Limites so coisas complicadas de definir: num determinado ponto, fica difcil
saber se estamos no Brasil ou na Argentina; ou ainda, se um p est aqui, e outro, l. desta forma que, freqentemente, fingimos estar desatentos - mas estamos nos omitindo; julgamos ser humildes - e estamos nos rebaixando; parecemos compreensivos - e, na verdade, estamos nos acovardando; acreditamos ser bonzinhos - e estamos to-somente permitindo o abuso. s vezes, a gente sabe que deve tomar uma atitude - mas, por preguia ou acomodao, deixa tudo para amanh; s vezes, a gente pressente o fracasso e sabe que pode ainda reverter a situao - mas acha melhor fechar os olhos para no enxergar o que no convm; s vezes, a gente tem conscincia de que est vivendo uma situao errada mas, por acreditar que um milagre vai, de repente, assumir nossa obrigao de consertar as coisas, acaba deixando tudo como est; s vezes, a gente sente que est indo para o buraco, perdendo o respeito prprio, a auto-estima, a dignidade at - mas, por fraqueza ou covardia, no consegue reagir. Quando, l adiante, deparamo-nos com a amargura, condenamos o destino e maldizemos o azar. Porm, o azar, muitas vezes, a soma de nossos medos, fraquezas, omisses... De nossa preguia e de pequenas covardias que se vo acumulando ao longo do tempo. O azar pode ser - ainda que no queiramos admitir - apenas o retrato de nossa indolncia e incapacidade de dizer "no" ao que afronta nossos valores. S que preciso resistir desde o incio: ser intil procurarmos socorro mdico quando o cncer j tiver devorado nosso corpo... a sabedoria popular que ensina: o mal se corta pela raiz! Ou, para ser ainda mais claro: de pequenino que se torce o pepino!