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Seleccionamos este tema e estas actividades, entre tantas possíveis, porque consideramos
essencial estabelecer pontes entre os conceitos mais abstractos e a realidade, de modo a
que, desde cedo, as crianças possam encarar a Matemática como um mundo de
descobertas, aliciante e repleto de significado.1
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As actividades foram seleccionadas e adoptadas do livro Mathematic in the Earlier Years (1999).
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Proposta de Actividades
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Erva dentro do canteiro Flor junto ao prédio Ramo da árvore
Objecto em forma de
linha
Objecto em forma de
curva
Nota: Cada quadradinho
Objecto em forma de
representa um objecto com
uma forma característicaespiral
e
que está associada a uma cor
diferente
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Figura 2 – Exemplo de um pictograma organizado com os dados da tabela1
(A conversa continua:)
EDUCADORA: Porque pensam que é importante CRIANÇA 2: Nós podemos ir lá ao sítio e ver se
escrever o sítio onde as coisas foram há mais coisas como estas que encontramos
encontradas? mas que não as vimos logo.
CRIANÇA 2: Porque podemos querer encontrá- EDUCADORA: Já alguma vez foste procurar uma
las de novo. coisa e aconteceu que não a visses?
EDUCADORA: E como é que isso ajuda a CRIANÇA 2: Sim! Quando eu perco alguma
encontrá-las de novo? coisa, a minha mãe diz para eu procurar
debaixo da cama mas eu não consigo
porque está muito escuro!
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2ª Actividade: “O saco misterioso”
EDUCADORA: Quantos pinhões pensam que há EDUCADORA: Poderá ser um ou cem, mas
nesta pinha? provavelmente será um número entre um
CRIANÇA 1: Um. e cem. Alguém sabe um número entre um
CRIANÇA 2: Cem. e cem?
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CRIANÇA 3:Quinze (demonstra como se podem tirar as
EDUCADORA: Pensas que pode haver quinze escamas da pinha).
pinhões nesta pinha? EDUCADORA: Boa ideia! Como sabes que os
CRIANÇA 3: Sim. esquilos conseguem tirar assim os
EDUCADORA: Como pensam que poderíamos pinhões?
descobrir? CRIANÇA 4: Porque me disseste no outro
CRIANÇA 4: Poderíamos fingir que éramos um dia.
esquilo e podíamos tirar estas partes da pinha
Esta actividade inclui várias possibilidades matemáticas com interesse para as crianças. As
crianças podem experimentar fazer estimativas e contagens, começando assim a
experimentar, com moderação e raciocínio, acerca da quantidade do número (sentido
cardinal do número). Esta actividade integra também a Matemática e as Ciências Naturais,
evidenciando que a transferência entre estas pode ocorrer se os trilhos adequados forem
traçados.
A educadora pode prosseguir depois a actividade, mas desta vez o “saco misterioso” está
vazio:
EDUCADORA: Quantas coisas pensam que há neste saco? (a educadora pega no saco mas não
revela nada acerca do seu conteúdo)
CRIANÇA 1: Cinco
CRIANÇA 2: Dez
CRIANÇA 3: Cem
CRIANÇA 4: Um milhão (note-se que as crianças não perguntam nada acerca do conteúdo;
simplesmente começam a dizer números).
EDUCADORA: O que acham se eu abanar o saco? Agora quantos objectos pensam que há no
saco?
CRIANÇAS: Vinte, duzentos, quinze...
CRIANÇA 4: Não há nada no saco!
EDUCADORA: Correcto! Diz-se que há zéro objectos no saco.
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pinhões? Porque estará a vagem vazia? Mais uma vez o uso adequado de questões pode
ajudar a integração natural entre a Matemática e as Ciências Naturais.
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• Objectivos e Conteúdos explorados no Domínio da Matemática
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• Domínio da expressão motora: As crianças desenvolvem a destreza e
motricidade fina na elaboração da tabela, pictograma e gráfico, e na manipulação de
vários objectos.
• Domínio da expressão plástica: São desenvolvidas também a destreza e a
motricidade fina. Estudo das cores; das texturas. Utilização de diferentes materiais
na elaboração da tabela, do gráfico e do pictograma. Desenvolvimento do sentido
estético, no contacto com a Natureza (Educação estética).
• Área de conhecimento do Mundo: Exploração do meio. Possibilidade de
contacto directo com a Natureza; oportunidade de inúmeras descobertas e
explorações de plantas e de animais (alertar para a biodiversidade: diferentes formas,
cores, padrões, texturas, tamanhos). Desenvolvimento da capacidade de observar; do
desejo de experimentar, da curiosidade de saber. Desenvolvimento de uma atitude
crítica face à realidade. Educação ambiental: alerta para a necessidade da preservação
e manutenção do meio ambiente; discussão de algumas normas para cuidar do espaço
exterior.
Conclusões Finais
Acreditamos que o exterior pode ser uma fonte fantástica para o desenvolvimento do
raciocínio matemático. Usando a ciência e a Natureza como veículos para a aplicação de
princípios matemáticos, as crianças podem experimentar muitas coisas, que não
poderiam em contexto de sala de aula.
Ao utilizar o ar livre como contexto natural, no qual a criança pode integrar o currículo
facilmente, estamos a fornecer à criança um ambiente, não só para aprender, mas
também para transferir o que aprenderam.
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Referências Bibliográficas
DACEY, ESTON (1999). Growing Mathematical ideas in kindergarten. USA: Math Solutions
Publications.
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