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Proc: 001.10.005403-0
DECISÃO
"O art. 273, nos incisos I e II consagra duas espécies de tutela antecipatória: a) a de
urgência (nº I), que exige o requisito do fundado receio de dano irreparável ou de
difícil reparação; b) a de proteção ao autor, que muito provavelmente tem razão e
por isso não deve sofrer as conseqüências da demora do processo, decorrente do
abuso do direito de defesa ou de manifesto propósito protelatório do réu (nº II).
Para ambas as hipóteses, porém, exige o legislador o juízo de verossimilhança
fundado em prova inequívoca". (1)
A Constituição Federal, em seu art. 196, diz que a saúde é "direito de todos e dever
do Estado", que deverá ser garantido através de políticas públicas que possibilitem
o acesso universal e igualitário às ações e aos serviços. Basta este dispositivo
previsto no texto Constitucional para que se tenha como dever da Administração
garantir o direito de todos à saúde. As normas infraconstitucionais que procuraram
dar efeito integrador ao texto Constitucional, seriam até despiciendas se existisse a
consciência, por parte de todos os responsáveis pelas administrações dos entes
federados, de que a Constituição Federal não é apenas um pedaço de papel como
chegou a dizer Lassale(3). A Constituição, com sua força normativa, constitui força
que deve influir na realidade, merecendo, neste aspecto, ser transcrita a seguinte
lição de Konrad Hesse:
"Embora a Constituição não possa, por si só, realizar nada, ela pode impor tarefas.
A Constituição transforma-se em força ativa se essas tarefas forem efetivamente
realizadas, se existir a disposição de orientar a própria conduta segundo a ordem
nela estabelecida, se, a despeito de todos os questionamentos e reservas
provenientes dos juízos de conveniência, se puder identificar a vontade de
concretizar esta ordem" (4)
Publique-se e intime-se.