da quantidade X (compensa a queda de preço )  aumento da receita de X

1890 – um ano após a república, que gerou alterações internas. Desorganização do sistema
bancário, déficits orçamentários, aumento da exportação de alimentos devido ao abandono da
agricultura de subsistência e desorganização da navegação de cabotagem  queda da taxa de
cambio, 27$/1000 reis, refletindo uma moeda desvalorizada
Em 1894 – 10 3/32

Aumento do preço interno até 1893 mantendo-se elevado: aumentou 140% o preço nacional,
enquanto o internacional caiu 8%.

Agravamento da situação após 1897, quando começaram a entrar ao mercado a produção dos
cafeeiros plantados sob o estimulo de Preço nacional  receita de exportação continua caindo
 mais queda da taxa de câmbio.

A produção continuou a aumentar, mesmo quando o mercado já não tinha condições de


absorver a não ser a preços ínfimos  a produção dobrou em 10 anos  no início do século
XX, o preço do café atinge o nível mais baixo de todo o período estudado

Recuperação da receita de exportação (graças às outras exportações) + Política de saneamento


de Campos Salles  taxa de cambio estável em 1898-9, cresce depois de 1900.  queda do
preço interno é superior a queda do preço externo  “Grito geral dos cafeicultores em 1902 e
1903”.

Momentâneo arrefecimento das reclamações devido ao aumento do preço internacional,


decorrente de: recuperação da economia européia após a crise de 1900; prosperidade da
economia norte-americana; secas e geadas no Brasil em 1903/4 e 1904/5.

Situação em 1906/7:
Estoque mundial + produção brasileira = 31 milhões de sacas enquanto o consumo mundial era
de 16,7 milhões de sacas  excedente de 15 milhões = pânico no inicio do ano de 1906.
Período sem Intervenção do Governo, portanto: queda da taxa de cambio, desvalorização da
moeda nacional. Enquanto o preço externo cai, o preço interno continua aumentando,
justamente devido a taxa de cambio.
O que explica o dinamismo da procura no longo prazo (de 5 mi sacas/ano par 14 mi
sacas/ano):
1. Aumento da população mundial, particularmente nos EUA (milhões)
2. Envelhecimento da população mundial (pop com menos de 20 anos)
3. Aumento da rena per capita
4. EUA  venda do produto torrado e moído, em pacote

Mercado com intervenção: a partir de 1906

1. Defesa episódica (governo entra no mercado comprando café e o fim da operação é quando
ele vende a ultima saca comprada nesse período, por isso, nem mesmo colocado no mercado o
café de uma operação, o governo já compra novamente, começando uma nova)
1. Op. Valorizadora – 1906 – 18
2. Op. Valorizadora – 1917 – 20
3. Op. Valorizadora – 1921 – 24
Anos em que o governo começa comprando e depois começa a vender, até a crise seguinte.

2. Defesa permanente (ainda estava em andamento a terceira operação, quando se decide


fazer uma defesa permanente)
1. Pelo Gov. Federal 1922-24
2. Pelo Estado de SP 1924-31
Aqui, plante que o governo garante. A política do Governo Federal não agrada e, então o
Governo de SP negocia para que a política seja feita pelo Estado.
Em 1929, 1930 e 1931, o Brasil colhe super-safras e torna-se realmente impossível armazenar
essa quantidade de café.

(CONCLUSAO DO DELFIM A SER FEITA NA PRÓXIMA AULA, DO DIA 08/03)

08/03/2010: Continuação do texto do Delfim (Aula com Nozoe)

 1ª operação valorizadora: 1906-1918

Convenio de Taubaté: documento firmado pelos presidentes de SP, MG, RJ e ES, que previa:

- preço mínimo de 55 a 65 francos para saca do americano tipo 7 durante o 1º ano.


Este preço seria garantido mediante a retirada do excedente;

- empréstimo de 15 mi libras para lastrear as emissões a serem usadas nas compras do


excedente

- cobrança de um imposto de 3 francos por saca exportada

- dificultar a exportação de tipos inferiores


- propaganda para incentivar o consumo

- medidas para impedir a expansão do cultivo (imposto muito alto sobre cada novo pé
de café plantado, inviabilizando a expansão do cultivo)

- criação de uma Caixa de Conversão, que fixaria o valor da moeda em 15d/1$000 (15
dinheiros por mil réis)

Hipóteses do plano:

- demanda inelástica: aumento do preço (libra) decorrente do imposto não seria


sentido pelos consumidores. Haveria aumento na receita

- o plano não estimularia a concorrência (os concorrentes não se sentiriam estimulados


a fazerem investimentos altos, já que era uma medida de caráter eventual do governo)

- a safra 1906/7 era excepcional: uma safra grande é sucedida por duas safras
pequenas

Encaminhamento

- parte aprovada pelo Congresso em 31/7/06, com as seguintes especificações

- compra de café para garantir o preço mínimo de 32$ por 7

- financiamento da operação com um empréstimo de 15 mi libras

- garantia do empréstimo com as receitas a serem apuradas com a cobrança de um


imposto de 3 francos por saca

- parte concernente à Caixa de Conversão foi aprovada posteriormente pelo Senado,


tendo começado a funcionar em dezembro de 1906

Aplicação do Plano

- em agosto/06 – SP começa a operação no porto de Santos – com a ação de agentes


comerciais – com base em empréstimos de curto prazo assinados até dez/06.
Basicamente os recursos de prazo um pouco mais longo, no total de 15 mi libras, foram
fornecidos pelos torrefadores novaiorquinos reunidos no “sindicato” de Sielcken (10,5
mi libras) e bancos europeus e americanos (4 mi libras) (pq, na verdade, o gov paulista
estava salvando os torrefadores novaiorquinos)

- JAN/07 – MG, RJ, ES entram na operação, mediante a compra de café no porto do RJ


através da casa Theodor Wiler & Cia. (por conta do Gov. destes estados)

- Pressão dos produtores de cafés de tipos inferiores (particularmente MG e RJ)

- BB  repassa recursos para SP comprar cafés inferiores

- Gov. Fed.  avaliza empréstimos no exterior

Periodo de compras: ago/96 a jun/07:


8 10^6 sacas  armazenados nos principais portos dos EUA e Europa  estoque
visível mundial = 16 10^6, dos quais ½ de SP  preços não melhoram 
especuladores aguardam a quebra do sistema e queda do preço  decide-se pela
continuidade das compras com recursos provenientes do arrendamento da E.F.
Sorocabana por 2 mi e  compras até o inicio de 1908 (para mostrar que o gov estava
empenhado)

Funding de 1908:

15 mi de libras por 10 anos, junto a bancos europeus  evidencia o fôlego e a


disposição do gov. paulista  reação: aum preços  inicio das vendas do estoque,
que foi sendo vendido nos anos posteriores (fato favorecido por algumas quebras de
safra)

1914:

liquidação antecipada do empréstimo de 15 mi, tendo restado ainda um estoque de 3


10^6, os quais foram vendidos até o final da 1ª guerra.

Avaliacao da operacao (importante: compra de estoque, fixação)

Financeiro: bem sucedido

SP: lucro aproximado de 3 10^6 sacas

Banqueiros: receberam antes do prazo e altas taxas de juros (9%)

Torrefadores: receberam juros e comissões. Alem de terem evitado perdas no valor de


seus estoques e ganharam com a valorização

Cafeicultores: não tiveram perdas, preço teria caído muito e a recuperação teria
ocorrido mais tarde, devido a ação dos importadores que fariam estoque na baixa  1906-09
(compra): 30$/saca e 1912: 70$/saca  possibilitada pela taxa de cambio fixa. Senão o
aumento da receita de exportação (23 para 47 milhões de libras) teria acarretado em aumento
do preço

Não reduziu o consumo

Aumento do valor das exportações brasileiras (de 23 para 47 mi)

Aumento da concorrência  de 4,5 mi para 7,5 mi de sacas

A falência da caixa de conversão

Situação imediatamente antes da I Guerra:

- diminuição do saldo da balança comercial

- diminuição da entrada de capital

- inflação interna
- queda do fundo da caixa de conversão

Ago/1914: I Guerra = Falencia da Caixa de Conversao

Taxa do mercado(15,81 em ago e 11,95 em set) > taxa Cx. Conversao


(15d/1$000)

(o fundo só funciona se a moeda for mais desvalorizada na caixa de conversão - se eu


tivesse que colocar menos dinheiro estrangeiro e recebesse a mesma moeda nacional – ex me
interessa se coloco 14d/1$000 enquanto exportador) (o importador vai no mercado, onde ele
troca 1$000 por mais moeda estrangeira)

Quando muitos importadores, vão ao mercado, a taxa acaba sendo de 11,95 e passa a
valer mais a pena ir para a cx. De conversão, que acaba indo à falência

 2ª operacao valorizadora

- Causas:

1. Dificuldades na exportação (guerra submarina)

Aumentam os estoques no Porto de Santos (de 1 mi em 1916 para 6 mi em 1917)

2. Estoques de grande safra 1917/8  15 mi

- a operacao:

O gov paulista compra cerca de 3 mi em santos e RJ com recursos repassados pelo gv


federal (emissão de 110 mil contos)

Efeito moderado

Fim da guerra em Nov. 1918

O preço mais que dobra em 8 meses (sendo o grande fator para o sucesso, o fim da
primeira guerra)

Favorecido por: geada e redução da safra e conhecimento pelo mundo de que os


estiques eram baixos

- resultado da operação:

Financeiro: lucro fabuloso = 4 mi de libras entre SP e união  favorece a posição dos


“valorizadores”

Aumento do preço interno de 92% e do preço externo em 103% (peq valorização do


reis)

Expansão da área cultivada  noroeste de SP e PR


 3ª Operação Valorizadora

- causas: semelhantes à anterior – deslocamento para baixo da curva de oferta e da curva de


demanda para trás devido a:

1. recuperação da safra de 1921/2 da geada de 1918  expectativa de 16 mi de sacas,


bem acima da média das três safras anteriores

2. aumento da produção dos países concorrentes

3. crise nos países consumidores  medidas de restrições às importações  queda do


preço do café da ordem em 180%

- operação:

Mar/21 – gov federal (Epitácio Pessoa – presidente politicamente fraco, comandado


pelos políticos de SP e MG) compra prontamente: 4,5 mi de sacas e limita a entrada de
café nos portos

Recursos: emissões (pela Carteira de Redesconto)

Compra entre marco e dez/21: 4,5 mi de sacas  Dadas como garantia de empréstimo
de 9 mi de libras junto a vários banqueiros europeus. O estoque seria vendido nos 10
anos subseqüentes

- resultados

1.financeiro: em 1923, o estoque do governo era de cerca

2. preço interno sobe mais que preço externo

3. fatores adicionais da recuperação dos preços: queda das safras seguintes, queda de

Avaliação das 3 operações episódicas

- causas do sucesso:

- 1906 – excepcionalidade da safra e proibição do plantio (dentro da própria cafeicultura havia


aqueles que não eram a favor da proibição do plantio, principalmente os que estavam na
fronteira)

- 1907 – Geada e termino da guerra

- 1921 – queda das safras e superação das crises

- os estímulos de preço que começam nessas operações começam a se refletir nos anos
seguintes

- operações realizadas quando a situação já era critica: sinaliza a existência de desequilibro


aos produtores nacionais e estrangeiros; mantém o risco na atividade, principalmente aos
concorrentes  situação alterada com a defesa permanente, pois rompe com um dos
pressupostos básicos dos êxitos das operacoes anteriores: o monopolio

- consumo 1905 a 1922/2: 16 para 19 mi de sacas/ano

- produção: concorrente de 4 para 7.7 mi (+93%) e Brasil de 11 para 15 (+36%)

 política agora será de comprar e depois de queimar os cafés (foram queimadas 44mi de
sacas. Se o mundo está em crise financeira, como foi possível fazer isso?

