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UNIDADE 3 : Prática pedagógica e mídias digitais

Tema 1 : Introdução ao tema Prática pedagógica e mídias digitais

Texto de contextualização
Caros cursistas,
Trabalhamos com Internet e hipertextos na unidade anterior. Chegamos a mencionar o
conceito de hipermídia, que são hiperdocumentos que contém outros meios de comunicação
além do estritamente textual. O termo multimídia, já em moda em muitos ambientes faz
algum tempo, tem a mesma raiz: são produtos que incluem mais de um tipo de meio de
comunicação: textos, sons, imagens paradas ou em movimento etc. Não é de hoje que
produtos de naturezas diversas, de peças de teatro e shows a revistas e enciclopédias trazem
apelos lançando mão deste conceito: “você não pode perder o espetáculo multimídia de fulano
de tal!” ou “Enciclopédia multimídia, seus filhos precisam”. São referências ao fato de que
esses produtos incluem, ao mesmo tempo, imagens, projeções, animações, gravações de áudio
etc.
Na verdade, convivemos com elementos multimídia faz muito tempo sem termos nos
dado conta disso. Por isso não foi preciso usar a expressão até recentemente. A televisão e o
cinema são intrínsecamente produções multimídia, que reúnem várias formas de comunicação
(som, imagens paradas e/ou em movimento e textos).
O que vamos tratar nesta unidade é como essa profusão de formas de comunicação
pode tomar parte em nosso trabalho na escola. Será que ajudam? Será que atrapalham?
Como devemos usar essas coisas? Devemos lançar mão de produtos prontos para ilustrar os
conceitos ou será que devemos aprender e ensinar a produzir com esses meios na escola? Não
sei, a resposta caberá a cada um, segundo suas necessidades e possibilidades.
Vamos então explorar, analisar e experimentar algumas possibilidades de incorporar
esses meios ao trabalho pedagógico.
Leia o texto: Apresentação de Saltos no Tempo
Você imagina uma música que seja tocada com o corpo humano? Bem, agora imagine
uma música que, para ser tocada, precise do corpo humano em movimento. Agora pense em
como seria uma música que para ser tocada precise de muitos corpos em movimento. Sim, sim,
só os corpos, os únicos instrumentos são corpos em movimento. Mas é de música que
estamos falando, portanto não podem ser corpos em qualquer movimento, precisam ser
movimentos coordenados, um trabalho.... vamos deixar essa conversa para lá, realize a
atividade 3.1.: veja o vídeo e depois conversamos.
http://br.youtube.com/watch?v=L3XlxbNxjqg ou http://www.opasso.com.br/
Repare que este é uma obra que, aparentemente, não lança mão de qualquer
tecnologia em sua execução. Imagine (e dá-lhe imaginação) agora como foi escrita a partitura
desta obra que não usa qualquer instrumento em sua execução além de corpos em
movimento.
Consegue imaginar? Pois, a partitura foi escrita em um editor de apresentações. Ela
está aqui para você ver e conhecer como um músico pode conceber e comunicar (para seus
instrumentistas, os saltadores no tempo) sua composição com suporte em tecnologia digital.
Será que esta obra seria o que é se fosse escrita em algum outro meio que não esse?
Conversem sobre isso um pouco. Em casa poderão ler uma entrevista com Lucas
Ciavatta, professor de música, maestro do grupo e criador do Método do Passo sobre como foi
compor e executar esta obra. Lá ele conversa conosco sobre como foi a criação da obra e
porque fez a partitura desta forma como vocês a viram. Por falar nisso, você consegue
entender a partitura? Ou será que é preciso algum treinamento, alguma aprendizagem para
isso? Fica claro que o suporte tecnológico permitiu criar uma linguagem, uma forma de
expressão que permite comunicar esta partitura incomum? Antes de ler a entrevista que o
Lucas nos deu para apresentar seu trabalho a vocês neste curso, faça uma visita ao site para
conhecer um pouco mais do trabalho deste grupo. Fica em www.opasso.com.br.
Deixe para ler a entrevista em casa com calma e tranqüilidade!

Aproveite este final do encontro presencial para saber do professor-formador os endereços que
precisará visitar e as orientações para as atividades que vão fazer nas duas semanas que vão
trabalhar em casa e na escola.

Tema 2 : Conhecer e explorar ambientes que disponibilizam materiais digitais em diversos


meios
Leia a entrevista do Prof. Lucas e visite o site em que apresenta o seu trabalho em
www.opasso.com.br.

