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Ana Claudia de Sales Oliveira

Bruno Duarte de Araujo


Carina Ramos Bravin
Cauê Francisco Rosin
Dayane Regina da Silva
Jean Moreira Soares
Juliana Zanini Camargo
Lucas Tadeu de Andrade Mota
Mauricio Rodrigues Souza Lima

Street Dance
arte nas ruas

Universidade Metodista de São Paulo


Faculdade de Comunicação Social
Curso de Radio e TV
São Bernardo do Campo-SP
1º Semestre de 2010
Ana Claudia de Sales Oliveira
Bruno Duarte de Araujo
Carina Ramos Bravin
Cauê Francisco Rosin
Dayane Regina da Silva
Jean Moreira Soares
Juliana Zanini Camargo
Lucas Tadeu de Andrade Mota
Mauricio Rodrigues Souza Lima

Street Dance
arte nas ruas

Trabalho apresentado para a Faculdade de


Comunicação Social – Universidade
Metodista de São Paulo, como exigência para
a conclusão do 1º semestre do Curso de
Radio e TV. Coordenação geral do projeto:
Heidy Vargas Silva.
Professores orientadores: Álvaro Petersen
Junior, Heidy Vargas Silva, Lana Cristina N.
Santos, Marcelo Briseno de M. Melo, Sergio
Dassie Genciauskas, Wesley Fajardo Pereira.
Cordenador do curso de Radio e TV: Antonio
de Andrade.

Universidade Metodista de São Paulo


Faculdade de Comunicação Social
Curso de Radio e TV
São Bernardo do Campo-SP
1º Semestre de 2010
São Bernardo do Campo - SP
1◦ semestre de 2010

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO


Faculdade de Comunicação Social

Ana Claudia de Sales Oliveira


Bruno Duarte de Araujo
Carina Ramos Bravin
Cauê Francisco Rosin
Dayane Regina da Silva
Jean Moreira Soares
Juliana Zanini Camargo
Lucas Tadeu de Andrade Mota
Mauricio Rodrigues Souza Lima

Street Dance: arte nas ruas


Trabalho apresentado para a Faculdade de Comunicação Social – Universidade Metodista de
São Paulo, como avaliação final do 1º semestre do curso de Radio e TV.

Data da apresentação: __ / __ / __
Conceito: ___________

OBS.:

Banca Examinadora
____________________________________________________________
Prof.
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Prof.
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Prof.
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Prof.
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Prof.
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Prof.
UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
Faculdade de Comunicação Social

Fotodocumentário 1º semestre

Curso: Radio e TV – noturno


Nome do grupo: Now
Título: Street Dance: arte nas ruas

1 – Módulo: Comunicação, Mídias e Narrativas

2 – Módulo:História Social do Registro da Imagem

3 – Módulo:Tecnologia e Expressão Audiovisual


Dedicamos este trabalho a todos os docentes que

nos orientaram em todo o processo até a conclusão do trabalho,

dedicamos também à todos os integrantes da tribo

que colaboraram com informações através de

entrevistas e apresentações.
Agradecimentos

Agradecemos a todos integrantes da tribo presentes nos eventos, a atenção e entrevistas que
nos concederam.

Também agradecemos aos professores orientadores que nos guiaram para a realização deste
nosso primeiro trabalho acadêmico.
“as tribos comungam de valores minúsculos e num balé sem fim, chocam-se, atraem-se e
repelem-se numa constelação de contornos mal definidos e totalmente fluídos”

Michel Mafessoli
Resumo

Este trabalho consiste no desenvolvimento de um fotodocumentário sobre Tribos Urbanas,


com ênfase na tribo “Street Dance”. A idéia é produzir uma narrativa baseada em imagens
através das 20 fotografias. Para isso primeiro realizamos uma pesquisa bibliográfica, com
buscas em bibliotecas e internet, então, saímos a campo para conhecer melhor os integrantes
da tribo e sua visão perante ela, e com isso conseguimos mais informações pessoais sobre, o
street dance, esta saída junto com nossa pesquisa foi de suma importância para o
desenvolvimento de nosso trabalho, trazendo conteúdo que possibilitou no desenvolvimento
da narrativa deste fotodocumentário.