Defesa Permanente

1. Defesa pelo Governo Federal (1922-4) – Artur Bernardes

- causas: florada da safra 1923/4 = 19 a 20 mi sacas  produção estimulada pelos preços da


segunda operação

- a operação: realizada de modo que o governo não necessite comprar o café e, portanto, não
requeira recursos  construção de armazéns reguladores no interior, onde os cafeicultores
depositavam o café (ficariam com a propriedade)  recebiam cautelas – warrants – (não
facilmente negociáveis)  foi estabelecido que o café seria despachado em quotas diárias
para os portos: 7 mi sacas/ano, ou 35 mil sacas/dia > 200 dias

- os resultados: aumenta preço internacional = 200% em dois anos  reação em dos países
consumidores:

- campanha contra o café: campanha de Hoover (não copiei)

2. Defesa pelo Estado de São Paulo (1924-1920).

- 1924: sob pressão dos cafeicultores, a defesa é transferida para SP

- cessão dos armazéns reguladores ao preço de custo

- criação do instituto paulista de defesa permanente de café

- esquema da defesa: baseado nas experiências anteriores

1- regularização da entrada diária no porto de santos

2- empréstimo a juros baixos aos cafeicultores sob o café depositado nos armazéns:
60$/saca (170$ em Santos)
3- compra de café excedente em santos ou em qualquer outra praça, para
regularização da oferta

4- propaganda no exterior ($200/saca exportada)

O esquema não entrou em operação imediatamente, apenas em 1926

- financiamento do esquema:

- taxa de viação desfavorável, em ouro, transitada em SP (a ser estendido para outros


estados

- empréstimo externo (com garantia da taxa de viação)  fundo de defesa

- 1926 – Banespa

(diferença da caixa de conversão : o emp que o Washington Luiz ia tomar deveria vir em ouro)

- 1926

- caixa de estabilização: emissões 100% lastreadas à paridade de 5/1$000 (Cx de conv


era de 15d) e a taxa de mercado = 7d

- convênio entre estados cafeeiros

- a ação do instituto paulista

- 1926  entra em operação  empréstimo de 10 mi libras

Florada safra de 1927/8 de 26,1 mi sacas

Consumo mundial de 22 mi

Queda do preço internacional em 25% = 16,9 cents

Compra pelo instituto e consegue colocar o preço em 23 cents

Favorecido pela quebra

- a crise do sistema de defesa paulista

1929: florada surpreendente: novamente grande safra (26 mi) e Instituto tinha estoque de 20
mi (consumo mundial de +- 1 ano)

Preço sustentado em 22 cents até out/29


Out/29 – quebra da bolsa de NY – bancos reduzem o credito, inst fica com problema de
liquidez

Instituto recorre ao Brasil (BB emitiria para Instituto o dinheiro não lastreado), que recusa. Este
fato gera:

- queda do preço internacional em 50% em 1 ano (1/1930 = 14,1 cents)

- queda do preço financiamento de $60 para $40 (menor do que p internacional)

- preço nacional cai 40%

- falência da Cx Estabilização: esgotamento da reserva metálica em dez 1930 (31,2 mi


de libras em set/29).

Com a diferença entre as taxas de câmbio do mercado e da caixa de estabilização (merc<cx) 


falência da caixa  redução do meio circulante

Apesar da dificuldade, para mostrar a credibilidade de SP, o governo consegue um emp de 2


mi e depois de 20 mi em 1929/30, tendo como garantia 16,5 mi de sacas

A política dos anos 30 terá que mudar, o governo terá que queimar as sacas, pois não havia
local para guardar o café
03/03/2010 (Aula dada pela Marisa, sobre industrialização)

2. Origens da Industrialização

Caio Prado Junior

- Período em discussão: República (1889-1930)

- Rompimento com os quadros conservadores presentes no Império, em desacordo com o


avanço alcançado pelas forcas produtivas

- novo espírito guiado pelo desejo de enriquecimento e prosperidade material (emblematizado


pela figura do homem de negócios)
A preocupação passa a ser com os lucros, acumulação material. Figura do homem de
negócios passa a predominar na vida econômica brasileira.

- economia voltada para a produção extensiva e em larga escala de matérias-primas e gêneros


tropicais destinados à exportação

- este cenário se fez possível, externamente em função da intensificação do comercio


internacional, estimulado pelo liberalismo econômico

- internamente, soluciona-se o problema da mão-de-obra através da abolição e da imigração


subvencionada, há um significativo progresso técnico com a introdução da maquinaria,
eletricidade e sistemas de transportes ferroviários e marítimos, levando a um inquestionável
desenvolvimento da economia brasileira

- adiciona-se a estes aspectos a participação efetiva e crescente da finança internacional na


vida brasileira, em todos os seus setores fundamentais (ex. café)  sintomático é o
estabelecimento de filiais de grandes bancos estrangeiros.

- evidentemente, isto leva a um estimulo das atividades (especialmente as de exportação), que


passam a ter à sua disposição amplos recursos, bem como a experiência da finança
internacional

- por outro lado, afora o fato de cair a produção interna de gêneros de consumo (inclusive de
alimentação), conduzindo o pais à necessária importação desses artigos, crescem os
compromissos externos necessários para que se colocasse em pratica tal salto produtivo
vivenciado pela economia brasileira (serviço da divida publica, pagamento de dividendos e
lucros comerciais das empresas estrangeiras que operam no Brasil e remessas de fundos feitas
pelos imigrantes em direção aos seus países de origem)

- alem dos altos saldos comerciais apresentados pela economia brasileira, dão conta desses
compromissos novas inversões de capitais estrangeiros, particularmente via empréstimos
públicos (reforça o caráter negativo para a participação das finanças internacionais, apesar de,
contraditoriamente, Caio Prado também afirme que as finanças internacionais são positivas)
Ampliação das forcas produtivas  fortalecimento e fragilização do sistema ao mesmo tempo

- maior dependência na tentativa de ampliar o próprio sistema

- também a adoção do trabalho livre apresenta sua contradição: ao mesmo tempo em que
contribui com o progresso do sistema produtivo, conduz à desintegração da estrutura básica
desse mesmo sistema (a grande propriedade agraria e a grande lavoura)

- instabilidade da Mao-de-obra  retenção do trabalhador por dividas (pagamento de baixos


salários e fornecimento de produtos a altos preços) (prop são fornecedores exclusivos dos
bens de consumo dos trabalhadores)

- esta pratica foi dificultada no caso dos imigrantes europeus (eles eram mais esclarecidos),
cuja instabilidade é, portanto, maior, provocando crises gerais bastante graves  1900:
primeiro déficit imigratório

- é animada a luta dos imigrantes contra os abusos sofridos, o que leva a uma evolução da
legislação brasileira, que passa a incluir medidas de proteção ao trabalhador rural em nome da
continuidade dos fluxos imigratórios

- isto coloca em xeque a capacidade de sustentação das grandes propriedades, especialmente


em regiões mais antigas e longamente exploradas já decadentes

- em síntese (do capítulo do Caio Prado), aquele desequilíbrio das finanças externas, antes
apontado, conduzirá o sistema a graves crises, mas, ao mesmo tempo, será fecundo no
sentido de contribuir para uma tendência à diferenciação das atividades econômicas e
produtivas do país a fim de minimizar sua dependência externa

- neste ponto, ele ressalta o caso de SP, onde esteve presente de maneira exagerada a
monocultura do café e, entretanto, onde se encontraram as primeiras iniciativas de
diversificação da produção

- nessas circunstancias, brotam das próprias contradições inerentes ao sistema econômicos


as forcas que o vão transformando rumo à constituição da industria manufatureira,
diretamente ligada as conseqüências do desequilíbrio crônico das finanças externas do pais.
Em outras palavras, o desenvolvimento de um sistema concentrado em poucas atividades
exportadoras, com uma estrutura econômica ainda tradicional criara as bases para seu
desenvolvimento/destruição

Cap. 23:

- Primeiro gênero primário do comercio internacional


Brasil com 70% da produção mundial  concentração da maior e melhor parcela da
lavoura cafeeira no oeste paulista (60%)

- facilitadores: clima, qualidade do solo e imigração européia como fator decisivo


Importância da política de estimulo promovida pela administração do Estado de São
Paulo (subvenções)

- embora tenha vivenciado inquestionável progresso quantitativo, há que se ressaltar que a


evolução cíclica do café, a partir da qual uma fase ascendente é seguida de um período de
decadência

- 1896  primeiros sinais de desequilíbrio


Grandes plantações efetuadas nos primeiros anos da Republica
Sintomas clássicos de superprodução: declínio dos preços (maquiado pela
desvalorização da moeda até 1889), formação de estoques (1905 = 11 milhões de sacas de
60kg, o que representa 70% do consumo mundial anual)

- Saturação dos mercados consumidores

- especulação comercial (mais reservas, que pesam sobre os preços e são escoadas em
períodos de baixa produção em condições mais vantajosas)

- os intermediários do comercio (casas financeiras e bancos internacionais) compram na fase


de alta produção e baixos preços e vendem na fase de baixa produção e preços elevados

- os baixos preços e a moeda valorizada, num cenário de segura absorção da produção por
parte do mercado internacional, levam a que os produtores pressionem por medidas que
sustentem e estabilizem o curso do café

- 1906 – ocorre a primeira intervenção oficial no mercado cafeeiro, com compras maciças para
forçar a alta dos preços

- na presidência de Afonso Pena consagra-se a política de valorização

- na busca por recursos financeiros para fazer frente a essa política, o apelo ao crédito
estrangeiro enfrenta a recusa dos banqueiros e agentes financeiros do Brasil o exterior (cãs
Rotschild)

- entram, então, em cena outros grupos financeiros (internacionais) e vencem as propostas


altistas, com especial vantagem sendo conferida aos interesses financeiros envolvidos, em
detrimento dos produtores que, embora tenham tido benefícios no curto prazo, assumem a
responsabilidade pela execução das dividas contraídas

- imposto de 5 francos-ouro sobre cada saca exportada


- a historia da valorização se repetirá em menor escala no curso da I Guerra Mundial (1914-18),
quando há retração dos mercados consumidores, nova queda de preços e retração das
exportações brasileiras.