Entrevista com Lucas Ciavatta


1 - Lucas, a execução desta obra, como muitas obras musicais, é um trabalho de muita
precisão, precisão de movimentos, que pressupõe muita atenção no outro, em todos os outros.
Vendo com olhos de educador de outra área que não a música, chama-me a atenção a
intensidade da colaboração entre os participantes, da parceria entre eles. Como se consegue
isso com estudantes adolescentes?
2 - Este é um trabalho que exige muita disciplina e, ao mesmo tempo, é muito criativo.
Disciplina e criatividade: na sua opinião, como essas coisas andam juntas, como “conversam”
disciplina e criatividade? Há criatividade também no momento da execução desta peça? Ou
ela terminou no momento da composição?
3 – Dois temas são bastante candentes hoje em educação e eles estão presentes de forma
muito nítida neste trabalho de vocês: projetos de trabalho e trabalho colaborativo ou
aprendizagem colaborativa. Como é que é o desenvolvimento de um projeto como este?
Todos aprendem as mesmas coisas? A aprendizagem de uns ajuda a aprendizagem dos outros?
Aprendem com o professor ou com os colegas?
4 – Esta obra pode parecer tudo, menos primitiva. Os sons são produzidos só com movimentos
de corpos, corpos em movimento, nenhum outro instrumento fabricado pelo homem. Mas
tem tecnologia por trás disso, você me disse. Por que fazer a partitura usando um programa de
edição de apresentações? Por que não usou uma partitura tradicional com suas claves de sol
sobre as cinco linhas da pauta? Isso já é tão conhecido, por que mudar? Só para ser ou
parecer contemporâneo?
5 – Você diria que qualquer um toca isso? Quanto e que tipo de trabalho foi necessário para
chegar até aí?
6 – Esta nossa conversa é para ser colocada em um curso de formação de educadores para uso
de tecnologia. Fará parte da unidade em que tratamos de “prática pedagógica e mídias
digitais”. Você diria que há alguma coisa a aprender com este trabalho do “Saltos no tempo”
que seja útil para quem vai trabalhar com tecnologia?
Reflita:
Esse trabalho do Prof. Lucas com o Bloco do Passo inspira alguma idéia de como trabalhar na
escola? E sobre o trabalho com tecnologia, traz alguma idéia?
Considere o seguinte aspecto: cada um dos participantes do bloco do passo faz um
movimento diferente para que o trabalho seja o que é. Será que com computadores podemos
fazer coisa semelhante, delegando a cada membro de um grupo uma tarefa diversa e chegando
a um trabalho que é de todos e de cada um? Será que faz sentido desenvolver na escola um
trabalho que resultará em aprendizagens e experiências diversas para os diferentes alunos?
Quase a mesma questão colocada sob outro prisma: será que alguma vez todos os alunos de
uma mesma turma aprendem as mesmas coisas?
Quando trabalhamos como a produção de produtos sonoros (músicas, programas de
rádio), de vídeos ou animações, essa é uma implicação quase obrigatória. São trabalhos
complexos, que exigem muitas atividades complementares. Se for essa a opção que fizerem
em seu trabalho, levar suas turmas a criar efetivamente produtos como esses, precisarão
organizar-se de forma a que as tarefas sejam distribuídas e a cada um atribuída uma função
diversa.
Veja que assim o que podemos garantir é que não vão todos aprender as mesmas
coisas, pelo contrário, terão experiências e vivências diversas, da mesma forma como acontece
no mundo real, seja no trabalho ou seja com produções amadoras. Mas algumas
aprendizagens serão comuns. Um projeto assim pode levar ao desenvolvimento, por todos, das
seguintes aprendizagens, competências ou saberes:
1. capacidade de compreender o desenvolvimento de um projeto complexo por inteiro,
tendo, cada um, a visão do todo e sabendo como sua parte integra este todo;
2. capacidade de trabalhar em cooperação;
3. capacidade de atuar de forma interdependente na execução de sua tarefa, o que leva
ao desenvolvimento de autonomia;
4. domínio de processos básicos como, por exemplo, a expressão escrita, planejamento,
capacidade de análise, avaliação e organização. Esses são conhecimentos e práticas
inerentes a todas as atividades como fazer relatórios relativos à execução de suas
tarefas, avaliar erros cometidos, prever soluções etc;
5. ampliação da autonomia intelectual e da auto-estima.
Vamos adiante, experimentar como isso pode funcionar para depois de vivenciar,
analisar como se dão essas relações e como se aprende ao participar de um projeto assim.

Conhecendo alguns repositórios de material digital


Esta atividade inclui um passeio por alguns sites na Internet e pelo material que está
nos computadores em sua escola para explorar o que há em forma de vídeos, arquivos de som
e de imagem nesses lugares. Se você tem acesso à Internet na escola, ótimo, poderá conhecer
já estes sites ricos em material para nós professores e, em seguida, compartilhar com seus
colegas as descobertas.
A sugestão é que cada um permita a si algum tempo para vagar livremente por estas
páginas. Clique nos links, procure coisas que possam ser interessantes para você ou para seus
colegas. Depois sentem juntos e mostrem uns aos outros o que descobriram. Para isso, como
a memória é fraca para guardar tanta informação nova, não se esqueça de ir anotando os
endereços das coisas interessantes que encontrar. Se o fizer em um editor de textos em vez de
fazer com lápis e papel, cada endereço será um link direto para a página. Com isso você não
precisará digitar esses endereços complicados a cada vez que quiser visitar uma página. Além
disso, já vai produzindo o material para o seu portfólio.
Para os que ainda não têm acesso à Internet na escola, não se afobem, ela deve estar
chegando já, já. Anotem que neste módulo estão os endereços de sites interessantes e voltem
a ele assim que chegar a conexão com a Internet. Ou, se tiverem possibilidade de acesso em
outro lugar, visitem estes sites, vão encontrar ali diversão para todos os gostos. E muito o que
aprender e ensinar também, sem dúvida. Enquanto a Internet não vem, vamos dedicar mais
tempo ao material que está nos computadores de sua escola e conhecê-lo ainda melhor. Neste
material você encontra boa parte do que está nos sites do MEC que vamos visitar.

