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º 024/10
Filiada na
O Governo aumenta a taxa de IRS de 10% para 20%, relativamente ao saldo
das mais-valias e das menos-valias resultantes de alienação de partes
sociais de empresas; a operação relativa a instrumentos financeiros
derivados; a operação relativa a certificados que atribuem ao titular o direito
CES de receber um valor de determinado activo subjacente.
Confederação
Europeia Portanto, a proposta do Governo abrange apenas um pequeno conjunto de
de Sindicatos
activos, os de maior dimensão poderão continuar a fugir à tributação agora
criada através de vários expedientes admitidos pela própria lei.
A nível do Estatuto de Benefícios Fiscais, a Proposta de Lei do Governo
introduz apenas uma alteração no que trata os Fundos de Investimento, em
que o saldo positivo entre as mais e menos-valias, resultantes de acções
detidas por fundos de investimento durante mais de 12 meses, as
obrigações e outros títulos de dívida pública, ficam excluídas da tributação.
Exceptuam-se os casos dos saldos obtidos por fundos de investimento
Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses
Rua Vítor Cordon, 1-2.º - 1249-102 Lisboa – Portugal – Tel.:+351 21 3236500 – Fax: +351 21 3236695 – email: cgtp@cgtp.pt
De acordo com a Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e
Património (APFIPP), em 31.12.2009, o valor dos activos dos Fundos de Investimento
Mobiliários Abertos era de: 4,487,6 milhões de euros; dos Fundos de Investimento
Imobiliário Fechados: 5.023,2 milhões de euros; dos Fundos de Gestão de
Patrimónios: 59.059,9 milhões de euros; das SGFP: 21.431 milhões de euros.
Dados divulgados recentemente indicam que apenas uma pequena parcela do saldo
de mais-valias e de menos-valias poderão ser atingidas pela proposta de lei do
governo sobre tributação de mais-valias. Basta apenas ter presente o seguinte:
Segundo a CMVM, de Janeiro a Abril de 2010, as transacções na bolsa de Lisboa
atingiram 44.813,3 milhões de euros, quando em idêntico período de 2008 tinha
alcançado apenas 20.745,2 milhões de euros, ou seja, menos de metade. E que os
investidores estrangeiros, portanto não residentes, que continuam isentos do
pagamento de mais-valias já controlam actualmente cerca de 60% das transacções
na bolsa portuguesa. E estas não são as únicas entidades que, com a proposta de lei
do governo, continuarão isentas da tributação de mais valias.
Também ficam isentas as mais-valias resultantes de transacções realizadas pelas
SGPS, que são muito significativas, bem como as feitas por Fundos de Investimento
que continuam sujeitas a taxas de IRC reduzidas (10% e 12,5%).
Daqui se conclui que os estrangeiros e SGPS dominam a bolsa, e estes não são
pelas novas regras de tributação abrangidos.
O Governo apresentou uma previsão de 200 milhões de euros. Mas é evidente que
com todas estas isenções das mais-valias que continuarão a existir, o crescimento
efectivo da receita será certamente inferior àquele valor.
As medidas que o Governo se propõe tomar para diminuir o défice têm como efeito
diminuição dos rendimentos do trabalho, o empobrecimento de quem vive
exclusivamente desses rendimentos e, ainda, pensionistas que maioritariamente
vivem das pensões mínimas, além dos desempregados.
Como a CGTP-IN tem referido, os ricos para serem cada vez mais ricos, obrigam os
trabalhadores a ficarem mais pobres.
A CGTP-IN apela aos trabalhadores, aos reformados e aos desempregados que se
indignem contra estas políticas e exijam outras políticas.
Estas são importantes causas que nos devem mobilizar a todos. Vamos realizar uma
grande Manifestação, em Lisboa, no dia 29 de Maio.
Lisboa, 11.05.2010
DIF/CGTP-IN
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