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Rebecca

Despediu-se vagamente das amigas e ps seus ps, fadados do peso


de seu corpo, para caminhar com passos rpidos e firmes...
E pensar que tanta rapidez assim fosse to desejada... Pra que
voltar para o inferno do qual me livro todo dia? refletiu ao mudar de
calada.
A cada passo ia mais devagar... O que vem fazer to cedo em casa
garota? No preciso de mais uma boca falando besteira por aqui...
era sua recepo constante.
Ningum quer se preocupar comigo, com mais oito filhos, quem faria
isso? Uma me mais dedicada talvez; no a minha, o que realmente a
preocupa se seu cabelo esta perfeitamente arrumado.
Que vida! Deixar filhos problemticos com um pai bbado e sendo
procurado pela policia... O mnimo de praticidade que ela pode ter,
tirando Rosemeire, a empregada que mais reclama no mundo!
Ai que coisa mais suja Rebecca!, Pra que colocar isso menina?,
era constantemente assim, nunca como esta Rebecca?, Posso te
ajudar?, coisas que cansei de perguntar a ela e receber respostas
nem um pouco educadas.
Fugir seria uma opo, no uma soluo conclusiva; minha me
mandaria meu pai quase caindo me procurar, e arrancaria todos os
cabelos da cabea antes.
Me achariam, por que Deus parece no gostar muito de mim, e faria
da minha vida um inferno se fosse o Diabo.
Se bem que ate o Diabo anda dando pitacos na minha vida.
E ainda tem o Christian, no olha, no fala, nem sequer sabe que eu
existo, e a boboca acredita que um dia ele pode me olhar... Como
queria que fosse verdade.
isso, amanha pretendo virar a pagina e ir falar com ele, dormir na
casa de uma amiga, enquanto o circo pega fogo em casa, mas por
enquanto prefiro ver ao atravessar a rua, as luzes fracas dos postes
me guiando.
Olhou para o cu, agora com um tom azul claro e seguiu decidida
para a casa pequena, alaranjada e empoeirada que um dia chamou
de lar e girou a maaneta...

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