Palavras-chaves: Fotodocumentário, Tribos Urbanas, Street Dance, Hip-Hop


Sumário

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1

1.1 Tribos Urbanas ................................................................................................................. 1

1.2 A tribo escolhida .............................................................................................................. 2

1.3 A escolha da tribo ............................................................................................................ 2

1.4 O contato, dificuldades e/ou facilidades............................................................................ 3

2 TRIBO ............................................................................................................................... 5

2.1 Como surgiu..................................................................................................................... 5

2.2 Street Dance no Brasil ...................................................................................................... 6

2.3 Integrantes ....................................................................................................................... 7

2.4 Local de encontro ............................................................................................................. 7

2.5 Indicadores sociais, culturais e a relação com grupos e ambiente ...................................... 8

3 FOTODOCUMENTÁRIO ................................................................................................ 8

3.1 Planejamento .................................................................................................................... 8

3.2 Produção das fotos ........................................................................................................... 9

3.3 Narrativa .......................................................................................................................... 9

3.4 Fotos .............................................................................................................................. 15

3.4.1 Fotos em CD ............................................................................................................... 35

3.5 Análise ........................................................................................................................... 35

3.5.1 Conclusão da análise ................................................................................................... 37

Considerações finais ............................................................................................................ 37

Referências .......................................................................................................................... 38
1

1 Introdução

1.1 Tribos Urbanas

Tribos urbanas são grupos de pessoas com hábitos, valores culturais, estilos musicais e
ideologias políticas em comum. Algumas tribos surgem como uma forma de se opor à
sociedade que se baseia na organização familiar, outras surgem apenas como nome dados a
um grupo de pessoas. Essas tribos são encontradas nas grandes metrópoles, por isso o nome
tribos urbanas. Esses grupos não são determinados pela ideologia política, pois muitas seguem
a mesma ideologia, mas as atitudes relacionadas a ela são diferentes. Entre os integrantes
dessas tribos existe lealdade e companheirismo.

As tribos surgem quando um grupo de pessoas encontram suas características em comum e


fazem disso razão para conviver em grupo. Os indivíduos que compõem essas tribos buscam
novos referênciais, procurando semelhanças no modo de pensar, fugindo do pensamento da
população em geral. (REIS, 2006)

Para Sigmund Freud, nesses grupos, “o indivíduo abandona seu ideal do ego e o substitui pelo
ideal do grupo.” (FREUD, 1921, p.163 apud COUTINHO)

Segundo Reis, (2006, p.3) “a formação das tribos [...] provém desta busca de referenciais
perdidos e do encontro com outros indivíduos, que também compartilham uma substancial
relação de vários aspectos de seus próprios pensamentos e sentimentos”.

Esses grupos não são compostos somente por pessoas que compartilham idéias e gostos
diferentes da massa em geral, mas também por pessoas que querem chamar a atenção da
sociedade, buscam reconhecimento. (SILVA, 2003)

Em geral esses individuos se reúnem para modificar o modo de vida urbana, mostrar as
pessoas das cidades que a vida com a diferença é possivel, e que essa diferença pode ser
encontrada em qualquer lugar no ambiente urbano, até dentro de casa. (KEMP, 2000 apud
SILVA, 2003)
2

1.2 A tribo escolhida

A tribo estudada é a dos “Street Dancer’s” e sua maior vertente, o hip-hop1. “O grupo de
dança é um agrupamento solidário que tem uma função integradora, uma forma de
socialização alternativa a outras instituições de socialização.” (FLEURY, 2007, p.35)
Esses grupos geralmente são formados por jovens de baixa renda, influenciados pelos meios
de comunicação. Para estes jovens a dança educa e dá sentido a vida. Neste sentido, são
agentes da cultura e conhecimento, procurando superar a falta de emprego e as situações do
cotidiano, assim apelando para criatividade e conhecimentos que demonstram as suas
realidades. O Street Dance engloba linguagem e expressões compartilhadas como, por
exemplo: desenho, dança música e poesia. (FLEURY, 2007)

Não podemos esquecer as manifestações artísticas, que no caso são representadas através das
danças, músicas, pinturas e poesias, que através dessas, acarretou em uma nova formação de
cultura, sendo associada á identidade dos negros, que no qual faz a tribo ser bastante
conhecida, entre qualquer pessoa mesmo não fazendo parte da tribo.

Enfim, com a análise de todas essas características, que o grupo acabou se interessando e
buscando uma pesquisa mais aprofundada sobre esse estilo de tribo urbana, o “Street Dance”.