- o equilíbrio é conquistado em função de uma forte geada em 1918, que devasta os cafezais
paulistas

- segue-se, no pós-guerra, um novo período de prosperidade, estimulado por um alargamento


do crédito e pelo recurso às grandes emissões de papel-moeda (depois de 1923)

- os cafeeiros passam de 828 mi para 949 mi entre 1918 e 1924 e repete-se a história da
superprodução que conduz a um esquema de valorização mais robusto, guiado por um unic
grupo financeiro londrino

- o resultado era a formação de um circulo vicioso, através do qual havia um estimulo à


produção como resultado dos altos preços, o que levava, mais uma vez, ao acumulo de
estoques retidos

Isto se faz à custa de largos apelos ao credito e o crescimento do endividamento


torna-se, portanto, inevitável

- com o craque da bolsa de NY em 1929, o credito externo e o financiamento do café são


suspensos e os preços do café são insuficientes para fazer frente aos débitos contraídos pelos
lavradores, colocando-se a ruína completa do setor. (cessa o credito externo)

BORRACHA:

- a primeira utilização industrial da borracha se da em 1770, mas sua maior importância, a


partir de 1842

- em 1912 a exportação da borracha alcança seu máximo

- explorada num regime de extração intensiva e com métodos de trabalho bastante primitivos,
a borracha brasileira não resistira a concorrência do produto oriental

CACAU

- origem no Amazonas, e começa a ser plantado no sul da Bahia em meados do sec XVIII. Esta
região chegará, no seculo seguinte, a contribuir com mais de 90% da produção total do Brasil

- afluxo de imigrantes nordestinos


- concorrência com a Ilha de São Tomé
- segundo lugar da produção mundial

AÇÚCAR
- emblematiza muito bem o esforço de adaptação ao mercado interno, ao qual a produção
teve que ser submetida para fazer face à perda dos mercados externos

- em 1937 as exportações brasileiras representam 1,6% do comércio internacional de açúcar

- o que colabora com a necessidade de o açúcar se satisfazer apenas com o mercado interno ;e
a não concorrência do Sul, em fç do desenvolvimento da cultura cafeeira, que, ademais , cria
mercado consumidor para o açúcar

- Mas a crise do café fez com que São Paulo produza açúcar e se torne auto-suficiente

- em 1933 – cotas de produção de açúcar

- século XX – concentração da produção – absorção dos engenhos pelas grandes usinas

PEQUENA PROPRIEDADE

- formação é favorecida a partir do século XIX e pelo crescimento populacional

- estabelecimento no RS, SC e PR

- agricultura especializada para abastecimento próprio

- crise do café – contribuem para a desintegração do grande domínio agrário – saída para
dificuldades financeiras

- 1960 – conjuntura favorável – cana  reversão, absorção novamente da pequena


propriedade

CONTINUAÇÃO DA AULA PELO NOZOE, EM 10/03/2010 Fishlow, Versiani, Suzigan e Dean (sai
Cano pra prova)

Para Celso Furtado, quando a exportação do café cai, há um estrangulamento externo, e a


industrialização do Brasil avança. Quando há queda das exportações, o Brasil, que importava
consideravelmente, teve que reduzir sua importação e comece a substituição das importações.

Para os neoclássicos, quando o café está bem, a industrialização também vai bem.

I. Introdução:
Suzigan: principais interpretações acerca da industrialização brasileira:
- teoria dos choques adversos
- industrialização liderada pela expansão das exportações
- capitalismo tardio
- Intencionalmente promovida pelo governo

O prof trabalhará as vertentes de acordo com os autores indicados na bibliografia. (Caio Prado
= aproximação do Celso Furtado) (Fishlow, adota as duas teorias).

Das quatro, o cap tardio não será tratado.


Não significa que os autores se identifiquem apenas com uma delas

2. Teoria dos choques adversos, histórico estruturalista ou substituição de importações

- distinção entre o setor produtivo voltado para o atendimento do mercado externo e setor
voltado para o mercado interno
a) externo = setor exportador:
- seu desempenho depende de fatores exógenos (afetam a demanda)
- responsável pela maior parcela da Y
- centro dinâmico da economia
- altamente rentável e especializado (concentração de terra, capital e trabalho nessa
atividade)

b) interno = setor de subsistência  baixa produtividade, incapaz de sustentar a


industrialização

 O Argumento:

- choques adversos: crise no setor X; Guerra; Crises econômicas internacionais


Qualquer coisa que afeta a capacidade de importação: Capacidade de M = (Px/Pm)*Qx
 embora sejam apenas índices, o numerador é a receita de exportação, fazendo com que a
cap de importação dependa da mesma.  Já a parte de preços relativos é o que chamamos de
termos de troca

- com os choques adversos, há a diminuição da capacidade de importação, +, paralelamente,


demanda interna sustentada por política econômica expansionista.

- SI

 Os autores:
a) aplicações especificas:
Furtado e Tavares: Versão mais específica para a industrialização após a Crise de 1929. Antes
disso, industrialização induzida

Simonsen  I Guerra Mundial

b) generalização: CEPAL
torna-se uma teoria
apresenta argumento generalizado, segundo a qual qualquer choque adverso (1ª Guerra, crise
de 1929, II Guerra)  rompe com a divisão internacional do trabalho – divisão entre países
centrais e periféricos

ec periféricas: M manufaturados e X matéria-prima, voltadas para fora, movidas pelas


exportação, variável exógena
ec centrais: crescimento para dentro, variável endógena = investimento industrial; centro de
decisão = interno – industrialização sem mudanças substanciais

Crise de 1929:
queda da renda  queda Preço libra e queda Qtd. exp  queda Capacidade M 
Manufatura (OFERTA)
Gov federal  pol de defesa do setor cafeeiro  comprar excedente a um preço
mínimo; pagamento com moeda nacional ; o excedente comprado não podia ser vendido 
havia excedente de capacidade produtiva  governo resolve destruir parte das compras de
café  política de déficit, faz déficit para comprar o café e faz uma divida para pagá-lo.  o
programa do governo fazia uma política de sustentação do nível de emprego e renda do setor
exportador  por essa política, o nível das importações, ou a demanda por ela, aumenta
(DEMANDA)
De um lado, a oferta cai e há uma demanda por manufaturados  por isso que a
industrialização será feita pela substituição de importações.

Assim, como diminui a capacidade ociosa, aumenta a rentabilidade dos capitais


aplicados na indústria.
Do lado da agricultura, é suficiente para que ela continue em operação, mas faz com
que a rentabilidade dos capitais aplicados no setor seja baixa.
Rentabilidade café < Rentabilidade indústria: capitais migram do setor exportador para
o setor agrícola

 Critica de Suzigan ao Modelo:


a) houve crescimento industrial em períodos de expansão das exportações. Subestima o
desenvolvimento antes de 1930.
b) sugere uma industrialização com base apenas no setro de consumo mas houve industrias de
insumos e bens de capital leve para o setor agro-Xm de transporte e de processamento de
produtos de X, que não são de substituição
c) argumento do crescimento induzido pelas X (origem do mercado consumidor) explica
melhor o período antes de 1930  a SI ocorre apenas nos primeiros momentos  ocupa
mercados anteriormente atendidos pelas M
d) subestima o mercado interno criado pelo próprio industrial

2. Industrializacao induzida pela Expansao das Exportacoes, Neoclassica Marginalista ou


Revisionaista

 Surgiu como uma crítica aos choques adversos


 Peláez (1972)  críticas a Furtado (após o Golpe Militar, sobem os economistas ao governo
e são contra o Celso Furtado)  preocupa-se com o processo de alocação de recursos entre a
produção para X e a produção para o mercado interno
 buscar negar o papel da política de defesa do nível de emprego e da renda (política
cafeeira) na industrialização
 realça a var nas taxas de retorno do investimento entre os setores X e industrial
 política cafeeira  mantém artificialmente elevada a rentabilidade do setor cafeeiro
 ineficiência alocativa

 O argumento: para todos os tipos de bens industriais


Aumento exportação  aumenta industrialização e vice-versa queda/queda)

 Os autores:
- Dean
- Nicol
- Peláez
- Leff

 Dean e Nicol, diferenças:


- sobre os anos 30: N favoreceram a industrialização por SI
D  prejudicaram

- sobre a importância do estado e do capital estrangeiro


N  foram importantes principalmente nas estradas-de-ferro e na
industria siderúrgica
D nega a importância de amos

 Dean – sua contribuição mais relevante refere-se a origem do capital e do empresariado


industrial
- o capital cafeeiro seguiu, para os bancos, estradas-de-ferro e imigração (apenas uma
pequena parcela foi para Industria)
- pequena participação do capital estrangeiro
- na década de 20 foram reinvestidos os lucros do próprio setor industrial
- origens do empresariado: importadores e imigrantes – eles conheciam o mercado, o
gosto do brasileiro, o fabricante, oferecia assistência técnica para o produto, acesso ao
mercado financeiro internacional. Os imigrantes atuam onde a colônia do seu pais de origem
fosse seu mercado.
O primeiro elemento para industrialização, é incluir produtos de consumo para a
colônia

 Críticas:
- Dean; inaceitável a minimização da imp ds choques adversos, especialmente após
1930
- não percebem as mud qualitativas
 choques adversos x ind induzida pelas X

a) (EM COMUM) a economia brasileira dispunha de condições ara atingir etapas superiores da
ativ econômica, dadas pela disponibilidade de recursos naturais, m-o, vastidão comercial,
mercado interno
b) (DIFERENÇA) não alcançou tais etapas devido a:
- estruturalistas: decorrência natural das rendas produzidas pelas X (O preço mais
baixo, eles tem que vender mais para a mesma renda, e não conseguem)
- neoclássicos: distorção na alocação de recursos

3. Industrialização intencional por política governamental

 O argumento:
O estado teve papel positivo e deliberado:
- proteção tarifária
- concessão de incentivos e benefícios

 Os autores: (estudaram a ind têxtil e um det momento como Proxy e acompanhando-as,


eles percebem que há mais
- MT Versiani
- FR Versiani

(NO CADERNO O FIM DA AULA)


17/03/2010: Aula Marisa – Infra-estrutura e Crédito

Papel do sistema bancário no processo de desenvolvimento da economia paulista

1869  tendência ao estabelecimento de empresas de diversos ramos na cidade de São Paulo


 o núcleo principal desse movimento do capital se situa no desenvolvimento do setor
ferroviário, visto como fundamental para o crescimento da economia cafeeira em SP
(inviabilidade do sistema de tropas de mulas)
- São Paulo Railway – inglesa
- Paulista, Mogiana, Sorocabana, Ituana – nacionais

- vários diretores da Caixa Filial do Banco do Brasil se inserem como diretores e acionistas de
empresas

- 1873 – existência do banco mercantil de Santos, Banco de Campinas e Caixa Filial do banco
do Brasil considerando que SP não era ainda dominante nos planos comercial e financeiro

- 1882 – Banco de crédito Real de SP

- 1887 – comercial, da lavoura e casa bancária da província de SP

Com essas informações, Saes considera que, a partir de 1870 h;a um claro movimento
de diversificação do investimento em SP que se dá por meio da criação de empresas em novas
atividades, a saber: estrada de ferro, transp urbano, iluminacao e gás. O caf;e deixa de ser o
elemento dominante

- concentração de riqueza e da participação acionaria e/ou diretiva  “o surgimento bancário


em SP prende-se, portanto, a esse movimento mais amplo do capital paulista, detonado, sem
duvida, pelo aumento das exp de café do planalto paulista, a partir de 1850”

- característica do movimento do capital , não se observa a especialização dos empresários em


determinada atividade  conceito de capital cafeeiro (origem dele é o café)  não há,
portanto, um capitalista financeiro típico

- a especialização do capital em funções bancarias parece responder aos frutos da expansão


quantitativa do capital cafeeiro  o capital bancário em sp nasce da própria expansão do
capital cafeeiro em busca e formas especificas de investimento e não da política monetária do
Governo Central

- o que justifica a expansão do credito e dos meios de pagamento é


- transferência de moeda emitida para a província de SP (via mecanismos comerciais,
aumento da exportação do café, investimentos advindos de outras províncias)
- multiplicador de meios de pagamento (mecanismos: deposito – empréstimo –
deposito)
- resulta na expansão da economia paulista
- os recursos advêm principalmente de aplicações de curto prazo no sistema bancário
- como estas instituições estão localizadas basicamente em Santos, SP e Campinas, os recursos
carreados são fruto do comércio ligado à X e M, no primeiro caso, e de gdes empresas,
comercio e industria e pessoas físicas, nos dois últimos casos

- o destino dos empréstimos realizados pelos bancos eram os capitalistas (em detrimento do
comercio) e as empresas cujos diretores pertenciam ao quadro diretivo dos bancos. O credito
para a lavoura envolvia uma série de problemas, como o prazo para vencimento, por exemplo.

