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3 preliminsres MIREAN LIIOCIRI CARDATG ' i WO Mae 1h Hew ~ Introdugio 7 I. - 9 método 3 2. ~ do abstrete para o concreto pensado ~ }> 2. - antericridade do conersto -- It 3. - relagao categorias / pind — 35 § abstragies mais gerais pave Ga anatomia do macaco-\., 4. = a produg: §. - a anatomic co hemom & 4 6. - ® orden das categorias — lay + IL.~ produefo @ made as productn 1. - a produgio ¢ social! 2. 4 particular ¥ Spica da predugic § cial de predugdo bo 3. = produgae oe medo de produto bu Nota © trabalho que ora apresento compée o primeiro re latério de uma pesquisa sobre periodizagio, programade para rea lizar-se em oito meses, dos quais nem dois se passaran. Trata-se, dos aspectos a serem analisa pois, de versio preliminar sobre dos, a que necessariamente deveric juntar-se outros. & selegio da temitica e do seu crdenamento na exposigdo obedece a uma es -- tratégia definida por razdes metocclégicas. Como o texto ser objeto de discussdo, sinto-me que 2 forma assumida pela redagéo obrigada a esclarecer desde j ge deve ndo a uma opcdo de exposic insuficiéneia do tempo. 0 assunts » mas unicamente 4 demasiada importante para os que li cra essa pesquisa mal tenha dam com e ciéncia da histéria. comegado, 34 & antigo o meu interesse nela periodizagio, af in stirico ec ¢ tratamente do tempo eluindo a construgao do cbjetc h na explicagao prépria da ciGneia da histéria. Nido faita o que discutir sobre esses temas, falton cpertunidades om que estas discussées ocorram. Para mim, a ruzho 6 forte e por ela ceco & tentegdo de apresentar um trabalho incomplete para nico perder a chance ¢e debater aly: gue me parecem especialmente rélevantes. £ nec! esta par te do trabalho nfo esté acabada. f£ fruto de um primeiro folego, mas questée Jirio notar, no entanto, que me é em gue procurei me deixar bem livre, anotando as idéias tal co imzlado pelo desafio de cc mo clas flufam no pensencnto, gue me fundamente tedrica e ender um texto-chave. Os autores c: metodclégicamente para © entendimento e pera a critica, assim co mo aqueles centra o: quais me velte, nio estio presentes a nko ser alraves da leitura gue o cont teérico com cles me pe: hide. Muitc. vezes, ac ler e comentar, te fazer cco texto estcu de feto seguincs indicagtes su discutindo com outres verses, of — explicita- intérpretes cujas Uituras sao 2h ee eee Bee eee ee eee go @ a sistematizagio destan discussdes aperceerfio, espero, na segunda versio ¢esse texto. Quero acentuar desde agora, rovén , que ndo se trata de uno leitura solitéric, singela ou desprovida Ses tedricas, o que nao retira de min, po de epoios e de opo: rém, a responsabdilidade tetal pelas interpretagSes que encaminho. fo Centro de Pés-Graduaghs da EIAP devo o estimu lo inicial e decisivo para a realizacie este trabalho, ao in cluf-le no Subprograma de Metcdologia de Programa de Histdela ¢a Agriculture Brasileira. Pela sua cenfienga e pelo seu apoio, re gistro o meu melher agredecimento, que estende ainda aos meus a lunos da PUC-RJ no 1 semestre de 1977, a quen ceve nvito ¢o en tusiaemo com que me cediqued a esta pesquisa. Sua participagéo atenta nas discussées que capreendemes, sua critica sempre in teligente ¢ sua alegria pelas descobertas nic podem ser desliga- das dos resultados a que ehegamos. Agrediegs ainda a Maria ESi~ gania A. Coétho pelo cuidede e diligéncia com que preparou os originais. . NM. A Histdria se constitui como eiéneia quando formu la seu objeto e constréi para ele uma explicagio capaz de resis~ tir a procedimentes de prova reconhecidos, podendo sustentar- se por uma demonstra. cional, e dd conta cfetivamente dos fatos da histéria real. Para ‘© rigorosa, que, ao mesmo tempo, @ 1ézica, va tornar possivel este objetivo, nao hasta ter como base a suposi- gio da historicidate da realidade social. Parece trivial dizer que a histéria sé tun sentido porque sou objeto é histérico. A afirmagio, porém, ganna dimcens3o nova quando se indaya se a his téria & simplesmente meméria, anotagie dos fatos que ocorreram no cuceder do tempo. Sera a historicidade definida ;cla cronolo gia? Ja com estas observagSex nos reportar a possibilidade ou nao de ser a histéria u a questSo da racionalide do seu objeto. £ nceessGrio definir a hipétese bdsica de seo Pi real de que trata a histdéri na, ¢ portanto social, uma racionclidade. Se 0 socia . passud, enquanto realidede huma » cono tal, n&o tem uma organizagao propria, se 6 caético, se se formae se transforma ao sabor da subjetividade das vontades individuais, a histéria ndo pode er sendo biografia generalizada, ou no naximo —_——_ = explicado, quer dizer comprecndide, no que Lém do descr: ilustrada por modelos idesis. Nunca ind : maior ou menor riqueza de ‘stalhes, com ©, com ou menor sistemati cidade e espfrito classificetério, aconpinhada ou néo por pa Sa para julgé-la. Nes drées gerais que servem pera nedi-la e tor te caso, a explicacgo do chj2to, demenstrada e evidenciada, res pondendo porgue ele é come & ou foi como foi, 3 inatingivel. A cognoscibilidade do objeto histdrico supie elgum tipo de determi nagdo que lhe seja peculior. histépico s6 € pro o duzido quando as determin: apreendidas, ex ° Pplicando por elas o que elas determinan. earétcr dessas determinagdes? Como se chep2 atG cles? Vcjomos brevemente al gunas persp2ctivas para o tratcmento destis questées, By rque seu sentido est, 4 ate tem vale 1. - Se cada dentro dele préprio, cle pode, e deve, 5: isoiado para que s por si. Trata-se n si mesmo, y de um fato que se compreends cono tnico, produto dos seus agen tes ¢ das suas circunstancias. Para coniiecd-lo, @ preciso conhe cer quem sao os atorcs envelvides, quais cs ceus objectives, como apem, como interancm, qual ¢ seu apoio inotitueional para a agio. 2 como mais do « A conjuntura niio sera vi: © conjunto particu- lar momentaneo destes objetives, dastas interegdes e das artica lagSes no plano institucional. Quanto acs atores, os fatoe se transformam cm tendéncias surjetivas. Quinto ao meio em que a reias dos-que de mn ag3o se di, os fatos se try » paleo ou alve das agdes. A andlise © comando das instituigde: dos fatos os reduz a tendéneias definides p fveis psicolégicas con Las subjetividades em jogo. Seu entendimento depende de vari jugadas com varidvcis idcolégicas e termina necessariamente om interprotagécs subjetivas de carater idea £ possivel aprescn- tar a histGria como um suceder de fatos desie tipo, cujo encadca aento forma um finico conjunto, ccnjunto ce Sragmentes, constitul Jo. pelo entrelagamento das infimeras vontades que se deatacaran supostamente conduziram o processo histé~ice. des que 2. = Mas se ha na bistéria una fornagko de particular n3o se vom como determinades alc dos limites de suc particula ridade mesma, ha tembém, por outro lado, as indicagdes que a me méria traz de recorrancias, de coincidéncias, de significades , tes. O nivel de abstracac al ja é idénticos, de valeras semelh mais alto, mas nele podem ser enccntrados tragos eemuns ao longo sc repete em termos ds tote da historia. Clero, a histdria Lidade do econteccr, porque cada fato nove nie € novo —_somente im por porque o tempo da sus ocorréncia 4 mais recente, mas toad: que enquantc fato corpleto envolve pessoas, lugares e tempes di ferentes de qualquer outro erm que se assemelhe., Quaicquer seme além da especificidade pléna Ihangas, pois, tém que ser buscad, do fato real, Ao definir um trago, vecerre-se o esta cutra ins tancia, um pouco ma abstrata. © paseo seguinte @ o da compara 2 vez indicar cutre gH, que pode por s tragos antes mic perce- bides. Pela ccmparagiio, depreende a partir das quais constituem-se cl se senelhangas ¢ difcrengas, de fates, cint.matizan~ agh que > da identifin oly de semelhangas © diferen, len nemhum cutro critdric de classifi te. 0 princip cc do o seu recenheci: se opera al ¢ ape: gas, quaisquer, @ partis pirico nio & diferencias: ries. Este motor lis que ndo o da tipo analitic:., cuja fin:lidade especial é fac: tar o manuseio des dedos. Nenhume prrspectiva manifest: teate desprezo pela histéria real quante cute. Para conforip alguia :'xor a anélice, substituen- se os tragos por veridveis, admiting -se que estas apresentom va piagdes de grau. Buscan-cc, entde, neds ficagdes quantizatives na presenca dos atrilutos, © objet. acaba por definir-ce . como sendo fernade por iais variagSes. critivamente, tentar-se-d Jocali: geral com graus superics G-las: mestr Ao como Lin}. de suees: no tempo, em colocades ws cis de graus infzriores. Analiticomente, tentiy-se-d verificar que relagdes a variivel en estudo nantém com que ovtras varijve!., para que se enesntre as que sejam capazes ceo cxplicar a sun variagdo, Reservou-: a histéria o pepel deceritive e guar: nas © papel analiticu. 0 quinhdo da} © evolucionismo da posisao. wiese pare outras istéria mostra claramcnte 2 se consegue po de interpretag que cubjetiva, ndo se esgeta na cece: so porque hi gener bre ele. & um cenjunte tetalidede cos fatos hi gle para una near porque o > em ter meras variegies de Ciferengas maiores do que as gue cecerren © que auteriza as histérias reci serem explicad gio espacial. Nea t todo processo se fa: pios. Sabende enca res que les enbe: a garantia da abrangineia univers sefpic unificades & a generalidade nalise no tenpe gor a vali, complica’ atual c o primini lares, de um pre Porq soja uno na realidady. cua determinagio estd na sua general! @ que se chega a part's der dades da reslida rdands ccles o que é grval, ists é anto, Qualquer divisko que se proponha a este proeesso uno ousaricnénte arbitraria ec | 86 tem sentido analition.. dizagdo se resume a merea gies no tempo. ontudo ser luta dos fates histérices ou os traso ans que pose:7 eetades entre eles. 0 que importa sho as veterminr ete: tas, que: sdo histér 830, sim, mes descontirva, © viduais isolados nem peneri ente con ganizados e determinados --—-=s 2 es PERE EEE EET rentes entre si. Cadi ua desses cenjuntos existe como tal na realidade, constituince uma formecio ccondmice-secial determina ica, particular e no sen da — écterminada no sentido de esp tido de que ten cuas duterminagdes pr fatos histérices s& prias. Admitindo que os bo aqui procurer suas a ceterminados, nio ca determinagdes na histdsia como um too, porque a histéria nao é vista como un todo 4 ndo ser abstrainds as diferengas especffit cas que existen entre xs totalidades concretas espectficas que a avificidad formam. Como essuas s-- tetalidades e suas dife sua histericidade, abstraf-les @ tor Para pensar a histéria é, pois, ne rengas essenciais nar a histéria a-hil eessario pensar antes o que sho essar totalidades de que cla se compoe, indagendo schru as suas detor Im prinsive lugar, cnra totalidade pertence — 20 o G, antes de mais n plano do social. 0 fave histSri , social. 0 individuo & um produt> social, a sceiedace @ condigao para a individuclizag&e. 0 feuus da histGria nie € o incivfduo e sim a sociedéde. A explicagic do fato histSrico nfo pode, poi > es tar no indivicuo e ci ide. A expressdo "a socicdade € inadequacdanente empregada cqui perque a sociedace é uma abstra g&o quando supemes que as sociedadas nadas his toricahente. Dissomor que as detern estavan has totalidades conerstes que a fermam co termo sociedad asece da explicagi: ( fato histCrico 5 esta eerrets vera. A histéria & a tran: dido neste sentido ds totalidade Jes coneret formagio cessas tot: Como ai teciedaden Cirmagies econéndec-suviais , totalidades concretag) mucam Chist@:ia), as determinagces que ex, plican os fetes hist caquelas teotalidades)tam bém mudam. 4 explicaco dos 5 hietérices of renete, portan to, & tetalidade histGrica a que periencen terminagSes das totalidades histdy A formulagao das de coneretas @ condigéo, as sim, para a explicagio na histéria. Isto s8 é possivel sob a condigdo ce que se fommule a prépria cvmpasigdo da totalicade B18 c nagdcs da totalidace 9% Jocando-a em traneformagdo. As deter: dete} ser inv. ninagSes da transformagio, razao pela qual ped a ee ee a ee ee ee ee ee eo 8 6 cacas come fundamento a ex; ra Nenana ¢ conereta, cetormincs sao dados que a observagio chegar até eles € neo. © aparate scasorial. como eepacidade de ponse do pensemcnto sistematico en ear o cbjcto, utilizonde o conhecinents na al de expliceg? 0 vivem ou que o vel, prio atua rn consegue expli (ficande indgividuais) c depo trent. tir da ident peleeer G etimirer a poss individual, Aldn do que, co (om virtuge de sue gGes pereeptives, oncis), sua apreens cial, gaeroses ot} (ser nistSrico ¢ da & verdade ohietiva ele subse G seapre teiramente correto. Se ha, porém, uma verdade cbjetiva, que cs. proxima dela. Se o mundo ob ta pareialidade seja a que mais se §etivo é estruturade e se essa estruturagdo se faz por eterming gdes objetivas, que a parcialidade ‘vo conhecimento seja capaz de atingir essa estruturagdo e essas detcrminagdes. Nada nos indi. ea que estejam no nivel 4a consciéncie des sujeitos que fazen des. Muito pelo csntra- parte ‘dos fatos estruturados e determina rio. A nipdtese de que os fatos histéricos sio determi, nados, no sentido de que atendem a ceterminagées, sendo cl prios conseqliencias ou expresses delas, exige que, para a expli cago desses fatos, sc encontre um acesso a essas cetern unte nele. Este acesso nfo pede ser senso dnvisiveis imediatam vial, perceptivo. SS “pode ser tedrico, Os fates histériccs tém uma dimensdc individual e subjctiva, mas ndo sc esgctam a3. 