ATIVIDADE 3.2: Navegando por vídeos e outras mídias


1.Visite o portal do professor em http://portaldoprofessor.mec.gov.br/
2.Vá ao link “Recursos Educacionais”. Escolha as categorias que mais interessam a você
(Nível de ensino, Componente curricular etc). Escolha alguns vídeos e animações para
assistir, escute alguns dos arquivos de áudio.
3.Crie um documento no editor de textos. Coloque como título “Produtos e Objetos do
Portal do professor”. Salve em sua pasta de trabalho com o nome
unidade_3_Atividade_3.2_seu_nome
4.Anote no documento o título de cada produto de que gostar e coloque junto o
endereço da página e um comentário seu. Isso servirá para trocar com seus colegas. Esse
documento deverá constar de seu portfólio. Veja que este é um hiperdocumento, mas nem
vamos mais fazer referência a isso: muitos serão assim daqui por diante.
Eu, por exemplo, gostei da entrevista e do poema do escritor e professor Cesar
Magalhães Borges que encontrei nos arquivos de áudio do Portal do Professor. Na curta
entrevista ele fala sobre como vê a combinação entre música e poesia. O poema “Mosca”, de
sua autoria e declamado por ele, é interessantíssimo. Este arquivo eu encontrei na página
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/resourceView.action?resourceId=9893. Eu já coloquei
meu comentário lá. Coloque você também os seus comentários para as peças que encontrar e
gostar. Coloque não só no Portal do Professor como no texto que está produzindo. Quer saber
qual foi o meu comentário? Avalio que o poema “Mosca” como dito (declamado) pelo autor
na gravação pode ser uma forma interessante e divertida para provocar alunas e alunos a
trabalharem com onomatopéias em seus textos. É um belo exemplo da riqueza
comunicacional que há na poesia falada. Parece-me mais adequado para ser trabalhado com
estudantes do segundo segmento do ensino fundamental ou do ensino médio.
5.Explorando o que há na escola. Depois de conhecer o que há no portal do professor,
sugerimos que explore um pouco do que já está na sua escola. Há três conjuntos de
materiais que estão em cada computador que esteja com o Linux Educacional: Domínio
Público, Vídeos da TV Escola e Rived. Nesta atividade vamos explorar um pouco os vídeos
da TV Escola (veja Ilustrações 1 e 2).
6.Passeie pela lista de vídeos, escolha alguns para assistir. Registre em seu documento
os vídeos que você imagina que possam ser úteis para alguém em sua escola. Você vai usar
isso logo a seguir quando for trabalhar com seus colegas.
7.Salve seu registro na pasta de documentos que você tem em sua escola e, a seguir,
publique na Biblioteca, no tema "Avaliações de produtos multimídia”.

Ilustração 1: Barra de acesso rápido aos recursos do Linux Educacional


Ilustração 2: Ícone para os vídeos da TV Escola na Barra de Acesso rápido

ATIVIDADE 3.3: Trocando sobre o que conheceu


1. Reúna-se com alguns colegas e apresentem uns para os outros os objetos que
descobriram.
2. Ao fazer isso com os produtos da TV Escola, vão classificando esses objetos usando o
padrão do Portal do Professor. Isso vai ajudar um bocado a vocês quando quiserem
buscar procurar os mesmos objetos em outro momento. A idéia de fazer isso em
conjunto é para que idéias novas possam surgir: ao se reunirem educadores que
tenham interesses diversos e atuem em diferentes disciplinas e séries distintas, devem
aflorar muitas e diferentes visões. A diversidade, neste caso, pode trazer aumento de
qualidade e de profundidade para as análises que fizerem.
3. Vocês podem fazer um documento único reunindo as observações de todos. Se
fizeram no editor de textos seus registros, não terão muito trabalho para isso agora:
basta copiar de cada um dos documentos individuais e colar em um coletivo. Será boa
idéia, provavelmente, a seguir, formatar o documento para seguir um mesmo padrão
de organização em todos os comentários e registros.
4. Façam assim, coletivamente, a classificação do que encontraram. Depois salvem esse
registro na pasta de documentos de cada um para que todos tenham sempre acesso a
uma cópia. A seguir, publiquem na Biblioteca, no tema "Avaliações de produtos
multimídia”.

Lembrete :
Não deixe de abrir o documento principal de seu portfólio e colocar lá um link para o
documento que fez nesta atividade.<fechar lembrete>

ATIVIDADE opcional: Para quem quiser conhecer ainda mais:


O portal do Professor e os materiais da TV Escola devem ser visitados por todos. A
visita aos outros sites deve ser feita de forma compartilhada e colaborativa. Combine com
colegas seus de escola e dividam entre vocês a tarefa de visitar alguns dos seguintes sites:
Porta Curtas Petrobrás, Youtube ou Google Vídeos, Cineduc, Programa cine-educação, Kinema,
Mnemocine e Beatrix.
Dica para o cursista:
Ao visitar esses sites, não deixe de registrar seu percurso no documento que está
criando. É útil registrar tanto o que gostou como o que não gostou. Quando trocar esses
registros com os amigos, eles poderão evitar pesquisas inúteis. E você mesmo, depois de
conhecer muitos sites e muitos materiais, terá dificuldade de lembrar todos os que já visitou.
Esse registro o ajudará a evitar voltar várias vezes aos mesmos produtos.

Porta Curtas Petrobrás


No Porta Curtas, depois de passear um pouco pelo site e pelos vídeos que lá estão, vá
ao “Curta na Escola”. Repare que, assim como o Portal do Professor, o Porta Curtas Petrobrás
apresenta sugestões de formas de explorar os vídeos na escola, que eles chamam de
“Pareceres pedagógicos”. Explore um pouco esses pareceres e assista a alguns vídeos do seu
interesse.
Não esqueça de anotar no seu documento os nomes com os endereços dos vídeos que
gostar e agregar algum comentário seu. Aproveite para fazer seu cadastro como professor para
poder contribuir com os seus “pareceres pedagógicos”. Leia alguns e verá que você também
tem muito para contribuir.