Estrutura do Sistema Bancário


- como visto, a partir da década de 80 emerge o sistema bancário em SP, movimento que se
consolida por meio da constituição de um conjunto de bancos nacionais e estrangeiros
integrados nos mercados de SP e Santos  a cidade de SP reforça sua posição como principal
centro financeiro do Estado  Base: comércio e outras atividades urbanas  Santos perde
posição

(PERDI – PEGAR SLIDES)

- embora isso signifique um enfraquecimento enquanto grupo, do pto de vista individual esses
bancos colhem vantagens desse processo de concentração bancaria

- alem disso, verifica-se uma participação pequena – mas estável – dos bancos do interior no
total das operações de crédito

- AS infos de 1906 escondem a formação de novos bancos que não sobreviveram ate este ano.
Entretanto, por serem de pequeno porte, não alteram os dados de maneira significativa

- os dados de 1915 refletem uma queda de participação dos bancos estrangeiros – PERDI, em
alguns dados, até superam os nacionais, como em caixa e depósitos

- em 1921, os bancos estrangeiros já são os principais, os predominantes, sendo o auge de


expansao dos bancos estrangeiros dentro do sistema bancário de SP

-vai verificando, paralelamente, uma perda de part dos bancos de interior, que passam a cobrir
um mercado de dimensões bastante reduzidas

- Em 28, os bancos estrangeiros têm uma perda muito grande e os nacionais da capital acabam
voltando a ser os primeiros

Características Operacionais dos Bancos

- conjunto típico de operações realizadas pelos grupos de bancos no que se refere à captação
de recursos (depósitos, letras, etc) e ao destino das aplicações (empréstimos, descontos,
participação em empresas, etc
Bancos estrangeiros

- começam suas atividades instalados em Santos, atuando junto ao comercio de exportação e


importação, em especial por meio de cobrança e desconto de cambiais e letras do comercio
exterior  dái são conduzidos a operações cambiais especulativas, tendo os bancos
estrangeiros a maior parcela dos ganhos em função de sua multiplicidade de filiais ao longo do
país e mesmo do suporte garantindo pelas matrizes ante eventuais dificuldades  “em certas
circunstancias, as op cambiais dos bancos estrangeiros atingiram tal volume que a eles eram
atribuídas as próprias variações do cambio” é importante ressaltar que os bancos nacionais
também atuavam no cambio

- outro campo de atuação desses bancos durante a Primeira rep;ublica está situado na dívida
pública  eram feitos empréstimos aos governos por emissão de apólices colocadas no
mercado europeu  operação mediada por agentes financeiros estrangeiros, que se
responsabilizavam pelo pagamento de juros e amortizações aos detentores de apólices e que,
portanto, mantinham contato permanente com o governo emissor desses papeis, tendo
facilitada sua penetração no mercado brasileiro pór meio da divida pública

A valorização do café também envolveu a part de cap estrangeiros  financiamento

- além disso, a partir do século XIX, há uma tendência à ampliação da presencao de grupos
formados no exterior com o domínio sobre empresas estabelecidas no Brasil

Bancos Nacionais com sede em SP

- Uma distinção inicial entre bancos de peq porte e bancos de gde porte permite notar que os
primeiros sofriam mais severamente os efeitos da pol monetária restritiva adotada por
Joaquim Murtinho como resposta à crise cafeeira do sec XIX

 privilégios, diluição de riscos e recursos mais estáveis

- portanto, o que distingue os grandes dos peq é justamente a clientela a que os primeiros
atendem  o resultado é que os peq tinhama cesso apenas ao peq com e industria e aos
assalariados de modo geral, o que limitava suas possibilidades de expansão

- em momentos críticos, portanto, os bancos mais sólidos absorviam as parcelas de mercado


atendidas pelos pequenos estabelecimentos

Bancos nacionais com sede no interior

- no núcleo interiorano havia um certo comercio de mercadorias importados e de bancos locais


voltados para os fazendeiros de café, oq eu sugeria a concessão de credito pessoal com
garantia baseada na própria safra

- depósitos de fazendeiros, comerciantes e colonas das fazendas de café

Bancos hipotecários

Credito especifico para a lavoura


O sistema bancário e a economia paulista

- estudos sobre o desenvolvimento da economia paulista relacionando a agricultura cafeeira e


a industria nascente  3 interpretacoes

1. desenvolvimento industrial possivel apenas diante de crise da cafeicultura resultantes da


retracao do mercado mundial

2.

3.

Saes identifica-se com a terceira – capital cafeeiro (COPIAR DO PEN DRIVE)


22/03/10:

TEXTO DO DEAN (Aula dada pelo Nozoe)

 Condições de trabalho:
- duríssimas
- instalações inadequadas, mal ventiladas, sem instalações sanitárias
- sem proteção  grande numero de acidentes de trabalho
- multas por indolência ou erros
- crianças  castigos, surras e espancamentos

 Benefícios
- creches
- jardim de infância
- armazém
- igreja
- moradia
- assistência medica

Na tecelagem Votorantim as condições eram bem melhores: piscina, cinema, quadra de


futebol, tênis, cinema,

Os benefícios sugerem o alto espírito de paternalismo  mas todos os benefícios eram


descontados do salário

 os benefícios não eram generalizados


- alguns dos benefícios (moradia) descontavam quase metade do salário
- alguns benefícios eram meios de conseguir de extrair máxima quantidade de trabalho ao
menor custo:
- alojamento para trabalhadores da manutenção e lubrificação de
maquinarias
- creches para mulheres (mães)

 Caridade VS Paternalismo (estrutura hierarquizada, respeitar a ordem)


- sociedade tradicional: anseio de segurança e veneração  paternalismo  o trabalhador
deve permanecer, perante o patrão, moral e politicamente como uma criança  não consegue
administrar seus gastos  os benefícios garantem o uso correto do salário  Declaração de
Jorge Street: proporcionava benefícios aos operários no lugar de salários mais elevados, que
seriam torados em coisas inúteis e proporcionava jardim da infância para que aprendessem
hábitos de asseio e aprendessem a tecer

(existem 2 empresarios – tradicional e o de Jorge Street, mais moderno, capitalista, mais ou


menos welfare street, mas proporcionado pela empresa. Apesar do paternalismo ser
conservador, aqui Dean cita duas frases que poderiam lhe encaixar no paternalismo)
 Paternalismo: método mais racional de manipulação do trabalhador do que regulamentos
impessoais
- reações do paternalismo patronal ante o descrédito dos operários:
- manutenção da forma paternalista nos casos de trabalhadores que, tendo
sido influenciados pela militança trabalhista européia, concordam em regressar à inocência
- punição dos trabalhadores que participassem direta ou indiretamente de
movimentos operários (greves) com a retirada dos benefícios

- controle de classe

 controle de classe inter pares (patronais)


- sanções contra colegas que atuassem com excessiva liberalidade
- CIFTSP – Centro das Indústrias de Fiação e Tecelagem de SP – Criada após a greve geral de
1919 tomaram, por exemplo, as seguintes medidas:
- Votorantim – abolição do pagamento dos alugueis após a conclusão do
pagamento dos imóveis (os funcionários pagavam o imóvel como parcelas, mas depois tinham
que continuar pagando, tp aluguel)
- Jorge Street – afastamento da direção das fábricas de tecidos de juta e
algodão por excessiva liberalidade

 classe média e operários


- classe média = profissionais, burocratas, pequenos negociantes (pequenos empregadores)
- desprezo pelo modo como os industriais trabalhavam seus empregados
- aproximação com operários:
- inflação
- mais operários  mais empregos burocráticos
Resultado: polarização: industriais e classe média

 leis de proteção ao trabalhador  poucas


- revisão do código sanitário estadual (1917): revisão do dispositivo sobre o trabalho de
menores de 18 anos: prova de idade, consentimento dos pais, alfabetização
- seguro de acidentes nas cias de transporte e construção e nas fábricas que empregavam
máquinas (1919)
- conselho nacional do trabalho (1922): caia de pensão para ferroviários; instituição do 1º de
maio e lei de férias: 2 semanas remuneradas  essa medida foi aprovada, mas não aplicada

 W Luis (1926):
- proibição do trabalho de menores de 14 anos
- proibição do uso de menires em trabalhos noturnos
- a fiscalização limitou-se a baresm cabarés, etc
 pressão para a aplicação das leis era feita pela CIFTSP sobre deputados e senadores
para que revogassem a lei
acordo com juízes (1928/9) – aplicação da proibição nas fabricas apenas para
menores de 12 anos
 Organizações de trabalhadores
- reconhecidos apenas os sindicatos de empresas
- não reconhecimento de sindicatos independentes
- perseguição aos sindicatos radicais: anarquistas, socialistas
 mesmo assim, especialmente após a primeira guerra, o movimento
apresentou grande vitalidade  ex.: grandes paralisações em 1906, 1912, 1917 e 1919 
corte de salários, suspensões e repressão policial

 principais reivindicações operarias:


- aumento de salários (custo de vida)
- jornada de 8 horas diárias
- proibição do trabalho aos domingos
- pagamento dos salários a vista
- abolição do sistema de multas
- eliminação do trabalho de menores de 12 anos. Algumas fábricas (Matarazzo) reduziam o
tamanho das máquinas para possibilitar a operação por crianças

 reações patronais
- lockout (fazer greve com os empregados)
- rede de informações  cadastro dos indesejáveis agitadores, padronização dos contratos de
trabalho e padronização dos salários
- aproximação (CIFTSP) com a Chefatura de Polícia e o Departamento de Investigações:
- utilização de policiais como fura greves
- prisão de agitadores
- deportação de estrangeiros
 redução das greves após 1922  efeito das medidas?

 a redução do numero de greves:


- ilusório  jornais não noticiam as greves durante o estado de sítio (1922-7)
- o tratamento dos operários não melhorou

 os industriais
- fortes vínculos com o país de origem
- nobilitação mediante a aquisição de títulos e honrarias européias mediante doações a fundos
de beneficência ou ao papado
- casamentos com aristocratas europeus
- explicações sobre a riqueza: poucos se dão ao trabalho
- as capacidades humanas são desiguais, assim como a desigualdade entre
os homens
- riqueza acumulada com trabalho e parcimônia
- vinculo empregatício = uma forma de cooperação social reciprocamente vantajosa
- a desigualdade de rendimento é socialmente útil pois cria o estoque de capital necessário
para o progresso
- a questão no Brasil não é distribuir a riqueza, mas criá-la
 liberalismo: pouco influencia sobre os industriais. Limitou-se a:
- educação secular
- tolerância religiosa
- direitos femininos
- abolição da prostituição
 contraria enquanto teoria econômica: livre comercio
- causa do mal estar social e político da Europa
- incapaz de lidar com o comunismo
- desencoraja os homens a aceitarem seu lugar na sociedade
- fomenta a competição

- fascismo: atracai na década de 1920


- Manoilescu – traduzido por Pupo Nogueira
- Milagres econômicos de Mussolini e Salazar
- Matarazzo – conversão em 1923, após viagem à Europa
- operários – consciência de disciplina, compreensão das obrigações e dos
direitos
“Mussolini, além de ser um idealista convicto, é também um extraordinário
homem de ação”
- Doação ao Movimento da Juventude Fascista  Recebe a Condecoração
do Duce
- Crespi
- atração pelas idéias autoritárias: mera idiossincrasia derivada do sentimento cotidiano de
poder ilimitado, desejo de arrogar-se poder de Estado e desejo de suprimir os esforços de
organização dos trabalhadores?