5: eativa em termos histdricos & indicio da veracidade dusts 1 prSpria expressiio signifi suposi > embo, va talvez alguns bem pouce significatives para a histéria tenham ajunty almen= g&o. Nem todos os fatos histéricos tém a mesma relevan um significado inexcesfvel para seus atores ou para sua ce ra, Eo seu significado niu advim unicamente, nem princi te, de que tenham ficado na meméria com o decorrer do tempo. Pa lo contrario. H presente que os fatos histéricos sic eo Tenhar: etais, como tal se articulam entre organizadamente, ¢ tén un sentido que @ dado por essa articulagdc. Pode-se fic. Y procuran do estas articulagées nas difercntcs formas de que se revestem , transformando a quesifc num problem: fermal, como fazcm as pors= pectivas estruturalistas. Ou se peve admitir uma razdo de ser nestas articulagdes, raziic que confere sentido aos fates subme~ tidos a cla. Neste caso, a verdade dos fatos ou da sua articula gio nao seria neranente a cceréneia interna de un pres mivel sis tema organizador de: partir da identifica: naquele nivel social das articulagécs. fatos, mas ¢ ria que ser construf¢a a das determinagdes que se supe existir Fates sGo dados & observagie, mas relagdes cntre ore a ee ne ee ee ee cia imediatenente dada & s2 censtrugde colce. pensemente, porte: entre os fates, s¢ quadamente os fates cuan apreensiio j4 nae @ mais sim meciada pelas relagdes efetivar esto no plano das relag elagves, ou eenjunte re de relagdes, 2 apreensio imediata & absclutamente incepa ee atingi-las, até porque svu nivel de peneralidade @ tal gis ne - nhun sujeito individual tem meios para pereeber. Fetes su ex pressan no pensamento por ecnecites , relagGes entre fat se expressan por conceitos mais gerais, relacdes de relagé ex is gorais, fermuleces em pressam através de abstragses ainda nm ulades estes conceit coneeites mais Sees Una vez fe ples, se cles permite eeterminacSes, & possivel por meio deles represen nis apenas na sua aperéneia mas incluinds elém dela as & reali dade concebida de una mancira O que se esté pro ponda & que a producio & eeites cinpl on diregic ao conerets (» precede do abetrats (con cote anteriores ) ninazdes, pre du F como realidade ceterminada). Este proc cer assim inteiremente rs riceos de subjevivis logo se o real tamudu n&o tem um papel a cesempentar. existe in cpendentemente do pens que a realidade cone 0 concrete real § tericr, cons antenier ao pens ue supor que, se 2 cenhecs que o apreende, Daf se cesse histérico reel nic parte dele — ue eepence co 3 2:8 tos que expresscia cerminagSes cue nds sio aparentes ¢ gue sé através de- esfo: 2 @ pessfvel localizar — ne verda de depende dele. Eo sentido desta dcpencéncia @ precise. Nao @ em qualquer momente do desunvolvinente histtrieo que @ pessivel para © pensemento apreender e formular teoricamente as deter- minagdes do real. A produglon des conecites que dio acesso teérico As determinagdes do processo real sé € possivel quando os fenémenos que estes concvitoy formulam estio plenamen des te desenvolvidos no préprie real. £ «a generalidade concre tes fenémenos, o que occrre na sociuclade complexa, que condigio para a sua apreensdo pelo pencamento sob a forma do con ceito simples. Este ¢ un sentido novo de abstragSo, como un pro cedimento tedrico espocifico em relago com o real. Enquanto que na passagen do abstrate, ond: ss formulan as determinacSes , ao conereto pensade, cnde se reproduzen as relagdes reais e¢ par tir das determinagSes, no se trata ce abstragio e sim de concre tizagio ao nivel do pcensamento. Retomands o tema da racionalidade, pede-se ¢izer que a racionalidade da formulagio pcnsada deve corresponder 4 ra cionalidade do real echre o qual se pensa, reproduzindo-a adequa damente no pensemente. Supondo que 13 variagao qualitativa na historia e que de fato a historia @ a histiria destas mudangas qualitativas, o nivel de abstrag%« adcquado para a produgdo = do. eonhecimento histérics ndo € a socicdade, e sim cada uma das di ferengas qualitativas, ou seja cata sociedade especifica, no sen tido deste tipo especifico de socicdade. Supondo que as socieda des sc constituem a partir de una determinagio fundamental que & a sua base econémica, para conhecer # sceiedade @ precise conhe cer a sua predugdo c & af que, para pensar o tipo espeeffico que expressa a variagfo qualitativa na nistSria, se pensa a socieda~ de como modo d= produsis. A partir sinda da suposigao 4d: g6es quelitativas na histéria onde que a composigao inter na da socicdade (conn modo de co) & ela mesma tal que a so ciedade seja uma seeicdade em trancfcrmagdo, temos que essas so ciedades (medos de predugdo) sdo eneadeadas na histéria (preces- so de transfornagdo), sendo que a scciedade atual (0 Gltimo nedo de produgic) € a mais complexa. f portanto ela que ofercce a condigSo para a abstracho especifica produtora dos conceitos sim Ples que akrem caminho para se chegear determinagées. Assim @ que, se o real & histérico e se a sua his téria abrange totalic seu processe, a formulzgdo do objeto tum que dar conta cesta des essencialncate diferentes ao longo do ferengas cssenciais e no de quaisque: cutras. f somente ai que a periodizagZo ganha relevo na predugiv do conheeimento do obje to histérico. A oua necessidade & a necessidade de apreender , explicando, eatas difercngas esscnciais, o que no se faz sem categorias simples e gerais que d3em acesso & generalidade sem perda das especificidades listdricas. Uma vez situado o problema nos seus tersios mais gerais e tendo presente algumas das ccndigdes basices para a ex plicagdo na ciéncia da histérja, cebe agora refletir sobre as questées metodoiégicas que & preciso rev: @ procedimentos © quant? a tcoria, para encaminhar a diseussao lver, inclusive quanto da pariodizagao na histévia. A realidade histérica contemporinea esta sendo nento histérico, nio ape ura ¢ eonhee. colocada como um desafio P Y nas no que se refere acs pases mais avangados, como tambén no tes. que toca aos pases depuns cbatu-se com viger e cxpenho temas como, por exenplo, x relagdo entre formago econémico-so - cial e modo de predugdo, « coexisténcia de modes de produgio di. ferentes no nivel da forms pecialmente, 2 passagem de um modo .” de nto teSrico de transigo, a possibilidade de formu Se social, es passibilidades de perio dizagio intra-modo, e, ¢ pilidade do estabelec produgio a outro e a possi um mado de produgao de ou lagio de um modo de produg&o colonial, etc. Diverpéncias cérias apontam diferengas basicas de teo: ou de método. 0 problema da periodizagdo esta presente em toda essa temitica. Para tra ta-lo bem, no entanto, no me parece que se deva comegar por af. As discussées principais téin um ponto de referén- ll cia comun que é, entretanto, interpretado diversamente, Issa a io distintos, nerces, pois, rata- poic que tem sido usado em senti Creio que & ccf que se deve partir. atengdo cuidadosa. se de um trabalho iutrodutéric que Marx redigiu quando comegava 3 sistematicos. 0 texto foi publicade com seus estudes econénic © titulo de Introdugde d Critica da Economta Polttiea. Creio que para a construgdo do wbjeto da pesquisa sobre pericdizegac @ im prescindivel entencer esse texto, scm cfivida tao importante, de tar cisivo mesmo, e tembém, sem diivica, tio dificil. Pera facil: a minha comprecnsaio e permitir ben tundancntar a minha interpre= tagao, propenhc-me a fazer uma primeira leitura sequindo 0 tex % x, to. (*) cf. se encentra em Contribution @ la Critique dc U'Beconomie Politique, Ed. Suciales, Faris, 1957, pp. 187 - 175. Recor ri permanentenente a outra tracugdo francesa, a de Fondemen te de la critique do L'Seonomie politique, Ed. tathropes Paris, pp. 8 ~ 42, Ainda wtilizei com freqléneia as tradu- gdes para o portucués de J. A. Gicnnotti cE. Malagedi, pu blicada na colegic Os Pensaderes, Ed. Abril, pp. 107 - 1317 ede F. Fernandes, pudlicada um A idcolagia alemi e autvos eoeritos, Zahar ed., 1965, pp. 107 - 142, Para dirimir da vidas o esclarecur dificuldades de tradugic, recorri ao ort ginal alenao. Eee L@euuae 2s meme naa faa & w I. = 9 método (as categorias simples c a abstragdo especf{fica do conhecimento histérico) ente o desenvolvimento do pen aide nétodo em geral e indica un Acompanhando atenta samento tal como cle se oxpde no texte, encantro~o — subdi: om seis partes, A princira trata do movimento que € exclusivanente teérico, passando-se totalmente no abstrato. A segunde afirma a anterioridade do concreto. A terccira propSe e resolve wna relagdo espeeffica entre o real e 0 tedrico, desdebrando as relagée entre as categorias mais sin ples ¢ as mais concretas. A quarta precisa a condigio da produ gho das abstragées mais gerais a partir do desenvolvimento con produ ercto mais rico. A quinta indica que @ no filtimo modo a go JA estabelecido, porque o mais complexo, rico e variado, que se torna possivel a inteligibilidade iio sé dele mesmo, como ten bém de todas as sociedades anteriores. A sexta rétorna ao méto do, estabclecendo que a erdem das categoria deve seguir una hie rarquia tedrica, em fungdo da sua importdneia correlativa dentro da socicdade mais compicxa, base das ubstragSes mais gerdis e ca tegorias mais simples, e nao em fungiin do seu apareciments nists: rico, - Esta subdivisdo me parece itil no esclarecimento do método seguido, permitindo uma segunda apreensio do nétodo qu & exposto, 3, —,O METODO DA ECONOMIA POLITICA ‘Quando consideramos um determinado pais do ponto de vis: ta da economia politica, comegamos por estudar a sua popuilacio, a divisio desta em classes, a sua repartisio pelas cidades, pelo campo € A beira-mar, os diversos ramos da produgdo, a exporta- gio € a importagSo, producio ¢ 0 consumo anuais, os presos das gercadorias, et. Ecce que o melhor método se cmap pela rele pelo concreto, que so a condigio prévia e efetiva; assim, em econo- ‘mia politica, por exemplo, comegar-se-ia pela populagao que € a base € 0 sujeito do ato social de produgio como um todo, No entanto, numa observagio atenta, apereebemo-nos de que hi aqui um erro, A populagio ¢ uma abstragio se desprezarmos, por exemplo, as classes de que se compée. Por seu lado, exsas ‘lasses so uma palavra oca se ignorarmo: os elementos em que repousamy] por exemplo 0 trabalho assalariado, 0 capital, ete. Estes supdem a troca, a divisio do trabalho, os pregos el capital, por exemplo, sem o trabalho assalariade, sem 0 valor, sem 0 dinheiro, sem 0 preco, ete., ndo & nada lie - ~ Rio + SPR PPR BBE SOE ee Identifico uma primeira parte, em que ce procede auma discussdo geral do método. Apresentam-se dois métocos : um, usual, @ 0 que foi seguide "historicamente pela Economia Po lftica no seu nascinento” — deserito no seu procedimente basi. 0, apontando-se o seu cquivoco também basico; o outro, que eon tinua do primeiro — no sentido de que utiliza os resultades a que ele permite chegar — & apresentado como sendo construido a partir da identificagdo dos equivcees do primeiro, e da sua ert tica. "It aemble quo co aott ta bonne md thoda da conmancer par le niet et Le conoret, qué conotituent ta condition préalable effective, done en Sconomte politique, per eaemple, la population qui cat la base et lo sujet dv Lacte social de production tout ountier, Copendant, dy regarder do plus prds, on s'aporgott que cleat 1a une er= tion eat una cbhotraction ot tion vaur. La popul. ndglige par exemple Les clavscs dont elle se con pose. Coa clavsen sont d lour tour un mot crcue et Lon ignor lea dtémente our leaqucle clica re pocent ..," Este primeirc método est& sendo definids co mo aquele que comega pelo real e que identifica, ou cenfunde conereto A suposighe subjacente a este metodo, mente lhe garante a segura presumive. ga da objetivicace, € o fun dar-se no real — base sSlida, condition préaledle off caso da economia, com aquilo de que ela trata é a produgio, pa veceria ccpreto comegar a pensd-1n — cecnomia, predugdo — por cd @ populagdo. Su poe-se, pois, que a pupvlagdo J o conerete, ou go cue mais con eretanente represent quem a faz, que @ tai ahem em quem apSiz © conereto. 0 que Marx pergunta @ se esse Ww “conereto", assim exposto, faz senticc, Ea resposta @ ndc. Por que ele sé ganha seu scntide quande a pndlise vai e2scobringo suas determinagdes. Isto porque a reelidade social @ una reali dade ceterminada: os fatos sociais sic ecz o sie por alguma ra- zHo. HA relagées especifices que os cngend am, eles responden a uma certa causalidade, Neste sentid:, sia determinados e, assim, sua explicagao sé poce ser conseguida quando se apreence sua ce— terminagio._ Se a realidade n&c tem dctcrminagdes, o mundo @ “um mundo de fendmenos, completes em si mesmes, que quanco muito se articulam uns com os outres. Nessc case, o estuds no pode chogar propriamente a explicagSes, mas scmente a descrigdes que precisem oada fengmeno, na sua inteireza c nas relagdes (de su perficic) quo mantém uns com os cutros. Mas nao @ bem isso que fazem os economistas clissicos, Iles partem da totalidade viva, mas procuran analisi-la afastando-se preyrecsivanente do real , Ses mais por abstragio; buscam rela recisas c mais s en tre os fendmenos. Chega sempre a estabelecer "algunas relagdes gerais abstratas determinantes", Siio estas que confercn signifi cado & totalidade viva que tinha sido © seu ponto de partida. 