Porta Curtas Petrobrás: http://www.portacurtas.com.br


Curta na escola: http://www.curtanaescola.org.br/
Youtube http://br.youtube.com/
Google vídeos http://video.google.com/
O Youtube e o Google vídeos são muito parecidos em sua estrutura e na interface e a
maior parte do acervo é integrado. Acessar este acervo pelo endereço brasileiro do Youtube
tem, para nós, a vantagem de ser uma página com interface em português. Outro aspecto
interessante do Youtube é que ele permite que usuários cadastrados criem listas com os vídeos
em que tem interesse.

Dica para o cursista


Pessoalmente gostei muito de um vídeo que encontrei no Porta Curtas chamado
“Enquanto a Tristeza não Vem”. Para um professor de história pode ser um bom material para
trabalhar com a história recente do país. Para todos os outros, como eu, a entrevista ilustrada
com o cantor e compositor Sérgio Ricardo é um depoimento límpido e eloqüente do que foram
para a cultura brasileira os anos de 1955 para cá. Útil para sabermos o que se passou em nossa
história recente e útil para que possamos fazer escolhas e decidir a nossa história futura. Útil
também para vermos como se pode, com poucos recursos técnicos e muita pesquisa por
imagens e arquivos de vídeos e sons, compor uma boa peça de vídeo.

As páginas sobre vídeo e cultura que vimos na unidade 2


Cineduc: http://www.cineduc.org.br/
Programa cine-educação: http://www.cineedu.com.br/
Kinema: http://www.valeapena.org.br/kinema/
Mnemocine: http://www.mnemocine.com.br/
Beatrix: http://www.beatrix.pro.br/

Outras páginas na internet que trabalham com produção de mídia digital:


Centro de mídia independente http://www.midiaindependente.org/
Radio favela http://www.radiofavelafm.cjb.net/1/
Radio Livre: http://www.radiolivre.org/
Rádio Lê: http://www.ufmg.br/rede.le/radio/

Dica para o Cursista :


na Radio Lê, da UFMG, além da rádio em si, tem todo o caminho das pedras ensinando como
fazer uma rádio em Linux, usando Software Livre. Aí está uma boa atividade para envolver os
alunos que possam gostar de mexer com computadores.
Não é para todos, é para alguns. Alguns aprenderão a instalar programas e configurar
computadores para montar a infra estrutura tecnológica da rádio, outros aprenderão a fazer
entrevistas, locução de programas etc. O projeto será de todos e de cada um.
Todos devem acabar por, no mínimo, ampliar sua capacidade de leitura e de escrita
além de ampliar seu conhecimento sobre aspectos diversos de tecnologia. A idéia é que sejam
eles a decidir o que se faz com tecnologia e não o contrário.

Leitura complementar: O MITO DA TELINHA — OU O PARADOXO DO FASCÍNIO DA EDUCAÇÃO


MEDIADA PELO COMPUTADOR
Este texto afirma que as inovações tecnológicas por si só, não produzirão as mudanças
e melhorias que desejamos na educação. A questão central está no que fazer com elas, como
devemos nos preparar para que sejam nossas parceiras na busca por uma escola a cada dia
melhor? É uma boa leitura para nos ajudar a orientar nossas ações. O fascínio inicial (de
alguns) pode motivar e seduzir para o uso da tecnologia. Mas as mudanças em educação só
virão se formos capazes de usar as tecnologias para fazer o que não conseguíamos fazer sem
elas. Vamos ao texto.

Foi uma semana cheia? Então descanse que semana que vem temos mais. Que tal ler um
pouco para descansar de tanta tecnologia? Escolha um no domínio público, há literatura para
todos os gostos.
Para quem gosta de contos curtos, tem lá um livro delicioso do Lima Barreto: “ O Homem que
Sabia Javanês e Outros Contos”. Para quem gosta de cordel, tem alguns bem divertidos. Veja,
por exemplo, “A chegada de Lampião no Céu” de Guaipuan Vieira. É curtinho e divertido. Tem
ainda poesia, histórias da música e de músicos brasileiros e muito mais.

Temas 3:Criando um projeto para uso de objetos em mídias digitais.


Criação de atividade para ser levada a cabo com os alunos
Na semana anterior foram visitados alguns repositórios de produtos multimídia. Agora
vamos planejar seu uso em atividade a ser realizada com alunos. Como na unidade anterior, a
proposta é criar, de forma colaborativa, uma atividade que reúna recursos em mais de um meio
de comunicação. A proposta inicial é que cada cursista crie uma breve apresentação com 3 ou
4 slides (utilizando o BrOffice.org Impress se você tem software livre instalado em sua escola
ou o Power Point se tem a suite Office da MicroSoft) sugerindo um uso possível para um dos
produtos que analisou. Esta apresentação será usada para mostrar e debater com um ou dois
colegas seus um esboço de atividade prática que tenha lhe ocorrido ao navegar pelos sites na
semana anterior.

ATIVIDADE 3.4: Apresentação hipertextual com esboço de atividade utilizando um dos


produtos que encontrou.
1.Crie uma apresentação com o título “Proposta de atividade, esboço inicial”.
2. No primeiro Slide, coloque um título (pode ser provisório) para a atividade que vai
propor. Pode ser baseado no produto em mídia digital que escolheu utilizar.
3. Em um segundo slide cite o(s) produto(s) em mídia digital que vai utilizar e, a seguir,
os outros recursos materiais que podem ser necessários. Não esqueça de citar onde se
encontra(m) o(s) recurso(s) digital(ais) que escolheu.
5. No terceiro slide faça uma breve (brevíssima, é só para lançar a idéia) descrição da
atividade que imaginou. Não deixe de incluir a série ou séries para as quais pode ser
proposta a atividade. Junto, faça referência ao que espera que os alunos aprendam
com ela. Se ajudar, pode citar os componentes curriculares envolvidos e competências
que deve desenvolver. Lembre-se, este é um produto em tópicos, rápido. Apenas cite
os requisitos que te parecerem mais importantes. Para uma discussão aprofundada
usamos um espaço de textos ou hipertextos.
6. No último slide insira o produto em mídia digital que pretende usar. Se for muito
grande, coloque só um link para ele.