1.3 A escolha da tribo

A tribo foi escolhida pelo grupo com o intuito de mostrar a cultura e a ideologia de vida das
pessoas que participam desta tribo. Além de mostrar a formação do mesmo, como surgiu, o
crescimento, as influências, seja elas de roupas, dialeto, músicas e entre outros fatores,
mostrar também o envolvimento que o Street Dance tem com outras tribos, como por

1
“O termo hip hop, que significa, numa tradução linear, movimentar os quadris (to hip, em inglês) e saltar (to
hop), foi criado pelo DJ Afrika Bambaataa, em 1968” (ROCHA; DOMENICH e CASSEANO, 2001)
3

exemplo, o graffiti2, pois uma tribo esta ligada a outra. A escolha partiu de uma sugestão da
prof. Coordenadora Heidy Vargas.

1.4 O contato, dificuldades e/ou facilidades

Com a função descritiva e diagnóstica, através de uma abordagem qualitativa, foi realizada
uma pesquisa de campo, com aplicação das técnicas de observação e entrevistas em
profundidade, com o objetivo de conhecer a tribo “Street Dance” através das pessoas que a
compõem, pesquisando sobre os gostos musicais, o cotidiano, o modo de ver o mundo, as
roupas que caracterizam esse grupo e as atividades sociais que exercem, além da mensagem
que essas pessoas procuram transmitir.

Este levantamento de dados primários, aliados aos dados secundários levantados, através de
referencial bibliográfico e documental sobre a tribo Street Dance, permitiu a elaboração da
análise quanto aos aspectos antropológicos sobre o que são tribos urbanas e como surgiu esse
movimento entre as pessoas. Após este primeiro contato foram elaboradas 20 fotografias
baseadas no referencial teórico para a construção de uma narrativa. Posteriormente, estas
deverão estar refletidas no fotodocumentário a ser produzido, contextualizando assim, a
antropologia audiovisual da tribo em referência.

Esta tribo representa no contexto social uma busca pela liberdade, conhecimento cultural e
integração à sociedade.

O Street Dance é de um estilo de vida com vestimenta, música e linguajar próprios, o que dá
uma gama enorme de possibilidades, pois explora o mundo da dança, da arte, do grafite, da
linguagem corporal, das ideias sociais, e do preconceito racial, uma vez que, até nos dias de
hoje, ainda é muito presenciada em qualquer grupo urbano, em qualquer lugar e por isso,
muitas pessoas se identificam e se unem formando assim, uma “tribo urbana”, com as mesmas
ideologias e gostos em geral.

2
“graffiti é visto como forma de comunicação que possibilita entender o grafiteiro, com a estética da cidade e
com sua tribo” (MAFESSOLI, 1998 apud SPINELLI, 2004)
4

Para atender a esta metodologia e abordagem, o roteiro apresentou os questionamentos


realizados junto à tribo analisada e, posteriormente, após aplicação da pesquisa de campo,
apresenta-se a análise do material pesquisado.

 A definição da tribo Street Dance.

 O que destaca nesta tribo urbana.

 A mensagem que a tribo passa para as pessoas.

 O valor da tribo para a sociedade.

 Componentes da tribo.

 O valor da dança para um B-boy.

 O Street Dance como um estilo de vida.

 Uma palavra para o Street Dance.

 Street Dance e as outras tribos.

 O primeiro contato com a tribo.

 Street Dance ajudando a sociedade.

 O ambiente dos integrantes da tribo.

 O estilo de um B-boy e B-girl.

 Dificuldades e/oi facilidades no contato

 Quem participa dela; como participam; rituais de passagem

 Relação com outros grupos

 Relação com o meio ambiente


5

2 Tribo

2.1 Como surgiu

O Street Dance surgiu com a crise econômica de 1929 nos Estados Unidos, quando
dançarinos perdem o emprego, e por necessidades financeiras foram apresentar seus shows
nas ruas.

Os primeiros breaks3 que surgiram em Nova York nas ruas do Bronx, no final da década de
1960, faziam um protesto contra a guerra do Vietnã por passos que simulavam os movimentos
dos feridos.