0 sentico do conereto real ce que perten no @, pois, ja-dado, mas sim adquirido — ¢ acquirido pela agie do pensamento, na abstra- gio. Se a andlise que aqueles econonistas cmpreendem tem algun bee ft al ql a a ! N ! | | { valor, este deriva da suposigio, que certancnte € a sua, ce que , as relacdes gurais abstratas eescobertas ao fim da andlise tém algo a ver com o real conereto co inicio, do qual partiram. A relagio cntre as relacSes gerais (descobertas no plano abstratc) e o concreto real (dade) faz com que este ¢a do, scm aquelas relagées, scja uma abstragic, especialmente se estas relagdes sho acmitidas como dctcrminagées (abstragéo delas que sio as proprias deterainagdes ceste real). Assim, fundar-se no real — base sdlid2 — come garantia de objetivicade € fun- - dare Tuma base vazia ce ventide, perdente, portanto, tal caran Ta." Eete proeedimenta nfo parte do concrete, cemo_supie da abstragao, c nao pode sequer ptocurar concigSes para re-encon {rar o conereto, porque supde, enganosanente, que j4 o incerpora : sim, se come- éssemes pela popilagio teriamos uma visio caética do tode, © see ama determinagso mais precisa, através de uma ané- tae Ghegasiamos a conceitos cada vee mais simples, do concreto figarado passeriamos a abstragOes cada vez, mais delicadas até iengiemos a5 detcrminacées mais simples. Partindo daqui, seria aeeetgr caminhac em sentido contririo até se chegar finalimen- ree ovo a populaeao, que nio seria, desta ver, & representa~ (Go eaetiea den todo, mas umm. sea totaidade de determin SSoace de relugocs mamerosas] A primeira via foi a que, histo Sees Se, a economia politica adotou ao seu nascimento. Os Etimemibtes do século XVIL, por exemplo, comegam sempre. por seo neptalidade viva: populagio, Nacao, Estado, diversos Esta- ont mas acabam sempre por formulas, através da andlise, slgu- Seet Telacdes gerais abstratas determinantes, tais como a divisio Bemnbstho, o dinheiro o valor, etc. A partir do momento em Gee see {atoresisolacos foram mais ov menos fixados ¢ teorica- AMeate formulados, surgiram sistemas econémicos que partindo Te macaes simpies tals como 0 trabalho, a divisio do trabalho, a Secemilade, onvaior de teoca, se elevavinn até a0 Estado, &s tro- fas imernacionais © a0 mercado mundial. Ufste segundo método @ evidentemente 0 método cientifico correta ce & andlise desde o inicio, "Si dono on commengait ainat par la popu lation, on aurcit une représcntation ehaotique du tout et, par unc détermination plus préetac, par Llanalyoo, en choutiratt a den concepts do plua en plue aimpleo; cu conerot figurd on paseerait & des abstractions de plus en plus minces, juequ'a ec ue ton soit arrivd auz dc @ tewinattone tee plus simples. Partant de ld, il faudvatt refatre te chemin @ rebours jucqu'd co gulenfin on arrivg de nouvean ad la population, mais celle-ci ne serait pas, cette fois, ta reprécantation chactique d'tun tout, mate uno riche totalits de déterminaticno ct de rapporte nombreuz. Cette derntére méthode ast manifestement la méthode ectentifique cor~ recto." : Chama a atencho, ce imcdiata, a suposigdo do card ter caético da represcntagio dircta do real, Se o real ten uma ordem, cla nfo esta dada, n3o transparece. Essa ordem 55 é latin gida, podendo tornar-se parcialmente reproduzida, pele pensamen to que indagr, aprofundando-se no real. Cabe perguntar cono se earacteriza esta indagacgdo ¢ este aprofundamento. Tratar-se-d de uma reflexio produzida a partir do contacto como real — re- flexo informada dirctamente pela reclidade? Ou trater-se-4 de uma reflexdo que se assume desde logo come reflexdo, vale dizer como tedrica — reflexdo formada e informada pela teoria en bus ca da realidade que Ihe € externa? 0 texto de que estou tratan do me parece um texto voltade para encinar este segundo coninhoy Supondo-se que a realidade social € determinada, @ estrutura¢a nas suas determinagSes, cla passa a ser, por esta razdo, passivel de ser racionalmente ccahccida e explicada. Pro @uz-se seu conhecimento ao se formular as leis da eua estratura g&o e do seu desenvolvimento, mas sd quando se atinge scus deter minantes fundamentais 3 que pode curiegar a sua explicasy .f is O concreto & cons ‘ereto por ser a sintese de milltiplas determinacées, logo, unidade da diversidade, B por iso que cle 6 para © pensamento um 218 proceso de sintese, um resultado, © ndo um ponto de pasta, Epeiar de ser o verdadeiro ponic de partida e portanto igual- SEE conto de parica ca ebwera,So mediate da represen- tn porn ym en» Belge dh ono uma jeterminacao abstrata; pelo segundo, as determinagées abstratas conduzcm & reprodugao do conereto pela via do pensa- mente] i nit GREER ER GRE x. 16 so acontece no mundo dos ceneeitos, ne plane tedrico, no abstra- to. Abstrato que ten a protensio de vuprocuzir o conerets, nao na sua realidade imediata ¢ sim na sua gio ce totalidade real é sunanente reto € con. do texto em estudo. de muitas determina’ terminagdes com o que clas ceterminan:. Je real € 0 conjunt: "A yotalil Pera a repredu un sentido, & precis dado concrete yimeonereto que entio + tir das suas determinagiies fundamentais, Como atingf-las? e partir de toda uma andlis a partir dos conceitos mais simples que essa anSlisc, j4 disponfvel — se procedente co real, ma nio ela néo poderia ser criticada — conseguiu aleangar no seu final. 0 método ecrreto (ao tempo da procugho de M: dominavam as perspectivas empiricas), poie, parece ser aquele x, cm que que comega pelo trabalho critico sobre as categories gerais ela procedie do conere poradas pela ondlisc enpfeica. En to (real, Jado) para o abstrato (ce inagSes mais simples), Marx esth propondo um simples, rela = gées gerais, deter precedimento nove, do abstrato (deterninagd ¢ relagéces simples ita vopranentagio cad e gerais) a0 conercto (que citie nao & mais tica de um todo" e sim "una rica totalidade ce determinagies e de relagdcs diversas"). re dimarche a réduit la pléntty "La promt do do la reprécentation d une déterminatton abs traite; avec la avconde, leo dSterminatéons abs, traitee conduisen: ¢ la reproduction du conere T par la vote de la pensée." te, crucial mesmo, entender que no pri acse na determina - f inpertan meiro método “a representagio plena volat ga0 abstrata”., Una representagio que pretcnde a plenitude en ente sobre o real, se es quanto representagdo, produzida diretai anto se procede & sua andli- vai, Se esgarca, se volatiliza onqu pe, car inhands para a determinagio abstrata, Esta determinagdo abstrata, porque fragmentada pela anjlise que déixou Uistente o { ; G concrrto & con- 5c, logo, unidade © pensiment um ereto por sera sipisse de miliplas determi da divenidade) {E por ino que ele € pa \ 28 SST ee ae a real de que partiu, no consegue dar conta da re-apropriagdo des, se real, nado € capa de comprecndi-lo e¢ dar-lhe scatido, Muito de novo ha de ser criado na re-aprcximagio proposta pelo método que vai do abstrato ao concroto. £, 0 mais importants, este con ereto € um concreto novo, porque pensado. £ um concreto produzi do no pensamento, para reproduzir o conereto real ("as determina gdes abstratas conduzem 4 reprodugiio do concrete por meio do pen samento"). 2 - antericridade do concreto : Esta predugio / reproduce 6o conereto no caminho de volta precisa ser especificada, bem como o que constitul efe tivamente este conereto a que se chega. £0 que encontro na se. gunda parte do texto. "Lo concrot eat conerct pareo quit oot La oynthdse de multiples détcrminations, done united de la divereseé", Para esta coneepgio, nfo basta ter realidade para ser concreto. 0 carater de conereta estd estreitamente vincula- do ao de determinagdo. 0 que conta de fato sao as determinagées. Atinge-se © ccnerete quando se compreende o real pelas cctermina ges que o fazem ser como G. Atingida uma determinagio geral com ela se & capaz de entender as grandes linhas dos fendmenos que ela poce determinar, sejam cles j& realizados ou niio. Neste sentide, a populagio, que & real, sé se torna conercta quando traz nola mesma as suas miltiplas coterminagSes — 0 que na rea lidade ocorre, mas que a representagio imediata é incapaz de cap tar porque estas determinagdes diversas njo aparecem a nao ser naquilo que ina, na forma determinada, Assim, 0 conereto -®sintese ee muitas determinagdes 0, Como tal, @ uma totalida - processo de sintese, um resultado, ¢ no um ponto de partida, Apesar de ser 0 verdadeiro ponto de partida e portanto igual- mente © ponto de partida da observacio imediata e da represen- tagdo. BRR RRB ea BD Be 18 de: unidade — determinante / determinado. fQ que aparece como real @ marcado pelas suas varias determinagées, mas estas marcas 6d ganham relevo « sentido quando se std de posse do que es de termina Como sio vérias as determinngdcs de um real, ele @ um complexo constituido come unicade, unidade da diversidade. "Ctest pourquot 12 (Le coneret) apparatt dans ta pensdo come proces de eynthése, comna ré =--eultat, non comne point de départ, bien qutil soit la véritable point de départ et par suite également le point de départ go ta vuc immidiate et de la re + présentation," © concrete cen as suss determinagdcs, como unida dc do diverso, é sintesc, @ resultado de un elaborado processo de pensamento. Porém, ¢ que Marx faz referéncin a isto, se esse proceso eomega cicntifi agora & a senunda vez, nesse texto, camente no abstrato, seu verdadciro ponto de partida @ 0 real. Esta cite, explicitamente, que o verdadeirs pento de partida do pensamento Go real, que € o ponto de partida da pereepgie e dca representagio. 0 apel de veal para o pensamento e para o conhe cimento nto &, pois, elimiunde como sc, por ser o ahstrato © can po préprio do tedri (on que se move o pensamento para produziz conhecimentc) para cle, tedrico, o real’ niio existisse senio sob a forma pensada, Uma coisa é afirmar que o conereto sé faz per te do tedrico como conersto pensade (acentue-se af o fazer parte eo conercto real nao se do); outra coisa diferente & afirmar qui relaciona com o teSrico (abstrate), rieo sd pode afirmar do concreto o que sabe dele, isto é, o que a alegagio de que o ted tem precisado sobre ele. A perspectiva seguida por Marx € a que ele explicita na citagio acima, de que o conereto aparece no pen samento como resultade, cmbora seja o verdadeiro ponto de parti. da. 0 pensamento parte do ccnereto (real), ainda que sS se tor ne verdadeiramente cientifico quand) retoma o concreto, pensan = do-o, a partir do abstrato (suas determinagSes atingidas pelo pensamento eriginado no conereto). 4~ See ee iste =a De me em & eG 1 JZ neste comego do texto, Marx fornece indicagdes preciosas sobre o seu entendimente da produgfo do conhecimento eientifico no terrene da econcmia polftica, Fala num primeire movimento, em que s¢ parte do real, representando-o e procurando, através de andlises que cada vez se afastam mais dessa realida ; atingir ecnceitos mais simples ¢ de, por abstrac veal. Menciona um atividade propriamente cientific nesmo egundo movimerto, como qual se iniciaria a em que se acusa de caética a quela representagio direta do reci e se parte nfo do real ou de gua representagao imcdiata, assim necessariamente abstrata ¢ ticn, e sim dos conceites mais simples que o movimento ante rr. O que caracteriza este segundo movimente é 0 pede er: apoio inicial tedricc e a erftic: a que submete os ecneeites cis porque perdides teeri que parte, necessariamente critici cone mente, porque calcadcs na supesicac falsa de sua orig “Tdireta. Essa critica consiste mum retorno & realidadc, mw simples, Retorno que 2 dz um tede", mas "uma dos conceitos © das determinagde encontra mais "a representagio cad talidade rica de doterminagées", tes: a construgio de conereto pen mento do cominho de volta ec concreto ponte de partida do pr: re movimento? Quande determinado, e multiplamente ¢ este conereto pens: nim, ficem algumas 1co & meramente o cnpreen 2 nBo ser cuty diferente do punte de p. da? Se as vespostzs ferem positivas, ecm me parece : que sc: essa produgie do concrete (pen do real, e que & quolitativanent. diferente do concer do, 56 pode ser feita a partir de ecloesgio precisa e — rige das suas ceterminagécs mais gernis. Mio faz parte, peis, do cad rior seu de ea - reta inido nko te ques ai = imed ceterminade , arth jam, ete), que visa ser uma repredugdo © pereebi resa mes mo movimento que emproende: a eritica teérica em busca da eapeci~ ficagio teSrica des conceites que expressam as detemminagdes mais simples c mais gerais. Seria ¢ case de supor, assim, qi to pensado ccnstiter construgio do con Encaminhando o raciceinio deste modo, a eritiea que censtitu: segundo mevimento pas ando-se apenas ac conereto, mas nds senda suficiente para p: zi-lo teoricemente. Uma vez concepuida w especificeedo das terminegSes gerais « simples, objetivo do segundo movimento, ue a tercciro mevimento . io sar-se-ia toca ne plano abstrate, referenced ody cen se FEE ERER ER DERE E DD F ria possivel passar ao terceiro. 