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mente, com a diviso do trabalho da atividade representacional. Esquematicamente, esta pode ser
definida como uma comunidade interpretativa,
composta de produtores de um tipo singular e
padronizado de representaes, e usurios que
as utilizam para objetivos padronizados. Desse
modo, uma representao produto da ao coletiva de atores sociais interessados na sua produo
e recepo. O terceiro captulo, Quem faz o qu?,
assinala as distintas formas segundo as quais produtores e usurios dividem, entre si, a atividade
representacional.
Compete aos produtores consentir maior ou
menor grau de trabalho interpretativo aos usurios: de um lado, estatsticos podem acentuar
clulas indicando linhas ou colunas para circular
o que consideram relevantes. Em outro extremo, fotgrafos podem no colocar legendas sob
suas fotos visando ampliar as possibilidades de
interpretao. Entretanto, sobretudo, repousa
no usurio o significado final de uma representao: interpret-la. Afinal, o usurio pode no
ter a habilidade ou conhecimento necessrio para
desembrulhar a representao ou simplesmente
no querer faz-lo. Estas so as questes sobre as
quais versam os captulos O trabalho dos usurios
e Padronizao e inovao.
Dialogando com as orientaes metodolgicas de Malinowski, Radcliffe-Brown, Margaret
Mead, James Clifford, Clyde Kluckhohn, em
O resumo dos detalhes, Howard Becker enfatiza
como a etnografia, a prosa histrica e biogrfica,
a fotografia, o cinema documental e ficcional,
tm de desempenhar a difcil tarefa de abreviar o
material coletado, reduzir detalhes, resumir anotaes e relatos de campo, entrevistas, realizar edies; e, neste processo, tornam o que foi colhido
mais inteligvel e assimilvel.
A esttica da realidade pondera sobre a questo
da veracidade de uma representao e a impossibilidade de dar-lhe preciso e realismo absolutos.
Segundo o autor, podem-se criar conhecimentos
sobre o social bons o suficiente (Op. cit., p.116)
Referncias bibliogrficas
VELHO, Gilberto. Becker, Goffman e a Antropologia
no Brasil. Sociologia. [online]. Maio 2002, n.38,
p.9-17. Disponvel em: <http://www.scielo.oces.
mctes.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65292002000100002&lng=pt&nrm=iso>.
ISSN
0873-6529. Acesso em: 29 agosto 2011.
Recebida em 30/08/2011
Aceita para publicao 19/09/2011
cadernos de campo, So Paulo, n. 20, p. 343-345, 2011