“Cada movimento do break possui como base o reflexo do corpo debilitado dos soldados
norte-americanos ou demonstra a lembrança de um objeto utilizado no confronto com os
vietnamitas, como o próprio giro de cabeça” (ANDRADE, 1996)

Kool Herc, jamaicano fugido das lutas civis do país por volta de 1968 e 1969, chega aos
Estados Unidos trazendo ás ruas as primeiras Block Parties (festas de quarteirão), no Bronx.
(VIANNA, 1997)

Havia muitas brigas entre as gangues negras e latinas por disputa de territórios, porém o
criador do Hip Hop, Afrika Bambaataa, inseriu um novo meio de disputa: a dança, chamada
de batalha, nela os dançarinos dificultavam a movimentação para que o outro refizesse
melhor, utilizando todo o corpo. Por ter se desenvolvido assim o Street Dance é uma dança
tão particular de cada dançarino.

Como é conhecida hoje, nasceu de movimentos urbanos do inicio da década de 1970. Essas
manifestações culturais e artísticas estavam associadas á identidade dos negros, estando
mundialmente conhecida como Hip Hop, presentes nas mais diversas classes sociais.

As músicas dançadas têm batidas fortes e marcantes, os movimentos são precisos. O corpo
acompanha a música de acordo com o ritmo: quando a melodia é intensa, os passos ficam
mais firmes. Se as batidas diminuem, a coreografia fica mais suave.

3
“Dança de solo, praticada em rodas, como a capoeira. Os movimentos são quebrados e assemelham-se,
basicamente, aos gestos de robôs. (ROCHA; DOMENICH e CASSEANO, 2001)
6

Por ser muito eclético, combina com vários outros estilos. Movimentos de jazz ou de
capoeira podem ser adaptados e enquadrados dentro dos paramentos do Hip Hop. Ele utiliza
uma linguagem corporal que mescla mímica e acrobacia, incluindo giros de corpo e com a
cabeça no chão, saltos, balanços para todos os lados e com todos os membros do corpo.
Valorizam as expressões corporais, mas as faciais são fundamentais para compor uma boa
sequência coreográfica.

Os movimentos são harmônicos como os grafites, da tribo Graffiti, com sua colorida
expressão artístico-visual, as acrobacias da Capoeira e o Rap com sua trilha sonora
completam o cenário. Estes três elementos juntos fortalecem a popularidade do Street Dance.

2.2 Street Dance no Brasil

Chegou ao Brasil na década de 1970 através do B.Boy4 Nelson Triunfo, que assim como os
primeiros jovens dançavam apenas para se divertir, mais não percebiam o movimento social,
eles buscavam diversão e auto-estima, porém com o tempo percebem que a violência e
minimizada.

“Foi muito estranho o que aconteceu com o break no Brasil: os ricos eram as únicas pessoas
que conseguiam viajar para os Estados Unidos e lá descobriam essa Nova Dança” (TRIUNFO
apud ROCHA; DOMENICH, CASSEANO, 2001, p. 46)

Outros responsáveis pela importação do Street Dance para o Brasil trouxeram-no dos Estados
Unidos, onde aprendiam a dançar em pistas de grandes casas noturnas, nos bairros de maior
concentração de brasileiros.

Nelson Triunfo freqüentava uma discoteca chamada Fantasy localizada no bairro de Moema,
zona sul da capital paulista, primeiro local a promover eventos para a dança break no Brasil,
ele se apresentava com um grupo chamado “Soul Funk& Cia”.

Depois de ganhar um conhecimento mais profundo sobre o novo estilo, resolveu levar o
street dance para o seu lugar de origem a rua.

4
“B.Boy significa “b” é abreviação de break e boy significa garoto em inglês. O termo refere-se ao garoto que
dança break, um dos elementos artísticos do hip hop. Feminino B.Girl.” (ROCHA; DOMENICH e CASSEANO,
2001)
7

No começo o Street Dance era interpretado pela sociedade como movimento de


marginalidade, porém com o passar do tempo, quando começou a chegar ao Brasil videoclipes
de Michel Jackson como Triller, a dança virou moda e passou a fazer parte até de academias,
mas o verdadeiro B.Boy é aquele que faz a sua coreografia de acordo com o ritmo da música
inventando seus próprios movimentos. Pois apesar de existir fundamentos técnicos no Street
Dance, há uma total liberdade na execução do movimento, por exemplo: para parar o corpo
em uma determinada posição não existe um jeito certo, cada um pode criar movimentos até
atingi-la.

2.3 Integrantes

Assim que chegou ao Brasil foi difundido rapidamente, principalmente nas periferias. Isso
aconteceu pela necessidade que essas pessoas tinham de expressar uma arte misturada a
protesto. No começo era praticado somente por homem, mas logo muitas mulheres se
cativaram, hoje muitas pessoas se dedicam ao gênero independente de sexo, cor ou classe
social, e em vários lugares como rua, bares, shopping, consegue se ver redes sociais deste
grupo social e cultural.