0 segundo movimento seria, sim, de reconstrugay tedrica, enquanto que o terceiro sera construgdo teérica da rep Simplific. movimentos em torno dog s ———» — abstrato 12) real (concreto) 22) abstrato —_——_-_-+ abstrato 1 conereto » — conereto (pensado) 3@) abstrato ———______. terfamos: 20 Com o sarunde mevimentc, se inicdaria o que Marx eu tenha apenta como "metodo cientificamente ccrrete". Talvez demasiadamente resentc, neste memento, a enormidade ¢o trabalho e do esforgo tedrice do préprio Marx ao empreender a erftica dos economistas classices, antes que pudesse produzir a sua vez por isco aparega para mil teoria. ferenciagao dos dois momentos ou movinentos que cempori om propria nm com maior nitidez a di Eto do que esta scndo preeonizade. Lstou pensando na recenstrugao re que Marx ompreendeu da categoria de mais valia (a par ria do valor, co Ricardo, ¢ ca nogdo de trabalho, de como exemplo do que chamei de segundo movimento; e na zagdo da produgdo e da reprodugac do capital, que lhe r da Smit sua teo: permite teo % ris teorizar scbro toda a estruturagiio do modo de produgdo capitalis te, como exemplo do que chamei de terceiro movimento. tante convencida de que se trata de dois movimentos d que exigen esforgos distintos, 9 "caminho de volta" nfo @ um retorno r cheio de surpresas para quem sé fez 0 caminho de basta trocar ponto de partida per ponto de chegada e Estou istintos simples ida. comego bas. Se Nao por Go eee 2 uma determinasio abstrata; pelo segundg, as determinagSes abstratas conduzein 4 reprodugéo do.concret@ pela via do. pensa mento. Por iso Hegel caiu na ilusio de conceber o real como fesiltado do pensamento, que se concentra em si mesmo, 4e apro- funda em si mesmo e se movimenta por al mesmo, enquanto que auiniodo que cnate em evar do ahntat’ 0 earseo,€ para o pensamento precisamente » mancica de se apropriar do Eonere, de 0 reprodusir como concreto ential, Mas exe na @ de medo nentium 0. procesio da génese do proprio concr ee a a resultado. Nao se trata simplesmente de uma inversio de senti- do ou de uma inversio de rota. 0 ponto de partida do segundo mé todo € outro que nic o pento ce chegada do primeiro. Nao sé por que @ abstrato, e n3o concreto. Sendo abstrate, & outro abstra- to, ¢iferente do abstrato a que o ndtodo anterior parmitia che deste. A gar. um abstrato reconstrufde criticamente par nogao ce mais valia de Marx ndo € : mesma dos economistas que o antecederam ¢ que primeiramente fcrmlaram a nog&o cu produziram o conceito. A nogdo de Marx ndo @ original, mas @ diferente de que Ihe deu origem. Assim também c ponte de chegada ¢o segundo z 7 ; aes ite & método outro que nds o ponto de partida do prineirc. Esta dife renge bem accntuada : no segunds, como totalidade rica de de - terminagSes, construica no pensamento; no primeiro, ccno tede vi. vo, mas representndo ceoticamente. f cm nome mesmo desta dife renga que s@ propde o segundo métode. Se, por um lado, nfo esquece que o real estd pre sente alimentando a percepgZo e a representagdc, por outro ton bam no esquece que o ereto produzido pelo pensamento @ apenas pensamento, nace real. £ ni ste ponto que contesta Hegel, ou a re lag&o que este propde entre abstrato e conercto. + lee déterminationa abstrattee condut aont G la reproduction du cencret par la vote de la ponedu. C'est pourquot Hegel cat tombs Gano Uellusion de conecvotr ta réal comme le réaultat da ta pensée, zu 30 concentre en olle-méme, o'ap- proferdit on elle-méme, ac meut par clle-mime, alora que la méthode qui consiste d s'élover de Labstrait au concret n'ect pour la peneée que la mantéra do o'upproprian te ccnerct, du le reprédui. re gous ta forme d'un conerct penséc. Mato ca nieet nullement 14 to proeds de la genéae du con eret lui-méme." r auuuwete ee ee RR eee © cenereto produzidn pelo pensamento nao € 0 pro prio real. A atividade do penser ndo produz sendc penscmentos (idéias, conceitos) no campo que lhe é préprio, que é 0 campo das abstragdes. A ativisade ¢o pensar ndo € capaz de produzir reelidades. Aqui Marx ccloca com muita clereza a distinggo en tre o cempo do real e o canpo do tedrico, De acerdo como meu entendimento, o texto tcdo é mesmo una discussGo lincfssima da relagio entre realidade e teoria. Porque ha interpretagSes bem diferentes deste que estou formulando (come, por exemplo, a de Althusser), @ interessante anotar este ponto, Marx admits una relagde entre teoria e real, relagdc esta que comega a marcar na sua discussao da verso hegeliana, mas cujos primeiros tragos j& eparecian quando reconhecia que as categcrias com as quais se produziam as dcterminacées mais simples ec mais gereis provinham da realidade. © pensamento sd preduz pensamento, mas em alguma instaacia (que neste pento da leitura que estamos cmpreendendo a inda n3o sebemcs qual, nem como, mas que o prépric texto em estu do esclarecera adianto) € informade pelo real. © que Marx nega com vigor @ que o real soja resul tado do pensamentc. Para cfirma-lo, ccmo faz Hegel, @ necessd - rio, antes de tudo, concebcr o pensamento come auténomo, ccmo in dependente, para entao subordinar o ser ao seu pensar c, afinal, acabar com a distincgao entre o real e o tefrico, consiceranco o real como raalizagio da idéia, o que liquide, enfim, com a supos ta relagio, ja que um terms € absorvice pelo outro. Para con- testar que © pensamento seja a génese dd conereto, Marx argumen- ta que mesmo o pensamentc mais simples s6 existe como relagfo unilateral e abstrata de um todo concreto, vivo, ja dado. E nes te seatido que para ele o real @ antcrior ao pensamento. Sua su posigio mais basica a existéncia de um conereto fora do penca mento. Quando afirma que o conereto pensado ndo @ a génese do concreto cle mesmo, esta admitindo que exista "um concreto ele mesmo", diferente, outro que no o concreto pensado. Esta num plano que nio @ o da "consciéncia filoséfica", segundo a qual "o mundo 66 aparece como real uma vez concebido", em que o movimen- te das categorias @ autSnomo e produtor do real, concebendo ° ponsemento que se basta a si mesmo e que se move por si mesmo.Pa Por exemplo, a categoria econdmica mais simples, o valor de troca, por hipétese, supe a populaci8, uma populagio produ zindo em condigées determinadas; supe ainda um certo género de familia, ou de comuna, ou de Estado, ete. Sé pode pois exise tir sob a forma de relacio unilateral e abstrata de um todo con- cereto, vivo, j& dado. Como categoria, pelo coniririo, 0 valor de troca leva ‘uma existéncia antediluviana. Para a consciéncia — @ a consciéncia filoséfiea considera que © pensamento que con- cebe constitui o homem real ¢, por,conseguinte, 0 mundo s6 € real quando coneebido — para a consciéncia, portanto, 0 movi- mento das eategorias surge como ato de produgio real — que recebe um simples impulso do exterior, 0 que lamentado — cujo resultado € 0 mundo; e isto (mas trata-se ainda de uma tautologia) € exato na medida em que a totalidade concreta en- ‘quanto totalidade-de-pentamento, enquanto concreto-de-pensa mento, € de fato um produto do pentamento, da atividade de conceber; ele alo & pois de forma alguma 0 produto do conceito que engendra a si proprio, que pensa exterior e superiormente A observacio imediata ¢ 4 representagio, mas um produto da tlaboragio de-sonceitos a partir da observac5o imediata e da re~ presentacio. (O todo, na forma em que aparece no espirito como fodo-de-pensamento, € um produto do eérebro pensante] que s€ apropria do mundo do tnico modo que Ihe postive, de um modo que difere da apropriagso deste mundo pela arte, pela religiio, pelo espirito pritico. [Antes como depois, 0 objeto real Conserva'a sun independéncia fora do esprtade ino durante © tempo em que o espirito tiver uma atividade meramente espe- culativa, meramente teérica. [Bor conseqiiéncia, também no em- prego do método teérico € necessirio que o objeto, a sociedade, Eiteja eonstantemente presente no expinta como dado primeiro,) 219 Cam a a 2 ae ee wm em 23 ra ele, a realidade concreta pré-cxiste, subjez e subsiste 20 pensanento, £ este que de algun modo depende dela, © ndo ao con . trario. "Le tout, tol qu'il apparatt dans Ltesprit conme una totalitd penede, ect un produit du cer veau ponsant... Aprés comme avant, le eujat réot subsiste dane son indSpendance en dohore da L'ee ~ prtt... Par consdéquent, dana L'emplot de la métho do théorique auset, tt faut qua te oufot, ta eoctd td;reate conatanmont prdsent d lceprit ~~ .comme donnée pramtéro." Assim & que o conerete pensado nao @ o dnico or ereto, nemo pensar € concebido como tendo todo o seu desenvolvi mento no plano exclusivo de teérico, como quer Althusser, 80 os riscos do pensanento que pretende poder "mover-se por si’ mes, mo". Hegel ainda vei aciente, levando-o até o real, materiali - zando-o e entendendo que assim € o real: realizagdo da idfic. E ent&o o pensar & o ser. Para ficer no que Marx diz neste texto, a reprodu go do concreto no pensamento, pelo pensamento, & a forma peculi. ar que © pensamento tem para se aprepriar do cenerete, pensando- 9 como conereto. Pedemos abrir logo a quest%o ve se o real nio ter sous préprios neics para condicicns nar o pensas mento que ele quer se apropriar. 0 texto di a seguir uma res posta conclusiva a esta questo. A primeira cefinigdo que Marx geter apresente equi no sentido da relagao que esti propendo entre oo real co tedrice € negativa, negando Hegel: "reproduzi-le (o con ereto) sob a forma de um concreto pensade te o precesse ca génese do préprio conereto”. E lego comega a nio € absolutamen- encaminhar o sentido que tem para cle a relag&o entre real e tego ria. Todo pensar, ainda que scja o pensar na sua forma mais sim ples, supe sempre, cubjacente a ele, uma totalicade conereta 4 viva, 38 dada: . troca, por hipdtese, supe a populace, uma populagio produc zindo em condicées determinadas: supde ainda um certo genero de familia, ou de comuna, ou de Estado, ete. [SS pode pois cxis- tir sob a forma de relacio uniliteral e abstrata de um todo con. ereto, vivo, j4 dada.) {a categoria ccondmiea mais sinipk! 0 valor de ’ u Ye t ' 4 ' { § f i ! i u 1 i i fi 0 24 "... La eatégorte Sconomique La plus aim pla... ne pout jonats exteter autrenent que cous forme de velation untietérale et abstraite d'un toud coneret, vivant, ddja dennd", (yrtfado no original). 0 pensamento ndo é a génese do real, nem o real @ a ganese do pensamento. Mas se pode, e se deve, afirmar que o real sempre antecede ao teérico, que o teérico € um tedrico 0 bre um real. * * * Pode parecer diffcil a aproximagZo do que se afir ma na segunda parta do texto cm estudo e do que se afirmou na primeira. Porque aqui se ccnfere indepencéncia e uma certa pre valéneia e antorioridacde ao real face ao pensamento. EF 14 se propunha um método que se movia do ebstrato para o cencreto. A questao nfo pode ainda ser inteiramente resclvida, porque nfo ca ° minhamos 0 .suficiente no texto, atd onde ele propde uma relagdo ‘determinada entre o concreto real c a produgio das categorias que o expliquem. Parece~ma, no entanto, conveniente celocer des de j& a questo, que, se n&o poce ainda ser resolvica, pode pelo menos ter asta resolucdo encaminhada. Os dois primeircs pontos de apoio desta solugdo seriem, no meu entender: 1) hé um concre | to real indepencente e por isso o método cientificamente ccrreto deve ter sempre presente este real como pressuposigdo; 2) mas o conhecimento cientifico deste real nio procede dele mesmo, por, que o representaria cacticanente, porque sem suas determinag3es ele @ uma abstragio e nao um concreto. Portanto, o conhecimento 25 eientifico do real comega com a produgio critica das suas deter minagdes, procugdo que se processa ao nivel do teéricc, ao nivel das categerias. ‘Para ser critica de wna predugdo teérica ante rior, sd eo quands 48 existe un desenvolvimento tedrico razcai nivel; € daf que o métods para produzir es @ conhecimentc "se eleva do ebstrato 20 conercto". 3+ relac&o cateporias / real Marx hovia afirmado loge no inicio que os cencei ilidade do tos mais simples @ que permitem choyar a uma inteligit peal. Supds que estes cenceites exmecariam a ser expostos no fi nal de uma abordagem que partia do prépric real. Dizia ainda que esse real como puto de-partids era uma abstragdo, abstragia das suas ceterminagécs, expresses noqueles cenceitcs simples « Por cutro ladc e que € antericr a cle. Uma vez posto o ecnceite, na primeira par afirma que ¢ real existe fora de pensamente te, ec real, na segunda parte, nesta tereeira parte cle passa ac a@ procurar estabeleccr a relagio entre os dois. Para a produ teSrica, c prossuposto bisies € que cla seja ccmandada poles con ceitos maic simples, para ser pessfvel a repredugiio do ccnereto no pensamento, Dands suporte a esse pressupesto esta o outro, ainda mais geral, da exterioridade ¢ independéneia da realidade — tese materialiste fundamental. Por que as determinagdes do real se formulam atra vés de conceitos simples? De cnds deriva esta simplicidade? Se endente e anterior, ndo pederia ser encen o real @ externo, in trada nele, como con mos diante da quest. quest& reto, esta simplicidade? Assim nes colcca especifica da terceira parte do texte: a da simplicidade criginiria. | Bias as categorias simples nfo terio também uma existén- cia independente, de cardter histérieo ou natural, anterior & das categorias mais concretas2)Depende (°). Hegel, por exemple, tem razio em comesar a filosofia do direjto pelo extudo da posse, constituindo esta a relacio juridica mais simples do problema, ant Et Ra et ee a ae ae ee ee ee 26 "Mate ces catfgorien sinplca nfont-alles pae auso h gorias plus conerdtea?” una existence indépendante, de caractére tortque ou naturel, antérieure @ celle deo caté A primeira indicegio a respeito j& havie sido da, da por ocasiio do exemplo da categoria econdmica mais simples » que a seu ver "sé pode existér ccmo relec&c unilaterg? e abatral|' ta de um todo cencreto, vivo, ja dado". A exigéneia fundamental! @ a da admissac deste concrete vivo. E sobre ele que se erigen as categorias, mesmo categorias as mais simples, que no sfo ca pazes de capté-1c no plano do tedrico a nao ser parcielmente, u nilateralmente. A catcgoria simples aponta para