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siameses? Se sim, ser ento errado separ-los atravs de uma operao? E a racionalidade
humana? Se sim, ento parece que utilizar a racionalidade para tentar aperfeioar o trabalho
da natureza no pode ser um mal.
Este argumento no me parece ser aceitvel, visto que a clonagem pode ser usada
como uma tcnica de melhoramento da reproduo, tal como a fertilizao in vitro e os
abortos em caso de malformao do beb.
Outro problema da clonagem o perigo da instrumentalizao visto que a
liberalizao da clonagem poderia permitir que fossem criados clones para a satisfao de
simples caprichos. Poderiam ser criados clones para substituir pessoas que sofriam
acidentes mortais (o que obviamente seria um erro visto que a nova pessoa teria apenas o
mesmo ADN do primeiro, mas provavelmente uma personalidade completamente
diferente).
Pensando ainda numa pior hiptese, a banalizao da clonagem poderia levar
criao em srie de seres humanos com o objectivo nico de desempenhar determinada
misso, tal como combater em guerras ou mesmo praticar crimes. Apesar de isto poder ser
contrariado por leis restritivas clonagem, a divulgao da cincia inevitvel e num
futuro prximo surgiriam laboratrios clandestinos. A isto junta-se o perigo da eugenia, ou
seja, a manipulao da reproduo para gerar seres com determinadas caractersticas. Isto
permitiria gerar exrcitos de clones com as caractersticas fsicas e mentais que fossem
mais convenientes aos seus criadores.
Este argumento parece-me irrefutvel, e leva-me a crer que a clonagem com o
objectivo da reproduo humana pode levar a grandes atrocidades.
Por estes argumentos podemos concluir que no deve ser permitida a clonagem
humana como modo de gerar crianas que venham a crescer e a tornar-se adultos, com a
possibilidade de serem criados de modo a satisfazer os interesses ou caprichos egostas de
outras pessoas. Apesar disso, a clonagem de embries com vista apenas criao de clulas
estaminais para tratamento mdico perfeitamente aceitvel do ponto de vista moral.
Apenas necessrio um desenvolvimento das tcnicas cientficas que permita tornar isto
possvel.
Miguel Sousa Ferreira - N17 - 11. G - Junho/2005
Escola Secundria de Alberto Sampaio