- sintoma de uma crise profunda do desenvolvimento do capitalismo industrial no Brasil:


- relega o trabalhador a uma posição social inferior
- justifica remunerações em nível de subsistência
-ausência de direitos
- o empresário resgata o trabalhador da indigência, livrando-o de morrer à
míngua
 não considera os trabalhadores (rurais e urbanos) como consumidores
a) Possível causa do atraso no desenvolvimento do mercado interno e
da produção em massa (fordismo)
b) Aprofundamento da distancia socioeconômica
c) Estado de “superprodução”da industria, explicada pela falta do
desejo de consumir, noção de higiene, etc, a serem supridos pela
educação e não melhora da remuneração
- desinteresse no treinamento técnico da Mao de obra:
- escola politécnica
- instituto Mackenzie
- liceu de artes e ofícios  formação de oficiais marceneiros
- filhos de industriais enviados ao exterior (Europa e EUA)
- operários especializados  trazidos temporariamente do exterior  evita
a concorrência (instalação de fábricas) após o fim do contrato  contrários à lei dos 2/3 
exclusão dos brasileiros aos melhores salários  trabalhadores brasileiros – treinamento na
fabrica, o ligava ao estabelecimento industrial
24/03/10: Aula dada pelo Nozoe:

Hoje: Maria Ribeiro e Telarolli: em alguns pontos reprisa o que foi falado no texto do Dean

Maria Ribeiro: como eram as condições nas fabricas

Texto do John Wells: apenas 2 tabelas são usadas – para mostrar as condições de uma família
operaria – receita, gastos, perfil de consumo

Telarolli: Como é a situação no meio urbano

Texto: Maria Alice Ribeiro

Objetivos: exame dos critérios para divisão do trabalho e hierarquia no interior das fábricas de
fiar e tecer em 1912 e 1920:  qualidades exigidas: idade, sexo e grau de instrução  homens
– funções de mando, controle, vigilância (mestres e contramestres) e/ou forca física e 
mulheres e crianças (a partir de 7 anos de idade) desempenham funções sem qualificação ou
conhecimento técnico, mas que requerem agilidade manual e atenção 

Em algumas atividades francamente predominam as mulheres – permanece inalterado entre


1912 e 1930, exceto nas cardas e estamparia; 1912 = 88,88 mulheres e menores; 1920 = 15%

- relação entre superiores (mestres e contramestres) e subordinados: autoritária, prevalece a


violência e brutalidade e há privilégios para quem agradava os mestres e contramestres – tais
características foram motivos de inúmeras greves

Tecelagem Mariângela (do Matarazzo) – Relato do jornal A Terra Livre em 1907

... as crianças trabalham das 5 da tarde às 6 horas da manha com uma hora de intervalo... a
certa altura da noite quase tds as crianças de 8 a 12 anos, meio mortas de fadiga e de fome
caem a dormir... e então o contramestre desperta-as a bofetadas, e soluçando retornam ao
trabalho

- a presença de mulheres e crianças nas fábricas

- tecelagem do Major Diogo de Barros: 93 operários. Eram 20 mulheres e 60 eram


meninas entre 11 e 13 anos de idade. Apenas 13 eram indivíduos adultos do sexo
masculino

- 1894: na indústria têxtil, em media, eram 73% dos operários

- o emprego de menores era socialmente aceito, como meio das crianças pobres
adquirirem uma profissão e hábitos de trabalho  empregadores agraciado com
diplomas de benemérito pelo Ministério da Agricultura

- crianças entre 8 e 12 anos eram admitidos como aprendizes

- jornada legal de trabalho das crianças (menores de 15 anos) na capital federal (único
município com legislação sobre a questão)
- crianças entre 8 e 10 – 3 horas, 10 e 12 – 4 horas, meninas 12 e 15 e os entre 12 e 14
– 7 horas e 4 contínuos, 14 e 15 – 9 horas

- proibido o trabalho aos domingos e feriados

- a fraqueza dos órgãos de fiscalização dispensa o cumprimento da lei. Matarazzo


proibia a entrada de fiscais em suas fabricas

- mulheres e crianças continuavam a representar a parcela majoritária dos trabalhadores na


industria têxtil, segundo o Censo de 1920:

- mulheres e crianças presentes em tds os ramos da ind, exceto as de produção e


transmissão de forcas físicas  mais submissas e menores salários e nas greves, substituem os
homens

- a indústria têxtil era a maior empregadora de mulheres (68% do total de mulheres na


indústria)

- emprega 42% dos menores de 18 anos empregados na indústria

- indústria do mobiliário (12%), construção de aparelhos de transporte (10%) e


indústria do vestuário e toucador (9%) são as que tem mas % de crianças e mulheres

- Horário de Trabalho nas Tecelagens: não fixado em leis

- Votorantim (1907): diurnos, das 6 as 20h, com 30 minutos para almoço e 30 para o
jantar e noturno, das 18 as 5 horas, com uma hora para refeição

- Mariângela (1907): diurno das 5 as 22 horas, com 2 horas para refeições e noturno,
das 18 as 5 horas, com uma hora para refeição (pão e banana)

- no período noturno predominam mulheres e crianças

- o período noturno era um meio de compensar o numero insuficiente de maquinas,


em especial, na fiação

- jornada de 8 horas – passou a ser adotado pela maioria das fabricas após a greve de
1917, foi abandonada pela maioria delas após a derrota os operários na União dos
Operários em Fábrica de Tecidos (1920)

- salários na indústria têxtil:

- complexa e variada estrutura salarial: a remuneração variava de acordo com o tipo de


tecido, idade e sexo (homens>mulheres>menores)

- dada a inexistência de contrato de trabalho, não havia qualquer garantia de que os


salários seriam recebidos nem que o valor acertado fosse realmente pago (pagamento
por peça e tipo de pano, valores estipulados a partir de certa quantidade, imposição de
metas inalcançáveis, descontos por multas, descontos de médico, farmácia, etc)

- multas colocando metas inalcançáveis serviam para diminuir o salário a ser pago
JOHN WELLS

- composição da renda familiar da classe trabalhadora:

- todos os membros, inclusive as crianças, contribuem para a renda familiar

- o chefe do domicilio contribui com cerca de 2/3 da renda

- filhos adultos e os agregados são importantes na renda familiar

- gastos de famílias operárias

- o gasto com alimentação correspondia a cerca da /2 dos gastos

- ate a dec de 60 o % gasto com alimentação foi crescente

- o padrão de vida ligeiramente acima da necessidade fisiológica

- fontes de nutrientes da alimentação dos operários:

- anos 30: cereais, pães, baixa participação de carnes, peixes e ovos (mesmo gastando
50% da sua renda, ela consegue energia de forma baixa)

Rodolfo Telarolli Jr.

Objetivo: exame do processo de formação dos serviços sanitários na Primeira República,


período durante o qual a questão sanitária tornou-se uma questão social (muito mais fácil o
contagio no meio urbano)

- modelo tecnológico

-modelo assistencial

- modelo tecnológico subjacente as ações sanitárias contra as epidemias:

- campanhista/ policial

- medidas de policia sanitária (fiscalização dos alimentos, isolamento hospitalar de


doentes, desinfecções, controle da salubridade urbana: redes de abastecimento de
água e esgoto, fiscalização da higiene domiciliar e vias públicas)

- controle da transmissão e contagio e melhoria da qualidade do ar, do solo, com base


na bacteriologia e conceitos herdados da medicina colonial (meio urbano como fonte
de perigo potencial), além de concepções miasmáticas: regulamentação das moradias,
repressão aos cortiços e construção de habitações populares

- campanhas: contra a ancilostomose e o tracoma – não visam a cura dos doentes


- policial: confinamento dos doentes: hospitais de isolamento

- exemplo: relatórios das ações da intendência de policia e higiene em habitações e cortiços do


distrito Santa Ifigênia em 183, em face da epidemia de febre amarela com o objetivo de
destruir os focos de insalubridade responsáveis pela propagação da febre

- principal foco da ação sanitária: combate às epidemias, em especial,da febre amarela, que
ameaçava: vida política e administrativa, cafeicultura e atividade econômica urbana

- a febre amarela  vetor: mosquito

- primeira ocorrência no sec XVIII, na zona litorânea santista e em 1889 chega ao


Planalto alastra-se pelo interior do Estado (mogiana e paulista)- ferrovias  imigrantes. Em
1942 – erradicação

- aumento da população durante a 1ª republica: imigração para a cafeicultura e crescimento


vegetativo  urbanização  epidemias  1/3 dos óbitos do Estado de SP em 1890

- receio dos governos estrangeiros com as doenças exóticas e a falta de condições sanitárias
aceitáveis  proibição de imigração para SP (sem efetividade)

- temor dos brasileiros com as doenças trazidas pelos imigrantes: cólera, escalatina, difteria,
varíola – construção de hospedarias/desinfectórios – no trecho entre Santos e Capital 
quarentena e isolamento

- assistência individual a saúde: não contemplado pelo sistema publico, o atendimento pblico
individual limita-se aos acidentados e indigentes do na Capital; alto custo das consultas e dos
medicamentos; parteira substituídas por vizinhas ou marido

= grande incidência de mortes perinatais – ausência de legislação sobre os hospitais, que


deveriam localizar-se longo dos aglomerados populacionais, em terrenos secos e cercados de
vegetação  Maximo de 30 leitos nas enfermarias e 50 nos hospitais - profusão de
curandeiras

Não era fácil trabalhar, vivia mal, e em um local com doenças e epidemias, muito caro para as
famílias
5/4/2010:

Parte II - Crise Internacional e o primeiro período Vargas (1929 – 1945)

1) A Crise de 1929 e a Grande Depressão

W Suzigan:

 Discussão acerca do:

- baixo impacto e rápida recuperação: Crise de 1929 e Grande Depressao

Verificados esses dois acontecimentos, a primeira pessoa que faz uma analise é o Celso
Furtado, caps 31 e 32: dá ênfase a:

- política de defesa do café

- mudança nos preços relativos das importações

- existência de capacidade ociosa na indústria

 Estimativas de Furtado – 1925-9 a 1932

- renda = -25 a 30% (EUA = 50%)

- produção = recuperação após 1932 (produção idustrial paulista após maio-junho de 1931) –
EUA somente após 1933 e foi baixa durante toda a década de 30

FURTADO

1) Por que houve um baixo impacto sobre a economia brasileira?

 Situação da economia cafeeira na deflagração da crise de 29

- produção em altos níveis devido ao aumento do plantio em anos anteriores

- ausência de créditos no exterior: impossibilidade de se manter a política de valorização

Questões básicas: colher ou não o café; qual o destino do café a ser colhido? Colocá-lo a
venda? Estocá-lo? Destruí-lo?; Como financiar a estocagem ou a destruição?
- A primeira vista: o mais razoável seria abandonar os cafezais sem indenização  as perdas
recairiam sobre os produtores  transferência de parte das perdas à sociedade 
desvalorização do cambio (socialização das perdas)

 Defesa pela desvalorização do cambio: insuficiente

- estoques altos, reservas nulas de moeda estrangeira e previsão de grandes safras: entre
set/29 e set/31, a queda do preço internacional do café foi de 60%  impacto na taxa de
cambio (queda)  preço nacional caiu apenas 40%, o que funcionava como incentivo para a
colheita. Mas a procura tem baixa elasticidade preço (aconteceu inclusive a queda do preço
internacional e aumento do preço nacional)  gerava um ciclo, com queda do preço
internacional

Essa situação acarretava nova baixa de preço e nova depreciação da moeda, contribuindo para
agravar a crise  necessidade de medidas complementares

 Medida complementar: compra e destruição dos estoques

- problema 1: financiamento das compras

dada a ausência de opções de credito no exterior  alternativa de expansão do credito 


socialização das perdas

- problema 2: impossibilidade da venda do estoque em prazo razoável

Previsão de safra futura (10 anos seguintes)  muito acima do consumo  destruição 
equilíbrio entre a oferta e a procura em nível superior de preço

 Exemplo numérico

Hipóteses:

i. Multiplicador de desemprego do setor exportador = 3


(queda Y exp = 10  queda Y economia brasileira = 30)
ii. Economia dividida em 2 setores
Exportador, influenciado e autônomo

Caracteriza a situação brasileira como a situação c, cuja renda cairia de 100 para 76 (aumento
da produção em 20% e queda do preço nacional em 50%, queda y exportador em 40%) –
compra e destruição
Efetivamente, verificou-se no Brasil uma queda da renda monetária de 25 a 30% - menor que a
do setor exportador (40%) e relativamente pequena frente a outros países  praticou-se
inconscientemente uma política anticíclica

2) Por que a crise foi menos duradoura no Brasil?