um dos tragos da realidade a que se refcre, trago cste que presumivelmente & significative e nelevante, mas que nom per isso deixa de ser uni lateral. Se @ possfvel pensar numa cxplicagdo do todo vivo, por tante, ela s sera alcangada através de um conjunto de catego- rias simples — ou seja, de uma estrutura teérica, de uma tea ria. Cada categoria indica um caminho de aproximagio do real {todo vivo, conereto, jA dado), Ac lado de ser unilateral, a ca tegoria simples & abetrata, isto é, cla @ produzida num nivel muito alto de abstragio e neste sentido especifico de produgdo tedrica muito elevada ele se situa num plano muito afastado da realidade concreta. HA categerias, embora também tedricas, que estao, no mesmo sentido estrito e especifico, mais préximas do conercto real e, neste sentido e sé neste, sho assim as catego rias mais concretas. Os cxemplos do préprio Marx dentro deste sentido de afastamento / aproximagio — que trata (aqui e 86 aqui)o conereto ccmo real e o abstrato como teédrico — sao: cg mo categorias mais simples e mais ebstratas o valor de troca, a posse; como categorias mais coneretas e menos simples a fan{lia, @ comunidade, o Estado. Encontro na discussdo que Marx empreende do sim- ples crigindrio um movimento terndrio. Isto que estou caracteri zando como uma descoberta para mim, no desenvolvimento do mou {Mas nao existe posse antes de existir a familia ou as relagdes entre senhores ¢ escravos, que so relagdes muito mais concretas) Pelo contririo, seria correto dizer que existem familias, comuni- dades de tribos, que esto ainda apenas no estigio da posse © no no da propriedadr. Em relagio a propriedade, a categoria mais, simples surge pois como a relagéo de comunidades simples de familias ou de tribos. Na sociedade num estégio superior, ela aparece como a rela¢io mais simples de uma organizagio mais derenvolvida, Mas pressupde.se sempre 0 substrato concreto que se exprime por uma relagio de posse. Podemos imaginar um selvagem isclado que postua,_ Mas a posse no constitui neste aio uma relagio juridica. [Mio € exato que hivorcamente & posse evolua até a forma familiar. Pelo contrario, ela_supte sempre a existincia dessa ecazcgoria juridica mais coneretaa] Commo Mee ea ee ee eee Jv . 27 préprio esforgo de cstudo, passa a constituir um problema que eu ainda nZo tenho condicio de resolver. Sua solug3c implicara uma revisSo atenta e minucicsa da discussdo comandada por Althusser quanto & invers&o hegoliana de Yarx. Se muito eu ja discuti com Althusser e se 32 levei longe a minha critica as suas interpreta ges, este era um ponto intecado até entic. Vejames ccmo esta o meu entendimento da dialética do pensamento do préprio Marx, con forme a sua exposigio neste texto que estamos lendo. A questio propesta é precisa: se as categorias simples tGm ou nao existéneia independente entericr 4 das mais ta independén e anterioridade poderia ral. Ela recebe uma primeira abordagem a- coneretas. Esta sup: ser histérica ou natu: poiando-se na categcria pela qual liege] comega a sua filosofia do direito, a posse. Certamente 2 posse Ga relagdo juridica mais simples do sujcits, o que nSo quer dizer, porém, que ela se fa uma relagac origindria. Possuir, como categoria juridica, im plica:diferenciagéo com um outro, diferentemente de possuir por simples apropriagio direta, ¢ que niio @ suficiente para comper u ma relagdo jurfdica. "Mate it ntextate pro de possession avant que n'extate la famille, ou tee rapporta entre mat tres et eaclaves, qui sont deo rapporte beaucoup plue conerats. ...IL n'cat pas exaet qu'hietori - quament La posocsston évolue juequ'd la forme fami ale. Elle euppoes au contratro toujours L'exie- tonoe de cette ‘catégorie juridique plus concrete" A afirmag&o que define este primetro momento de aproximagic do problema € que ae relagéea maie simples sempre prossupdem relagdse mate coneratas (relagées estas expressas om categorias mais concretes, no sentidc de que se referen a um grau mais kaixo de abstragio). As categorias simples expressem velagdes simples, que nio existem antes de relagdes mais concre- Geto contrério, seria correto dizer que existem familias, comuni- riades de tribes, que estio ainda apenas no estégio da posse ¢ nlo hho Ga propriedade. Em relagio A propriedade, a gaiegoria mais Emmples surge pois como a relaggo de comunidades simples de familias ou de tribos. Na sociedade num estigio superior, ela apmece como a relagio mais simples de uma orgenizagio mais Gesenvolvida, Mas pressupSe-se semprg 0 substrato concreto que se exprime por uma relagio de po a ee a a cm om om oe ff a eae | 28 vias mais concretas. A notar, primeiro, tas, expressas em cates, wento ndo € um novimento de categorias. Marx nao que o mov. trabalha no plano exclusive do tedrice, Para pensar a relagao entre as categorias mais simples e as categerias mais concretas remete sempre cada uma celas ao que las representam, isto é, a relagSes no plano do real. As categerias simples nic antecedem as categorias mais concretas porque as relayZes simples nio ante cedem as relagdes mais ceneretes. As relagdes mais simples exi gem sempre o substrato concreto. Anotar, segundo, que o raciceinio se complica desde o comego, nao sx da trégua, @ provocador para si pré A posse @ a relagdo juridica mais simples. Mas n3o ha posse sem familia, etc. At& entdo Merx compurha uma andlise per ess zer vertival (por graus de abstragao, no sentido de efastanento / aproximagio das categori. com uma anilise por assim dizer horizontal ( por anteriorida- de histérica na produgh= conercta das relagSes reais). Apresenta / mais senereto real e uma outra rela- te, Img diatamente a seguir propSe, sempre om relagio como real, uma uma relagio mais simple glo mais simples / mais conereto categorial serrespend: as simples, iste @, comega a complicar o o real. £ quan distingao entre categor plano tedrico, indagande sobre a sua relagdo cc do comega a trabalhar ccm a distingas entre posse e prcpricdade. Revendo, entGo: a posse € a relagdo jurfdica mais simples. Mas n&o h& posse sem familia, ete. "Par contra, il veraiz juste de diro qu'il eriste des faniites, des communautcs de tribus,qui no sont encore qu'au atade de ta pecaeaaton, at non d celui de la propriété. Par rapport & la pro, pridté, la catéyorte la plus simple cpparatt done comme le rapport de comnunautés simples de familles ou do tribus. Dane Ua ooctété parvenue G un stade supérieur, elle apparait come le rapport plus im tion plua dévoloppée, Mats on ple d'une organt. présuppoee toujours le aubetrat conaret qué e'exprime par un rcpport do possession". (grifado no original). A posse & uma relagio simples, que exige uma rela gGo mais concreta, como a familia. Todavia, fazendo ume anSlise mais sutil internamente & categoria de posse, o que leva « fazer a distingdo entre posse e propriedade em que 56 a esta cabe 2 ca racteristica de relac3o jurfdica, tem-se que: se nfo hi possa m fanilia, hd famflias em que ha posse, mas nfo h& proprieda- de, a categoria mais simples & a propricdade, que, perém, pressu pée sempre um substrate concreto, cxpresso na relagio de posse . Esté-se propondo agora uma andlise por assim dizer horizontal , desta vez no plano do teérico (no sentido da producfo das categg rias mais simples, apontando a posterioridade histérica da produ g8 da categoria mais simples: posse, primeiro; propriecade » ee, pois) em confronto com una enSlise tembém por assim dizer hori zontal, mas no plano do real (no sentido dos estagics de desen- volvimento do real). Se a posse exige a precedéncia ca familia, @ propriedace (mais simples do que cla) exige a precedéncia de um ccnereto mais desenvolvido do que a famflia, ou seja, uma co munidade de famflias. _- Propriedade posse ~* f _comunidade de familias familia familia - : &- tretanto, no deixaria de ser menos verdadeiro que as categorias simples sio a expresso de relagSes em que o concreto ainda no Gesenvelvido pide realizar-se sem ter ainda dado origem rela- {G30 ou conexo mais complexa que encontra a sua expresso mental na categoria mais conereta; enquanto que 0 concreto ‘mais desenvolvide deia subsistir essa mesma categoria como uma relagio subordinada. © dinheiro pode existir ¢ exist histori- ‘camente antes de cxistir 0 capital, es bancos, o trabalho assala- ado, etc. Neste sentido, podemos dizer que a categoria. mais Simples pode exprimir relagirs dominantes de um todo. menos desenvolvido ou, pelo contrério, relagées subordinadas de um todo mais desenvolvido, relacées que existiam jé historicamente antes que 0 todo se desenvolvesse no sentido que encontra a sua expressio numa categoria mais concreta) [iit z= za = fae ee ae ae ee eae a ow 30 Pela primeira vez-cntra no esquema do métedo a térica real como tendo a ver con a dife- questdo da evolug’ renciagio ou com a produgdo das categorias. H3 muitas interpre se ele nao fosse im tagdes que deixam de lado esse aspecto con portante, ou melhor, que no ihe atribuem maior importéncia, A meu ver, ele @ fundamental para se entender o método que Marx ue @ un etade supérieur, elle td parve propse. "Dang le voe (la eatégorie la p ple d'una organisation plus dévelonpée simple) apparatt comme le rapport plus sim - Acategoriavnais sim- ples exige un certo prau minimo de desenvolvimento para que pos- s_simples cue cla exprime. Intdo, nao se sa se trata apenas de que "as categories mais simples sempr poem relagSes mais coneretas" no sentido anteriornente definido, mas também no sentido de que a cfetiva simplicidade exige um efe © pressu - tivo desenvolvimento do concreto. Por enquanto, esta é uma ques to que esta colocada, mas sua explicagao ainda nao est4 dada. Vejamos se os momentos scguintes da discussdo do simples origina rio conseguem esclarecé-la. to desta discussao com Entramos no segundo momer afirmagées que parecoa contradizer as do primeiro momento. "Cependant tl n'en domeureratt pas moine que loe catcgories eimploa aont L'ezpreacton de rapperte danu Leequole Le conerct non encore déve Stre réalied ecno avotr oneore poed loppé a pu o ta relation ou te rapport plus ocmpleze qui trouve fon expreesicn mentale dans lc catégorie plus con erate; tandia quo le conerct pluoa développé taiese eubsceter cesta méme catégorie comma un rapport su bordonné. L'argont peut extatcr et a exieté histo riquoment avant qua ntoztatat le capital, que ntaziataseont lee banques, quc n’extatat to tra~ vatl salartd, ate. A cet égard, on pout done dire que la catdgorie plus simple peut exprimar doe rap porte dominanta d'un tout mctne développé ou, au oontratre, dea rapports subordonnée d'un tout plus eee a oe Se & a a ee =e a eee al dévetoppé, (rapports) qui oxtotatont dij htotort quenent avant que ta tout no oe dévatoppat dans le nena qui trouva eon exprassion dane une catdégorie plus conoréte.” a A realidade concreta se transforma eo seu desen volvimente contém uma complexificag’o. As tetalidades concretas pouco desenvolvidas sio formadas por relagdes predominantemente mais simples. As totalidades concretas mais desenvolv formadas por relagdes predominantexente mais complexas, que se expressam por categorias mais coneretas. Neste conereto mais de idas so envolvido, as categorias simples que expressavam as rslagdes do minantes do todo menos descnvolvido podem subsistir, mas agora como expressio de relagécs subordinadas., Ressaltam aqui duas questdes que @ imperioso esclarecer. 1) Por que as relagdes mais complexas se expressam mentalmente por categorias mais con eratas? 2) Por que estas categorias simples do momento segundo expressam relagocs subordinadas no real mais desenvolvido? Trate i Marx mos da questdo 1, De acordo com o neu entendimento, aq retorna 4 relagio abstrato / concrcto nos termos em que a trata va no inicio do texto, ao propor a nogdo de concreto de pensamen to. Na sua formulacaio aqui, o dinheiro @ uma categoria simples eo capital & uma categoria concrcta. km que’sentido pode o ca pital ser mais concreto do que o dinhciro? Nao me parece absolu tamente possivel supor que seja no sentido que era empregado no momento 1 desta terceira parte, em que o conereto se refere ao real, enquanto que o abstrato diz respeito ao teérico. 0 capi tal ndo pode ser mais concrete, como realidade, do que o dinhei pital ndo existe como tel na rea lidade concreta, a nao ser através das suas formas de expressao, ro, J4 porque rigorosamente o « que incluem desde o valor dos equipamentos ¢ instalacdes até o valor da capacidade de trabalho. For outro lado, também rigoro- semente, o cinheiro nio existe concretamente na realidade, a nao Ber como mocda, elemento da circulagdo monetaria. Dc que concre to, entdo, se est& falando, quando oe diz que o capital é mais Concrete do que o dinheiro? Parece-me que sé pode ser no senti fastemento da realidade concreta, 32 do de concreto ja determinado, concreto que ja esta pensado com as suas determinagSes, conereto reproduzido no pensamento, con - creto pensado, pois. No momento 1, 0 mais concreto simples. No momento 2, € 0 mais simples que @ anterior ao mais concreto. £ uma contradigdo, sim, mas nao produzida por pura ne gagao. 0 momento 2 no é a pura negacgio do momento 1. £ outra coisa. No momento 1, o concreto é o real, o dado; as categorias is simples sGo as mais abstratas (abstragio simples). A vela g&o proposta @ uma relagio real, com sua contrepartida pensada (familia - posse; ‘comunidade de familias - propriedade). No mo- anterior ao mais aa mento 2, 0 concreto @ do plano do pensamento. A relagio entre dinheiro e capital & wma relagGo entre categorias pensadas. 