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“Rogo-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que sejais concordes no
falar, e que não haja divisões entre vós; antes sejais unidos no mesmo pensamento e no
mesmo parecer. Pois a respeito de vós, irmãos meus, fui informado pelos da família de
Cloé, que há contendas entre vós. Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou
de Paulo; ou Eu de Apolo; ou Eu sou de Cefas; ou, Eu de Cristo.” (1 Co 1.10-12)
Fazer parte do grupo que fundou uma igreja, que “arrancou toco”, que arduamente
trabalhou para o estabelecimento e crescimento da mesma, é um privilégio. Tais pessoas
devem ser honradas e reconhecidas. A memória do trabalho dos pioneiros não deve ser
apagada.
Acontece que em muitos lugares, o grupo dos fundadores, além de se acharem parte de
uma casta especial, pensam ter o direito de interferir de maneira arbitrária no governo
da igreja.
Não são poucos os casos, em que este grupo resiste às mudanças necessárias para o
crescimento e contextualização da igreja. “Eu não aprendi assim”, “Não é bom remover
os marcos antigos”, “não foi assim no princípio”, são frases típicas, carregadas de
equívocos e desassociadas de reflexão e discussão.
Por outro lado, “ser de Paulo”, devido às peculiaridades do seu trabalho entre os
gentios, pode implicar na tentativa de se impor uma falsa liberdade religiosa
(liberalismo).
Pastores e líderes de igreja em geral, sofrem nas mãos deste grupo, que inclusive, por
vezes, é composto por diáconos, presbíteros, evangelistas e pastores auxiliares.
Ser um membro antigo e ser digno de honra é uma coisa, querer e poder dirigir o
trabalho é outra.
Agora, é preciso deixar claro que “saber mais” não implica em “ser mais”. Não nos
torna melhores ou maiores do que os que sabem menos. Infelizmente, o acúmulo de
saberes acaba embriagando a muitos, promovendo com isso a criação de grupos
fechados de elitistas, intelectuais, pensadores e doutores da fé.
Se existe algo na igreja que em alguns lugares tem conseguido colocar a autoridade da
Bíblia em segundo plano, isto se chama “a tradição”. Trata-se de um típico
posicionamento farisaico e legalista:
Não reconhecer, não submeter-se à autoridade dos pastores e líderes, não honrá-los e
não amá-los, é uma atitude de quem não conhece o princípio da “delegação de
autoridade espiritual”. Observe alguns textos bíblicos que recomendam estas atitudes
espirituais:
“Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que
não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas.” (Rm
13.1)
“Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra,
principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina.” (1 Tm 5.17, ARC)
“Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa alma, como
aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo,
porque isso não vos seria útil.” (Hb 13.17, ARC)
Algumas frases são típicas deste grupo: “pastor nenhum manda em mim”, “importa
obedecer a Deus do que aos homens”, “meu pastor se chama Jesus” e outras mais.
Na realidade, nem a Jesus esse grupo obedece, pois se assim o fizesse, honraria a quem
Deus resolveu honrar com o ministério.
Na igreja atual, além dos partidos norteados pelas idéias e princípios dos de Corinto,
existem ainda outros, como por exemplo:
Nosso atual modelo de igreja ou congregação, com seus vários departamentos e órgãos,
proporcionou a criação do partidarismo dentro destes (fundamentado em preferências
pela liderança, dirigente ou orientador “A” ou “B”) e entre estes (fundamentado no
senso de competição, disputa, concorrência). Há igrejas onde os órgão e departamentos
não interagem entre si, não se percebem parte de um todo, de um corpo.
Este grupo está em evidência nas igrejas e convenções (estaduais ou nacional) que
optaram pelo regime de governo com eleições periódicas. Dividem o ministério e a
igreja. Pastores ou chapas se apresentam como candidatos às eleições convencionais,
presidenciais ou ministeriais, trocam acusações, compram pessoas, se vendem,
barganham, deixam de se falar, tornam-se “inimigos” políticos, fazem campanha da
maneira mais mundana possível.
Não há nada que justifique o partidarismo na igreja. Nenhum bem causa, em nada
edifica. O partidarismo será sempre evidência do baixo nível, ou de nenhuma
espiritualidade presente.
Boa Aula!