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A IMPORTÂNCIA DOS PEPTÍDEOS NA SINALIZAÇÃO VEGETAL1

KARINE GUSTAVO PINTO 2

Durante muitos anos acreditou-se que a sinalização vegetal se dava


exclusivamente por hormônios clássicos, como auxinas, citocinina, etileno, acido
abscísico e giberelina, mas desde a década passada este grupo tem contado com
a presença de jasmonato, óxido nítrico, brassinosteróides e entre outros, diversos
peptídeos. Em animais a sinalização mediada por peptídeos é conhecida desde a
descoberta da insulina em 1922. Hoje são as mais comuns e importantes
moléculas reguladoras dos processos fisiológicos em sistemas animais. Nos
vegetais um pequeno número de peptídeos foi identificado, e pouco se sabe a
respeito destes além do envolvimento na comunicação intercelular entre células e
órgãos. Os objetivos deste seminário são expor a diversidade dos processos
regulados por peptídeos e demonstrar o envolvimento destes, principalmente no
crescimento e desenvolvimento vegetal, abordando a interação com outros
hormônios. A sistemina foi o primeiro peptídeo vegetal identificado, este provoca
rápida expressão de genes de defesa em resposta a danos mecânicos e ataque
de patógenos. A fitosulfocinina regula a diferenciação e a proliferação celular em
suspensão de culturas. Em Brassicas a proteína S-locus regula o mecanismo de
auto-incompatibilidade esporofítica. CLAVATA3 participa da determinação de
meristemas. Os peptídeos DVL e POLARIS predominantemente desempenham
função sinalizadora indispensável ao crescimento e desenvolvimento vegetal.
Evidências diversas sugerem também, o requerimento de POLARIS para correta
homeostase entre citocinina e auxina nas raízes. O ENOD40 interage com o
etileno, se mostra fundamental para dar início ao processo nodulação. O
conhecimento sobre como os peptídeos participam dos processos fisiológicos
vegetais pode auxiliar na obtenção de plantas mais adaptadas ao ambiente,
promovendo aumento na produtividade agrícola.

1
Resumo do seminário apresentado na disciplina FIT 0001 - Seminários de Plantas de Lavoura, em
28/abril/2004.
2
Bióloga, aluna de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da UFRGS, sob orientação
da Professora Carla Andrea Delatorre.
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