0 real aparece relacionade com cada una destas categorias através dos difcrentes graus do seu descnvolvimento e da sue complexida- de. Estas categorias mais coneretas cxpressam relagdes mais complexas, presentes nas realidades concretas mais desenvolvidas. Coneretos (reais) mais desenvolvidos contém relagdes mais comple xas, que s@ expressam por categorias mais concretas (conereto pensado). Podemos passar para a questGo 2 preposta acima, que poderd esclarecer alguns pontos ainda obscuros da questdo 17 © problema € aqui relacionado com que as categorias simples que expressem relagSes dominantes de um todo menos desenvolvido apre sentem-se como expressic de relagdes subordinadas num todo mais dosenvolvido. Os graus de desenvolvimento da totalidade concre ta real assumem importancia decisiva. E se o conceito de concre to varia do primeiro para o segundo momento, também varia o de simples. A simplicidade do primeiro momento quer dizer maior a_ “da realidade concreta. Jano segundo momento, signi fica menor complexidade. Neste segundo momento da andlise, categorias mais simples sdo as que expressam as relagdes menos. complexas, formadoras das totalidades reais menos desenvolvidas @, portanto, menos complexas. Quando elas subsistem em totalida des mais descnvolvidas e, portanto, mais complexas, expressam Nesta medida, a evolu- ‘gio do pensamento abstrato, que ae eleva do mais simples a0 mais, complexo, corresponderia 20 procesto histérico rea rw eee eee a ainda relagdes menos complexas, que nfo sdo as relagdes mais ca racteristicas e dominantes das tetalidades mais complexas. Estas categorias simples que anteccdem as categorias mais — complexas al, a s%0 produzidas acompanhando e desenvolvimento histérico qui compreendido cono partinds do 1 simples para o mais com plexo. "Dano catte moeure, ta mareha de La pencde abstratte, qui s'éldve du plus eimple au plus com plezo, correspondratt ax processus htetoriquo réal." Nao se trata aqui, pois, de categorias que sejan simples pelo seu poder de abstracdo, mas de categorias simples eceram antes que outras mais complexas. f quo historicumente ape importante notar que este tipo de cutegorias simples, que se des cobre geneticamente ni darias ou subordinadas nos est&gios mais avangados do desenvolvi censegue expressar sendo relagées secun mento social, o que ni tas sociededes mais desenvolvidas. Portanto, com esta observagdo ihes confere poder de explicasSo para es. sobressai que no importa apenas que as categorias sejam comuns as fases mais e menos desenvolvidas da socicdade (o que se dis eutir’ a seguir); importa notar principalmente que nos estados Z superiores das socicdaces estas categorias simples persistem,cim, mas como relagGes nao cominantes ¢ niu easenciais. Ndo sera a 4\ partir delas, pois, que se poderd entender estas sociedades. Chegamos ao terceiro momento da discussio, em que se segue trabalhando com o exemplo da categoria simples dinhei - ro. Acrescenta-se agora que, embora ela seja simples, hi socie dades bem desenvolvidas, ainda que historicamente nio maduras,em que ndo existe nenhuma forma de moeda, como o Peru pré-colombia- ho. Cita-se ainda os povos eslavos, em que a trocae o dinhei ro 8d aparecem nas frenteiras, como resultado do comércio das ai ferentes comunidades entre si. Por outro lado, podemos dizer que hi formis de sociedade muito deseavolvidas, amas a quem falta historicamente maturi- dade, e nas quais descubrimos as formas mais elevadas da eco nomia, como. por exemplo, a cooperacio, uma divisio do traba Iho devenvolvida. et, sem que exista qualquer forma de mocda: fo Peru, por exeinplo. Também entre as eslaves, 0 dinheiro © a troca que © condiciona nfo aparceem ou aparecem pouco no interior de cada comunidade. mas aparecom nas suas fronteiras, 220 ‘no comércio com outras comunidades. Alids, ¢ um erro colocar Hees earning ene ener na sua origem. A troca surge nas relagSes das diversas comuni- Gndes entre sy mito antes de aparecer nas selasees Gos membros no interior de uma sé ¢ mesma comunidade. (Além disso, emb« Teo dithevo apareea muito cedo.e deempeale-um papel mth plo é na Anuguidsde, enguanto elemento dominante; apandgio Leroy ese rece ear nen ee epee mesmo na Antigiidade de menor duragio, entre os gregos € 0s remanos, ele 35 atinge o seu completo desenvolvimento, postulado da sociedade burguesa moderna, no periodo da sua dissolugdo, cee ireerienie area or or ee tint ee eta eee ee etme aati es ee rar net aren eee een eee eae ee Oe eae eee ee ae fe introduane ns totalidade do trabalho, CSssim, apesar de histor ricamente a categoria mais simples poder ter existido antes da ae Se eee de sociedade complexa {"*), enquanto que a categoria mais con- ee sbeledade mals atasada : namo £e ee eae a eee "De pins, quotqua L'argent epparctese trds tdt et joua un rdle multiple, tl est dana L'anti - quits, on tant qu'élément dominant, l'apanage do nations déterninées unttatéralament, de — nattono cormergantes.” Verifica-se, pois, quc, embora seja uma categoria simples (e podemos ver cada vez con maior clereza que o termo es t significande "pouco complexa"), cle nfo @ geral enquanto ex pressdo de relagces dominantes em totalidades menos desenvolvi - riagSes bastante grandes entre os diferen- das. Ela apresenta v tes perfodos histéricos ¢ sd existe com todo o seu viger nos eg tados mais dcsenvolvidos da sociedade. "ainsé goric la plus cimple puisse cvoir extoté avant la bicn quthistoriquemont la cate~ plus conerdte, elle peut appartenin dane eon. com plet développement — en cemprihonaion ct on exten ation — préctcdmont dune forma de voetété ennple £0, aloro que la catégorte piuo cuncrsta oe trou vatt plus complstement développée dana une forme de société qui, clle, L'était moins,” Somente numa sociedade complexa a categoria sim ples tem todo o seu desenvolvimento. Im socicdades cujo grau de desenvolvimento & menor, a categoria simples existe, mas € par efal, nZo impregna todas as relagdes do setor a que se refere. Como as relagSes mais complexas, pertencentes a “totalidades @ reais mais complexas, sc expressam por categorias mais concretas, torna-se pessivel que as categorias mais concretas consigam de- senvolver-se completamente antes que as categorias mais éimples (para cujo desenvolvimento completo ndo basta que pertengam a sg | efedades mais complexes, mas @ necsssGrio que pertengan a socie dades efetivamente complexas — a questdo parece passar a ser a determinagio desse grau que }4 ndv possa mais ser considerado penas "mais complexo" ¢ sim "complexo"). Assin' que tomes para cada um dos 1) gonereto --—.-4- simples ~ relagdes mais concretas so enteriores a categorias mais simples + fundamento: rclag&o concreto/abstrato (abstragiio simples ) 2) simples —~-—-:- concreto (complexo) + categorias mais simples sio anteriores a relagdes mais com plexas (expressas em categorias mais concretes) - fundamento: relagio simples / complexo (concreto) 3) complexe —~-~- (concreto) + a categoria mais simples sé tem seu desenvolvimento comple to numa scciedmle complexa, enquanto que es categorias mais coneretas poden ter seu desenvolvimento completo anterior mente. A questGo da anterioridade ou nao das categorias mais simples em relac&o as mais concretas & pensada seguindo um raciocinio que, mais una vez, comega com una visio empiricta pes, ta na relacto conereto / sbstrato cone abstragio simples. Im se guida, mais wna vez essa visio & negada e substitufda por outra, em que 0 concreto & considerado por essa nova abstragiio (especi- fica), que tenta reproduzir o conereto no pensamento. E a ténica Se desioca da relagdo direta entre concrete e simples para a re lag&o entre simples e complexo. Esse deslocamento comegou a ser fie eee Eo F 36 ensaiado ainda no primeiro omento, quando da anglise da proprie dade. Areflexio passa a centrar-se tode no desenvolvimento so cial real. A atenglo se desloca para a velegdo entre o movimen to das categerias ¢ o movimento da realidade, LstAgics mais ein nag3o social anteceden a estagios mais complexos ples da orgen da organizagdo social. As categcrias mais simples que expres gam as relagées mais simples das formas mais simples de socieda- de anteceden as categcrias mais concretas que expressas rela gdes mais complexas de formas mais conplexas de sociedads. 0 sim ples antecede o concreto quando se entende que o concreto expres sao complexo. A contradiggo do momento 2 em relagZo ao momento 1 se resolve no momento 3, quando este retoma o sentido posto no momento 1, mas deslecando o concreto do seu sentido empfrico do memento 2 para o seu sentido pensedo do momento 2, 0 momento 3 reafirma o que se afirma no momente 1, mas com um significado todo novo, em que, agora, a complexidade do real desempenha um papel fundamental. A categoria me estagios do desenvolvimente social, mas 36 no estagio complexo @ is simples existe em todos os la se completa. LC por issc, como se cefinird com precisio maior ainda adiantc, sd nesse estigio complexo da seciedade ela podera ser adequadanente pensada. A conelusio da discussie €, pois, que: o simples niio é a origem, porque mesmo as categorias mais simples pressu ~ pSem sempre um substrato mais concretu (um todo vivo, ume certa organizagao social). Por outro lado, o processo histérico real caminha do mais simples para o mais complexo. Mas, ainda que o mais simples (neste segundo sentido) possa preceder o mais com plexo, s6 no mais complexs (o complexs, completo) o simples pode estar completamente desenvolvido e, portanto, sd ai pode ser pen. sado teoricamente de forma completa. Ume vez estabelecido que o método ccrreto para o estudo da economia politica parte dos conccitos simples que a stas cldssicos ji fornecia, para com produgie tedrice dos econom: eles produzir as determinagdes mais simples, que permitirio re produzir 0 concreto pela via do pensamento — poder-se-ia chegar @.supor que a produgaéo tedrica, passando-se inteira e exclusivar [Ree ae fae eee a ea ae = = mente no plano do teérico, nao tivesse vincule algum com o real. Sublinha-se, no entante, que o objetivo é a reproducdo mental do concrete real e aue toda categoria pensada se refere a uma rela go real. Afirma-se, pois, a anterioridade do concreto real. A lém disso, a preocupagio permanece tode o tempo sendo a relagdo das categorias produzidas com a das categorias com a realidad realidade em que se di a produgao, do movimento das categorias com 0 movimento real. A fixagdo do pensamento na concreg&o e na simplicidade, e na tentativa de estabelecer a sua relagio, se desdobra com a incluso de um elemento novo no tratamento da sin plicidade, o complexo, que & desde entao unido ao concreto, de tal modo que o par concrete / simples @ repensado come simples / concreto (complexo) e entdo retomado como complexo (conereto) / simples. 4 = a produgko das abstragdes_mais perais Identifico a partir daf una quarta parte do texto em que, ao se desccbrir que @ na sceiedade cemplexa que a cateng ria simples se completa, aleangando-se, portanto, o elo especifi co entre o real ¢ o conceito, esté-se em condigées de retemar as afirmagées gerais sobre o método, contidas na primeira parte. 0 abstrato de que se deve partir para ccmegar a produgdc do conhe cimento, que se fara no concreto pensadc, 34 nao depende sd da predugdo tedrica enterior, que se utilizera, criticando, Estas predugSes tedricas ¢ o movimente que as produz despontan numa fn tima ccnexdo com 9 real ¢ o seu movimento prépric. A anSlise da categoria trabalho ilustra este vinculo de forma extracrdineria- mente nitida. © trabalho § uma categoria simples. Embora a idéia de trabalho, assim om geral, sem qualquer Ueterminagio, se ja bem antiga, ccmo categoria econdmicay & recente. 0 trabalho expressa a relagdc do produter com c seu produto. ff incorperado & an§lise econdmica coms trabalhe em geral quando A. Smith o tra ta como atividade criadcra de riqueza, abstraindo toda determing O trabalho pareee ser uma categoria muito simples. A idéia de trabalho nesta universalidade —~ como trabalho em geral — é, também, das mais antigas. No entantog concebide do ponto de vista econdmico nesta forma simples, o etrabalhos € uma cate- goria tio moderna como as relagies que esta abstracdo simples engendra.’ O monetirio, por exemplo, situa ainda’ de forma perfcitamente objetiva, como coisa exterior a si, a riqueza no dinheirs. Em relagio a este pomto de vista, fez-se um grande Progresse quando «sistema industrial om enmercial transportou a fonte de riqueza do objeto para a atividade subjetiva — 0 “trabalho comercial ¢ fabril —, concebendo ainda esta atividade apenas sob a forma limitada de produtora de dinheiro, Face a este sistema, 0 sistema dos fisiocratas admite uma forma deter- minada do trahatho — a agricultra — como a forma de tra- batho criadora de riqueza, © admite 0 priprio objeto nio sob a forma dissimulads do dinheiro, mas como produto enquanto pru- duto, como resultado geral do trabalho. Este produto, em virtu- de do cardter fimitado da atividade, continua a ser ainda um 221 produto determinado pela natureza — produto da agricultura, Produto da terra por exceléncia (") ‘Um enorme progresso é devido a Adam Smith, que rejeitou toda a determinagio particular da atividade criadora de riqueza, sconsiderando apenas 0 trabalho puro e simples, isto é, nem © tras bbalbo industrial, nem o trabalho comercial, nem o trabalho agri ‘mas todas estas formas de trabalho no seu carter comum. a generalidade abstrata da atividade eriadora de riqueza igualmente se manifesta entio a generalidade do objeto na de- terminasio de riqueza, 0 produto considerado em absolute, ou ainda o trabalho em geral, mas enquanio trabalho passado, cbje- tivado num objeta) cele tao Eoncebido do ponto de vista econdmico nesta forma simples, 0 strabalho» é uma cate- goria tio moderna como as relagdes que esta abstragio simples engendrid PERE EFI on aa 2 sae Ee ia & 38 gao particular que essa atividade possa ter. Antes disso, ou a riqueza € posts no dinheiro (sistema monctério), cua fonte da riqueza j € colocada na atividade subjetiva que a cria — traba produ iho comercial e nanufdtureiro — mas ainda come o tora de dinheiro (sistema manufeturciro ou comercial), cu a ri queza 34 aparece come res do traba ino agricola (fisiocratas). 