Dica para o cursista:


No Linux Educacional, você encontra o editor de apresentações no Menu Inciar –>
Ferramentas de Produtividade –> Apresentação eletrônica (BrOffice.org Impress).

Dica para o cursista:


No material didático do curso “Introdução à Educação Digital”, nas páginas 186 a 210 há
uma orientação passo a passo e bem ilustrada de como funciona o Editor de Apresentações do
BrOffice.org que é usado no Linux Educacional.

Reflita:
Uma apresentação eletrônica é um produto em que colocamos só o essencial do que estamos
trabalhando. É um espaço de síntese e, por isso, contribui para desenvolvimento desta
capacidade por quem o usa. Ao criar a apresentação, na medida em que ela vai sendo
desenvolvida, vai-se compreendendo cada vez melhor o que se pretende apresentar. Por isso
muito do que se escreve ali em um primeiro momento, é provisório, especialmente o título
inicial. Depois, com a apresentação quase pronta, volta-se a ele e dá-se forma final.
Esta é uma das características importantes de um programa de criação de apresentações para a
educação. Por isso mais do que colocar os alunos a assistir apresentações prontas, interessa
levá-los a produzir as suas.
Quando assistem a uma apresentação, entendem (se tanto) o que seu criador pensou e como
pensou. Quando criam as suas, pensam por si e constróem a sua própria compreensão do
tema tratado, constróem seu conhecimento. E o fazem em interação com outros na medida em
que incorporam produções de terceiros (imagens, sons, textos etc).
Aqui, mais uma vez, usar o que os outros fizeram dentro de uma síntese sua, é uma
forma de aprender em interação com a produção intelectual do outros, diferente da cópia
cega, automática sem reflexão nem análise crítica.

Dica para o cursista:


Lembre-se dos perigos que corre ao produzir usando tecnologia digital. Salve já no
início o seu trabalho para não correr riscos como falta de luz ou a distração de “uma clicada no
botão errado” que fecha o trabalho sem salvar nada. Esta é uma prática importante para quem
quer ter uma boa convivência com computadores: salvar freqüentemente o trabalho que
estiver produzindo.

Dica 1:
Para colocar na apresentação use o menu “Inserir” (vide Ilustração 3). Lá você encontra as
opções para inserir figuras, filmes e sons.
Dica 2:
Para inserir um objeto digital (filme, imagem som..) em sua apresentação é preciso que ele
esteja em seu computador.
Se o objeto que você escolheu foi encontrado na internet, será preciso “baixá-lo” (download,
em inglês) e salvá-lo em seu computador. Nem sempre isso é possível. Se não souber como
fazê-lo, não perca tempo com isso neste momento. Coloque um link para o objeto ou para a
página em que ele se encontra e pergunte depois ao formador se aquele tipo de objeto pode
ser baixado e como.
Quase todo o material que você encontra nos sites do MEC podem ser trazidos (baixados) para
seu computador. Já os vídeos do Porta Curtas, do Youtube e do Google Vídeos, não. Sempre
há como fazê-lo, não há tranca que não seja aberta por quem tenta muito, mas esses sites
foram criados para que o material seja visto lá preservando o direito de propriedade de seus
autores. Um direito que está sendo amplamente discutido a partir das possibilidades de cópia
e transferência que as mídias digitais oferecem.
“Baixar” é o termo que usamos para referir-se à ação de copiar um objeto que está na
Internet para o computador em que estamos trabalhando. Pode chamar a isso de
Internetês. Download é o termo para isso em Internetês-inglês. Você vai encontrar muito
essas duas expressões ao procurar coisas pela Internet.

6.Marque um encontro com alguns colegas de escola para apresentar sua idéia e colocá-la
em discussão. Faça isso junto com outros cursistas para que possam ver mais de uma
proposta ao mesmo tempo e, assim, frente a um panorama mais amplo de possibilidades,
possam oferecer contribuições mais ricas.
7. Mas antes deste encontro....
Ilustração 3: Onde encontrar as opções para inseririmagens, filmes e sons no Impress
Assista aos dois vídeos do que se encontram no CD “Negros no Porão” e “Pau-Brasil”. São
bem curtinhos e podem trazer boas idéias.

