O texto descreve três perspectivas de se ver uma árvore: como objeto, como movimento e leis da natureza, e como um "tu" com o qual se estabelece uma relação recíproca. Ao ver a árvore como um "tu", reconhece-se nela uma totalidade que inclui forma, mecanismo, cor e substâncias, além de uma conversa com o mundo, apresentando-se "em pessoa" ao observador.
O texto descreve três perspectivas de se ver uma árvore: como objeto, como movimento e leis da natureza, e como um "tu" com o qual se estabelece uma relação recíproca. Ao ver a árvore como um "tu", reconhece-se nela uma totalidade que inclui forma, mecanismo, cor e substâncias, além de uma conversa com o mundo, apresentando-se "em pessoa" ao observador.
O texto descreve três perspectivas de se ver uma árvore: como objeto, como movimento e leis da natureza, e como um "tu" com o qual se estabelece uma relação recíproca. Ao ver a árvore como um "tu", reconhece-se nela uma totalidade que inclui forma, mecanismo, cor e substâncias, além de uma conversa com o mundo, apresentando-se "em pessoa" ao observador.
Posso apreend-la como uma imagem. Coluna rgida sob o impacto da luz, ou o verdor resplandecente repleto de suavidade pelo azul prateado que lhe serve de fundo. Posso senti-la como movimento: filamento fluente de vasos unidos a um ncleo palpitante, suco de razes, respirao das folhas, permuta incessante de terra e ar, e mesmo o prprio desenvolvimento obscuro. Eu posso classifica-la numa espcie e observ-la como exemplar de um tipo de estrutura de vida. Eu posso dominar to radicalmente sua presena e sua forma que no reconheo mais nela seno a expresso de uma lei de leis segundo as quais um contnuo conflito de foras sempre solucionado ou de leis que regem a composio e a decomposio das substncias. Eu posso volatiliza-la e eterniz-la, tornando-a um nmero, uma mera relao numrica. A rvore permanece, em todas estas perspectivas, o meu objeto tem seu espao e seu tempo, mantm sua natureza e sua composio. Entretanto pode acontecer que simultaneamente, por vontade prpria e por uma graa, ao observar a rvore, eu seja levado a entrar em relao com ela; ela j no mais um ISSO. A fora de sua exclusividade apoderou-se de mim. No devo renunciar a nenhum dos modos de minha considerao. De nada devo abstrair-me para v-la, no h nenhum conhecimento do qual devo me esquecer. Ao contrrio, imagem e movimento, espcie e exemplar, lei e nmero esto indissoluvelmente unidos nessa relao. Tudo o que pertence rvore, sua forma, seu mecanismo, sua cor e suas substncias qumicas, sua conversao com os elementos do mundo e com as estrelas, tudo est includo numa totalidade. A rvore no uma impresso, um jogo de minha representao ou um valor emotivo. Ela se apresenta em pessoa diante de mim e tem algo a ver comigo e, eu, se bem que de modo diferente, tenho algo a ver com ela. Que ningum tente debilitar o sentido da relao: relao reciprocidade. Teria ento a rvore uma conscincia semelhante nossa? No posso experienciar isso. Mas quereis novamente decompor o indecomponvel s porque a experincia parece ter sido bem sucedida convosco? No a alma da rvore ou sua drade que se apresenta a mim, ela mesma.