- compra de estoques com expansão do credito  cria poder de compra no setor exportador
 evita queda profunda na procura nos setores dependentes do setor exportador 
recuperação da economia a partir de 1933

- as compras sustenta, a demanda agregada da economia brasileira em níveis superiores


àqueles que prevaleceriam na ausência da política cafeeira

 A economia cafeeira nos anos trinta:

- preços café não reagem à recuperação dos países consumidores

Preços em 1937 eram iguais aos de 1934 e inferiores aos de 1932

- destruição afugenta os capitais do setor  gastos de manutenção e de reposição é


aproximadamente zero

 Crédito e desequilíbrio externo

- Compra de estoques  mantém em níveis relativamente elevados a renda e a demanda


agregada  efeito sobre a balança comercial depende da capacidade do sistema produtivo
interno suprir o aumento da demanda  se a capacidade for nula, toda a pressão dirige-se
para M (importação)

- Financiamento das compras de café: empréstimo externo e crédito: efeito na balança


comercial e de pagamentos

- empréstimo externo: déficit é suprido pelo saldo positivo na balança comercial,


restabelecendo o equilíbrio externo

- via credito: não tem efeito sobre a balança de capital – desequilíbrio externo persiste
 Queda da taxa de câmbio  aumento dos preços  queda da quantidade importada

 Transferência de recursos do setor cafeeiro para o industrial

A capacidade ociosa refletia capitais com baixa taxa de retorno. Com aumento da produção de
manufaturados e a demanda elevada desses produtos, a taxa de retorno tendia a aumentar,
enquanto a taxa de retorno da cafeicultura era declinante, fazendo com que haja uma
transferência de capitais da cafeicultura para a indústria

- deslocamento da demanda de manufaturado do setor externo (importação) para o interno 


setor industrial passa a oferecer melhor rentabilidade

- o aporte de recursos para a indústria: em momento de baixa capacidade de importação e


depreciação da moeda (M cara)  todo o aumento de produção foi feito mediante a
capacidade ociosa  aumento da rentabilidade do capital aplicado no setor  fundo para
expansão posterior mediante: M e instalação de indústria de bens de capital  variação da
renda per capita Brasil + 20% e EUA negativo

- países exportadores com estrutura econômica similar que seguiram uma política ortodoxa 
em depressão em 1937

 Problemas de ajuste decorrentes do fato da indústria ter passado a ser o setor dinâmico da
economia brasileira:

Segundo Nozoe:

- Instante T1: queda Px  variação de preços relativos entre os produtos que se exporta e se
importa  queda M – aumento da produção interna (substituição de importações)  Novo
coeficiente de importação (M/Y) diminui

O aumento da produção interna faz com que a indústria passe a ser o setor dinâmico da
economia

- Instante T2: recuperação do Px – alteração dos preços relativos  aumento das M – queda
da produção interna  2 formas de ajuste

i. queda na renda e cambio fixo: aumento do desemprego industrial – queda da renda


 queda da procura por importados  equilíbrio com redução o nível de utilização da
capacidade produtiva

ii. deixar a taxa de cambio variar  Pm cai  aumentam as M  gera pressão sobe a
balança comercial  pressiona a taxa de cambio  funciona como um ciclo: Nessa
situação não há estabilidade cambial.

 Taxa de câmbio como variável estratégica – El que determina o % da oferta de produtos


industrializados (importados x nacionais)

- 1934-7: pequena valorização da moeda nacional – transtorno na indústria – solucionados


pela queda da moeda nos anos seguintes
 II Guerra – acúmulo de divisas  valorização da moeda  aumento Px e queda Pm 
dificuldades nos setores industrial e cafeeiro  unem-se contra a valorização da moeda 
governo fixa o cambio ao nível da década de 30

 Revisão da explicação de Furtado:

 Peláez (mais preocupado em refutar o Furtado do que em apresentar uma solução


alternativa)

- Explicação com base em fatores exógenos: saldo na balança comercial, despesas


governamentais não planejadas, políticas econômicas não ortodoxas  a política
cafeeira foi financiada por impostos

- os recursos liberados pela cafeicultura foram transferidos para algodão e outras


atividades agrícolas voltadas para o mercado interno

 Restabelecimento da explicação de Furtado

- Fishlow: demanda inelástica de café  o imposto de exportação pago pelos


consumidores (Objetivo do texto: indaga a todo o momento quem pagou o custo da
operação de defesa da economia cafeeira? Sobretaxa sobre a saca de café exportada,
essa taxa acabou sendo para pelos consumidores)

- Silber  dados do Conselho Nacional do Café de 1934 e do Departamento Nacional


do Café: incorreto afirmar que o credito não foi importante (exposto na aula – e
complementado com o texto do Stephen Haber)

- Eliana Cardoso: modelo de equilíbrio geral:

i. a política cafeeira expandiu a renda externa  estimulou a produção industrial


ii. política cafeeira financiada por impostos  superávit comercial; pol cafeeira
financiada por crédito déficit comercial
iii. coffee realization loan: empréstimo pago com impostos e entraram no Brasil apenas
4 milhões de libras

- Suzigan: (texto para organizar a literatura – inicia e encerra a discussão)

i. produção industrial  acelerou-se após 1933


ii. investimento industrial – recuperou-se em 1934-5
iii. Bens de capital industriais – produção interna em fins de 1930
iv. Uso da capacidade ociosa foi imp apenas nos anos iniciais de 30
v. A produção diversificou-se: cimento, ferro, aço,
Continuando o tema da aula anterior: 07/04/10

S. Silber

- Carlos Pelaéz. As conseqüências econômicas da ortodoxia monetária , cambial e fiscal no


Brasil entre 1889 e 1945. Rev. Bras de Eco
“o insucesso do Brasil foi um insucesso da industrialização. Uma explicação da existência do
atraso no Brasil, em 1945, deve, portanto, explicar as causas do atraso na industria”
- Fatores responsáveis:
i. Proteção do setor cafeeiro  distorceu as lucratividades relativas, destruiu a
vantagem comparativa e impediu o uso ótimo dos recursos e diversificação da
economia
ii. As políticas monetárias, cambial e fiscal  baseadas na ortodoxia monetária:
equilíbrio orçamentário, austeridade monetária, altas taxas de cambio: inadequadas à
promoção da industrialização

Simao parte das afirmações do Pelaéz e desenvolve ao longo do seu trabalho `

- Analisa o comportamento da economia brasileira em especial a industrialização no período


1919/1939: dois fatores explicativos importantes:

- A política de defesa do setor cafeeiro


-

- resumo do período 1919-1929:


a. Política cafeeira:
a. bem sucedida ao promover a elevação dos preços externos do café em relação aos
produtos importados  taxa de cambio estável  transferiu o veneficio para os
cafeicultores
b. prejudicou o crescimento industrial

b. Políticas Monetária, cambial e fiscal: não foi ortodoxa  não prejudicaram a industrialização

- período de 1929 – 1939 – produto real (media ponderada da industria e da agricultura)


- 1929-30 estável
- 1930-31 cai 4% em relação a 29
- 1932-39 sobe 50% em relação a 29

 política cafeeira: CNC (entre maio de 31 e fev de 33) e DNC  compra e destruição de parte
 quase 30 milhoes de sacas entre 1931 e 1934: CNC – 14.069.201 sacas e DNC – 15.071.464
sacas

- CNC: financiamento dos gastos:


Imposto/Taxa de 10 sh. (65% das despesas) e Banco do Brasil e Tesouro (35% das
despesas)  mesmo que a totalidade dos gastos tivessem sido pagos com o imposto, de
acordo com o Teorema do Orçamento Equilibrado, a renda teria crescido no montante dos
gastos

` - DNC (a partir de fev/33)  inclui a safra 1933-4: imposto de 10 sh

 política cafeeira após 34-8:


- safras pequenas: quota retida (armazenada) e quota direta (exportação)
- safras grandes: alem das anteriores, quota de sacrifício

- safra 1937/8: quota de retenção = 40%, sacrifício = 30% e exportação = 30%


- política cafeeira após a safra 1937-8  falta de recursos  elimina-se a quota de
retenção

 desvalorização da moeda nacional:


- mantinha elevados: receita de exportação de café em moeda nacional e rendas
monetárias e real do setor cafeeiro

diminuição da importância de café

 conclusão: a política cafeeira, ao manter elevada a demanda agregada, foi importante para
a manutenção da renda em nível elevado durante o período de 29-39

Política Monetária

- crise  caixa de estabilização  saída de divisas, retração dos meios de pagamento,


crescimento após 1930, 1939: 2x maior que 1929, superior ao papel moeda emitido sobe
apenas 49%

- as emissões feitas para o financiamento da defesa e do setor cafeeiro contribuíram para (TO
COME)

Política Fiscal

O gasto do gov aumentou em relação ao PIB. Os % de30 são superiores ao

Política Cambial
Exportações deficitária e serviço da dívida  dificuldades na balança de pagamentos 
desvalorização do mil-réis. Ela se desvaloriza sensivelmente ao invés de valorizá-lo.

Resumo do período:
Política cafeeira = desenvolvimento industrial mediante: utilização da cap ociosa e aumento da
cap instalada  em 1939, o setor industrial respondia pelo emprego de 5,9% da PEA e 17,4%
do valor adicionado total da economia brasileira

HABER
Objetivo: exame do comportamento do setor têxtil –algodoeiro durante a Grande Depressão
Hipóteses:
1. O setor industrial foi atingido bem mais duramente do que sugerem os dados
agregados
2. ES efeitos de longo prazo foram importantes ao desencorajar. Investimentos novos e
inovações nas industrias de bens de consumo  desacelerou a taxa de crescimento do
setor de bens de consumo até depois da Grande Depressao

12/04/2010: Continuação da Aula Anterior

 Crescimento econômico durante a II Guerra Mundial


- Inferior ao período 1933/9 (5%): 3,6% a.a. devido a queda da produção industrial
- diversificação das exportações: aumenta manufaturados (têxteis) e minerais estratégicos
- aumento do preço do café: melhora dos termos de troca

Dificuldades de Importar
- diminui a receita do imposto de importação e déficit fiscal 
- saldo comercial positivo 
Ambos geram emissões  inflação

 Política Monetária
- Reforma monetária (1942)  Cr$
- Plano de Financiamento de Esforço de Guerra (1942)
Elaborado pela Comissão de Pesquisas e Estudos Econômicos do gabinete do Ministério da
Fazenda (Octavio Gouveia de Bulhões)
Principais medidas:
Emissão de 3 milhões de contos de reis em obrigações de guerra, com juros de 6% a.a., com
subscrição obrigatória por pagantes do imposto de renda (igual ao montante do imposto
devido), funcionários públicos e pensionistas (3% do rendimento)
Emissão de 1 milhão de contos de reis em letras do Tesouro ao prazo de 180 dias, vendidas a
bancos comerciais, podendo ser descontadas na Carteira de Redesconto.