Gostou dos vídeos? Essas duas peças foram concebidas e criadas pelo Videomaker
Fernando Mozart para serem exibidas nos intervalos da programação da TV Educativa.
Veja que, sem ser didático no sentido tradicional, cada um dos dois ensina na medida
em que traz um olhar interessante sobre um ponto da história brasileira. Em “Negros no
Porão” o autor aponta para a ligação entre a escravidão e o tráfico de seres humanos da África
para o Brasil em séculos passados e um aspecto que resultou dessa imigração na criação de
parte da genialidade deste povo. Neste vídeo ele faz interferências em uma gravura famosa de
Rugendas, “Negros no Porão” (1840), e o mescla com imagem ainda mais famosa, do Pelé
fazendo uma bicicleta. A interferência que faz na imagem, animando-o e trazendo para uma
imagem de nossos dias, faz da peça, em minha opinião, uma aula de história sobre a formação
de nossa cultura.
No outro, “Pau-Brasil”, com a animação feita sobre a pintura de Cândido Portinari,
Fernando nos alerta para onde leva o processo de desmatamento. Diz de forma pictórica que o
preço pelo desmatamento pagaremos nós mesmos; primeiro se vão as árvores e depois os
humanos.
Mas o que nos interessa principalmente aqui é o trabalho de interferência concebido
pelo Fernando e realizado pelos animadores Henrique Olifier (Pau-Brasil) e a dupla Mauro
Heitor e Marcelo Ferreira (Negros no Porão). Veja que eles não se limitam a mostrar uma
imagem e falar dela, eles fazem interferências nas imagens, modificam-nas de forma a oferecer
outra leitura.
Este é um tipo de atividade que podemos levar para nossas escolas com os recursos
disponíveis nos laboratórios de informática. Muito mais rico do que apenas apresentar
produtos já existentes (vídeos, imagens, textos), é interferir sobre eles, modificá-los, produzir
novos objetos digitais que reflitam a visão e a compreensão a que chegam os alunos.
Fica aqui como sugestão para incrementar as atividades que vocês vão planejar em
pequenos grupos, a seguir, para serem realizadas com suas turmas.
Bem, vamos agora ao mais interessante de tudo: criar a atividade prática que vão
realizar com os alunos. O encaminhamento é o mesmo que fizeram na unidade anterior, mas
desta vez trabalhando com outro tema, as mídias digitais.

Atividade 3.5: Planejando uma atividade usando mídias digitais


1. A primeira tarefa será montar os grupos de trabalho (duplas ou trios). Sugerimos que
formem os grupos entre professores que tenham a oportunidade se encontrar com
freqüência e que tenham interesses similares. Reunir o maior número possível de
colegas e eleger os temas sobre os quais gostariam de trabalhar é uma forma
interessante de eleger as duplas.
2. Escolhida a dupla ou trio, voltem a mostrar uns para os outros as apresentações que
fizeram na atividade anterior. Incorporem, na medida do possível, as sugestões que
tenham sido trazidas pelos colegas quando a atividade foi discutida em grupo.
3.Elejam uma das atividades para ser planejada em maior detalhe e ser desenvolvida com
os alunos. Pode também escolher criar uma inteiramente nova em decorrência das trocas
havidas com os colegas, ótimo.
O importante é que seja uma atividade que seja factível com os recursos de que vocês dispõem
na escola. Para planejar esta atividade podem e devem usar todos os recursos a que têm
acesso como, por exemplo:
 usar e adaptar atividades que já tenham experimentado antes e que, com o uso da
tecnologia possam ser melhoradas;
 pedir ajuda a colegas com sugestões de atividades que possam ser úteis a outros
grupos,
 pesquisar no Portal do Professor e no Porta Curtas por atividades já desenvolvidas e
experimentadas por outros;
pesquisar na Internet e procurar por atividades desenvolvidas em outras escolas.

Lembrete: O que buscamos aqui não é que sejam capazes de desenvolver tudo, sozinhos,
desde o zero, mas que sejam capazes de planejar uma atividade, criticá-la com ajuda de colegas
para aperfeiçoá-la, em seguida, experimentá-la com seus alunos, avaliar o seu
desenvolvimento para aprimorá-la e, por fim, publicar a experiência para que outros possam
lançar mão da criação de vocês.

4. Descrevam a atividade com tanto detalhe quanto possível, coloquem essa descrição em
detalhe em um texto no BrOffice.org writer, salvem em suas pastas e, depois, publiquem na
área de troca para que seja acessível a seus colegas. Preparem, a partir dele, uma
apresentação no Impress para ser utilizada como suporte à apresentação de vocês no encontro
presencial.

Nota de apoio ao cursista.


Pontos a observar ao planejar a atividade e que devem constar do planejamento:
 objetivos de aprendizagem (ao completar a atividade o aluno de ser capaz de....), isto é
listar o que pretende desenvolver com os alunos, o que pretende que os alunos
venham a ser capazes de fazer após a atividade ou venham a saber após a atividade.
 As etapas das atividades devem ser claramente definidas.
 Definir e listar os recursos necessários. Eles estão disponíveis para serem usados?
 Quais os pré-requisitos em termos de competências e conhecimentos dos alunos?

Formas de avaliação: como verificarão se a atividade atingiu seu objetivo?


5.Em seguida os grupos vão analisar o trabalho de uma outra dupla. Esta troca deve ser
útil para:
 fazer sugestões que possam melhorar ou ampliar a atividade planejada
 ter mais elementos e idéias para, possivelmente, ampliar a sua.
Podem e devem conversar sobre as atividades, mas não deixem de fazer comentários
por escrito no que forem analisar. Contribuições por escrito ajudam a quem vai
aperfeiçoar seu trabalho por, pelo menos, dois motivos:
1 – comentário orais podem ser esquecidos e 2 – quando escrevemos somos mais
objetivos deixando, em geral, menos margens à dúvidas do tipo “não era isso que eu
queria dizer”.

Lembrete:
Neste momento é importante pensar em uma estratégia para que todos os grupos
tenham seus trabalhos analisados por outra dupla. Uma sugestão pode ser, quando
houver mais de duas duplas, que façam uma troca circular: o grupo A analisa o
trabalho do grupo B, este analisa o trabalho do grupo C e assim por diante até o último
que analisará o trabalho do grupo A. Assim todos terão planejado uma atividade e
analisado uma outra.

6.De posse dos comentários dos colegas, os grupos devem dar uma forma final ao que
planejaram.
7.Este trabalho será levado para o encontro presencial para ser discutido por todos, ser
aperfeiçoado em coletivo e, finalmente, ser experimentado concretamente com seus
alunos na semana seguinte. O grupo deve, portanto, publicar o trabalho na área comum:
se fazem o curso usando a plataforma e-Proinfo, no ambiente de troca; se fazem o curso
sem acesso à Internet, no ambiente de troca definido pelo professor-formador no início do
curso.