Mais a maioria dos participantes continua sendo a população de regiões mais pobres, e alguns
ex-usuários de drogas, que encontram na dança uma nova saída.

2.4 Local de encontro

A princípio eles se reuniam nas ruas, hoje, existem academias, em centros comunitários e
culturais, alguns mantidos inclusive pelo poder público e em algumas escolas. Os grupos se
organizam de acordo com a disponibilidade da maioria e aos finais de semana, ou quando
ocorre um evento em centros comunitários onde ministram aulas durante toda a semana e nas
atividades de recuperação de jovens. Usam como forma de expressão o corpo, através da
dança, usam também as músicas, nas letras do protesto, contra a criminalidade, o uso de
drogas, as desigualdades sociais e às vezes até como cunho político, mas podem ser de apoio
8

as comunidades, e pregando a paz e a ordem entre as pessoas. O Street Dance procura dar as
pessoas uma nova expectativa de vida.

2.5 Indicadores sociais, culturais e a relação com grupos e ambiente

Os Street Dancer’s têm expectativas de melhora, tanto para eles como pessoa, quanto para
unidade, quanto para a comunidade, e para a sociedade, eles têm expectativas de crescimento,
de poderem ajudar as pessoas mais necessitadas e em casos como inclusão social, inclusão
digital, e reintegração a sociedade.

A cultura do Street Dance esta diretamente relacionada com outras tribos, como a tribo dos
grafiteiros, a da cultura Rap, Hip Hop, Capoeira, sendo inclusive algumas ideias, e modos de
inclusão social. Essas tribos têm pontos em comum, principalmente da inclusão social de
pessoas com menor poder aquisitivo, e reintegração de pessoas na sociedade.

3 Fotodocumentário

O fotodocumentário é uma fotografia com contexto social, utilizando imagens realistas, e


denunciativas. (ACHUTTI, 1997 apud PICINATI, 2007), consiste especialmente no campo da
crítica social, registrando as mudanças sociais, ecológicas e econômicas. Possibilita ao
fotógrafo fugir das limitações muitas vezes impostas pelos veículos de comunicação ao
fotojornalismo. O fotodocumentário é mais livre, independente, livre de restrições, e com o
olhar do fotógrafo. (SANTANA, 2009)

3.1 Planejamento
9

Antes de iniciar a produção das fotos realizamos uma pesquisa bibliográfica para a partir daí
criarmos a narrativa do fotodocumentario e a sequência das fotos apresentadas primeiramente
no Storyboard.

Com a pesquisa realizada e com uma proposta de saída a campo aprovada pela prof. Lana
Cristina N. Santos, fomos a eventos da tribo pesquisada para produzir as fotografias seguindo
a proposta de nosso Storyboard, no qual pretendemos relatar um dia na vida da tribo.

3.2 Produção das fotos

No evento onde realizamos as fotos também conseguimos muitas informações a partir de


entrevistas com os integrantes da tribo, com isso tivemos uma visão mais pessoal sobre a
tribo.

Nesse evento, realizado na Galeria Olido no centro de São Paulo, produzimos um total de
491 fotos, com um câmera Nikon modelo D50, das quais após uma analise qualitativa
sobraram 60, que seguindo com a análise junto ao Storyboard e nossa proposta foram
reduzidas a 10 que compõem parte de nosso fotodocumentário. Em um outro evento realizado
na cidade de Diadema, na Casa do Hip-Hop, produzimos, cerca de 290 fotos, com uma
cãmera Canon modelo EOS Digital Rebel XT, que após análise qualitativa foram reduzidas a
10 que compõem parte de nosso fotodocumentário.

3.3 Narrativa

Foto 1
O Dj começa com um pequeno aquecimento e a seleção de suas músicas.

Foto2
Os dançarinos se preparam antes com um alongamento

Foto3
O alongamento sendo encerrado
10

Foto4
Após o alongamento alguns começão a se interagir com a música.

Foto5
O passos da dança no ambiente da rua.

Foto6
Um giro com o apoio das mãos e da cabeça.

Foto7
Equilibrandoo corpo com as duas mãos.

Foto8
A Dança começa a ter a batida um pouco mais forte.