86 com A. Smith se ceixa de pensar no trabalho manufatureire, cu no trabalho comercial, cu no traba arem “todas estas formas de trabalho Atado geral do trabalho, nm. Ano agricola, par. no seu carSter conum". Por issc que, se pens. "Avec la gdndvalitd chatratte de lectivi-~ té erSatrice du richsesa appercit clore égalemant ta généralitd ds t'odfat dane la dStermination de richeose, le produit conoidérs aboolument, ou once iL en céndrat, mais on tant quo travail cnaun objet." Por isso que, re le trav pased, cbjcctivé int dz vue deonomique cous cette fornc ecngu du eimplo, le "travail" vet une eatégorie tout cust moderne qus loa repperte qui engendrent _—catte abotraotion otmple.” fpareee aqui 2 primeira especificagio precisa da categoria simples, a suc gencralidace. 0 trabalho & uma catego ria simples quando ele ¢ pensado com trabalho em gerat, como trabalho sen determinagSes, como trabalho, simplesmente. A socie dade complexe em que a categoria simples completa c secu desen- volvimente surge agora, no caso do trabalho, por exemplo, como aquela em que coneretanente € possivel uma indeterminagao do tra belho para o trabalhador, em que @ pessivel para ele a passagem a cutrc. A sociedade complexa no de um género de trabalho pe: seio da qual se produz a categoria dv trabalho em gerel a co- eiedade em que concretamente existe o trabalho em geral. © exemplo de Adam Smith, que pende por vezes para o sistema dos fisiocratar, prova quante ere dificl ¢ importante a transigio para esta nova concepgdo. Poderia assitn Parecer que deste modo se enconirara simplesmente a exprestio abstrata da relasio mais simples e mais antiga que se estabeleceu — seja qual for a forma de sociedade —- entre os homens consi. erados como produtores. O que ¢ verdadeire um sentido mas falio em outro. [A indiferehga em relacao a um genera determi, nado de trabalho pressupde a existéncia de uma totalidade soohoo desenvolvida de géneror de trabalho: reais, don quale nenlusn € absolutamente predominante. Assim. 25 abstrasées mais gos ‘36 nascem, cm resumo, com o desenvolvimento concreto mais rico, fem que um carster aparece coma comum a muitos, como conus a todog) Deina de ser possivel deste modo pensilo apenas sob uma forma particular. Por outro lado, esta absiragzo do taba tho em geral no ¢ somente 0 resultado mental de ums total dade concreta de trabalhos. A indiferenga em rclagdo ese tras balho determinado corresponde a uma forma de sociedade ro qual os individues mudam com facilidade ce um trabalho para outro, na qual o gnero preciso de tmbalho ¢ para eles fortune logo indiferente. Ai trabalho tornowse nao sé no plano det categoria, mas na propria realidade, um meio de crises rquees em geral € dexou, enguanto determinagio, de constiuin ua todo com os individuos, em qualquer aspecto particular, Este estado de coisas atingiu 0 seu mais alto grau de desenvolviments na forma de exisineia mais moderna dvs sociedadee burguceas nos Estados Unidos, $6 ai, portaato, a abswacio da eategoria strabalhos, etrabalhio em geral>, trabalho sans. pirates ‘(), Ponto de partida da economia moderna, se torna verdade pration Assim, a abstracio mais simples, que a cconoinia politen moder na coloca em primeiro hugnr e que exprime uma relagdo, malo antiga © valida para todas as formas ce sociedade, eo aparcee 222 no entanto sob esta fora abutraia como verdade prétca en- Giana ogra de scndade tah dnt Poderanin, er jor esta indferenga em relagio a, uma forma determinada Trabalho, que se apresenta nor Estados Unidos como produto his téroo, se mnanifeda na Risia, por exemplo, como Uma dapea= gio matera Mas, por um lado, que extasrdiniia diferenga Entre o: barbaros gue tem uma tendencia natural para se deinar tmpregar em todos os trabalhos, eos clvilados que empregam 8 B pedir "B, por outro lado, s eta indiferenya em Felagao a Unk rubato detrminad coresponde na pratca, entre os Tos, a tua sujeigio tradicional a um tabalho. bem determinado, a6 vals Infltnciesexienores podem arrancéles Cte exemplo do trabalho mosira com toda a exidéneia que aie as categoria mais absirats, ainda que vilidas — preci mente por enusa da sua naturea absrata para todas as ¢pocas nig sio menos, sob a forma determinada desta mesma. eae o produto de condighes histrias e 56 se conservamnplenamen wllidas nestas eondigées € no quadro dest] X 2a a ik i sae ae €e Pe EP i “Elindifférence dt mind da travail prdauppooe Lteztetencs d'une tota Sgard d'un ganre doter Uttd trds diveloppde de genres de travauzr réola dont aucun n'sst plus absolument prédominant. Ainot, Loo abstractions tes plus géndrates ne pron ent eomme toute natacance au'aveo le diveloppe - ment conoret te plus rivhe, ou un earactére appa rait comma commun d beaucoup, comma commun a tous." (grifado por mim ~ 4.L.C.) Enquanto a organizagio da procugac @ ce tal ordem que o trebalho é sempre particularizado, especializado, em que o trabalhador de um officio ndo tem condigSes de passar livremente a exercer outro offcio, ndo existe concretamente, praticamente, © trabalho em geral. Para estas sociedades, ele & uma categoria que exprossa ebstratamente a relacio do trebalhaccr como que @ le produz, mas como essa @ uma relagdo particular, especffica, a categoria trabalho en geral nfo tem contrapartida precisa no real, nao vale praticomente. Ela sd se torna "vercade pratica " na socicdade em que 2s génercs de trebalhos reais sic muitos , sem que nenhum-tenha supremacia efetiva sobre os demais, ou seja, em que na realidade mesma trabalho pertenga ao plano ¢a genera Lidade e nic mais ao da particularidade, @ sé numa socicdade desse tips que pode ser formulada a categoria de trabalho em ge ral, Cada estagio 7 pela prépria anplitude ¢ diversificagio da sua realidade conere - wpeado de desenvolvimento social cria, assim, ta, certes limites para a predugdo tedrica. Nie é em qualquer tompo que se pede produéir qualquer categoria. 0 desenvolvimen= to tedrico nio depente exelusivamunte da capecidade e ca Cisponi dilidade tedrica. va de condigées reais. Gitima instancia, a produgio teévica deri aaemcmaaetCa aga ae ae ie 2 FE 1 uo tes, bien que valables — préciadmont & cauos da leur nature abstratte — pour toutco les époquee, n'en sont pas moins sous la forme déterminde de cette abstraction mime 1e produit de condétiona Atetoriques ct na roatent pleinement valableo que pour cos conditiona ct dans le cadre de calles-ci." : As categerias mais simples sie produtos das abs tragées mais gerais. Estas catescrias-chave, que comandam a pro @ug&o tedrica, definem-se pois, pela sua simplicidade, pelo seu | alto grau de abstragdo e pela sua generalidade. A sua generali- | dade indica que clas sdo vAlidas "para todas as épocas". A cate | geria simples "trabalho" @ a categoria "trabelho em geral", tra, balho "sens phrase". Por ter na sua simplicidade a generalidade, ela se aplica a qualquer trabalho, em qualquer tempo ou lugar. Mas a abstragdo capaz de preduzi-la & predute de condigzes histd A ricas, no ambito das quais, unicamente, ela & plenamente valida, trazendo consigo ndo 93 a verdade tetrica, ecmo também a verdade \ prética. Se unicanente nes sociedaces mais complexas se produ |’ zem as abstrag6cs mais gcrais, por serem gerais estas abstragdes se aplicam também as socicdades mencs ccmplexas organicamente 13 \ gadas & socicdade mois complexa. Contudo, estas abstragdes 65 \ so inteiramente verdacviras, nestas sociedades complexas,no que \ elas tém ce cspecifico. fa chave da anatomia do macaco 5 + a anatonia do homem Comegon-se pelo métods, viu-se o papel do abstra crete no to (cenceito simples, duterminagéo) na reprodugac do c pensamento, incagou-se scbre a relagdo dessa abstragao com a rea lidade o agora, com a negdo da importancia que a fase do desen - volvimento da realidade social assume para a procugdo das abstra [B sociedade burguesa ¢ a organizagio histériea da produgio ‘mais desenvolvida ¢ mais variada que existe. Por este fato, as ‘Categorias que exprimem as relagécs desta sociedade ¢ que per- fmitem comprecnder a sun estrutura permitem ao mesmo tempo perceber a estrutura ¢ as relagges de produgio de todas as formas de sociedade desaparecidas) sobre cujas ruinas € clementos cla se edificax., de que certos vestigios, parcialmente Sinda nao apagados, continvam a subsistir nela, ¢ de que certos Signos simples, desenyolvendo-se nela, se enriqueccram de toda sua significaggo, [A anatomia do homem é a chave da anato- ae SB em mz — me le gSes mais gerais, se toca de perto na histéria. Estava-se discu tindo como proceder para estudar a economia ce um pafs. A teo ria subjacente a este mitodo supte nic sd que esta economia histOrica, como principalmente que estd na cconomia a determina- gdo em Gltima instancia da totalidade social, que @ una totalica de histérica. Pera estudar essa tctalidade, o que exige que se estude a sua histéria, é necessdric estudar antes e acima de tu do a sua determinagdo Gltima, isto é, a sua economia, 0 estudo da histGria da economia tem para este método e esta teoria, por ~ — tanto, o significado de ser o estudo do determinante da totalida de social. "La société bourgecias cat 1'organteation Motortqua do la production la plus éveloppée ‘at la plus varige qui sott. De co fait, tee catégo ries qui expriment los repporto de catte sootcté et qui permottent d'un comprendre la structure per mettent cn mimo temps da eo rendra compte do ta structure et dee rapporte de production do toutes lea formes de société dicparuec... L'anctomie de Lthonme oat ta clof de L'anatomie du ainge.” (gri fado por mim - N.b.C.) A sociedade mais ccmplexa € identificada, no mo- mento em que o texto & produzide, como "a sociedade burgucsa"” . Este tipo de scciedade, com seu desenvolvimente ¢ com sua diver sificacic interna, permite eriar abstragies gerais que as socie dades anteriores, menos desenvolvidas e menos ricas, no tinham condigdes para cricr. Certamente o método sugere que sociedades postericres & sociedade burguesa, mais ricas do que ela, permiti rai Possibilidades da sociedade burguesa produzir, Dado um certo eg tado do desenvolvimento social, ele condiciona, pela riqueza e -por sua vez produzir categorias gerais que estdo além das Giversidade que possue, a produgdo de abstragées gorais —~ que (A anatomia do homem & i chave da anato- mia do macaco, Nas espécies animais inferiores s6 se podem com- precader o: signos denuncindores de uma forma superior, quando essa forma superior € j8 conhecida, Da mesma forma a ccono- mia burguesa nos dé a have da economia antiga, ete. Mas nunca A maneira dos cconomistas que suprimem todas as diferencas his- teéricas « vem em todas as formas de sociedade as da sociedade burguesa. Podemos compreender o tribute, 0 dizimo, ete, quan- do conhecemos a rencla imobiliaria, Mas néo se deve identificar estas formas. Como. além disso, a sociedade burguesa € apenas uma forma antitética do desenvolvimento histérico, hi relagies pertencendo a formas de sociedade anteriores que s6 poderemos en- contrar nela completamente debilitadas ou até distarcadas. Por exemplo, a propricdade comunal. Se, portanto, & certo que as categorias da economia burgucss possuem urna certa verdade var lida para todas as outras formas de sociedade, isto 36 pode ser 223 admitido cum grano selis {com um grio de sal). Elas podem encerrar estas formas desenvolvidas, debilitadas, ‘caricaruradas, tc. mas sempre com uma diferenga estencial,) -ennunw Kkagnznan'a & & @ & HS A Jo conta especialmente desse mesmo staco, mas também ce todos 8 outros que o antecedem. Sc a endlise da histéria € importan- te e se a andlise deve ser conduzida por categorias (conceitos simples, Ceterminagdes), a an@lise da histéria deve ser conduzi da por categorias simples e gerais produzicas no estado nais a= vangado da prépria histGria. A histSria que se propde é, assim, gem divida, uma histéria baliesada teoricamente. Quel o risco que corre? Ao ser concuzida por caterorias ocnstrufdas no pra sente, e sobre ele (presente como estado de desenvelvimento da. sociedade), o grande risco que corre é ver o passado con os = o- lhos do presente, isto €, deformer o passado § luz do presente ¢ risco maior é © de perder a especificidade de cada momente histérico que se define cemo difereneiado de cada cutro. Qualificando sem medo esse risco, podemos dizer que ele se refe ve & possibilicace de eternizar as relagdes presentes no passado, © que 6 o mesmo que perder a histéria. Mas vejamcs qual é a pos, tura efetivamente proposta. : "Ltanatonie de Lthomme vat ta clef do Lan natonio du singe, Vana les aspéceo animales infé- rioures, on