8. Não se esqueça de incluir na sua página inicial do portfólio (criado na unidade 2) uma
referência a este planejamento e um link para ele. Lembre-se, cada coisa nova que produzir
deverá ter referência no portfólio. É a partir dele que o professor-formador poderá
acompanhar seu trabalho e fazer suas avaliações para poder auxiliá-lo em sua caminhada.

Temas 4:Avaliação do que foi produzido ao longo das duas semanas.


Solução de dúvidas sobre como baixar coisas da Internet, inserir imagens, vídeos e
sons no Impress

O foco central deste encontro será a análise coletiva das atividades produzidas ao longo
das semanas anteriores. Algum tempo deve ser dedicado antes às dificuldades que tenham
enfrentado com o uso da máquina e do material. Deve-se dedicar, também, algum tempo à
discussão do texto eleito como leitura obrigatória.

Cronograma proposto para o encontro presencial


Primeiro momento. Boas vindas
Pode ser escolher um vídeo curto de que goste e que seja leve, bonito, engraçado ou de
alguma forma instigante. Aqui vai a sugestão de alguns deles do Youtube.
Novo sistema operacional:
http://www.youtube.com/watch?v=1Eh-D6OzPXY
Mulheres nas artes plásticas
http://www.youtube.com/watch?v=nUDIoN-_Hxs
A máquina somos nós/A máquina usando a nós
http://www.youtube.com/watch?v=6gmP4nk0EOE
Dopoimento curto de Paulo Freire
http://www.youtube.com/watch?v=iNrtbicBMVk
Segundo momento. Dúvidas e dificuldades enfrentadas.
Terceiro momento: análise das atividade propostas (2,5 horas)
Apresentação das atividades para o grupo como um todo. Discussão em grupo sobre
cada uma delas.
Reformulação dos planejamentos à luz das análises e sugestões dos colegas. Deve ser feito no
editor de textos, modificando os documentos que hajam produzido na semana anterior.
Quarto momento: apresentação, pelo formador, dos temas que vão trabalhar e
explorar na semana seguinte:

Temas 5: Autoria de objetos hipermídia.


Execução e análise da atividade planejada.

Esta semana vocês vão (você e seu companheiro ou companheira de dupla) experimentar a
atividade planejada com alunos, vão avaliar a atividade e deverão registrar isso em seus
portfólios.
Lembramos, então, que devem destinar menos tempo às novidades da tecnologia e mais a
pensar como ela pode fazer parte de sua prática profissional.
Para que data marcaram a experiência com a atividade?
Vamos começar por sugerir algumas estratégias para a execução da atividade de forma a que
possam tirar bastante proveito dela (desta como de outra qualquer), fazendo um registro de
como é o seu desenvolvimento em sala.

Atividade 3.6: Execução da atividade planejada


Cursista, essas orientações são idênticas às que estão na unidade 2. Estão repetidas aqui para
reforçar a idéia e para simplificar a leitura e o desenvolvimento e acompanhamento da
atividade.

Esta é uma atividade para os alunos mas é também uma atividade para estudo por vocês,
professores. Portanto, é importante acompanhá-la de forma cuidadosa para que possam todos
aprender com ela tudo o que ela tem para ensinar, tanto a professores como a alunos.
Nesse sentido, nossa sugestão é que ela seja realizada com todo o grupo de professores que a
planejou em sala de aula. Se quiserem e puderem ter ainda outros colegas em sala
acompanhando para contribuir com suas observações, melhor ainda.
O professor da turma conduz a atividade enquanto o outro professor da dupla (ou os outros
professores do trio) devem estar em sala como observadores, anotando como a atividade se
desenvolve, como é recebida pelos alunos, como é conduzida pelo colega, como os
equipamentos e programas se comportam etc
Reflita:
Equipamentos mal comportados são um problema porque em vez de ficarem eles de
castigo, deixam a nós de castigo. Por vezes eles funcionam mal mesmo, outras o mal
comportamento deles é só uma questão de comunicação, de sabermos dar as ordens corretas,
apertar os botões necessários e na ordem em que eles entendem.
Como é com os alunos, você os põe de castigo quando não fazem o que você deseja?
Quando será que é possível entender “alunos que não funcionam como previsto” como um
problema de comunicação? Só para pensar um pouco.
Cuidados do professor observador: ele é um observador ativo, que precisa ver e
compreender tanto quanto possível o que ocorre com toda a turma e com cada aluno. Espera-
se portanto, que caminhe pela sala para observar de perto como participa da atividade cada
grupo de alunos, que dificuldades apresentam, que descobertas fazem etc. Eu prefiro fazer isso
com uma prancheta na mão e andando pela sala. Cada um de vocês vai encontrar a forma que
parece mais adequada para si.
Outra sugestão que pode ajudar é ter na mão uma folha de papel com os nomes dos
alunos (organizados em suas duplas ou trios) com espaço ao lado para poder anotar com
agilidade algum processo ou intervenção dignos de nota de uma dupla ou de um aluno. Tenha
também algumas folhas em branco. Eu, quando faço isso, costumo precisar de muito papel,
são muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo em sala.