Foto9
A roda se forma e cada integrante vai ao meio dançar.

Foto10
Garotas mostram que também dançam.

Foto11
Apoiando com os braços e dando um inpulso para trás.

Foto12
Uma cambalhota no meio da dança.

Foto13
Um experiente ensinando a uma criança.

Foto14
Um passo estilo Michael Jackson.

Foto15
Um giro apoiando apenas uma mão.

Foto16
A dança com poses de alongamento.

Foto17
Dançando com equilibrio.
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Foto18
Levantando a perna para finalizar a suã dança (apresentação).

Foto19
O último levantamento da sua perna.

Foto20
A despedida com um aperto de mãos.
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3.4 Fotos
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3.4.1 Fotos em CD

3.5 Análise

No dia 2 de Maio, parte do grupo compareceu a um encontro de Dança de Rua que acontece
todo primeiro Domingo do mês na Galeria Olido na região da República em São Paulo. O
objetivo desta visita era entrevistar, observar e fotografar pessoas que participavam do evento.

No total foram abordadas 12 pessoas, das quais 4 se recusaram a serem entrevistadas, o


restante foi receptivo nos auxiliando com várias informações importantes sobre a tribo dentro
dos questionamentos antes planejados pelo grupo. Essas informações nos fizeram chegar a
algumas conclusões. Neste evento, além das entrevistas foram produzidas cerca de 490
fotografias utilizando uma câmera Nikon D50, disponibilizada pela Universiadade Metodista
de São Paulo.

No dia 29 de Maio, parte do grupo compareceu a um outor evento, que ocorreu na cidade de
Diadema, na Casa do Hip-Hop. Neste evento também realizamos entrevistas e produzimos
cerca de 290 fotografias, com uma câmera Canon EOS Digital Rebel XT.

Os integrantes possuem diferentes visões sobre o que é o Street Dance muitas delas são
baseadas nas histórias de cada pessoa, variando de um estilo de vida a um simples hobby.
36

Para a maioria dos entrevistados a dança passa uma mensagem positiva. Em sua essência o
Street Dance foi criado como uma alternativa para as brigas violentas de disputa de território
nos EUA, por este motivo ficou claro que seu objetivo principal é a busca da paz.

A sociedade possui preconceito sobre a tribo, os entrevistados confirmam que boa parte da
população possui uma impressão equivocada das intenções dos dançarinos, que geralmente
são confundidos com “pichadores e maloqueiros”.

Foi percebida a inexistência de preconceitos da tribo Street Dance com diferentes tribos,
tanto para as pessoas que desejam assistir a dança, quanto para as pessoas que querem
participar. Foram encontradas pessoas que dançavam Axé e até mesmo Dança do Ventre, mas
que hoje também são adeptos da Dança de Rua.

Houve registros de pessoas que usaram a dança como um caminho alternativo, afirmando a
enorme influencia que a dança teve para que saíssem das drogas, mostrando que o Street
Dance tem seu lugar na ajuda à sociedade.

No evento foi observada a presença de pessoas das mais variadas idades, desde crianças até
idosos, o que demonstra a ausência de preconceitos nesse aspecto.

Outra informação constatada é a existência de subgrupos dentro do Street Dance, esses se


dividem pelo estilo de Dança de Rua que fazem, temos os B-boys, os Lockers, que são
movimentos de braços minuciosos, usando os cotovelos, mãos e dedos e os Poppers, que são
movimentos de ilusão, mímica, clown (palhaço), desenhos animados e dança indiana.

Os principais locais que os grupos de Street Dance utilizam para encontros e para dançar são
galerias, escolas e centros culturais, a maioria locais financiados por projetos sociais das
prefeituras. Usualmente esses encontros e eventos acontecem nos finais de semana, são
abertos a qualquer pessoa e a entrada é gratuita.

Em relação à produção das fotos, no início foram enfrentados problemas com a câmera
devido à falta de habilidade do grupo com a mesma, no entanto neste evento pôde ser obtida a
maioria das fotografias que serão utilizadas no fotodocumentário.
37

3.5.1 Conclusão da análise

A reunião dos dados obtidos nas entrevistas e dos fatos observados na visita ao evento
influenciou na escolha do nosso roteiro para o fotodocumentário, no qual foi retratado um dia
de encontro da tribo, desde a chegada ao evento até o seu final.