- Expansão monetária
Compra de cambiais
Financiamento do déficit orçamentário
Carteira de Redesconto
 gera inflação após 1941 (15% a 20% a.a.)  restrições a impostações e exportação
(carne)

- medidas de contenção da liquidez


1944 – criação de “Certificados de Equipamento”
Nominativos e juros de 3% a.a., a serem resgatados em moeda estrangeira quando fosse
possível adquirir máquinas e equipamentos
Empresas que se pretendiam liberar do pagamento do imposto sobre lucros extraordinários
deveriam comprar o dobro do valor do imposto em certificados
1945- Criação da SUMOC (Superintendência da Moeda e do Crédito)
Controle do mercado monetário
Preparar a organização de um Banco Central

- Política Fiscal
1939 – Plano de Obras Públicas e Aparelhamento da Defesa Nacional  Defesa
1944 – Plano de Obras e Equipamentos  Infra-estrutura e Indústrias básicas

- Política Comercial
1937 – Monopólio cambial do governo
Controle de importações
Suspensão do pagamento da dívida devido a escassez de divisas
... ou pagamos a divida externa ou reequipamos as forças armadas e o sistema de transportes
(Vargas)

1938 – Falta de cobertura cambial  Atrasados comerciais  Missão Aranha (1939)  Crédito
do Eximbank (US$ 12 milhões)  retomada dos pagamentos/ política cambial liberal  crítica
dos militares (créditos carimbados que só podem ser utilizados para fazer importação de
produtos norte-americanos)

1939 – Reformulação da política cambial :


Liberação de 70% das divisas de exportação no mercado livre
30% venda compulsória ao banco do Brasil que comprava o cambial ao cambio oficial, para
compras e compromissos do governo
Taxa livre-especial, menor que a de mercado, usado para transações financeiras provadas,
como remessa de lucros e dividendos de capitais estrangeiros

Exportações: Beneficiam-se com a política (de boa vizinhança) dos EUA de garantir acesso as
matérias primas e privar o Eixo dos mesmos produtos
Nesse contexto, assinam em 1940 o acordo interamericano do café, vendido ao preço máximo
aos EUA e instalação da Cia. Siderúrgica Nacional

Exportações: novos destinos e produtos – Gra Bretanha: carne e algodão e Argentina e África
do Sul: produtos manufaturados

Obs. Portanto, ao longo da Guerra, saldo comercial positivo. Ao fim da Guerra, voltam os
déficits e o Brasil se vê em situação de insolvência

Industrialização:
1940 – decisão de se construir a Cia Siderúrgica Nacional:
1ª usina integrada de aço com uso de coque
Estado como provedor de bens e serviços
Recursos do Eximbank e Tesouro
Ações subscritas dos institutos de previdência e particulares
Não é possível esperar pelas iniciativas particulares e deixá-las atuar desarticuladamente em
ligação entre si... Por que esperar, apenas, pela iniciativa privada? Por que não deverá o
governo provocar, ou chamar a si incumbências que não interessem ou são superiores às suas
possibilidades? (Edmundo Macedo Soares e Silva, diretor-técnico de construção da CSN, 1944)

Em decorrência do fato de descendermos de um povo que viveu o apogeu do comercio de


mercadorias de alto valor de troca, o empresário brasileiro freqüentemente julga preferível
alcançar um acréscimo de receita por meio do aumento de preços a consegui-lo em função do
aumento da eficiência da produção (Octavio Gouveia de Bulhões, chefe da Seção de Estudos
Econômicos e Financeiros entre 1939-51) – Órgão ligado ao Ministério da Fazenda (brasileiro
tem uma mentalidade de mercador, e não de industrial)

- Crescimento da Indústria
Capacidade produtiva  limitada pelas restrições à importação de bens de capital  não
restringiu a produção
Substituição de Importações
Memorando da Casa Branca a Cooke, chefe de missão econômica dos EUA e Brasil (1942)
Deveria Aumenta a produção local de produtos essenciais especialmente aqueles
antes importados dos EUA de modo a economizar praça marítima
Converter a industria local ao uso de matérias primas substitutas. E, no lugar daqueles
ordinariamente importados

Essa política que, de certa forma, incentivava um processo de industrialização, foi se


modificando ao longo da II Guerra Mundial

Perspectiva do fim da guerra


Hostilidade dos EUA à industrialização substitutiva de importações  descumprimento no
fornecimento de: insumos, bens de intermediários e bens de capital  receio de queda de
suas exportações no pós-guerra

Produção: Taxa de crescimento anual


Apesar do não crescimento do aparato industrial do momento, a produção cresce a taxas
aceleradas, principalmente no período da Guerra: 1943-45 (9,9%)

- Perspectiva do fim da Guerra:


Mudança da política exterior dos EUA em relação ao Brasil
Preocupação com relação a falta de democracia interna (até então uma ditadura mais
aceitável que as outras)
Apoio ostensivo à desestabilização da ditadura de Vargas  deposição (29/10) após a vitoria
no Pacífico (2/set), fim da II Guerra
Acaba aqui o primeiro ciclo do Governo Vargas

14/04/10: Aula passada, dois textos do Abreu e um texto do Pedro Mallan


Hoje, texto do Stein
Próximas leituras: Lima, Fausto,
Stanley Stein

 Introdução Nozoe

Durante a Segunda Guerra, para entender o comportamento dos empresários que atuam na
indústria algodoeira, temos que voltar na década de 30 para perceber a política adotada por
eles e o papel do Estado.
Nesse período, o setor enriqueceu muito. A idéia do autor é que os empresários que ganharam
muito na época foram infelizes e não fizeram nenhuma reserva do que ganharam. Após a
guerra, eles não tinham capital e a indústria têxtil entra em colapso

A sucessão presidencial era sempre discutida como: a vez de SP e a vez de MG. Por razões
inexplicáveis, Washington Luiz lança uma candidatura própria, Julio Prestes, e Minas se sente
preterida e lança, junto ao RS, a candidatura de Getulio Vargas. Prestes vence, mas a
Revolução de 30 acaba atrapalhando sua posse e GV toma o poder.

A revolução de 30 para os paulistas soa como contra SP e os cafeicultores

 Período Vargas: (1930-45)

- Novas condições políticas:


- colapso da agricultura de exportação  declínio político
- indústria = base para o progresso nacional  ascensão política influência junto ao
Governo  Aceitação do Estado Corporativista  Indústria Têxtil Algodoeira alcançou a
máxima produção (tinha prestigio junto ao Governo Federal e alcança o máximo da sua
produção no período)

- Medidas tomadas por Vargas


- 03/1931: restrição à importação de máquinas para as indústrias consideradas em
estado de superprodução, por 3 anos
- 05/1931: indústria têxtil de algodão declarada em estado de superprodução
- 11/1931: prorrogada a proibição até 03/1937
As medidas significavam um congelamento:
1. Tecnologia
2. Posição relativa dos grandes estabelecimentos (SP e RJ) em relação aos pequenos (MG
e NE)  reação dos pequenos  aceleram produção de tecidos de baixa qualidade,
baixo preço, para consumo popular (disputa do NE e do SE)
3. Significavam o aparecimento de uma indústria nacional de teares (equipamentos
passam a ser produzidos internamente)

- Tipos de Tecidos produzidos pela industria textil de algodao:


- 10 a 20 counts (fios)  tecidos populares (brins, chitas, morim...)  fábricas
pequenas e antigas
- 40 a 60 counts  tecidos finos  fábricas grandes e modernas
 Diferença no tipo de fio usado  modernização exige novas máquinas de fiar (fios
finos – mais torcidos)

- thread count = número de fios por polegada quadrada. Indica a espessura do tecido.
Atualmente, considera-se para roupa de cama
- tecido normal – até 180 counts (ou fios)
- finos = de 200 a 500 counts (fios)
- finíssimo = acima de 500 counts (fios)

- Expansão da produção de tecidos de algodão durante a proibição (1931-7): 50%


- intensificação do uso do equipamento instalado
- ampliação da jornada de trabalho
- equipamentos nacionais (teares)
- importação de equipamentos para fiação

- retomada das importações de maquinas têxteis após 1937-40:


- fracasso da tentativa dos industriais de SP e RJ de obter uma nova prorrogação da
proibição sob alegação se superprodução
- dobro do período 1931-6, principalmente da Inglaterra e Alemanha
- limitação em 60 horas semanais – tempo máximo de trabalho das máquinas de fiar
(os do SE propunham 40 horas)

- Estado Novo (11/1937) – acirramento da disputa entre industriais do SU (gdes) e demais


(pequenos)
Pedem:
- limitação do numero de horas
- controle sobre a instalação de teares de fabricação nacional
- desenvolvimento da exportação de tecidos
- elevação do poder aquisitivo do consumidor nacional

- relatório da divisão industrial do Ministério do Trabalho (1938) – denuncias:


- contra o estado de superprodução
- defendiam que era um plano para controlar o tempo de funcionamento dos teares de
fiar  confirmado pela maior empresa têxtil do NE  críticas às fábricas do SE:
- Confiança Industrial (RJ)
- Matarazzo (SP)
- Crespi (SP)
 Limitação do número de horas como meio de forçar os industriais do NE a
fazerem o mesmo e, assim, não aproveitarem ganho que tinham por conta de mão-de-obra
barata
- O NE era a favor da lei da seleção natural no livre jogo da concorrência entre
empresas

- Reação dos industriais do SE  apelo para o governo intervir


- medidas sugeridas: limitação do número de horas (60 h/sem); amparo financeiro
para exportação de tecidos de algodão; controle sobre a instalação de novos teares; fixação de
um salário mínimo nacional

- a fixação do salário mínimo nacional  combate ao subconsumo:


- trabalhador na zona rural – gastos com % da remuneração
Alimentação (50%) e aquisição de roupas (10%)
 encerramento dos gêneros alimentícios  redução dos gastos com roupas

- 1940 – fixação do Salário Mínimo regional para trabalhadores industriais

- II Guerra  tecidos europeus e japoneses desaparecem do mercado  aumento das


exportações brasileiras (solução da questão da superprodução)

- Novo pleito dos empresários


- financiamento público para o reequipamento das fábricas  recursos do Banco do
Brasil e dos Institutos de Previdência  Argumento  A modernização do setor é
indispensável para promover a “riqueza da nação”

- 1940/5  grande prosperidade das industrias têxteis algodoeiras, apesar do equipamento


obsoleto
- Produção:
1940 = 840, 2 milhões de metros
1943 = 1.414,3 mi
- Exportação: 3x maior
Para isso, aumentam o numero de horas trabalhadas

- Não investem, só produzem e exportam razoavelmente, grandes lucros: 50 a 80% 


distribuição de dividendos  em média, 25% do capital
- Distribuídos sob a forma de dividendos, bônus para diretoria e imóveis

- Aumento das exportações


- desabastecimento do mercado interno  aumenta o preço  aumenta o custo de
vida
- preços no exterior = 60 a 120% maiores que dos EUA
- tecidos de baixa qualidade

- coordenação de mobilização econômica:


- congelamento dos preços dos produtos têxteis aos níveis vigentes em 1942  1943 –
convenio têxtil:
- 10% da produção sob o controle de preço
- fixação dos preços de tecidos populares no varejo entre Cr$1,90 a 3,30 o
metro
- produção de 100 milhões de metros de tecidos populares/ao ano, ao menos
 suspensão do congelamento
- 1944 – Comissão Executiva Têxtil
- Fiscalização do Convenio Têxtil
- trabalhadores: proibidos de abandonar o emprego por outro, mesmo que a
remuneração fosse maior, sem consentimento do empregador