Saiba mais:
Se quiser saber um pouco sobre como a teoria de pesquisa trata isso, procure na
Internet os temas “Pesquisa participativa” e “pesquisação”. Em poucas palavras (e, por isso
mesmo, para lá de impreciso) poderíamos dizer que são duas modalidades de pesquisa em que
o pesquisador tem participação ativa no campo de pesquisa e interage com o ente que é objeto
da pesquisa.
Se puderem tirar fotos para registrar com imagens, elas podem ser muito úteis depois
para ajudar a analisar o que aconteceu.
Pontos que podem ser observados e anotados.
 Como os alunos se envolvem?
 Os alunos conseguiram compreender o foco e a proposta da atividade? A forma de
apresentá-la foi clara para este grupo de alunos?
 O que conseguem fazer e perceber?
 Quais as dúvidas e dificuldades mais recorrentes?
 Que coisas chegaram a descobrir e a fazer que não estavam previstas?
 De que forma se relacionam as duplas internamente? Mais disputam o uso da máquina
ou mais colaboram para o andamento do trabalho?
 As duplas colaboram umas com as outras? De que forma? Ensinam, tiram dúvidas ou
perguntam umas às outras?
 Em quais duplas de alunos os objetivos planejados formam atingidos? Em quais não
foram? Qual a proporção?
 Que aprendizagens não previstas ocorreram com muitos alunos?
 Que aprendizagens, descobertas ou criações especialmente interessantes e não
previstas ocorreram com algum ou alguns poucos alunos?
 Como foi a condução da atividade pelo professor. Foi muito diretiva ou permitiu que a
condução e o ritmo da ação fossem dados pelos alunos?
 Os equipamentos, funcionaram a contento?
 Os programas, funcionaram a contento?
Depois de encerrada a atividade, os professores da dupla devem reunir-se em algum
momento para analisar o que foi anotado, avaliar os ganhos que resultaram para a turma como
um todo e para cada aluno em particular. Quanto mais cedo isso ocorrer, mais vivos estarão na
memória os fatos ocorridos. Alguns pontos que podem ser analisados e avaliados além dos
que foram anotados em sala.
• A turma como um todo, recebeu bem a proposta da atividade?
• A proposta envolveu e animou os alunos? Todos ou só alguns? Ou a nenhum?
• O que envolveu os alunos foi a atividade em si ou o uso do laboratório de informática
foi mais importante neste quesito?
• Há alguma outra organização do grupo que possa fazer o trabalho acontecer de forma
mais adequada do que a forma que ocorreu?
• Há alguma preparação do grupo de alunos que possa contribuir para o trabalho
acontecer de forma mais adequada e interessante?
• Vocês ficaram satisfeitos com a atividade?
• Que coisas puderam perceber quanto à forma de aprender de seus alunos?
• Esta atividade pode ser adaptada para outros contextos, para outras séries ou outras
disciplinas? De que forma?
• Pode envolver mais de uma disciplina? A atividade seria mais interessante se
envolvesse professores de outras disciplinas?
• O desenvolvimento da atividade e a forma como aconteceu com seus alunos, sugere
algum desdobramento, alguma outra ação que decorra dela e possa ampliar seus
ganhos?
• A partir do que foi anotado em sala, seria possível criar uma ficha de acompanhamento
da atividade que possa ser preenchida pelos alunos ainda durante a atividade e que
reflita o seu processo ao longo dela? Objetivos muito claros para cada tópico que
esperam que os alunos abordem pode ajudar nisso. Na medida em que eles fazem o
registro do que aprendem e dos objetivos que atingem, tomam consciência de seu
processo de aprendizagem e podem ser mais senhores de seu caminhar.
Depois de feito o registro da atividade ele deve ser salvo na área de cada um dos
professores e na área de compartilhamento local para que outros professores do curso e da
escola tenham acesso à ele.
Em seguida, se vocês têm acesso à Internet, e avaliam que a atividade está pronta para
ser compartilhada com muitos, este registro deve ser colocado no Portal do Professor.
Para que a descrição da atividade criada por vocês seja encontrada por quem possa ter
interesse por ela, é importante que ela esteja classificada e suas possibilidades de uso bem
descritas. Anote junto a ela as seguintes características:
• Qual ou quais são os objetivos de aprendizagem?
• Em que séries pode ser realizada?
• Qual o conteúdo de que trata?
• É adequada para alguma ou algumas disciplinas em particular? Quais?
• Quais recursos necessita (podem ser, por exemplo, computadores, internet, programas
de computador, câmera fotográfica, ambiente de edição cooperativa, correio
eletrônico...)
• Que competências, saberes e capacidades precisam ter o professor? E os alunos?

Idéias para a continuação da unidade


Atividades que podem ser realizadas nas 3ª e 4ª semanas.
Avalio que o foco central destas duas semanas é realizar e analisar a atividade que será
realizada com as turmas. Ainda assim, podemos fazer algumas outras sugestões de atividades.
Criar uma apresentação hipermídia com links internos etc.
Fazer uma animação usando o Impress: se usarem só texto com transição automática
de slides com tempo de 0s, consegue-se uma boa animação. Imagens muito pequenas já
fazem a animação “picotar”.
Propor uma atividade de intervenção em imagens. O editor de imagens que traz o
Linux Educacional é BrOffice.org Draw, similar ao Corel Draw (trabalha com imagem vetorial).
Pode-se sugerir que usem esse programa para fazer intervenções em imagens que consigam
com outros meios.
Se na escola houver webcam ou se tiverem câmera fotográfica digital podem trabalhar
com animação quadro a quadro. Podem também fazer “carógrafos” (tabela com nomes e fotos
dos alunos). Para isso podem usar o Impress mas será mais interessante se usarem um
programa para isso. O MUAN está disponível.
Se conseguirem câmera fotográfica digital (de celular funciona) podem trabalhar com
registro do que é o entorno da escola e que intervenções podem ser feitas pela escola, pela
comunidade e quais podem ser documentadas e demandadas do poder público local.

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