Contudo, entendemos que a tribo influencia cada integrante de uma forma diferente, porém,
todos se reúnem com um único intuito, o de se expressar através da dança, notou-se também
no grupo uma preocupação com a sociedade, e a inclusão social dos desfavorecidos, enfim, a
tribo também se preocupa com a sociedade.

Considerações finais

No desenvolvimento do trabalho encontramos alguns obstáculos, um deles foi à pesquisa


bibliográfica onde havia uma escassez publicações sobre o tema Street Dance, outro obstáculo
foi na agenda de eventos, onde os principais ocorreriam somente depois da entrega deste
trabalho, e conseguimos apenas dois eventos que ocorreriam dentro do calendário de entrega
do trabalho. Nestes eventos, fomos muito bem recebidos pelos integrantes da tribo, uns
hesitaram em nos conceder entrevistas, mas grande parte foi muito receptiva. Tivemos
também dificuldade na utilização da câmera disponibilizada pela Universidade Metodista de
São Paulo, por falta de experiência.

Com a pesquisa bibliográfica pronta, a narrativa do documentário definida e as fotos já


produzidas constataram que nosso objetivo de mostrar um dia de evento da tribo foi
alcançado, mas decidimos então com auxilio do prof. Àlvaro Petersen Jr., criar uma narrativa
baseada emm dois eventos simutâneos, intercalando-os no fotodocumentário, isso só foi
possível após analisarmos a tribo através dos módulos estudados, conhecendo a história da
tribo, ideologia, costumes, locais de encontro e conhecendo as técnicas de fotografia e
narrativa.

Concluindo, apesar das dificuldades encontradas durante o desenvolvimento, conseguimos


sim mostrar em nosso fotodocumentário a idéia que tínhamos em mente.
38

Referências

ACHUTTI, L. E. R. Fotoetnografia. In: PICINATI, L. Fotodocumentarismo: Estudo do


cotidiano. s.d. Disponível em: <http://www.leonardopicinati.com/fotodocumentarismo.htm>.
Acessado em: 11 maio 2010.

ANDRADE, E. N. de. Movimento negro juvenil: um estudo de caso sobre jovens rappers
de São Bernardo do Campo. 1996. 317 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade
de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1996.

FLEURY, M. M. N. Dança de Rua: Jovens entre projetos de lazer e trabalho. 2007.


Disponível em: <http://www.scielo.cl/scielo.php?pid=S0718-
22362007000200003&script=sci_arttext>. Acessado em : 11 maio 2010.

FREUD, S. Psicologia do grupo e análise do ego. In: COUTINHO, L. G. Da metáfora


paterna à metonímia das tribos: Um estudo psicanalítico sobre as tribos urbanas e as
novas configurações do individualismo. s.d. Disponível em:
<http://www.rubedo.psc.br/Artigos/tribus.HTM>. Acessado em: 11 maio 2010.

KEMP, K. Identidade cultural. In: Silva, W. R. Tribos urbanas, você e eu: Conversas com
a juventude. São Paulo: Paulinas, 2003. (Coleção Espaço jovem. Série formatação). cap. 2, p.
21-25.

MAFFESOLI, M. 1998. O Tempo das Tribos. In: SPINELLI, L. Grafite e Comunicação.


Disponível em : < http://www.graffiti.org.br/clm/index.htm>. Acessado em: 11 maio 2010.
39

REIS, S. A. et al. Os “Filhos” da Modernidade – Reflexões Sobre o fenômeno das tribos.


In Doxo - Revista Virtual. Poços de Caldas: PUC Minas, 2006. Disponível em:
<http://www.pucpcaldas.br/revista/doxo/Volume1/SandraReis.pdf>. Acessado em: 11 maio
2010.

ROCHA, J. ; DOMENICH, M. e CASSEANO, P. Hip Hop: a periferia grita. São Paulo:


Fundação Perseu Abramo, 2001.

SANTANA, A. L. Fotodocumentário. Disponível em: <


http://www.infoescola.com/jornalismo/fotodocumentario>. Acessado em: 11 maio 2010.

SILVA, W. R. Tribos urbanas, você e eu: Conversas com a juventude. São Paulo:
Paulinas, 2003.(Coleção Espaço jovem. Série formatação)

VIANNA, H. O mundo funk carioca. In Grafit é a arte das ruas: a origem do street dance.
Disponível em: <http://graffitstreet.blogspot.com/2009/05/origem-do-street-dance.html>.
Acessado em: 11 maio 2010.

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