- 1945  suspensão das exportações por 90 dias para garantir o abastecimento interno e frear
o aumento de preço, a partir de marco de 1946  retenção da produção para posterior
exportação (aumento do preço de exportação acaba sendo inferior ao aumento do preço
interno)  prorrogação da suspensão por mais 90 dias  retomada do argumento da
superprodução, pedidos de auxilio publico à exportação, taxa de cambio favorável, drawbacks
e apoio do Estado para a modernização

- 1946/9 – pedidos de apoio crescente do Estado para modernização do setor:


- insuficiência das reservas para a modernização em face dos altos preços dos
maquinários no pós-guerra
- capacitação das empresas para concorrência no exterior  recursos: empréstimos a
longo prazo (10 anos) pelo Banco do Brasil e juros de 6% a.a. (títulos públicos = 11% e
depósitos a vista = 8%)  resistência em abrir o capital da empresa (controle familiar ou
pequenos grupos)

- Perspectiva do fim da II Guerra  indicações de que os fornecedores de máquinas só


exportariam equipamentos “antigos e desgastados”
- EUA – comunica que as indústrias de maquinas estavam sobrecarregadas, sem
condições de fornecer novos equipamentos
- Inglaterra - em processo de reequipamento para recuperação dos antigos mercados.
Exporta apenas máquinas inferiores

- 1951 – relatório da ONU sobre as causas da (baixa) produtividade do trabalho na indústria


têxtil de algodão
- Falta de progresso técnico
- ausência de técnicas modernas de administração
- contabilidade feita por guarda-livros
- desconhecimento da contabilidade de custos (simples divisão da produção
total pela soma de todas as despesas – sem diferenciar nem mesmo os produtos)
- ignorância quanto ao perfil/necessidades do consumidor
19/04/2010: Faltei

26/04/2010: Boris Fausto

Lúcia Lippi Oliveira

3) A versão da época do desenvolvimentismo

- desenvolvimentismo: projeto de desenvolvimento comandado pela burguesia nacional em


aliança com a moderna classe media e o proletariado  obstáculo: latifundiários, em aliança
com o imperialismo ISEB (1955): Nelson Sodré e Hélio Jaguaribe  Duas versões sobre a
revolução:
1) conexão entre burguesia industrial e revolução
2) conexão entre a classe media urbana e a revolução
- critica às visões dualistas  Boris Fausto

4) A versão das décadas de 1970 e 1980:


- teses acadêmicas  sem vinculo político imediato:
- visão mais abrangente
- comparações com outros episódios semelhantes
- conceitos básicos: revolução pelo alto, modernização conservadora
 sem participação dos segmentos dominados  influencia de Barington Moore (As
origens sociais da ditadura e da democracia -1966)
- 1930 é uma revolução pelo seu papel no processo de modernização da sociedade
brasileira  estado = principal definidor e promotor das mudanças sociais
- 1930: para os autores deveria existir um novo equilíbrio entre as classes dominantes
- O Estado Novo estava contido na Revolução
- Anos 1930-37: período de experimentação e de busca de um novo equilíbrio entre o
poder regional e central  abrem espaço para debates sobre:
- desenvolvimento econômico x desenvolvimento político
- incorporação das massas à democracia liberal
- controle do Estado pela sociedade civil

Barbosa Lima Sobrinho (1897-2000)

- Recife – advogado
- 1921 – Jornalista do Jornal do Brasil
- 1926 – Presidente da ABI, cargo exercido por diversas outras vezes
- 1935-7 – Deputado Federal (PE)
- 1938-45 – Presidente do instituto do Açúcar e Álcool
- 1945-48 – Deputado Constituinte (PE)  A verdade sobre a revolução de outubro (1946)

1. Barbosa Lima e a Revolução de 1930

- As causas da Revolução de 1930:


Dificuldades ao estudar o tema:
- propaganda  realçam as causas aparentes
- objetivos iniciais  alterados com o avanço da revolução
 tais pontos impõem a necessidade de se elucidar as origens profundas da revolução

- O pretexto: Alianca Liberal


Analisa três lideres da Aliança Liberal que, até então, estavam no poder e se beneficiavam de
tudo que iriam criticar a partir daquele momento

- Antonio Carlos  Enquanto presidente de MG, sempre agiu de forma contraria


àquilo que se passou a apregoar na Aliança Liberal

- GV: Durante a República Velha, nunca protestou contra as práticas políticas


Campanha
Subvenção de jornais
Compra de armamento

- João Pessoa: assim como os demais, enquanto no poder, não tinham qlq
consideração cm as dissidências políticas

- Origens: combinação de interesses pessoais (MG), ressentimentos (PB) e ambições de mando


(RS)

- A. Carlos:
- ambicionava a presidência
- tentou conquistar o apoio de Washington Luis
- ao perceber que não seria escolhido, procurou obstar a vitoria de Julio Prestes
- antes de procurar GV, buscou entender-se com o governador do PE, que só foi
descartado pq seu eleitorado era pequeno e não conseguiria os votos do RS

- Vargas:
- manifestou a simpatia pela indicação oficial nas cartas que escreveu a W. Luis entre
dez/28 e maio/29
- deixou de lado essa simpatia ao ser seduzido pela indicação como candidato da
Aliança Liberal

- J Pessoa:
- W Luis não ouviu seu tio (E. Pessoa, a quem venerava) para fazer a indicação oficial

- os principais liberais da Aliança Liberal: insinceros:


1. assegurar a soberania popular a livre manifestação de sua vontade, a apuração verdadeira
dos sufrágios, em suma a liberdade e a verdade do voto
2. garantir a autonomia dos Estados, tornando-a inacessível aos golpes afrontosos a abusivos
do poder central, ao possível propósito de sufocar o livre pensamento, de imprimir a opinião,
de comprometer ou sacrificar, ao impulso de paixões partidárias, os direitos ou os interesses
estaduais
3. organizar em novas bases, na União e nos Estados, o poder executivo, por forma a se
restringir e impossibilitar o poder pessoal do presidente, limitando-se a amplitude das
atribuições, tornando-se eficiente sobre os atos dele, o controle e o impeachment, assim como
possível e segura a punição pelos delitos que praticar contra o interesse publico e os direitos
individuais e políticos

- os articuladores conseguiram dar expansão a seus desejos pq encontram apoio da população:


1. paixões regionalistas – todos os lideres falam em nome de seus estados
2. contestação a hegemonia de SP, resultante de um desenvolvimento desigual, desequilíbrio
 classes de estados:
- estados de primeira  Presidência (SP e MG)
- estados de segunda  vice-presidência (BA, PE e RJ)
- estados de terceira  não pleiteavam coisa alguma  corriam o risco de absorção 
política de equilíbrio entre estados de 1ª casse (alternância)  Garante sucessão tranqüila

Na visão do autor, o RS não queria se enquadrar em nenhuma dessas categorias. Não tinha
força para pleitear a presidência e não tem interesse por um posto secundário, sendo apenas
vigilante contra os conchavos e combinações dos grandes Estados

-Revolução: Entregou o Brasil às paixões regionalistas  a revolução foi a Aliança Liberal em


armas
- A aliança foi órgão dos governos de três estados que forneceram os meios para a revolução
para a realização do desejo de supremacia do RS, influencia de MG e direito de voto da PB

- A crise de 1929: dificuldades com a exportação de café  crise financeira  hostilidade


contra o governo

- desejo de reformas profundas contra:


- regime da propriedade rural
- opressão capitalista
> meras circunstancias de ambiência  falta de consciência de classe  pouco peso
dos fatores econômicos

- capitalismo inglês versus capitalismo norte-americano  fantasia  o capitalismo


internacional procura vantagens sem perigo

 Aliança: instrumento de pressão para forçar SP a negociar com outros estados e não dar a
sucessão uma aparência de imposição

- Apoio dos paulistas a Vargas devido a


 degradada relação com o Partido Republicano Paulista
 crise de 1929
2. A interpretação de Boris Fausto

- Não há relação de causa e efeito entre a Aliança Liberal e a Revolução de 1930


- Aliança Liberal  sua origem deve-se a disputa , dentro do setor dominante, em
torno da sucessão presidencial  congregou os interesses não vinculados à cafeicultura,
especialmente as oligarquias regionais  apenas m instrumento de pressão por reformas
principalmente políticas

- defesa da representação popular mediante: voto secreto e magistrado como


presidentes de mesas eleitorais

- dúbio posicionamento quanto aos aspectos econômicos: defesa da industria e do


setor agrícola-exportador

 forte aceitação pelos setores médios urbanos e reflete o leque de aspirações das facções
envolvidas

- Plataforma:
- manutenção da Ordem: “dentro da ordem e do regime”, “sem abalos, sem sacrifícios”
- estrutura do discurso: apontar uma situação problemática, analisar e propor medidas
- apelo aos segmentos populacionais excluídos ou insatisfeitos com o Governo: a. tenentes –
anistia, geral e absoluta; b. classe média (urbana) – legislação eleitoral; c. proletariado urbano
– questão social e ônus fiscais; d. funcionários públicos; e. exército e forças armadas –
aumento dos efetivos, promoções e reequipamento
- apelo também às oligarquias regionais marginalizadas

- NE – referencias ao apoio à:
- obras contra as secas: estradas, barragens e irrigação
- açúcar: defesa/ valorização e financiamento
- cacau – financiamento da produção

- NO:
- colonização da Amazônia
- recuperação da produção da borracha

- SP:
- referencia as ponderações do Conselheiro Antonio Prado: necessidade de redução do
custo da mão-de-obra, dos juros, dos preços dos fertilizantes e dos impostos

- reforma e ampliação das atividades do Estado


- desenvolvimento econômico

Portanto, a plataforma é um amplo guarda-chuva, com diferentes medidas

Para o autor, a revolução foi apenas um episodio de acomodação na Historia:


- Não foi uma decorrência de: derrota eleitoral, já que Julio Prestes teve mais de 1,1 milhão de
votos e dentro da própria Aliança já tinha acontecido uma cisão entre jovens tenentes e velhos
oligarcas
- na foi uma luta de classes
- não foi disputa entre a facção agrária e industrial

Mas sim, resultou de uma aliança momentânea entre setores descontentes com o núcleo
cafeeiro:
- algumas oligarquias estaduais
- tenentes
- partidos democrático

Para ele, o entendimento da revolução pressupõe o entendimento da estrutura sócio


econômica da 1ª republica
a) Predomínio dos interesses do setor cafeeiro
b) Inexistência de um grupo social capaz de lhe opor resistência – setor industrial:
dependente di setor cafeeiro: importação de Bens de capital dependente das divisas
provenientes da exportação de café e aumentava a produção nos momentos de crise
da importação
c) União representa os direitos dos interesses cafeeiros, legitimação do domínio das
oligarquias ao nível regional, árbitro em disputas locais entre segmentos oligárquicos
d) Inexistência de um partido nacional

A crise de 1929 contribuiu devido a atitude de W. Luis, recusando a utilização do BB para


recuperação do setor e perde o apoio em caso de choque armado com a oposição  não
reage a deposição de W Luis por uma junta militar: ao contrario, abandona a resistência
armada, usada posteriormente em 32  oposição se aproxima dos tenentes

Fatos:
3/10/1930: eclosão
24/10/1930: deposição de W Luis
3/11/1930: GV assume o Governo Provisório

- Quebra o quadro sócio político vigente, com a perda da hegemonia por parte da camada
dirigente paulista

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