no peut comprendre tea atgnee annon - etateurs d'une forme oupgricure que Loreque la forme oupdrieura aot olle-) dG connue, Ainet U'écononte bourgeciaa nouo donne la clef de L'taco- nomie antique, otc. Mate nullement a la mantére deo Economiates qui cffacent teutes les différen - eee historiques ct votcnt dene toutes Lee formas do soctsté calles «i. la ooeiété bourgootae, ... Si done tl cot vrat que los eatégories de t'econonie bourgeotos possddent una certaine virité vatabte peur toutes lea autres formas de ocetété, eala no pout tro admio que "cum grono salio", Elles peuvent reedler ces forme dévaloppéce, Gtioldes , earicaturdeo, ete,, mois toujours avec une diffé - ranoo essontialla,” (grifado por mim - M.L.C.) 4 Gauilo a que se chama desenvolvimento histérico baseia-se, a0 fim € a0 cabo, sobre 0 fato da ultima forma considerar as formas passadas, como Sermadas que leva 0 seu proprio grau de desenvolvimento, ¢ Gado que ela raramente & capaz de fazer a sua propria crit oso tin condigdes bem determinadas — nio esto naturalmen fe em questio os periodos histéricos que consideram a si préprios como, epocas de decadéncia —Ceoncebe-as sempre sob um aspec- fo unilateral) name maagaeawiwaitiai@”a@’” ii & = oom ef so A concepgde ce funco af @ a da histdria como evo Jugdo: uma forma anterior conduz a uma forma pestericr, que he @ superior. H& um lage organico ligendo os momentos entre si e esse lago § evolutivo. Cada momento que e@ defina como tal tem a sua unidade, @ sua particuleridede, a sua especificidade. Aten der 4 especificidace dos momentos, quande se empreence a andli- se de todo o desenvolvimento, requer que nao se perca a ga esvencial entre vlas. A ligio dada 6 ne sentido ce que se disponha de categorias gerais que na sua generalidade abranjan todo o desenvolvimento desde o pento em que forem preduzidas. A gua generalidade, epoiada numa abstragio que @ cendi onada his toricemente, lhes di validade para todos os momentos anteriores ao da sua produgdo, inclusive e principalmente para este.[Has of que se requer principalmente desta generalidace @ que ela permiz ta ceterminar as especificidades ce que se reveste nos ife = rentes mementos em que se encentra na realidace. | Como a catego- ria é totalmente geral, porque totalmcnte simples, cabem-lhe to das 2s especificagées. Que essas cspecificagZes cerrespendam as diferongas essenciais € o que o método recomenda. Scr capaz de demarcar essas diferengas essenciais & definir onde dir es cortes na h, tevem ined periccizar, Como conseguir isse? Comec sociedace dificilmente & capaz ce se ver criticamente. Scmente em condigses bem determinadas un momento histérico consegue . fa zer cua prépria critica. Isto nao é menos verdadeiro para a for oS pelo equacionamento do problema, Uma ma mais evoluica do desenvclvimente social. “Ca que Lon appalle 2éveloppement histori que repose aonms touts eur lo fait que La derntére forme considéra lee formas paseces comme des dta- pes monant @ aon propre degré de développement,ct, comma olle eet rarament capable, ot coat seulement dana dos conditions bien déterminéee, do faire 2a Propre erttique... elle los congott toujours sous un aepact unilatéral.” ‘A tcligido cristt +5 péde ajudar a compreender objetivamente ag mitologias anteriores, depois de ter feito, até Certo grau, por assim dizer diindmei [virtualmente], a sua pré- pra etitica. IgualmenteG@ economia politica burguesa s6 conse- iu compreender as sociedades fcudais, antigas e orientais, no ia cm que empreendeu a autocritica da sociedade burgues3) Na nedida em que a economia politica burguesa, criando uma nova imitologia, nao se identificou pura e simplesmente com o passado, critica que fez as sociedades anteriores, em particular & socie- Gade feudal contra a qual tinha ainda’ que lutar diretamente, cuemellase & critica do paganismo feita pelo cristianismo, ou ado eatolicimmo feita pela religito protestante. i aa ea tk et $6 se comega a conseguir relativizar cs outros , préprio, Enquanto a forma quando se consegue relativizar a s. mais rica do desenvolvimento social vé as formas anteriores como etapas do seu proprio grau de desenvolvimento, no as vé sendo a partir do seu prépric’ ponto de vista, centrade em si mesma. De forma-as, concebendo-se de maneira demasiedamente anpla, e defor ma-se, impedindo-se de vé-les no que @las tenham que nZo seja de grau para atingi-la, A solugSo co problema @ indicada como sendo a cri eica, no caso a auto-critica. Somentc quando uma sociecade dei xa de se absolutizer e passa a ser, portanto, capaz de se asst mir na sua propria particularidade e esp2cificidade, @ capaz de atingir, reconhecendo-as e ccnhecends-as, outras particularida des @ especificidades diferentes da sua, ainda que lhe sejan an teriores. ses "L'économic pulitique bourgeotee ne parvint & comprendra lve ooctétés féodales, anti - ques, orientales que du jour ot eut commenced 1'cu- toreritique da la coctdtd bourgeotee.” A auto-critica de uma sociedade é antes de mais nada a capacidade de perceber sua prépria singularidade no tempo, sua histcricidade. Sé surge quando a sociedade deixa de se iden tificar com o passade, quando ao contrdrio, consegue se ver como diferente dele. A sociedade burguesa sera entendida através da sua organizagao da produgdo. Para isso é preciso que defina qual a organizagao a procugdo que Ihe @ prdépria, Enquanto ten ta compreender as organizagées anteriores da precugdo a partir das relagdes de produgdo que sio especificas da sua crganiza go, na verdade nao distingue essas outras da sua sendo quantita tivamonte, senio como graus inferiores ou como apenas menos da senvolvidas do que ela. Até este momento a sociedade burguesa no esta se admitindo na sua especificidade histdrica, como orga Nizagdo da procugdo que 6 um produto histérico, ou seja, que sur ete Se, portanto, é certo que as Zaicyorias da economia burguesa possuem uma certa verdade vi- fida‘para todas as outras formas de socicdade, isto #6 pode ser 223 ‘némiido cum gran sais [com um gréo de sl]. =a cas sla a 2 BH a @ lj giu num momento determinado ¢ preciso da histéria e que ndo para Mzard a histéria. Sd quando nao cterniza suas préprias rela ges & que uma sociedade inicia a sua compreensao erftica. Sd en téo as formas antericres de organizar a produgdo pedergo ser vis tas na sua singularidade e nfo mais como raizes, origens, evoca goes, fentasmas ou ecds mais ou menos remotos da sociedade atu al. X Quais sao as conseq@incias mais importantes deste argumento? A primeira @ que para compreender uma dada organiza~ gio da produgéo @ necessArio antes de nais nada empreender o es tudo dela na sua cepectfietdade histérica, @ n&o recorrer ao pas sado, estudando outras formas anteriores de erganizagdo da produ gfe. Se a organizagis da produgdo varia na histCria, ou, para ser mais precisa, se @ a mudanga ce um modo de produgio para ou tro que faz o desenvolvimento da histéria, para respeitar essa mudanga como uma mudanga qualitativa, uma mudanga’ das relagdes b&sicas da crganizagio ca procugdc, nio cabe recorrer 2 outros modos antericres para explicar um mode de produgdo determinado. A primeira grande ccnceqlléncia do ergunento é, pois, negar a ex plicagSo gendtica. Dizer que a procugdo é@ histérica & justamen- te dizer que ela é especffica no desenvolvimento histérico, que surge nun momento determinado da histéria e se extingue ncutro $3 ao supor um desenv lvimento histiirico linear e que no conte nha diferengas fundamentcis entre scus momentes formadores é que se poce pretender uma histria gendtica. # necessiric, porém, a tenter para que, se o argumento nega uma abordagem genética da histéria , nega também © seu oposte.’ 0 que ele esta propondo nao que, porque ne se deve conhecer © presente pelo pa: sado , que se conhega © passado pelo presente. A segunda grande cense qlincia do argumento & que se dé atengdo, antes de tudo, as dife rengas essenciais. “si done tl eet vrai que las ecatégories de U'dconomia bourgeotsa poenddent unc cartatne var té valabla pour toutes lee cutres formes de socté = im *. =e mols ae me a té, cola no peut Stre adic que cum grano calie.” (grifado no original) Todas as especificidaccs histGricas tem que ser respeitadas, tante a do presente, como as do passadc. Justamente para respeiter a histGria, o conhecimentc de uma orgenizagio his térica da produgc nac se atinge ao longe da histéria, em nenhum dos dois sentidos em que isto & possivel, ou seja, nem do passa do para o presente dessa organizagao cn produgio, nem dela para © passadc. No presente, forma mais avangada de uma cadeia evolu tiva, podem produzir-se ccnceitos simples e gerais que asseguram @ compreensac nio 83 dessa Gltima forma, como também des anterio. res, mas esse recurso s6 podé ser utilizede com o maior cuidado, primeiro para nio desfigurar as diferencgas essenciais entre as formas, depois porque aquelas categorias simples 63 s&o verdadei ras na pratica no perfodo cuja diversidade e desenvolvimento lhe deram origen. A terceira grande conseqiléncia do argunento é que; tanto "presente" come "passado" sejam cntendidos em termos ¢e "organizagdo histérica da produgdo". Toda esta discussio & tra vada no nivel tedrico do modo de produgdo. Quando se fala em | presente se esta Falando da sociedade burguesa ou, se quisermos utilizar uma precisdo 65 alcangada postcriormente, se est falan do do modo de produgae capitalista. Quando se fala em passado so esté fazendo referéncia as sociedades foudais, antigas, crien tais, ou como se diré mais tarde, modos de producae feudal, anti Bo, asiatice (cf, “Prefacio"). 0 presente aqui nao quer dizer contemporaneé, nao se trata do que estd acontec2ndo ultimamente, recentemente. Nao & a conjuntura que importa. E toda a organi- zag&o da produgdo que caracteriza o quc Marx chama de sociedade burguesa. 0 presenta € o filtimo modo de produgdo completo, o mo do de procugdo capitalista. Do mesmo modo que om tod a ciéneia histériea ou social com geral, & preciso nunca esquecer, a propésito da evolugao das categorias econdmniens, que 0 objeto, neste caso a rociedade bur- gucsa moderna, é dado, tanto na reatidade como no cérebro; nao csquecer que as categorias exprimein portanto formas de’ eds xéneia, condicies de exiténcia daterminadas, muitas vezes sim- ples aspectos particulares desta sociedade determinada, des- te objeto, e que, por conseguinte, esta sociedade de maneira nnenhuma comega 2 existic, inclusive do ponto de vista cientfico, Somente a partir do momento em que ela ertd em questéo como tal. & uma regra a fixar, porque dé indicagdes decisivas para a escolha do plano a adotar. Nada parece mois natural, por exemplo. do que comecar pela renda imobiliria, pela pro- pricdade fundiaria, dado que esti ligada A terra, fonte de teda a produgio ¢ de toda a existéncia, e por ela a primeira forma de producio de qualquer sociedade que atingia um certo gray de estabilidade — & agricultura, Ora, nada seria mais errado, (Em todas as formas de sociedade € uma produsio determinada c as relagdes por ela produzidas que estabelecem a todas as outras produces © as relacées 2 que elas dio origem a sua categoria.e a bua importnciag] E como uma iluminagao geval em que se bas 204 oe : ham todas as cores ¢ que modifica as tonalidades particularcs estas, como um éter particular que determina o peso espe- cifico de todas as formas de existéncia que ai se salientam. ‘To. ‘memos como exemplo os povos de pastores. (Os simples povos de cagadores © pescadores estio aquém do ponto em que cov mesa 0 verdadeiro desenvolvimento.) Entre eles aparece uma certa forma de agriculturs, uma forma esporidica, Bo que determina entre cles a forma de propriedade fundiéria. Trata-se de uma propriedade coletiva que conserva mis ou menos esta forma enquanto estes povos continuam mais ou menos ligados & sua tradigio: por exemplo, a propriedade comunal dos e:lavos. Entre os povos onde a agticultura esté solidamente implantada = implantagio que constitui jé uma etapa importante — onde predomina esta forma de cultura, como acontece nas sociedades antigas ¢ feudais, a prépria indiistria, assim como a sua organi- zagio © as formas de propriedade que Ihe corzespondem, tem mais ou menos o cariter da propriedade fundidria. Ou a in- Gistria depende completamente da agricultura, como entre of antigos romanos, ou, como na Idade Média, imita na cidade ¢ nas suas relagGes a orvanisacio rural. Na Idade Média 0 proprio capital — na medida em que nfo se trata apenas de capital monetério — tem, sob a forma de aparelhagem de um oficio tra- dicional, etc, esse caréter de propriedade fundiaria. Na socie- dade burguesa é 0 contrério, A agrieultura torna.se cada vez mais um simples ramo da indistria © acha-se totalmente dor nada pelo capital. © mesmo acontece com a renda imobiliaria Em todas as formas de sociedade onde predomina a propriedade fendisria, a relacio com a natureza é predominante. Naquelas fem que 0 eapital domina é 0 elemento social formado an longo da histéris que prevalece. No se pode compreender a renda imobilidria sem o capital, Mas podemos compreender 0 capital em a rena imohilifris. O capital € a forga econdmien da s0- ciedads burguesa que tudo domina, Constitui necessariamente 6 ponto de partida eo panto de chiegada ¢ deve ser explicado anies da propriedade fundiaria. Depois de os ter estudada a cada_um em partieular, & neeessirio examinar a sua relagio reciproea.

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