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Quando meu marido me bateu e eu fui para a polcia, me disseram para bater nele tambm. No
parece haver nenhuma proteo para as mulheres, especialmente em situaes violentas. Os homens
no podem viver sem as mulheres e ainda assim eles nos tratam mal... eu quero que meus filhos
tenham uma boa educao, que eles estudem para que no passem pela mesma situao que estou
passando agora. Tambm quero encontrar trabalho. (Maria dos Anjos Ferreira, uma brasileira
de classe baixa, em Flight, 1995, p. 46)
Um novo entendimento sobre as mudanas sociais
necessrio porque as contribuies femininas e os direitos
femininos tm sido um tema central nos papis sociais,
econmicos e polticos mundialmente (Worlds Women,
1995). Ns propomos que preciso que se aplique este
foco tambm no Brasil, e que essa anlise seja
interdisciplinar. Pensamos assim por duas razes: 1) As
teorias feministas e comunitrias criticam a psicologia
tradicional por ser associal e apoltica; isto , a mulher
pobre tem sido silenciada e excluda na teoria e prtica
psicolgica (DeSouza, 1998; Reid, 1993). 2) Embora cada
cultura experimente uma realidade social nica, ns
estamos interligados. Se vivemos no Brasil, na Europa
ou nos Estados Unidos, ns vivemos em uma
1
Endereo para correspondncia: Department of Psychology (4620),
Illinois State University, Normal, Illinois, 61790, EUA. Fax (309) 4385789.
E-mail: erdesou@ilstu.edu.
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Sobre os autores:
Eros DeSouza Psiclogo, Doutor pela University of Kansas (EUA) e Professor da Illinois State
University (EUA).
John R. Baldwin Psiclogo e Professor da Illinois State University (EUA).
Francisco Heitor da Rosa Psiclogo e Mestre em Psicologia do Desenvolvimento pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.